Desespero escrita por BellatrixOrion


Capítulo 2
Escuridão


Notas iniciais do capítulo

Oi mi'na! Tudo bem??
Nem demorei viu?

Enfim, sem enrolação!
Boa leitura!



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Escuridão

Não existe maior loucura no mundo do que um homem entrar em desespero.

(Desconhecido)

 

Seus olhos cor esmeralda abriram-se lentamente. As pálpebras recuando enquanto piscava atônita, ajustando suas íris à falta de iluminação. Manchas escuras recaíram como toldos sobre elas, bloqueando sua visão e desencadeando uma forte vertigem que se alastrou por todo seu corpo.

A obscuridade ao derredor era capaz de tornar o presente cenário ainda mais desconhecido e nebuloso. Não importava para qual direção, de norte a sul ou de leste a oeste, ela não era capaz de enxergar nem ao menos um palmo diante dos seus olhos.

Não existia nada.

Simplesmente nada.

Sakura pôs-se de pé com dificuldade, sua cabeça latejava de modo colossal enquanto que o peito, por outro lado, parecia estar estranhamente vazio. Ela movia seus pés em um ritmo lento enquanto seu cérebro os obrigava a se arrastarem para mais e mais dentro das trevas, nunca a permitindo continuar no mesmo lugar por mais de alguns segundos. Ela caminhava sempre seguindo em frente, olhos estreitos, respiração acelerada e batimentos alterados. Suas mãos estavam estendidas a fim de evitar que se colidisse com qualquer coisa que existisse no meio de todo aquele breu.

Algo que poderia estar a aguardando naquele exato momento, observando-a em silencio, preparando-se para dar o bote fatal.

Sim, isso parece coisa de gente paranoica. Mas é esse o papel da escuridão, não é? Trazer medo. Desespero. Inseguranças... Ela explora os cantos mais sombrios e sórdidos da mente humana, onde apenas ela pode alcançar, pode interferir...

Pode dominar.

Maldito é aquele que permite ter sua mente dominada, mas todos somos feitos de carne, falhos, estamos sujeitos a esse tipo de guerra contra nós mesmos.

Ela não tem um 'fim'.

Ela nos perseguirá até o dia em que será anunciada nossa morte. Até o dia em que nossas forças para lutar serão completamente drenadas... Até o dia em que ela poderá nos domar.

Depois de alguns minutos, ou talvez horas, ela não sabia ao certo, seu arrastar de pés chegou ao fim. Sakura trincou o maxilar e todos os músculos de seu corpo ficaram tensos.

Era sutil, mas um nevoeiro começava a nascer de dentro da penumbra. A neblina parecia estar dançando com o ar. Ambos se moviam de maneira graciosa e requintada em sua própria melodia.

Quanto mais o tempo passava, mais denso ficava o nevoeiro, mais o cenário se clareava e mais trepidante Sakura ficava. Porém, quando finalmente tudo foi tomado pela bruma, uma, ou melhor, várias imagens começaram a ser criadas a partir dela. Os traços aos poucos tomaram forma, e através deles a jovem pode reconhecer as figuras em analise.

Tratava-se de uma porta.

Várias delas.

Sem maçanetas nem fechaduras.

O panorama assemelhava-se a um longo corredor com centenas e mais centenas de passagens. A Haruno franziu o cenho imaginando o que tantas portas estariam fazendo no meio do nada enquanto já criava, automaticamente, mil e uma possibilidades em sua mente fértil e um tanto confusa naquele momento.

Mas, não tendo muitas opções a seu favor, entre permanecer ali com a possibilidade de ser novamente tragada pela escuridão e abrir, ela, como qualquer outra pessoa, decidiu arriscar, fantasiando que talvez, e somente talvez, houvesse algo depois de alguma daquelas portas.

Algo que não fosse mais e mais obscuridade.

Enquanto verificava as passagens e decidia-se por qual abrir, Sakura notou um vago rastro, um vestígio semi-apagado que trouxe a ela uma sensação inquietante. A sensação fria percorreu toda a extensão dos seus membros até alcançar as pontas dos dedos das mãos e dos pés.

Seu maxilar estava travado e suas unhas haviam se enterrado fundo na palma de suas mãos enquanto ela seguia com determinação o rastro deixado por se-sabe-lá-o-quê. A mente da Haruno estava nebulosa, confusa. Mas ela recusava-se a desistir agora.

Uma voz distinta reverberou ao fundo de seu cérebro, grave, forte, inquestionável. E Sakura se prendeu a ela com todas as suas forças. Cercada por uma densa cortina de fumaça, lentamente, ela se aproximou da porta que emitira o som.

O suor frio já escorria por sua face.

A respiração pesada da Haruno deu uma súbita fisgada em sua garganta enquanto ela colocava as duas mãos sobre a superfície desgastada, fazendo um pequeno esforço e a empurrando, suas dobradiças rangeram e de forma lenta e vagarosa, finalmente a porta se abriu.

E... Podemos dizer que se Sakura pudesse escolher agora, ela, sem sombra de dúvidas, teria escolhido a escuridão.

...|I*I|...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e não deixem de dizer o que acharam!
Até o próximo! ^^