5 ANOS ANTES...

Castle: Kate, está tudo bem?

Kate: Aham.

Castle: Sabe amor, eu te conheço há 7 anos. Quando eu pergunto se está tudo bem, eu já sei que não está. Então se você quiser começar a falar agora, por mim tudo bem...

Kate o encarou, ele sorriu.

Kate: Por que as crianças não gostam de mim?

Castle: Eu sabia que tinha alguma coisa a ver com o caso de hoje.

Kate: Sério, por que? Eu pareço tão má assim?

Castle: Claro que não, Kate. É só que...

Kate: Só que o que?

Castle: As crianças são muito perceptivas... e...

Kate: E?

Castle: Talvez elas percebam que você não gosta muito delas...

Kate: Eu gosto delas! Quem disse que eu não gosto delas?

Castle não respondeu.

Kate: Eu gosto delas! Eu só não sou muito familiarizada com o universo infantil.

Castle: Então é isso. Já achamos a resposta para sua dúvida. Será que agora a gente podia, assim... namorar um pouco?

Ele a abraçou, mas ela se soltou.

Kate: Aquela menina não gostou de mim.

Castle: Que menina? Emily?

Kate: Por que as mulheres nunca gostam de mim?

Castle: Porque você as intimida. É muita beleza para ser comparada – ele disse beijando-a.

Kate: Eu estou falando sério, Rick!

Castle: Eu também!

Kate: Só por que eu não sei brincar de princesas?

Castle: Se você quiser a gente pode brincar que você é minha princesa agora... – ele estava fogoso, mas ela o parava.

Kate: Eu posso brincar de princesa se eu quiser! Por que ela acha que eu não posso?

Castle: Amor, ela não acha isso.

Kate: Como você sabe? Ah claro, porque vocês têm uma conexão! O que você faz pra conseguir isso, heim Rick?

Castle já tinha desistido da noite. A TPM de Kate devia estar atacada demais para ela ser boazinha com ele.

Castle: Kate, eu tive uma filha. Eu não era assim antes da Alexis. Quando a gente tem um filho, o mundo passa a ser diferente. A gente vê as coisas com outros olhos, aprende a lidar com diversas situações que quem vive só no mundo adulto não consegue.

Kate: Tem gente que não tem filho e leva jeito...

Castle: Mas aí já é um dom da pessoa.

Kate: O que claramente eu não tenho.

Castle: Não.

Castle falou sem pensar, e Kate o encarou.

Castle: Quer dizer...

Kate: Nem tente.

Castle: Ok.

Kate ficou um minuto em silêncio.

Castle: Eu só ia dizer que você teve muito jeito com Jason.

Kate: Talvez...

Castle: Como talvez? Ele te disse tudo que sabia!

Kate: Porque eu sou detetive, Rick. Eu tenho treinamento para isso, e apesar de criança, ele era uma testemunha. Acho que foi assim que eu o tratei.

Kate disse com certo pesar, e antes que Castle pudesse formular alguma coisa para dizer, ela continuou.

Kate: Eu seria uma péssima mãe.

Castle a olhou.

Castle: Você... está pensando em filhos, Kate?

Kate: Não...

Castle: Não?

Kate: Não. Até porque eles só iriam gostar de você, e eu odiaria isso.

Castle riu.

Kate: Isso não é engraçado.

Castle: Amor, vem cá – ele a puxou mais para perto – Eu tenho certeza que você será uma excelente mãe.

Kate: Eu não colocaria minha mão no fogo por isso.

Castle: Mas eu sim. E olha, se você está mesmo pensando... não acha que nós estamos prontos?

Kate: Prontos?

Castle: É, eu acho que está na hora.

Kate: Diz o homem que me prometeu casamento e nada.

Castle: Eu pensei que tivéssemos concordado que eu não tive culpa nenhuma.

Kate: Não estou falando daquele dia.

Castle pensou um pouco.

Castle: Já fez um mês?

Kate: Um mês e cinco dias.

Castle: Você está contando? – ele disse sorrindo, mas ela estava séria.

Kate: Você está me enrolando ou o que, Richard Castle?

Castle: Você quer mesmo se casar comigo! – ele constatou sorrindo.

Kate: É claro que eu quero me casar com você! Você propôs, eu disse sim. Eu moro aqui, durmo e acordo todos os dias com você. É mais do que óbvio que eu quero me casar com você!

Castle: Então, Katherine Beckett, pode ir se acostumando com o Castle no seu nome, porque você o terá a partir de semana que vem.

Kate sorriu e o beijou apaixonada. Agora sim ele teria a noite fogosa que tanto queria.

Castle: E depois disso nós vamos falar sobre filhos.

Kate se afastou. O assunto “filhos” ainda era algo delicado. Virou para o lado e ficou pensativa.

Castle: Eu e minha boca grande! – Castle ainda pensou, antes de dormir.

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No dia seguinte...

Lanie: Kate! Por aqui tão cedo? – ela disse assim que a amiga entrou pela porta do necrotério.

Kate: É... eu queria conversar.

Lanie: Converse.

Lanie continuou fazendo mexendo em algumas amostras de sangue enquanto Kate se sentou numa bancada que tinha por ali.

Kate: Lanie, você pensa em ter filhos?

Lanie levantou os olhos e encarou a amiga.

Lanie: Você está grávida?

Kate: Não.

Lanie: Que pena.

Kate: Eu nem sei se quero.

Lanie: Por que?

Kate: Eu não levo jeito nenhum com crianças.

Lanie: Ah Kate, isso é porque você não tem nenhuma na família.

Kate sabia que Lanie tinha dois sobrinhos e era louca por eles.

Kate: Castle também acha que quando eu tiver vou levar jeito.

Lanie: Vocês têm falado sobre isso?

Kate: Foi por causa do caso de ontem.

Lanie: Ah, da escola.

Kate: É. Ele é bom demais com crianças, Lanie.

Lanie: E isso não é bom?

Kate: Sim, mas...

Lanie: Mas o que?

Kate não soube responder.

Lanie: Bom, respondendo à sua pergunta, sim, eu quero ter filhos. Eu e Javi temos conversado sobre.

Kate: Sério? Já?

Lanie: Eu sei que nós estamos nesse vai e vem há anos, mas agora é pra valer, nós dois sabemos disso. E eu tenho 36 anos, ele 38... está na hora.

Kate: Eu fico muito feliz por você – ela sorriu para a amiga – Eu queria ter essa certeza. Mas eu não levo jeito, Lanie, não levo!

Lanie: Kate, a questão não é levar jeito ou não. A questão é: “Você quer ser mãe?”. Porque se você realmente quiser, vai se sair muito bem.

Kate: Você tem razão. Mas...

Lanie: Você ainda não sabe a resposta.

Kate fez que não.

Lanie: Tudo bem. Uma hora você saberá.

Lanie sorriu para a amiga, e as duas ainda conversaram por um tempo. Kate disse à Lanie que ela e Castle tinham marcado a data do casamento, e o assunto virou esse. E realmente Kate esqueceu do tema “filhos” por um tempo.