Whole Lotta Love escrita por mlleariane


Capítulo 36
Dor


Notas iniciais do capítulo

Estou aqui, postando de madrugada, só para não deixar vocês sem capítulo (sou muito boa!). Ok, nem tanto. Adivinhou quem disse que o próximo capítulo seria tenso. Não poderia ser diferente, não é?
Vocês conseguem imaginar o coração de Kate e Castle nesse momento? Dilacerados, não?
Em minha defesa, antes que me tachem de má, muitos pediram momentos tensos envolvendo os gêmeos. Eu fico com dó, então nem pensem que vou fazê-los sofrer. Mas também não será fácil para eles...
Bem, vamos ver como será.

Beijo, Ari ;)



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Castle: Kate? Kate?

Kate abriu os olhos e encontrou Castle ajoelhado à sua frente.

Kate: Rick...

Castle: Calma, meu amor. Calma.

Gates ofereceu um copo de água com açúcar para a detetive. Seu olhar era solidário.

Kate: Obrigada – ela disse pegando o copo e bebendo devagar.

Gates: Kate, eu sei que é difícil, mas você precisa ficar calma. A divisão de sequestro já foi acionada. Você já conhece o procedimento, eles vão colocar escutas em seus telefones e esperar o contato.

Kate ouvia Gates sem encará-la, ainda segurando o copo de água, bebendo devagar. A capitã continuou falando.

Gates: Nós também pegaremos as câmeras da rua onde aconteceu, e se Alexis puder nos dar uma descrição também será de grande ajuda. Ela está vindo?

Castle: Quase chegando.

Gates: Quando ela nos disser exatamente o que aconteceu, nós podemos tentar traçar um perfil.

Castle: Eu pago qualquer quantia.

Gates: Eu sei, Castle. Mas nós não deixaremos impune quem quer que seja que tenha feito isso.

Castle: Eu também não quero isso, mas também não quero por em risco meus filhos.

Gates: Isso não vai acontecer. Seus filhos ficarão bem.

Enquanto os dois conversavam, Kate olhava fixamente para o copo de água, perdida num mundo paralelo onde só havia dor. Castle e Gates olharam para ela e trocaram um olhar de pena. Quase ao mesmo tempo, Alexis entrou na delegacia, e Castle foi até ela.

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Alexis chorava compulsivamente, e Castle tentava acalmá-la.

Castle: Não é sua culpa, meu amor.

Alexis: É sim, eles estavam comigo, eu devia protegê-los.

Ryan: Alexis, isso poderia ter acontecido com qualquer um.

Alexis: Mas foi comigo. Foi comigo...

Ela chorava e soluçava. Espo chegou com um copo de água para ela, que aos poucos foi recuperando o fôlego.

Ryan: Você tem que nos dizer de novo exatamente como foi.

Alexis: Eu parei o carro a um quarteirão do colégio. Peguei os dois, vínhamos pela calçada e quando eu fui abrir a porta para eles entrarem, um deles me encostou no carro com uma arma em minha cintura. – ela fez uma pausa, e Castle segurou sua mão mais forte – aí o outro colocou as crianças em um carro que estava bem ao lado. Ele... empurrou os dois com força. Eles choravam e chamavam meu nome – as lágrimas começaram a escorrer do rosto dela de novo – mas eu não conseguia me mexer, não conseguia.

Castle: Eu sei, minha querida.

Alexis: De repente ele me soltou e correu para o carro. Foi quando eu consegui ver mais ou menos o rosto deles.

Espo: Você acha que pode descrevê-los?

Alexis: Sim, acho que sim.

Alexis enxugou as lágrimas mais uma vez, e seus olhos encontraram os de Kate, que se aproximava. Alexis tinha os olhos vermelhos de tanto chorar. Kate estava séria, e ainda em estado de choque. Não havia lágrimas em seus olhos.

Alexis: Me perdoa, Kate. Eu não pude fazer nada. Me perdoa.

Kate: Não foi sua culpa.

Espo conduziu Alexis até uma pessoa que traçaria um rosto conforme suas descrições.

Kate: O que ela disse?

Castle não sabia se queria dizer. Ele queria poupá-la do sofrimento, mas não sabia o que seria pior: esconder como havia acontecido, ou contar e fazer Kate sofrer mais ainda.

Kate: Castle?

Castle: Eles eram dois. Um rendeu Alexis e o outro colocou os dois no carro.

Kate: Eles os machucaram?

Kate tentava encontrar forças para perguntar. Ela tinha medo do que iria ouvir.

Castle: Acho que não. Colocaram os dois no carro e saíram.

Castle achou melhor não contar os detalhes. Kate sentou-se ao lado dele, sentindo-o segurar em sua mão.

Kate: E se forem eles?

Castle não podia negar que já tinha pensado nisso, mas tentava fugir desse pensamento com todas as suas forças. Imaginar que o senador ou 3xk pudessem ter feito aquilo por vingança era devastador demais.

Castle: Não pense nisso, meu amor.

Kate: Mas e se for? E se algum daqueles monstros pegou nossos bebês?

Castle viu as lágrimas escorrerem devagar dos olhos de Kate, e a abraçou. Ele sentia olhares de todos os lados da delegacia. Todos presenciavam o sofrimento dos dois, e sofriam junto com eles.

Castle: Não vai ser – ele beijou sua cabeça, que estava recostava em seu ombro – não vai ser. Logo vão entrar em contato, pedir um dinheiro que nós vamos pagar e teremos os dois de volta.

Kate: Eu não quero viver sem eles, Rick. Eu não consigo...

Castle: Você não vai, meu amor. Nós não vamos. Eu te prometo.

Kate ficou assim, abraçada a Castle por mais um tempo, até a equipe de sequestros chegar. Os dois se levantaram então para que todos os procedimentos fossem tomados. As imagens das câmeras haviam chegado, e embora não fossem nítidas, Kate e Castle não reconheceram nenhum deles como alguém que já tinham visto ou prendido. Mas isso não descartava a possibilidade de algum deles ser 3xk com uma nova feição, ou que ambos trabalhassem a mando de Bracken.

Espo, Ryan e Gates discutiam questões práticas, Alexis estava sentada num canto e Castle telefonava para seu pai. Kate estava no meio de tudo isso, mas sua mente só pensava em seus filhos, como eles estariam, se haviam sido machucados, o medo que deveriam estar sentindo. A sua impotência diante de tudo isso a angustiava, e fazia sentir raiva de si mesma.

Castle: Meus pais já estão em casa.

Gates: Certo, a equipe vai instalar as escutas lá agora.

Castle: Alexis, acho melhor você ir pra lá com eles.

Alexis: Eu queria poder fazer alguma coisa...

Gates: Ninguém pode agora. Só esperar.

Alexis obedeceu ao pai e foi junto com a equipe especializada em sequestros.

Gates, Espo, Ryan e Castle pararam e olharam para Kate. Ela estava sentada em sua mesa, olhando a foto dos dois.

Gates: Deus, que dor essa mulher está sentindo! Você precisa ser forte, Castle. Ela precisa de você.

Castle: Eu não sei o que fazer... o que eu posso dizer? – ele estava perdido também.

Gates: Só não a deixe desmoronar.

Eles se aproximaram dela.

Gates: Kate, é melhor você ir para casa.

Kate: Não, eu não quero. Eu quero fazer algo, eu preciso fazer algo. – ela se levantou rapidamente.

Espo: Kate, não há nada que se fazer.

Kate: Tem que haver! – ela gritou desesperada e todos a olharam. – tem que haver...

Kate segurou as lágrimas. Castle se aproximou e segurou suas mãos.

Castle: Amor, vamos para casa.

Kate: Não...

Gates: Kate, você sabe que nesses casos nós não podemos fazer nada antes de um primeiro contato.

Kate: Eu sei, capitã. Eu sei de tudo. Só que eu nunca havia sentido isso. Eu nunca tinha vivido isso. E dói demais...

Gates: Kate, todos nós aqui temos filhos. Nós não vivemos essa dor, mas conseguimos entender. Nós estamos aqui por você e por eles. Não vamos deixar nada acontecer com suas crianças. Mas você precisa ser forte. Precisa estar forte quando nós pudermos agir.

Kate assimilou as palavras de sua capitã e fez que sim. Ela tinha razão, afinal. Não havia nada a se fazer agora.

Castle: Vamos?

Kate fez que sim, ainda meio inconformada.

Espo: Castle, qualquer novidade você nos contate imediatamente.

Castle: Pode deixar.

Kate: Espo, por favor, não diga nada a Lanie.

Espo: Kate...

Kate: Não. Espo, ela está no final da gravidez, eu não quero que nada a abale agora. Por favor, me prometa?

Espo: Tudo bem, eu prometo.

Kate e Castle se despediram e saíram.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Assim que entraram em casa, Martha correu em direção aos dois, com lágrimas nos olhos. Ela abraçou Kate primeiro.

Kate: Martha...

Martha: Eu sei... eu sei...

Kate respirou devagar. Jack também abraçou os dois.

Castle foi até o quarto com Kate, para que ela tomasse um banho, depois voltou sozinho para a sala.

Jack: Nós vamos pegar esses caras, Richard.

Castle: Eu só quero meus filhos de volta.

Martha: Toma, dê isso a ela.

Castle: O que é isso?

Martha: Um calmante.

Castle: Kate jamais vai querer tomar um calmante.

Martha: Eu sei, mas ela precisa, Richard. Ela precisa criar forças.

Castle: Não há como criar forças numa situação dessas.

Martha: Há sim, e você é um exemplo. Eu sei que você está sofrendo tanto quanto ela, mas tem se mantido forte porque ela precisa de você.

Castle: Eu não posso deixá-la desmoronar.

Martha: Exatamente. Vá, vá cuidar dela. Eu e seu pai ficaremos aqui.

Castle olhou para o pai, que assentiu. Ele foi então até o quarto. Quando chegou, Kate havia acabado de sair do banho.

Castle: Eu trouxe algo para você.

Kate: O que é isso?

Castle: Um calmante.

Kate: Não vou tomar.

Ela passou por ele e foi até o closet. Castle deixou o remédio e um copo de água em cima do criado mudo.

Castle: Kate, você precisa descansar.

Kate: Você quer me apagar para que? Para me esconder o que está acontecendo?

Castle: Eu não vou te esconder nada, eu só quero que você se acalme.

Kate: Eu não vou me acalmar, Rick. Meus filhos estão por aí, sabe Deus onde e com quem, com frio, sozinhos...

Kate passou por ele.

Castle: Kate!

Ele a seguiu, mas ela se fechou no quarto das crianças.

Castle tentou encontrar algo que pudesse fazer, mas não havia o quê. Voltou ao quarto e tomou um banho, pensando nas crianças e no sofrimento de Kate. Quando saiu, foi pacientemente até o quarto das crianças e abriu a porta devagar. Encontrou Kate sentada num canto, chorando compulsivamente.

Ele se ajoelhou em frente a ela, passando a mão em seus cabelos, com os olhos cheios de lágrimas também. Os dois ficaram assim por um tempo, até que Kate parou de soluçar e levantou os olhos para ele.

Castle: Eu sei... eu sei o que você está sentindo.

Kate: Eu nunca senti tanta dor. Nunca.

Castle: Vai passar, meu amor.

Kate: Como é que você sabe?

Castle: Porque nós já vivemos muitas coisas difíceis, e sempre passou.

Kate: Eles são nossos filhos, Rick... nada é tão ruim quanto perdê-los.

Castle: Nós não vamos perdê-los, meu amor. Logo eles estarão aqui de novo, em nossos braços.

Kate: Eu tenho medo...

Castle: Eu sei. Eu também tive quando aconteceu com Alexis, lembra? E você lembra o que me dizia? Que eu tinha que acreditar que daria tudo certo. Eu nunca deixei de acreditar, e agora nós também não podemos deixar.

Kate: Eles têm só 6 anos, Rick...

Castle: Sim, mas sabe o que eles têm também?

Kate o encarou, esperando a resposta.

Castle: O nosso DNA. E sabe o que isso significa? Que eles são mais fortes do que a gente pensa.

Kate: São?

Castle: São.

Os dois se olharam por um minuto.

Castle: Vem... – ele esticou a mão, e ela se levantou com ele. Os dois foram em direção ao quarto. Kate se sentou na cama e pegou o remédio que Castle havia deixado em cima do criado mudo, tomou e se deitou, sendo abraçada por ele. Kate rapidamente pegou no sono, com o urso Fluffy de Johanna e o Capitão América de Alexander em seus braços.


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Notas finais do capítulo

E agora, como será que os babies caskett estão?