Só Mais Uma História escrita por Revoltada


Capítulo 14
Welcome, bad news!


Notas iniciais do capítulo

Hey galerinha.
Um fiz um capítulo maior do que o normal, eu sei que prometia uma bíblia, mas juro que o próximo vai, quer dizer depois do próximo, já que o seguinte é do querido Biel.
Gente eu já tenho ideias pro final, não que esteja chegando, ainda temos um tempinho.
Enfim, BOA LEITURA



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— Então me conta, o que vai rolar entre vocês agora? — A verdade é que eu estava me fazendo a mesma pergunta até a Linda dizer em voz alta.

— Não sei, não acho que ele seja o tipo que namora.

— Sabe eu e o Diego fomos parecidos com vocês. Eu conheci ele em uma festa e depois de uma semana estávamos namorando. Calma tudo tem seu tempo. Não que você deva correr para ele e pedi-lo em namoro.

Ela me abraçou e seguimos o resto do caminho assim, em silêncio. Como a vida é engraçada eu tinha tudo que precisava e pouco tempo perdi minha amiga e mudei de cidade. Então, nessa nova cidade eu finalmente acho alguém, que poderia perfeitamente ser meu namorado e simplesmente sei lá, acho que não era pra ser. Ah, não podemos esquecer que o psicopata do Lenadro está novamente atormentando minha vida.

As semanas passaram rápidas. Quando me dei conta estava no aeroporto de Guarulhos pegando minha bagagem na esteira. Todos os passeios passaram despercebidos. Eu ia aonde a Linda queria e depois ficava procurando a vida do Gabriel, ou Lenadro. Trocamos algumas mensagens, mas nenhuma era uma promessa e o pior é que eu entendia.

Quando eu já sai pela porta minha amiga puxa meu braço, me viro e a encontro com um olhar sério.

— Sabe, eu posso parecer burra e retarda, só que não sou. Eu sei que tem muita coisa que você não me contou da sua vida no Rio, e que não me considera tanto sua amiga, eu entendo. Só queria dizer que eu to com você até o fim, independente to que te deixou assim, quebrada. Nunca falei, mas eu te amo, você é realmente especial para mim — Ela para analisa o que acabou de dizer e dá um risadinha. — Desculpaa, não que eu goste de você romanticamente, você entendeu, como amiga. Enfim, só dizer que você pode confiar em mim.

Eu não tinha percebido até o momento, contudo eu realmente gosto dessa ruivinha. Eu pulo em cima dela e dou um beijo em sua bochecha com sardinhas.

— Também te amo. Me liga quando chegar em casa.

— Jessica, minha filha, que saudade. — Minha mãe diz dando-me um abraço e um beijo (quantos abraços ultimamente).

— Oi Dona Regina. Oi Stefanie.

— Oi... trouxe alguma coisa para mim? — E aí estava a minha “querida” irmã.

— Só entrego lá em casa Fanie.

Assim que eu terminei de arrumar minhas coisas e entregar os presentes, uma bolsa para minha mãe e uma boneca para minha irmã, pego meu celular e vejo as horas. 16:00 hmm. Ligo para o Edgar e digo que vou à sua casa. Passa pelo escritório, Regina está no telefone.

— Claro... Será um prazer... Que isso... Ok, daqui três semanas está perfeito. Beijos tchau. Oi filha!

— Mãe vou sair, vou me encontrar com um amigo na livraria. Devo volta pelas oito.

— Ok, leve o seu celular. Beijos e cuidado!

— Beijo mãe.

Enquanto caminho penso em como vou agir quando vê-lo de novo. A vida gosta de pregar peças, brincar de quem é mais forte. Será que eu comprimento-o? Mais é claro, não sou um bicho do mato, oras!

Edgar mora em uma bela casa, em perdizes. Ela é antiga, dá pra notar pela arquitetura, visivelmente grande. Toco o interfone e segundos depois uma jovem me atende. Ela tem cabelos encaracolados como o meu, só que ela é loira com olhos cinzas. Qual o problema com loira? Ficam me perseguindo!

— Olá Jessica o Edgar está te esperando no quarto dele. — Ela me atende com um sorriso e me dá passagem para entrar.

A casa por dentro não tem nada haver com um hacker. A única coisa que entrega é toda a tecnologia espalhada pela casa, tirando isso a decoração é extremamente fina e elegante com várias paredes de vidro. Eu sigo a garota para o segundo andar, paramos em frente à uma porta como várias placas com avisos, como: “ Não entre” ou “Perigo”, e alguns adesivos de caveiras. Meninos! Reviro os olhos.

— Bem Vinda de volta e fecha a porta.

— OI Edgar. Desde semana passada você no... — Não consegui terminar a minha fala pois meu telefone tocou.

Olhei para a tela desconhecido.

O número deve estar bloqueado. Atende e coloca no viva voz.

— Acha que pode ser ele? — Edgar apenas balança a cabeça em confirmação e eu atendo.

— Alô.

— ... — Ninguém diz nada na outra linha.

— Oláa — Repito nervosa.

— ­Eu lhe avisei não foi? Fique longe, mas você tinha que se intrometer. Agora vai pagar por isso. Eu já sei para onde ela foi é só questão de tempo até eu a encontrar.

Seu filho da mãe doente e desgraçado. Eu vou te matar se você tocar em um fio de cabelo dela. Eu te juro que vou destruir sua carreira inteira — Grito de forma ameaçadora. Meu coração está acelerado, minhas mãos estão brancas de tanta força que estou usando para segurar o telefone.

— ... — Ele desligo na minha cara.

Olho pro Ed que está na minha frente com um semblante preocupado me encarando. Eu despenco na cama atrás de mim.

— Me diz que você já a localizou, pelo amor de Deus. Por favor! — Choramingo.

Ele se senta novamente em sua cadeira, e como em filmes de espionagem ou investigação começa a mexer fervorosamente em seu computador, fazendo algo que eu não tenho a mínima ideia. Olho em meu celular 19:30 Fudeu.

Já é sete e meia da noite, eu disse que estaria em casa as oito.

— Fala que você vai dormir na Linda, seila. Mano você está de férias.

— Tudo bem. Ah quem era aquela menina que atendeu a porta?

— Ah a minha irmã. Ana. Vou pedir uma pizza, pode ser de margarita?

— Uhum.

— Oi Linda, eu preciso de um mega favor seu!... Sim, eu preciso que você ligue pra minha mãe pra dormir ai, to resolvendo um problema e não dá para eu ir pra casa agora... O Ian e o Bruno?... Ah, tudo bem, eu chego ai de madrugada... Obrigada, te devo uma.

O Edgar que já tinha feito o pedido da pizza, tinha voltado a mexer no computador, fazendo a sua mágica. Estávamos discutindo em como acabar com o Filho da puta quando Ana entrou no quarto e mandando a gente descer para comer a pizza que acabará de chegar.

— Então Jesse, já decidiu o que vai fazer de faculdade?

— Acho que vou fazer direito, mas não tenho certeza. O que você faz, Ana?

— Me formei psicologia, vou fazer minha pos esse ano, em Yale. — Estávamos conversando enquanto comia, e descobri que ela era amiga de Vic também. Até que ela é divertida e simpática. Conversamos durante a janta.

— Vamos Jessica, temos que terminar, acho que já sei como achá-la.

Acompanho Edgar até o quarto novamente e ele se senta fazendo algo que ao meu ver parece totalmente ilegal.

— Já sei aonde ela está preciso de mais uns dias até conseguir localizar ela com certeza. Pode dormir na cama se quiser. — Ele diz dando de ombros. Olho bem para esse hacker, seus cabelos curtos e escuros estão desarrumados na cabeça, e seu corpo é repleto de tatuagens, ele até é bonito. Mas sem dúvidas atravessaria a rua se o visse de noite.

Obrigada, mas são duas da manhã e minha amiga ta esperando na casa dela com alguns amigos. Me liga assim que achar. — Dou um tchau para Ana e pego um táxi em direção a casa da minha amiga.

A vida nos leva para caminhos estranhos e confusos, onde encontramos pessoas tão diferente de nós, e no final cada uma guarda um pedaço de si em nossos corações.

O prédio da minha amiga é perto de casa, e é um belo prédio. A família é bem rica, já que o pai dela é um empresário de sucesso. E a mãe, bem a mãe dela é uma modelo, os pais são divorciados, como noventa por cento das família de hoje em dia. Linda diz que não liga pra isso, segundo ela é até legal porque assim ela tem duas casas para ir.

Toco o interfone e me apresento, logo o porteiro que já está acostumado comigo me deixa passar. Assim que passo pela portaria ele me avisa que o pessoal está na churrasqueira.

— Jeesse! Você demorou muuuito a chegar! — Ela diz com uma voz meio arrastada, como se estivesse bêbada.

— Minha pequena, que saudade que eu estava ficando da sua chatice! — Ian fala me abraçando e girando em seus braços.

— Já ta bêbada Linda? Só você mesmo. E eu também estava com saudade de você meu zen. — Digo dando um beijo em seu rosto. Fazia tempo que eu não via aquele moleque.

— Oi Bruno. — Disse sem graça dando um beijinho no rosto dele.

— OI Jessica — Me responde friamente.

Ficamos mais duas horas antes de subirmos, estava realmente com saudades do pessoal junto. Chegando na apartamento de Linda ficou decidido que eu, Bruno e o Ian íamos dormir na sala enquanto a Linda ficava em seu quarto.

— Como que anda as coisas chatinha? Linda disse que você anda meio distante, preocupada. — Ian pergunta virando-se de frente para mim.

— Sei lá, estranho, conheci um cara na viagem, na verdade eu já tinha o visto antes, e acabei ficando com ele lá. Sei que parece bobo, só não sei como agir quando ver ele de novo, realmente gostei de ficar com ele.

— Ah princesa, eu acho que devia agir naturalmente. Se achar que é certo procura-lo então que foda-se o resto, agora não fica apreensiva. Sabe eu e a ruiva louca somos melhores amigos há séculos, vi ela de fralda. Mas não se sinta excluída por isso, ela realmente gosta de ti e eu também. Não tenha medo de confiar nas pessoas certas Jes.

— Mas quem são as pessoas certas?

— São aquelas que você não tem problema em dormir perto pois te acalmam, as que o seu coração se alegra só de vê-la feliz. Principalmente aquelas pessoas que estarão com você até o fim.

— Eu só não posso. Eu não posso contar.

— Tudo bem, quando for a hora certa estaremos aqui por você.— Deposita um beijo em minha testa e me abraça, puxando me para o seu peito. Durmo quase tranquilamente, a presença de Bruno me incomodava.

***

— Bom diaaaa meu amores! — Acordo assustada, olho para baixo e vejo a mão do Ian envolta da minha cintura e a cara de interrogação de Linda — Pelo visto dormiram bem, cadê o Bruno?

— Como assim? Ele estava aqui agor...— Olho pro lado e percebo que até as cobertas já estavam arrumadas. Estranho.

Depois de tomar banho, comer alguma coisa e jurar pela milésima vez que não aconteceu nada de noite me despeço dos dois e vou pra casa. Ela está silenciosa até que ouço minha mãe me gritar. Subo até o escritório e a vejo sorridente, da maneira que ela sempre fica quando vai contar uma novidade que não sabe se é agradável.

— Filha que bom que voltou! Dormiu bem?

— Si... — Porém ela não me deixa terminar de responder.

— Sabe quem vêm para ficar aqui em casa daqui três semanas?

— Hm... não.

— O Lenadro Olhiveira, o pai da Vic! — O meu sangue gela, meu peito começa a subir e descer rapidamente, no mesmo instante sinto minhas mãos frias e minhas pernas bambas. Escuto minha mãe perguntar se está tudo bem, não consigo responde-la, pois minha visão está obscurecendo até que sinto o chão e não vejo mais nada.

***

Abro meus olhos bem lentamente, ainda desnorteada. Observo o teto do meu quarto, repleto de desenhos que fiz. Aperto novamente meus olhos. Minha cabeça lateja. Puta merda que dor. Como um flash me lembro da notícia, céus o capeta ta vindo.

Levanto da cama e desço até a sala aonde encontro minha mãe sentado no sofá, comendo algo.

— Pelos deuses filha, você está bem?

— Desculpa acho que minha pressão abaixou. Mãe — Sento ao seu lado, e faço minha melhor cara de advogada — por que o Lenadro virá?

— Ah... ele me ligou perguntando se podia ficar em casa, disse que está vindo resolver alguns problemas pessoais — E pela segunda vez no dia a terra para de girar.

— Mãe eu estou bem melhor, na verdade... hum... preciso sair — tento formular uma boa desculpa, já que a Linda está fora de cogitação, já que acabei de chegar da casa dela — ah academia... Isso, eu vou pra academia, aquela de escalada indoor. Lembra?

— Tudo bem, mas volte cedo.

Mal coloquei o pé para fora e já estou ligando para Edgar desesperada. Não sei o que farei. Tenho certeza que seus problemas “pessoais” são eu e Vic. No quarto toque ele atende.

— Hey, Edgar! — Quase grito — O monstro vem em três semanas.

— Como assim?

— Minha mãe acabou de me contar, ele vai ficar na minha casa. Precisamos agir rápido. Já conseguiu encontrá-la?

— Mais ou menos, ela é esperta.

— Tudo bem, preciso que foque no Lenadro, isso já passou tempo de mais, ele precisa morrer, ou pelo menos ir preso. Tente achar algo sobre ele.

— Certo. Te ligo amanhã.

Assim que desligo a chamada recebo uma mensagem da Dona Regina:

Filha, já sei vou fazer uma festa para a chegada do Lenadro, chame seus amigos.

Beijos! ;)

E agora tenho certeza que sou a pessoa mais sem sorte no mundo. Pego um metrô em direção ao shopping. Preciso esfriar a cabeça e acamar, ninguém pode saber, não antes dele estar atrás das grades.

Outra mensagem chega, porém o nome da pessoa que me escreveu que chama a atenção. Abro a mensagem do Bruno cautelosamente.

Você é uma otária mesmo, não sei porque cheguei a perder algum tempo contigo.

Só lembre de uma coisa mentirosos sempre têm o que merecem.

Se já não fosse estranho o Bruno ter me mandado algo o conteúdo é mais bizarro ainda. Decido ignorar e volto para casa.

***

Passamos as semanas trabalhando em como conseguiríamos uma confissão do maior filho da puta e mentiroso do mundo. Edgar conseguiu localizar Victória, e para não levantar suspeitas, ele que iria buscar ela e mantê-la escondida.

Só de pensar em vê-la novamente fico apreensiva e nervosa, mas também ansiosa e excitada. O plano seria agir com naturalidade e esperar para ver, pois ele não faria nada em uma festa cheia de pessoas.

Como minha mãe havia ordenado chamei Linda e Ian — Me aproximei muito deles essas semanas, eles me apoiaram mesmo sem saber a causa do meu estresse — chamei também a amiga da Linda e o namorado dela, que pediu pra levar um amigo. Não me esqueci de Marcus, apesar da minha mãe já ter convidado o pai dele. Quanto mais pessoas, menos seria o perigo que eu correria.

Pelo menos era o que eu pensava.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?????



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