Pov. Jason

Depois de comermos disse a Emma para que fosse comigo que eu lhe explicaria tudo. Percebi que apesar de tudo, e do choque de que as palavras poderiam causar, ela estava preparada, queria saber de tudo sem exceção.

Uma definição básica e simplificada desta garota: Corajosa e curiosa. Estes são apenas os “cs”. Ao longo da pequena caminhada até o meu quarto não trocamos uma palavra, mas assim que entramos tomei a iniciativa e falei:

— Pronta para descobrir a verdade?

— Claro!- disse ela meio incerta -Se não estiver também... O importante é que finalmente entenderei esta história de uma vez por todas, e ... esquece. Fale logo!

— Vamos começar do inicio: Do que você se lembra?

— Lembro de ter acordado de um pesadelo gritando, te ver e ter te seguido para longe daquele coisa branco.

—Ok, você ficou super preocupada e perguntou da onde sabia o seu nome e eu falei que era por causa do meu pai, para lhe explicar melhor esta parte é... bom, meu pai faz parte dos criadores do medo, ele era jovem, mas podia opinar sobre as coisas aqui, antes delas piorarem e ficarem...assim! - gestuculei ao nosso redor- Eles resolveram criar o medo e meu pai concordou em fazer parte. Eles tinham lhe dito que seria uma organização em prol da humanidade e do bem de todos, ele era muito ingênuo e acreditou. Contudo, depois de alguns anos as coisas foram piorando, tornando-se mais sérias e bem... eles resolveram criar um vírus, que acabasse com a parte da humanidade que segundo eles não deveria existir e nem ter sobrevivido, meu pai discordou, junto com ele estavam alguns amigos, uns 5 no total. Mas eles eram 5 contra centenas. Meu pai e alguns outros aqui dentro só continuam aqui porque não podem sair, pois se pudessem já teriam o feito. Eles são o lado bom do medo, pois tudo tem um lado bom e um ruim. Yin-yang.

—Ah , ãh... obrigada por me contar tudo isso, fará diferença no que penso em fazer!

—Ok, voltando a história, depois de te dizer mais alguma coisa você e eu começamos a caminhar, e bem... você estava muito pálida e parecia fraca e pouco tempo depois desmaiou. Então lhe carreguei até aqui ...

—Obrigada por tudo!

—Tudo bem, só quero algumas recompensas...

— Quais? - ela parecia atordoada

— Que você seja minha amiga e que compartilhe comigo os seus segredos, aprendi que segredos são uma das coisas mais valiosas, você pode tanto ajudar ou detonar alguém com eles.

— Você pode contar com a minha amizade, já os meus segredos ainda não confio em você. Desculpe, Jason.

— Tudo bem, ainda conseguirei fazer você confiar em mim. Fora isso é uma ótima maneira de se terminar/iniciar um ano!

— Sério? Hoje é ano novo?

— Sim! Havia esquecido que lá naquele lugar branco você não tinha noção de dias, horas... bem, feliz ano novo!

— Feliz ano novo! 

— Posso te perguntar uma coisa?

Ela parecia meio incerta daquilo, mas respondeu que sim...

— Você é imune, Emma?

Ela pareceu aliviada ao escutar a pergunta.

—Sim, e você?

—Também, achei que era o único "diferente", algo ruim, pois dentre nós aqui pouquíssimos são imunes e os outros nos querem mortos ou como cobaias...

—Uau...ãh...acho meio desagradável falarmos disso e bom...Eu tenho que decidir algo e apenas não sei o que decidir, você poderia me dar a sua opinião?

—Claro.

—Quando fui “capturada” dei a localização dos meus outros amigos, já que um deles estava comigo.Achei que eles teriam a mesma ideia que eu- ela fez uma pausa, mas continuou-Eles infelizmente não tiveram e me olharam como se fosse uma traidora.Para o meu plano dar certo preciso decidir algo:se conto a eles minha ideia inicial, e o porquê de ter lhes entregado, ou se me finjo de traidora.Nós crescemos com um propósito igual:acabar com o medo.

—Acho a primeira opção a melhor, pois se vocês cresceram com esse propósito iram conseguir fingir bem ainda mais com uma motivação , a amiga ter virado inimiga.

—A sua linha de raciocínio é parecidíssima com a minha.Obrigada!

—De nada.

Então começamos a falar sobre como é ser imune, como está o mundo e como as pessoas só se preocupavam com si só e pararam de pensar nas próximas gerações,como derrubaríamos o medo como seria se criássemos uma outra organização, esta sim em prol da humanidade, de todos sem exceção.Até que eu disse:

—Eu irei lhe ajudar mas eu tenho condições...

—Quais?

—1ª Quando acabarmos com isto, criaremos o mudar. 2ª  Salvaremos todos, sem exceção. 3ª Você contará a verdade a todos, principalmente aos seus amigos. 4ª Você não agirá por impulso.

—O que seria o mudar?

—É uma sigla para: Melhorias Universais Direitos Assistenciais Reais.

—Essas foram as condições mais bem pensadas que eu já ouvi!

—E...Qual a resposta? Aceita ou não, Emma? - eu estava esperançoso, mas ao mesmo tempo temia a sua resposta.

— Jason, eu... bom... ACEITO! Óbvio!

Isso sim era uma boa maneira de começar o ano...Fiquei mais feliz do que já estava, este ano prometia. Comecei pondo um sorriso no rosto, e ao olhar para Emma, ela também estava sorrindo.