Desespero escrita por BellatrixOrion
Notas iniciais do capítulo
Oi mi'na! Tudo bem??
Nem demorei viu?
Enfim, sem enrolação!
Boa leitura!
Escuridão
Não existe maior loucura no mundo do que um homem entrar em desespero.
(Desconhecido)
Seus olhos cor esmeralda abriram-se lentamente. As pálpebras recuando enquanto piscava atônita, ajustando suas íris à falta de iluminação. Manchas escuras recaíram como toldos sobre elas, bloqueando sua visão e desencadeando uma forte vertigem que se alastrou por todo seu corpo.
A obscuridade ao derredor era capaz de tornar o presente cenário ainda mais desconhecido e nebuloso. Não importava para qual direção, de norte a sul ou de leste a oeste, ela não era capaz de enxergar nem ao menos um palmo diante dos seus olhos.
Não existia nada.
Simplesmente nada.
Sakura pôs-se de pé com dificuldade, sua cabeça latejava de modo colossal enquanto que o peito, por outro lado, parecia estar estranhamente vazio. Ela movia seus pés em um ritmo lento enquanto seu cérebro os obrigava a se arrastarem para mais e mais dentro das trevas, nunca a permitindo continuar no mesmo lugar por mais de alguns segundos. Ela caminhava sempre seguindo em frente, olhos estreitos, respiração acelerada e batimentos alterados. Suas mãos estavam estendidas a fim de evitar que se colidisse com qualquer coisa que existisse no meio de todo aquele breu.
Algo que poderia estar a aguardando naquele exato momento, observando-a em silencio, preparando-se para dar o bote fatal.
Sim, isso parece coisa de gente paranoica. Mas é esse o papel da escuridão, não é? Trazer medo. Desespero. Inseguranças... Ela explora os cantos mais sombrios e sórdidos da mente humana, onde apenas ela pode alcançar, pode interferir...
Pode dominar.
Maldito é aquele que permite ter sua mente dominada, mas todos somos feitos de carne, falhos, estamos sujeitos a esse tipo de guerra contra nós mesmos.
Ela não tem um 'fim'.
Ela nos perseguirá até o dia em que será anunciada nossa morte. Até o dia em que nossas forças para lutar serão completamente drenadas... Até o dia em que ela poderá nos domar.
Depois de alguns minutos, ou talvez horas, ela não sabia ao certo, seu arrastar de pés chegou ao fim. Sakura trincou o maxilar e todos os músculos de seu corpo ficaram tensos.
Era sutil, mas um nevoeiro começava a nascer de dentro da penumbra. A neblina parecia estar dançando com o ar. Ambos se moviam de maneira graciosa e requintada em sua própria melodia.
Quanto mais o tempo passava, mais denso ficava o nevoeiro, mais o cenário se clareava e mais trepidante Sakura ficava. Porém, quando finalmente tudo foi tomado pela bruma, uma, ou melhor, várias imagens começaram a ser criadas a partir dela. Os traços aos poucos tomaram forma, e através deles a jovem pode reconhecer as figuras em analise.
Tratava-se de uma porta.
Várias delas.
Sem maçanetas nem fechaduras.
O panorama assemelhava-se a um longo corredor com centenas e mais centenas de passagens. A Haruno franziu o cenho imaginando o que tantas portas estariam fazendo no meio do nada enquanto já criava, automaticamente, mil e uma possibilidades em sua mente fértil e um tanto confusa naquele momento.
Mas, não tendo muitas opções a seu favor, entre permanecer ali com a possibilidade de ser novamente tragada pela escuridão e abrir, ela, como qualquer outra pessoa, decidiu arriscar, fantasiando que talvez, e somente talvez, houvesse algo depois de alguma daquelas portas.
Algo que não fosse mais e mais obscuridade.
Enquanto verificava as passagens e decidia-se por qual abrir, Sakura notou um vago rastro, um vestígio semi-apagado que trouxe a ela uma sensação inquietante. A sensação fria percorreu toda a extensão dos seus membros até alcançar as pontas dos dedos das mãos e dos pés.
Seu maxilar estava travado e suas unhas haviam se enterrado fundo na palma de suas mãos enquanto ela seguia com determinação o rastro deixado por se-sabe-lá-o-quê. A mente da Haruno estava nebulosa, confusa. Mas ela recusava-se a desistir agora.
Uma voz distinta reverberou ao fundo de seu cérebro, grave, forte, inquestionável. E Sakura se prendeu a ela com todas as suas forças. Cercada por uma densa cortina de fumaça, lentamente, ela se aproximou da porta que emitira o som.
O suor frio já escorria por sua face.
A respiração pesada da Haruno deu uma súbita fisgada em sua garganta enquanto ela colocava as duas mãos sobre a superfície desgastada, fazendo um pequeno esforço e a empurrando, suas dobradiças rangeram e de forma lenta e vagarosa, finalmente a porta se abriu.
E... Podemos dizer que se Sakura pudesse escolher agora, ela, sem sombra de dúvidas, teria escolhido a escuridão.
...|I*I|...
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Espero que tenham gostado e não deixem de dizer o que acharam!
Até o próximo! ^^