After the Dark Days - The first Hunger Games. escrita por FanFicHunger


Capítulo 18
The Man in the Shadows


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores! Segue novo cap.
Antes eu usava letras em negrito para diálogos. Decidi parar porque acabou se tornando muito chato ter que apertar os botões em cada começo e fim de uma fala.
Espero que gostem do ep.



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Acordei com uma estranha movimentação vindo da sala de estar. No começo, o sono venceu e me deixei ser engolido pela escuridão novamente. Porém não consegui ignorar o fato de que o que eu estava ouvindo eram vozes. Do meu quarto mais pareciam balbucios inaudíveis, porém dava pra identificar claramente uma voz feminina e outra masculina. Jogo as cobertas para o lado e me coloco sentado para apurar a audição. Os primeiros resquícios do amanhecer se infiltravam pela grande janela do meu aposento, até que ouço passos e uma porta batendo. Decido ir averiguar.

Me dirijo para o corredor e sigo a caminho da sala de estar. Sentada com os cotovelos apoiados sobre a bancada, Leslie massageava a têmpora em movimentos curvilíneos. Uma xícara de café fumegante jazia a sua frente.

– Sem sono?Pergunto me aproximando. Ela dá um pulo e pressiona a mão contra o peito.

– Ah! Chester, você me assustou. - A voz continuava calma e serena como sempre.

– Draven estava aqui? - Deduzi me referindo a voz masculina que ouvi.

– Sim, acabou de sair. - Ela deixa escapar um suspiro e nossos olhares se encontram. Não pude deixar de notar as bolsas embaixo dos seus olhos. - Temos tanto o que fazer, Chester. Tatas coisas a que se preocupar. - E então suspira novamente.

– Sei bem como é. - Me escoro na parede do corredor e cruzo os braços. - Estou tentando levar numa boa meus últimos dias de vida. - Aquilo pareceu desconsertar Leslie.

– Me desculpe, Chester. Eu aqui reclamando para você sobre os meus problemas, mas você parece ter bem maiores.

– Tudo bem! - Hesito antes de soltar as últimas palavras. - Acho que já me conformei com essa ideia. - Leslie pareceu surpresa.

– Mas e Lucy? - Ela questiona.

– Ainda não conversei com ela sobre isso. Na verdade, acho que estou tentando me esquivar dela.

– Chester, você não devia levar isso tanto em conta. Afinal, se o plano que temos der certo, talvez poderemos tirar vocês dois vivos de lá. - Um minuto de silêncio se percorre, até que ela levanta pegando a xícara de café. - Bem, vou tentar dormir estes minutinhos que me restam. - Ela cruza por mim e me olha novamente. - Boa noite, Chester.

– Boa noite. - Respondo. Então ouço a porta do quarto bater e deixo escapar baixinho.

– É. Talvez.

_|/_

Caminho decidido para o centro de treinamento segurando a mão de Lucy. Ela parece estar se esforçando o máximo para acompanhar minhas passadas.

– Porque tanta pressa? - Ela questiona.

– Hoje o dia vai ser longo. Vamos ter que nos empenhar no plano do Gendry.

– Chester, não tenho muita fé de que isso vai dar certo.

– Porque não?

– Sei lá. - Ela suspira. - Será que somos apenas nós lutando contra isso? - Agora ela está olhando diretamente para mim.

– Eu sinceramente não sei, Lucy. Mas vamos nos empenhar em fazer o que podemos no momento. Tudo bem? - Lanço pra ela um sorriso.

– Certo. - Ela responde decidida.

Nafftaly olha em nossa direção sorrindo. Está ocupada tentando ocultar por inteiro o corpo de Peter em meio a lama, mato, e cascas de árvores. A sujeira lhe subia até os cotovelos, e uma listra negra cruzava a sua bochecha direita que foi feita após ela ter coçado o local.

– Bom dia. - Digo.

– Bom dia. - Quem disse foi Peter. Tive que fazer um esforço enorme para não rir. Em meio a sujeira, apenas os olhos e a boca do menino eram visíveis.

– Então. - Nafftaly se levanta limpando o suor da testa com a parte de cima do braço. - O que pretendem fazer hoje?

Me viro e vasculho o local pensando no que irei tentar me aperfeiçoar. Os carreiristas, como sempre, estão nas estações de luta corpo a corpo. O retante dos tributos estão todos espalhados pelo centro de treinamento. Dirijo meu olha para uma estação onde aprendíamos a fazer uma fogueira com poucos recursos, e vejo o casal do distrito 6, ou como Draven diz, uma das chaves de Snow.

– Acho que vou fazer umas fogueiras. - Respondo.

– Tudo bem. - Ela diz se agachando novamente. - Vou tentar desenterrar o meu irmão e talvez precise de alguma ajudinha sua com os arcos. - Peter levanta os olhos negros para ela apreensivo.

– Tentar? - Lucy ri e se agacha ao lado de Nafftaly.

– Eu te ajudo. - E com isso me dirijo para o casal.

_|/_

Paro ao lado deles e cruzo os braços apenas observando. A garota, ruiva e pequena ria enquanto esfregava freneticamente um pedaço de madeira em outro que jazia no chão. O garoto cochichava algo no seu ouvida, também rindo. Até que a garota explode.

– Não dá, é impossível! - Ela se coloca de pé. - Estou esfregando essa porcaria à trinta minutos. - O garoto entrelaça os braços musculosos sobre a garota ainda rindo.

– Ham... - Pigarreio. - Geralmente leva muito mais tempo que isso pra fogueira se acender. - Os dois agora estão olhando para mim. Só então notei que me perceberam somente agora. O sorriso do garoto se desfez. Tento disfarçar sobre o quanto estou constrangido diante do olhar duro do garoto. - Eu posso ajudar.

– Não precisamos de ajuda. - Quem disse foi o garoto. Dirijo meu olhar para a pilha de madeira que a garota esfregava inutilmente e pergunto:

– Tem certeza?

– Ah! - A garota dá dá uma cotoveladinha carinhosa no abdômen do garoto. - Qual é, Seymor? - Ela agora está olhando para mim, com o mesmo sorriso estampado no rosto. - Acho que realmente estamos precisando de ajuda.

Então me ponho a trabalho. Reparto da diagonal um pedaço de bambu, seco o bastante para queimar. Coloco uma metade no chão e começo a esfregar a outra contra ela freneticamente. De soslaio, enxergo o garoto se sentando no chão e puxando a garota para o seu colo. Ele entrelaça os braços sobre a cintura dela enquanto observa meu trabalho atentamente. O silêncio começa a ficar constrangedor, até que decido quebrá-lo.

– Então, acho que esse trabalho não vai ficar pronto de uma hora pra outra. - Faço uma pausa. - Qual é a história de vocês? - O garoto solta uma gargalhada. Só então percebi que fui rápido demais.

– Tá falando sério cara? - Ele pergunta. - Você tem alguma noção do que está acontecendo aqui? - Vejo a garota tentando censurá-lo. Agora que já sei que o garoto não é tão associável, terei que abrir o jogo com eles para tentar convence-los de que sou totalmente confiável. Terei que lhes dar uma informação importante, e já sei o que vai ser.

– Eu sei exatamente o que está acontecendo aqui. Mas parece que você não. - Falo dando tonicidade para a palavra "você". No fim lanço um sorriso para não ter parecido tão duro com ele.

– Do que está falando? - Ele questiona. Agora a curiosidade etá estampada no seu rosto. Ergo a metade do bambu na direção dos carreiristas que estão na seção das armas. O garoto do 1 empalando um manequim com uma lança.

– Estão se autodenominado de Os Carreiristas. - Os dois me olham, os olhares confusos. - E a que tudo indica, estão treinando para serem nossos predadores na arena.

– Fizeram uma aliança? - Ele questiona. A garota novamente lhe dá outra cotovelada na barriga.

– Eu não te avisei? A que outro motivo eles iriam andar sempre juntos. - Ela o repreende. Então o garoto novamente se volta para mim.

– E o que você está nos propondo?

– Estou dizendo que, se eles podem fazer alianças, o que nos impede de fazer o mesmo? - Digo ainda esfregando os pedaços de bambu. O garoto afunda o rosto nos lisos cabelos ruivos da garota. Talvez refletindo. Até que se volta novamente para mim.

– Mas e depois, o que vai ser? Quando sobrar apenas a gente?

– Sinceramente, eu não sei. - Digo pesaroso. - Mas por enquanto, devemos nos focar em fazer o máximo para permanecermos vivos. - Então novamente ele enterra o rosto nos cabelos da garota, enquanto ela fica em silêncio, apenas ouvindo. Minha fogueira dá os primeiros sinais de vida enquanto o silêncio prevalece. Largo a metade do bambu e começo a assoprar a pequena fagulha que se acendeu, e em menos de 1 minuto, estava com uma fogueira acesa. A garota estalou os olhos.

– Legal! - Deixou soltar. Olho para eles e pergunto:

– Então? O que me dizem? - O garoto se inclina para frente e levanta a mão em cumprimento.

– Sou Seymor. Essa é Thamy. - Ergo a mão e retribuo o aperto.

– Eu sou Chester, do distrito 9. - Tento soltar a mão mas ele continua segurando firme.

– Só quero deixar uma coisa bem clara, Chester. Eu amo essa garota, e farei qualquer coisa para fazer ela voltar pra casa com vida. - Ele está me olhando fundo nos olhos.

– Eu sei. - Digo concordando compreensivamente.

_|/_

O decorrer do treinamento passou normalmente. Almoçamos todos juntos, desta vez acrescentando Seymor e Thamy à mesa. Não podia acreditar em quanto estava aliviado. Estou com a maioria das "chaves de snow" na mão, restando apenas os carreiristas, mas algo me diz que jamais conseguirei conquistar aqueles durões, ainda mais com os eventos ocorridos recentemente. Creio que eles já estejam trabalhando em prol de outra causa, e uma causa totalmente contrária da nossa. Então trabalhando para que os Jogos Vorazes deem certo.

Subimos para o nosso andar, eu e Lucy, e nos deparamos com Draven, estirado no sofá com o pé descalço apoiado na mesa de centro. Não vejo Phillippa e Gendry em lugar algum.

– Vou tomar um banho. - Diz Lucy.

– Acho muito bom isso. - Digo olhando-a dos pés a cabeça. Completamente suja de lama.

– Engraçado. - Ela solta, e com isso se vai para o quarto.

Me dirijo para o sofá e me deixo cair ao lado de Draven.

– E aí bonitinho! - Ele solta.

– Sério, cara. Você tem que parar de me chamar de bonitinho. - Ele me lança um olhar curioso.

– Porque?

– Porque conhecendo a capital, logo vai surgir rumores de que tenho um caso com o meu estilista. - Ele ri.

– Até que não seria um má ideia.

– Pra você até que não. - Digo fitando a televisão. As novelas da capital eram ridículas a ponto de provocarem risadas. Todas elas retratavam como os outros distritos eram na verdade pessoa que preferem passar fome ao trabalhar.

– Acredite, se a gente tivesse um caso, eu não desperdiçaria meu tempo dormindo ao seu lado. Iriamos ficar a noite inteira transan...

– Tá bom! - Repreendo ele antes que termine. Ignoro o comentário e me espreguiço no sofá. Draven não tira os olhos verdes de mim. - Falando em desperdiçar o sono. Você e Leslie me acordaram cedo hoje. - Draven abriu um sorriso confuso.

– Eu? - Ele se estende mais um pouco no sofá e estende o braço por trás das minhas costas. - Cara, hoje eu nem mesmo lembro que horas acordei. Deveriam ser 10, ou 11 horas?

– Mas Leslie estava na cozinha falando com alg... - Parei no meio da frase. Só então um terror paralisante tomou conta de mim. Olho para Draven que me fita com os olhos verdes arregalados. Parece ter entendido minha preocupação. - Será que não era o Gendry?

– Gendry saiu comigo para almoçar. Acordou ainda depois de mim. - Informou Draven com a voz carregada de preocupação.

– Draven, com quem Leslie estava falando?


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