Kaos - O Encontro Com Eris escrita por PaulaRodrigues


Capítulo 1
Singapura




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Vocês devem se lembrar do que aconteceu da última vez, do beijo que Elizabeth dera em Jack que o levara à morte, que fez ele ser devorado pelo Kraken e também sabem o quanto estou nervosa com essa situação. Agora eu sou a Capitã e estou muito diferente de antes. Vocês logo vão notar isso. A canção dos piratas foi cantada, posso sentir pelo vento. Estamos em tempos obscuros para piratas agora, estamos sendo caçados furiosamente pela corte, mas isso não vai me impedir de ir atrás de Jack e trazê-lo de volta do Tártaro.

Eu estava sentada amolando minha espada, ao lado de Barbosa.

– Não entendo porquê eu não posso ir e Elizabeth foi - eu disse olhando Elizabeth se aproximar remando o barquinho e cantando a canção dos piratas.

– Você não entende? Mesmo? Tem certeza?

– Tenho - virei para ele encarando-o com raiva.

– Olhe quanta raiva você carrega.

– Bom que mato todos rapidamente.

– Isso não ajudará querida, só trará mais problemas.

– Uma morte rápida e instantânea que nem dá tempo de deixá-los pensar?

– Você não é capaz disso - ele disse se divertindo.

Me levantei e o peguei pela gola da camisa, trazendo o rosto dele bem perto e encarando-o.

– Você acabou de voltar dos mortos Barbosa, você não tem ideia do quanto mudei enquanto estava morto pela bala que dera a Jack Sparrow. Não sou a Kaos recém saída de Port Royal mais.

– Mas pode morrer facilmente - ele colocou uma faca na minha barriga e eu sorri.

– Quer mesmo brincar com uma pessoa marcada dos deuses Barbosa? - não tirei meus olhos dos olhos dele, consegui colocar o medo no fundo de sua alma e por mais estranho que pareça, consegui ver o medo, a criança encolhida no canto com medo do castigo e senti a faca se afastando da minha barriga.

– Precisamos prosseguir o plano - ele disse e eu o soltei.

– Uma canção perigosa de se cantar, principalmente para uma mulher sozinha - disse um chinezinho para Elizabeth.

– E quem disse que ela está sozinha? - disse Barbosa enquanto ele se aproximava.

– Você a protege? - ele perguntou e Elizabeth foi atrás dele com uma faca enquanto os outros se aproximaram para ameaçá-la.

Cheguei em um salto pelo outro lado ficando no meio desses outros dois, com a minha espada ao contrário próxima da garganta de um e a outra espada apontada na garganta do outro.

– Quem disse que preciso de proteção? - disse Elizabeth.

– Seu patrão nos aguarda - disse Barbosa. - E a minha amiga ali atrás está louca para arrancar algumas cabeças - ele se referia a mim. - E eu acredito que mortes inesperadas não seriam boas para o encontro.

Os que eu estava com espadas na garganta me olharam um pouco assustados. Eu não passava tanto medo assim por causa do meu rosto que era doce como o da minha mãe e astuto como o do meu pai, o que conseguia me dar um pouco de moral, mas eu estava com raiva e matar seria a coisa mais fácil pra mim, consegui treinar bastante nesse meio tempo.

De repente escutamos passos de soldados. O que eu estava apontando a espada disse para nos escondermos no canto da parede e todos nós obedecemos, mas eu ainda estava com a espada ao contrário no pescoço do outro. Então os soldados passaram, eles caçavam piratas e eu conhecia aquelas roupinhas ridículas, eles eram de Port Royal. Ainda bem que saí de Port Royal na época certa, senão eu seria uma das primeiras a morrer.

Então o que Elizabeth ameaçava antes, começou a andar e entrou em um túnel, eu liberei o rapaz e eles o seguiram. Fui na frente, Elizabeth atrás de mim e Barbosa atrás dela. Entramos em um túnel úmido que parecia esgoto, saímos e voltamos a andar pela cidade. Elizabeth começou a caminhar ao lado de Barbosa e eu na frente dos dois.

– Teve notícias do Will? - Elizabeth perguntou.

– Eu creio que o jovem Turner conseguirá os mapas, mas ousaria enfrentar Sao-Fei sozinha?

– Ele é tão assustador? - ela perguntou como se fosse algo insignificante e eu revirei os olhos. Elizabeth quando se achava se tornava ridícula. Ou eu que estava com raiva dela e achava tudo nela ridículo.

– Parecido comigo, mas sem ser misericordioso e jogar limpo.

– Então ele é fichinha - eu disse olhando para Barbosa e dando uma risadinha.

Ele fez uma careta. Não sei porquê mas a minha diversão era irritar Barbosa, afinal, ele queria ser o Capitão e às vezes eu deixo, mas quando eu quero que a minha ideia prevaleça eu falo que eu sou a Capitã e coloco ele pra baixo.

Então paramos de frente a uma porta, um dos chineses bateu na porta gigante e vermelha meio suja, três vezes, uma portinhola abriu e ele gritou um "hoy" e a porta abriu. Todos nós entramos e fomos recepcionados por um outro chinês - pelos deuses, todos tinham a mesma cara suja - que mandou entregar nossas armas. Entreguei minhas duas espadas e minha faca de bolso, eram as únicas armas que eu andava havia um tempo. Começamos a andar e ele colocou a mão em frente ao meu rosto e apontou para Elizabeth.

– Acha que por serem mulheres não suspeitaremos de traição?

– É mesmo... vendo por esse ângulo - disse Barbosa se divertindo e eu comecei a rir abrindo os braços.

– Querido, olha o decote dessa roupa, olha minha barriga de fora, olha minha calça colada, essas botas que são a conta da minha perna e essa jaqueta fina, acha mesmo que tem alguma arma aqui? Me recuso a tirar minha roupa, o máximo que posso tirar pra você é a minha jaqueta - ele esticou a mão e pediu a jaqueta. Tirei meio impaciente e o entreguei, ficando só com a minha camiseta vinho.

Ele então olhou para Elizabeth e ela começou a tirar e apareceram um monte de armas que até eu fiquei surpresa. Aah Senhorita Elizabeth, ia comprometer a nossa missão com essa traição. Esses seres que se acham piratas... e depois tirou uma bomba e mais uma arma de vai saber de onde. Pelos deuses minha filha, pra que isso tudo? Então finalmente íamos entrar, mas ele parou Elizabeth outra vez.

– Tem mais - ele deu um sorrisinho.

Elizabeth então ficou só com uma blusa gigante enquanto entrávamos numa espécie de sauna cheia de homens nojentos, alguns gordos, com tatuagens, o local tinha muito vapor, o que começou a me fazer suar e minha camiseta começou a ficar mais colada, ao mesmo tempo que os homens olhavam as pernas de Elizabeth, eles olhavam meus peitos. Me senti bastante incomodada, devo admitir. Barbosa estava na nossa frente e Elizabeth logo atrás de mim. Alguns homens eram como os da tripulação de Davy Jones, cheio de mariscos na cara e ficavam na banheira, parecia que estavam ali há séculos e então finalmente chegamos na origem do vapor, onde um chinês estava de costas e de braços abertos e duas chinesas magrinhas e completamente vestidas de roupão estavam uma em cada lado. Ah, ele também estava de roupão, graças aos deuses.

Ele se virou para nós, Barbosa se curvou alegremente e mandou eu e Elizabeth fazer o mesmo e eu abaixei minha cabeça ainda olhando pra ele.

– Capitão Barbosa. Bem-vindo à Singapura - ele disse, cheirou um paninho vermelho e mandou pedir mais vapor. A chinesinha se curvou e foi puxar uma corda, segundos depois mais vapor subiu. Ele começou a se aproximar de Barbosa - Ouvi dizer que você tem um pedido a me fazer.

– É mais uma proposta do que um pedido - disse Barbosa. - Estou à caminho de uma aventura e me encontro sem tripulação e um navio.

– É mesmo uma coincidência - ele começou a coçar a careca com suas unhas enormes e pretas de podre, eu acho.

– Você ter um navio com tripulação sobrando? - perguntou Elizabeth.

– Não... - sua careca tinha muitas cicatrizes e ele estava pensativo - porque hoje cedo, perto daqui, um ladrão invadiu o templo do meu tio e tentou sair com isto - ele mostrou o mapa em sua caixinha redonda, o mapa que precisávamos para ir ao fim do mundo. Barbosa olhou para Elizabeth e depois para mim. - As Cartas de Navegação. A rota do mais distante portão - ele jogou o mapa com raiva para um de seus capangas. - Não seria incrível se essa aventura de vocês levasse a um mundo além deste?

– Seria desafiar a lógica, não é? - disse Barbosa com uma risadinha.

Ele se afastou dando uma risadinha e eu pensei que agora estávamos mortos. Ele então olhou para o lado e balançou a cabeça. Olhamos para a direção apontada e dois capangas levantaram uma pessoa amarrada a um pedaço de madeira, que depois que a água desceu do rosto, percebi que era Will. Ficamos calados, fingimos que não o conhecíamos.

– Este é o ladrão - ele apontou para Will. - O rosto dele é familiar a vocês? - todos nós balançamos a cabeça negativamente. Então ele tirou uma estava bem grossa e disse: - Então acho que ele não precisa mais de um rosto - e então fez força para enfiar contra o maxilar de Will e Elizabeth gritou desesperada e todos riram. Ele guardou a estaca e começou a andar em nossa direção. - Vocês vêm à minha cidade e vocês traem a minha hospitalidade...

– Sao-Fei, eu não fazia ideia de que...

– Acha que sou cego! - ele gritou e todos os capangas se aproximaram. - O que você quer é chegar ao baú de Davy Jones - nós já chegamos querido. - E eu não posso deixar de me perguntar: por que?

Barbosa jogou uma moeda para ele, ele pegou, cuspiu nela e colocou no ouvido. Pude ouvir um chiado, como se a moeda cantasse.

– A canção foi cantada - disse Barbosa - e a hora chegou. Devemos convocar a Corte da Irmandade - okay, isso eu não conhecia. - Como um dos dez lordes piratas você deve honrar o chamado.

Sao-Fei pediu mais vapor, mas o vapor demorou e ele pediu de novo e dessa segunda vez ele veio.

– Há um preço por suas cabeças, é verdade. Parece que o único jeito de conseguir algo hoje em dia é pela traição a outros piratas. Pelas contas das companhias orientais, do que vale a Corte da Irmandade? O que podemos fazer?

– Podem lutar! - Elizabeth começou a avançar e o cara a parou, mas ela mandou que ele a largasse. - Você é Sao-Fei, o Lorde Pirata de Singapura. Vai deixar essa era pirata morrer debaixo do seu nariz? Os piratas mais famosos de todo o mundo vão se unir contra o inimigo e você aqui acovardado na sua sala de banho.

Ele começou a se aproximar dela.

– Elizabeth Swan, você é mais corajosa do que aparenta, não é? E a aparência não deixa nada a temer. Mas eu não pude deixar de notar que você não respondeu à minha pergunta - ele apontou o dedo para Barbosa.

– Procura o quê no baú de Davy Jones?

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Realmente essa personagem Kaos se importa muito com Jack Sparrow e parece tão calada enquanto os outros resolvem tudo. Quem é Kaos e como surgiram esses sentimentos e o que acarretou a esse comportamento?

Kaos - A Filha de Simbad


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