After the Dark Days - The first Hunger Games. escrita por FanFicHunger
Notas iniciais do capítulo
Leitores amigos!!! Novo cap. para vocês!! Espero que gostem!
Aguardo opiniões!!!!
Meu primeiro intuito é me atirar sobre o corpo de Draven contendo os espasmos violentos e constantes. Gendry está fazendo pressão sobre as pernas que escoiceavam para todos os lados. A mão de Draven vem ao encontro do meu rosto. Faço um esforço enorme para segurá-lo pelo pulso e forçar o braço a baixar contra a bancada novamente. Ignoro a dor ao ver ele engasgando.
– Ele vai engolir a língua! - Gendry grita. Sem hesitar, enfio a mão na boca de Draven pressionando com força sua língua entre meu dedo indicador e o polegar. Deixo escapar um grito de dor e meu olhos lacrimejam quando ele crava os dentes nos meus dedos. - Vire ele de lado! - Juntos, tentamos conter os espasmos e viramos o corpo de Gendry para que ficasse de lado. Por um momento terrível, a convulsão parece não ter fim. Começo a pensar que vamos perder Draven, porém os espasmos começam a ficar menos violentos e desacelerados, até por fim cessar. A pressão dos dentes sobre os meus dedos alivia e liberto minha mão. Tenho várias marcas sangrentas de mordidas onde a pele foi praticamente arrancada dos meus dedos, mas no momento, é o menor dos nossos problemas. Ficamos em silêncio observando Draven enquanto ele recosta a cabeça sobre a bancada e apaga. Sua respiração está ofegante e sua pele reluz sobre o suor.
– Acho que o pior já passou. - Diz Gendry.
– Espero. - Digo ofegante. Foi quando escutamos o barulho de algo pesado sendo virado contra o chão. O som veio do quarto em que amarramos Leslie à cadeira. Olho para Gendry apreensivo. Ele retribui o olhar antes de dizer:
– Vai dar uma olhada. Vou tentar dar um jeito nesse ferimento.
Sem mais demoras, me dirijo para o quarto. Assim que abro a porta, dou de cara com Leslie, se arrastando pelo chão ainda amarrada à cadeira. De alguma forma, ela conseguiu libertar uma das mãos. Está tentando chegar a uma faca serrilhada que jazia encima da cômoda, agora, virada contra o chão. Ela está quase na faca, corro e junto a mesma antes que ela o faça. Leslie deixa escapar um grito de frustração.
– Chester, o que você acha que está fazendo?! - Ela fala entredentes, a vós carregada de ódio. - Porque confia tanto assim nessas pessoas?
– Porque elas estão contra as pessoas que mataram o eu pai! - Agora eu é que explodo em um excesso de fúria. Leslie fica em silêncio me encarando. O peito bronzeado e reluzente de suor sobe e desce conforme respira pesadamente. Gendry entra no quarto.
– Olha quem acordou. - Ele abre um sorriso debochado. - Se pretendia escapar, devia ter feito isso com menos barulho. Me ajude com ela, Chester. - Ele faz um gesto na direção de Leslie. Juntos, içamos a cadeira de pé novamente e damos mais voltas com a fita prendendo o braço livre de Leslie . A mulher ainda nos encara com um olhar mortal. - Então, minha querida. - Começa Gendry se aproximando dela. - Você vai nos contar tudo. - Antes de começar a falar alguma coisa, Leslie cospe no rosto de Gendry. Ele suspira e me lança um olhar pesaroso, vem até mim e tira a faca da minha mão. - Já que não podemos conversar como pessoas civilizadas... - Ele não termina a frase. Com um movimento rápido ele enfia a faca na coxa de Leslie quase até o cabo. A mulher grita e esperneia de dor. Gendry puxa novamente a faca e faz menção de fincar na outra perna. Até que com uma vós chorosa, Leslie suplica:
– Ok! Eu falo! Por favor!
– Assim é bem melhor. Pode começar. - Diz Gendry limpando a faca na calça.
– Eu não queria machucar ninguém.
– Sem essa! - Explodo. - Draven, seu parceiro está quase morrendo na cozinha por sua causa!
– Eu não tinha escolha! - Ela agora grita e chora ao mesmo tempo. - Eles me matariam. Se souberem que fui descoberta... - Ela não termina a frase em decorrência de uma crise de choro.
– Quem mataria você? - Gendry questiona. Leslie levanta os olhos negros para ele.
– Você sabe quem.
– E porque se envolveu com essa gente? - Ele faz uma pausa. - Dinheiro? - Gendry está caminhando de um lado para o outro no quarto batendo a lâmina da faca na palma da mão. Leslie fica em silêncio confirmando a sentença dele. Ela foi comprada, agora está pagando por isso. Gendy para de andar e lança um olhar para Leslie que nunca vi ele lançar a alguém antes. Um olhar de desprezo, nojo e repugna. - Você é de longe a pior de todos eles. - Leslie se inclina para frente. As lágrimas lhe rolam pelo rosto.
– Pra você é fácil dizer! - Ela grita. - Eu não nasci em um berço de ouro! Meu distrito é escravizado pela capital! - Gendry olha pra ela e balança a cabeça negativamente. Pude ler claramente sua expressão. Ele está desapontado.
– E agora você esfaqueou o homem que ajudou você chegar aqui. E está ajudando as pessoas que te escravizaram. Porque Snow te mandou aqui? - Ela demora um pouco antes de responder.
– Snow mandou espiões para todos os outros andares. Para acompanhar os distritos. Ele sabia que algum iria acabar se rebelando. Então decidiu se precaver.
– O garoto do distrito 4 foi atacado hoje. Tem algo a ver com isso? - Pergunto. Leslie assente ligeiramente com a cabeça antes de falar.
– Snow viu que saindo do lado dos carreiristas, ele já não tinha utilidade nenhuma.
– Então tentou matá-lo. - Digo fitando o chão. A peças começaram a se encaixar. - Mas eles podem substituí-lo?
– Era exatamente isso o que pretendiam fazer. - Ela diz. Já não está mais chorando. Então um pensamento me atinge como um tiro. Um terror se apossa das minhas entranhas. Minha respiração começa a ofegar enquanto lembro de Leslie conversando com alguém na cozinha madrugada passada. Então tomo coragem para perguntar.
– Leslie. - Ela me levanta os olhos. - Eles já sabem sobre o nosso plano?
Por um momento, Leslie não me responde. Então confirma com a cabeça. Gendry, em um excesso de raiva, atira a faca contra a parede largando um grito de frustração. Ele se volta novamente para Leslie e aponta o dedo para o rosto da mulher.
– Se alguma coisa acontecer conosco. - Ele diz entredentes. - Você está morta. - Com dedo indicador, ele empurra violentamente a testa da mulher para trás, e com isso, sai do quarto. Dou uma última olhada em Leslie que parece estar em um transe, então sigo Gendry.
– Você vai ter que cuidar das coisas por aqui, Chester. - Ele diz pegando um casado de couro do cabideiro.
– Aonde você vai?
– Tenho que encontrar Phillippa. O plano foi por água abaixo. Vamos ter que pensar em alguma coisa.
– Mas isso não faz sentido! - Digo com as mãos na cabeça. - Porque eles ainda não nos mataram se sabem de tudo?
– Eu não sei, Chester. Mas quero saber. - Ele se vira em direção à porta.
– Espera! O que eu faço com Leslie?! - Ele se vira novamente para mim.
– Só não deixe ela fugir. - E com isso, ele vai embora.
_|/_
Abro lentamente a porta do quarto de Lucy e me dirijo para o lado da sua cama. Ela está envolvida nas cobertas, apesar do calor. Fios de cabelos úmidos lhe grudavam na testa, e a respiração estava ofegante. Gentilmente, puxei uma mexa molhada do cabelo pra trás da sua orelha, e por alguns segundos, fiquei ali, apenas assistindo ela a dormir. Saio do quarto com passos furtivos e fecho lentamente a porta. Me dirijo para a cozinha. Draven ainda está inconsciente, mas parece estar tendo bons sonhos. Por um momento até pensei te-lo visto sorrir. Notei que Gendry fez um ótimo trabalho em sua perna que já não sangra mais.
Me deixo cair em uma cadeira e enterro o rosto nas palmas das mão. As lágrimas vieram de surpresa, rolando pelo meu rosto.
– Você está bem? - Ergo os olhos e vejo Draven, com a cabeça inclinada me fitando.
– Se eu estou bem? - Consigo forçar um sorriso. - O cara esfaqueado aqui é você. - Ele também ri, porém de súbito, o sorriso desaparece em uma careta de dor.
– Como ela está? - Ele pergunta se referindo a Leslie. Fico surpreso que ele ainda esteja preocupado com ela, então fico me perguntando como se conheceram.
– Bem. - Levanto-me e me dirijo para o lado da bancada onde ele está deitado. - Ao contrário de você. Como está se sentindo?
– Dói pra caramba. - Ele suspira. - Mas vou viver.
– Espero. - Coloco a mão na sua testa suada. Não há indícios de febre.
– Obrigado, Chester. - Ele diz me olhando nos olhos.
– Não precisa agradecer. Você faria a mesma coisa por mim. Eu acho. - Ele ri novamente.
– Sabe que eu faria. - Apenas concordo com a cabeça. Draven endireita as costas sobre a bancada fazendo caretas de dor. - Cara, se eu não tivesse visto, não acreditaria.
– O que? - Pergunto.
– Leslie parece ter sido treinada. Luta como um demônio. E é esperta também.
– Pra ter te dado uma surra como essa... - Digo debochadamente. Ele ri e continua.
– Cara, eu amava aquele globo de vidro.
– O que? - Pergunto confuso. Mas estão me dou conta. A cabeça ferida de Leslie. Os cacos de vidro pelo chã e no cabelo da mulher. - O que você fez com ela?- Ele parece querer rir relembrando a história.
– A primeira coisa que eu consegui alcançar, arremessei na cara da desgraçada. Mas por azar, era o meu globo de vidro que comprei no distrito um. Aquilo saiu caro. - Montei a cena na minha cabeça, e apesar da situação, antes mesmo de eu perceber, estamos os dois rindo.
Porém a graça foi embora quando senti uma mão me segurando pelos cabelos e me arremessando para o chão.
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