Departed Guardians escrita por Nammyee


Capítulo 7
VI - Blank Space


Notas iniciais do capítulo

Quero deixar claro que Estellise Maats e Steve Rogers são os personagens mais INSISTENTES e CABEÇAS DURAS que consegui criar até hoje, se bem que o Steve já veio assim da Marvel. Uma burrice atrás da outra, parecem duas crianças.
Antes que eu me esqueça, todos os capítulos possuem nomes de músicas, pois foram delas que me inspirei para escrever cada um. Neste caso, Blank Space da Taylor Swift.
Quando posto uma fic, normalmente não faço a revisão inicial. Quando terminar completamente o trabalho, farei a revisão e as correções necessárias. Não me julguem, :)



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Estellise caminhava apressadamente pelas ruas de Nova Iorque, olhava para trás o tempo todo para se certificar que Nebula não os havia seguido.

O golpe da armadura de Tony devia ter sido forte o suficiente para deixá-la inconsciente por alguns minutos, era o que ela esperava. Tendo sido reconstruída para se tornar a assassina perfeita, a filha de Thanos era tão perigosa quanto Ronan, Estelle não esperava ter que enfrentá-la naquele momento.

A lembrança de Nebula lhe cobrando a Manopla voltou com tudo, ela precisava agir rapidamente se quisesse proteger a Terra e todos os habitantes; precisava encontrar Quill antes do esperado, precisava partir deste planeta.

– Está me ouvindo, Estelle? – A voz de Steve ecoou em sua mente, mas ela não lhe deu atenção.

A cabeça de Estelle estava cheia de problemas a ser resolvidos, ouvir a voz preocupada de Steve só complicava mais a situação. Ela não podia se deixar envolver com um herói da Terra, principalmente agora que estava na mira de Nebula. Logo, não seria somente ela, mas Ronan e Thanos que viriam atrás da Manopla e das Joias.

– Estellise. – A voz ficou mais forte.

Steve Rogers segurou seu braço com força, fazendo-a parar de caminhar e ser obrigada a encará-lo, apesar de não desejar.

O soldado estava preocupado, o olhar fixo no de Estelle a faz gelar.

– O que foi?

– O que foi tudo isso? – Questionou o Vingador.

– Eu disse, Nebula veio tentar me matar. Preciso sair daqui e atraí-la, com sorte, posso derrotá-la.

– Ah, claro. Uma alienígena lunática, com braços mecânicos e que além de tudo, é samurai. - Tony Stark gesticulou no meio da rua. – Tem certeza mesmo? Pois eu acho sua ideia de enfrentar essa coisa sozinha um pouco absurda.

Ao que tudo indicava, o mundo podia acabar, mas Tony jamais perderia a chance de caçoar da sua própria desgraça ou a dos outros. De certa forma, era uma maneira de evitar perder a sanidade ou o que havia restado dela.

Estelle revirou os olhos para o Homem de Ferro.

– Não posso ariscar que morram comigo, a Terra ainda corre perigo.

– Correrá do mesmo jeito se ficar ou ir. – Steve retrucou e desta vez sua voz aumentou. – Escute Estelle, você veio até nós para pedir ajuda e agora quer enfrentar tudo sozinha?

– Eu não contava que Nebula viesse atrás de mim na Terra, existem os tratados e... – Que tolice, é claro que uma criminosa não respeitaria as leis intergalácticas. Estelle havia sido ingênua demais.

Ela xingou mentalmente e amaldiçoou cada parte da missão incumbida a ela por Yondu, tudo na sua vida havia mudado após ter ido atrás do item pedido pelo contratante. Como odiava ter que se virar nesse momento e não poder dar uma surra no pai postiço.

Sabia que precisava entregar a tal Manopla para o cliente, mas havia sido caçada e quase morta por Ronan e agora Nebula queria a sua cabeça e, provavelmente, dos Vingadores. Não podia arriscar e colocar seus novos amigos em perigo, principalmente Steve.

– Ela mencionou uma Manopla, do que estava falando? – Steve indagou.

– Eu... N-Não sei. – Mentiu a jovem. Quando menos soubessem, mais seguros estariam. – Ela deve achar que estou com esse objeto.

Estelle respirou fundo, engoliu todas as palavras que tinha vontade de contar a Steve e o encarou com a máxima frieza possível.

– Eu desisti da ajuda de vocês. Simples assim. – Disparou com a entonação mais arrogante que conseguiu.

Ela deu as costas para todos os Vingadores e correu para a Torre Stark. Não esperou a resposta de Steve, mas teve tempo o suficiente para ver o olhar de decepção surgir nele; tinha feito a coisa certa, tinha que proteger a Terra sem que nenhum de seus amigos ficassem no fogo cruzado.

Caso a luta viesse a ocorrer na Terra, eles saberiam se virar, mas ela precisava sair dali para conter o dano colateral.

Virou a rua da Torre e entrou no local sem restrição dos seguranças, J.A.R.V.I.S a cumprimentou costumeiramente, o que significava que Tony não havia banido-a do local.

Subiu até o último andar da torre e se dirigiu a Genova, que ainda estava parada no galpão completamente selada e pronta para partir. Estelle havia se certificado de colocar mantimentos na nave e instalar alguns equipamentos enquanto Tony se divertia com o propulsor.

Caminhou lentamente na direção da nave e deu um salto para trás quando viu Tony em sua armadura e Steve Rogers encarando-a ao lado de Genova.

Os dois Vingadores não pareciam cansados apesar de Estelle ter corrido por dezenas de quadras, quilômetros talvez. Aliás, surpreendentemente, nem ela estava.

– O que. Como... ? – Perguntou atordoada.

– Por favor. – Tony disse de forma egocêntrica. – Armadura de bilionário que atravessa países em minutos.

– Super soldado. – Steve completou.

Justificava muita coisa.

– Deviam ter ficado lá. – Estelle resmungou.

Steve se aproximou dela, estava com o uniforme com as cores da bandeira americana e em suas costas, um escudo de mesma tonalidade.

– Estellise, acha mesmo que nós a deixaremos seguir sozinha? Viemos ajudá-la. – Estelle jurou ver um pequeno sorriso surgir no canto da boca de Steve, mas não tinha certeza.

– Vocês podem morrer. – Ela murmurou, sem conseguir tirar os olhos do soldado.

– Blá, blá, blá, mi, mi, mi. – Tony revirou os olhos. – Terminou a ladainha de toda menina coitada que é fã de filmes de vampiros?

– Fã do que? – A jovem entortou a cabeça.

– Deixa pra lá. – Tony resmungou.

– É um filme de romance para adolesce--- e, não era para eu ter explicado a referência. – Steve abaixou a cabeça no momento em que Tony o fuzilou com o olhar. – De todo modo, iremos com você.

Estelle não sabia dizer o que era mais estranho: Se Tony acompanhá-la de forma altruísta ou Steve se oferecer para viajar pelo espaço, apesar de ser uma pessoa completamente à moda antiga que sequer tinha um comunicador que nem os demais humanos.

– Vocês têm certeza? - Ela perguntou cautelosamente. – O espaço é completamente diferente daqui.

– Tony aceitou vir comigo por causa de toda essa... tecnologia. – Steve explicou com as maçãs do rosto ficando ligeiramente vermelhas. – Natasha, Clint, Sam e Bruce ficarão de prontidão caso algo aconteça.

A jovem abriu um pequeno sorriso no canto da boca, torto mas adorável. Ela estendeu a mão na parede metálica de Genova e a mesma se abriu com sutileza.

– É bom que saibam onde estão se metendo.

– Oh, eu tenho certeza de que não faço ideia do que seja, mas que envolverão alienígenas e uma viagem espacial. – Tony disse. A armadura se desprendeu de seu corpo e caminhou sozinha para dentro da nave.

Estellise riu da forma irônica como Tony lhe respondeu. Ela subiu na Genova e agilizou para encontrar o cockpit. Estava completamente limpo e restaurado, os vidros estavam maiores bem como as poltronas pareciam mais confortáveis.

Trabalho de Stark provavelmente, ele já deveria prever que iria viajar com ela e havia mandado colocar um pouco de conforto rico ali.

Haviam 5 poltronas na área de pilotagem, todas de tonalidade bege e completamente fofas. Estelle se sentou na principal e tocou no manche com delicadeza, fazia pouco tempo que havia deixado a Genova, mas pareciam anos. Tanta coisa havia acontecido até chegar ali que tinha medo de ter perdido a prática.

– E então? – Tony perguntou impacientemente. Estava com uma blusa preta e jeans colados ao corpo, ao seu lado Steve parecia inquieto.

– Não acha melhor sentar e colocar os cintos? – Estelle indagou.

Antes de responder, o comunicador de Steve e Tony tocaram em uníssono, até mesmo a Genova pareceu ressoar em conjunto. Estellise descobriu naquele instante que o maldito Stark havia feito algumas instalações clandestinas em sua amada nave e que o comunicador era apenas o início.

Ao lado direito de Estelle surgiu o holograma de Natasha, praticamente apenas seu rosto. Ela estava correndo e ofegava muito enquanto encarava a câmera.

– ‘Tasha? – Steve olhou surpreso.

– O que foi, Romanoff? – Tony interveio.

– Você pediu para vigiarmos o estado da mulher azul, pois bem Stark. Ela acordou e entrou numa nave. Tentamos impedir. – Ela disse apressadamente.

– E não deu certo, imagino.

– Estamos levando Barton para a Torre Stark, ele está ferido. – Ela respondeu.

A imagem mudou o foco quando tudo tremeu, atrás de Natasha uma figura imensa e verde saltava apressadamente e ultrapassou a Viúva Negra sem qualquer problema. O Hulk disparou na direção que deveria ser o caminho para a Torre.

Natasha voltou a aparecer no comunicador.

– Sam está comigo, não se preocupem. Vão logo! – Ela gritou.

A conexão caiu, deixando apenas o silêncio.

– Bom... ? – Steve interrompeu o pensamento de todos.

Estellise assentiu com a cabeça e começou os preparativos para a decolagem. Se conhecia bem a fama de Nebula, ela devia estar vindo atrás deles e não de uma forma amigável.

Genova começou a tremer levemente, fazendo com que Steve se sentasse imediatamente no banco e apertasse os cintos; se não o conhecesse, Estelle diria que o soldado estava com medo, mas tendo ouvido histórias sobre suas façanhas, achava isso impossível.

Tony pigarreou tentando esconder a risada.

– Picolé com medinho?

– Não.

– Claro que está. – Debochou o bilionário.

Parte do teto da Torre Stark se abriu, deixando o caminho para a decolagem sem qualquer empecilho. Tony respirou fundo e se sentou ao lado de Steve e atrás de Estelle, a jovem olhou para os aparelhos de sua nave.

– Então se segurem.

– Motores de propulsão ligados. Sistema antigravidade acionado. Oxigênio em níveis estáveis. Estão prontos para seguir viagem. – A voz de J.A.R.V.I.S passeou pelos quatro cantos de Genova.

Com um olhar mortal, Tony deu de ombros. Mais uma de suas melhorias na nave e que ela desaprovava completamente.

Genova deu um tranco e seguiu para o ar, ganhou cada vez mais altitude e inclinou verticalmente o corpo de todos os ocupantes. Estellise olhava fixamente para o mapa piscando ao lado direito, onde estivera o holograma de Natasha e agora apontava a rota escolhida por ela.

A nave tremeu novamente quando atravessou a primeira barreira, a estratosfera. E aumentou ainda sua velocidade. Neste instante, Estelle viu a nave de Nebula a seguindo e se preocupou ainda mais; precisava sair dali o mais rápido o possível e deixá-la para trás.

Com a velocidade ainda maior, todos ficaram colados no banco enquanto a nave dava solavancos.

– WOW! – Tony berrou atrás dela.

A vontade de rir só não foi maior que a preocupação, mas Estelle riu ao ver que Steve seguiu o companheiro e também soltou um grito. Era a forma de extravasar a tensão.

Mesosfera, Termosfera, Exosfera e além. Estavam no espaço, cruzando as dezenas de satélites como se fossem carros em uma rodovia, passaram pela Lua e não pararam.

– Aquela era... ? – Steve disse surpreso.

– A lua? Sim. – Tony sorria.

– Continuem se segurando, senhores. Nebula está atrás de nós e não dá para diminuir a velocidade, aproveitem o passeio. – Estelle disse.

A nave avançou tão rápido que qualquer planeta passava num borrão pelos vidros. Estelle tinha vontade de ver o sistema solar com mais tranquilidade, sentiu-se triste de abandonar novamente seu planeta sem sequer ter a chance de conhecê-lo, mas era preciso.

Ela apertou alguns botões e a voz de J.A.R.V.I.S a cumprimentou educadamente.

– Mande uma mensagem a Peter Quill, diga que chegaremos em algumas horas. Ou melhor, mande mensagem com cópia para Yondu. Os endereços estão no sistema. – Estelle disse.

Imediatamente, senhorita Maats.

Ela se deteve a concentrar toda sua atenção na pilotagem, desviou de alguns asteroides enquanto ouvia os gemidos de Tony e Steve que ainda não tinha se acostumado com as viradas bruscas.

Estelle localizou um local perfeito para atingir o ponto FTL de sua nave e seguir viagem para Knowhere.

Sistemas FTL ativados. Prontos para o próximo salto.

– J.A.R.V.I.S é muito útil, pelo visto. – Estellise disse. – Bom, iniciando o sistema em 3... 2...

Não houve tempo de contar até o 1, Tony gritou novamente abafando a voz da jovem enquanto a nave desaparecia espaço adentrou.

Ela se divertiu ao ver a tentativa de Steve manter a calma ao ver que estavam no espaço, viajando de uma forma que ele nunca havia sonhado.

Após alguns minutos que se estenderam como horas, Estelle se certificou de que Nebula havia perdido Genova e que estavam seguros para prosseguir a uma velocidade mais aceitável. Desligou os propulsores FTL e a nave enfim começou a viajar tranquilamente, para o conforto dos demais passageiros.

Estelle se desprendeu do cinto e caminhou até os dois Vingadores. Steve havia tirado o seu e se erguia para falar com a jovem, mas parou no meio do caminho quando ele e Estellise observaram a cara amedrontada de Tony e a forma como ofegava.

– Oh, estava com medo? – Steve devolveu a fala.

– N-Não. – Ele tremeu ao tirar o cinto, demorou mais do que o normal, mas se ergueu e ficou diante deles. – Apenas não estou acostumado a viajar sem estar... no controle.

– Certo.

– Se me derem licença, agora que podemos nos locomover, preciso ir ao... toalete. – E caminhou apressadamente, desaparecendo entre as portas metálicas.

Estellise segurou o riso sendo seguida por Steve. Imaginava o que Tony iria fazer no banheiro, pois as necessidades não enquadravam em suas suposições.

Os dois então estavam sozinhos no cockpit, o silêncio constrangedor tomou conta. Estelle não sabia como começar a explicar sua saída repentina do bar e nem a forma como havia tratado o super soldado.

Para sua sorte, não precisou fazer nada.

– Bem potente sua nave, aonde estamos exatamente? – Ele começou a falar. Parecia acanhado.

– Fora do sistema solar, imagino. – Respondeu e notou a surpresa do capitão. – Se usássemos a tecnologia convencional terráquea, de acordo com Tony, só chegaríamos aqui depois de uns 50 ou 70 anos.

– É um bom tempo.

– É praticamente uma vida. Imagina? Perder tanto tempo assim, como se estivesse dormindo?

Ela notou a expressão de Steve se converter para uma entristecida, arrependida até. Culpou-se mentalmente por ter entrado em um tópico aparentemente desagradável ao homem, tinha a fama de ser extremamente inconveniente quando não queria e tinha conseguido novamente a façanha.

Contraiu toda a face, sabendo do erro que havia cometido, mas paralisou quando Steve tocou as mãos em seu ombro.

– Mais do que ninguém, eu sei como é perder tanto tempo e não poder voltar, sabe, para consertar as coisas.

Steve muito próximo de Estelle. Ela podia sentir a respiração do soldado perto de seu rosto e não conseguia se mover, não queria sair dali; ficou admirando os olhos azuis cintilantes do Vingador enquanto ele continuava a falar.

– Eu lutei muito contra isso, Estelle. Achei que não teria mais o direito de sentir, não me achei digno. – Ele ia falando. – 70 anos foi tempo o suficiente para aprender que eu estava errado.

Seu olhar repousou sobre os lábios de Estellise e a mesma engoliu seco. Não havia se movido um milímetro desde a aproximação do soldado, sentia-se cada vez mais atraída a se jogar nos braços de Steve e nunca mais sair dali, mas também não se sentia digna disso.

Havia enganado todos, escondia muitas coisas para poupá-los de problemas com Ronan e Thanos. Mas naquele momento, não queria se lembrar disso, tinha uma pessoa maravilhosa diante dela, olhando-a com uma expressão amável.

Estellise soltou um suspiro audível quando Steve tocou em sua cintura e se aproximou de seus lábios, fechou os olhos instintivamente, curvando o rosto na direção do soldado. O coração batendo mais acelerado do que nunca, apesar de segurar a respiração.

Mas não sentiu nada, sequer foi beijada. Abriu os olhos, confusa, e olhou em volta; viu Steve ficando completamente vermelho, levando a mão na cabeça e dando as costas, então notou que Tony estava parado, na entrada da cabine com a sobrancelha arqueada e rosto completamente molhado.

– T-T-T-ony? – Ela gaguejou perdendo a força nas pernas.

– Eu acho que preciso vomitar de novo. Se me dão licença... – Ele virou visivelmente enojado.

A garota se voltou para Steve que ainda estava tão vermelho quanto ela.

– Ia falar alguma coisa, Steve? – Ela deixou os cabelos se soltarem e os alisou para trás com a mão, tentou procurar falar algo que os distanciasse daquele momento embaraçoso.

Rogers não a encarou diretamente, caminhou até o outro lado do cockpit e deixou a sala, mas não antes de falar:

– Você fica bonita quando deixa o cabelo solto.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo ENFIIIIIM poderei apresentar os Guardiões. Aguardem!