Pov Malina

Após as aulas, reunimo-nos todos no portão, acompanhado o Goenji até ao táxi para ir para casa já que não podia treinar. Obviamente que não o deixaríamos ir de comboio como sempre fazia.

—Sinto muito.

—Não te preocupes, homem! Confia em nós! Passaremos a semi-final!- sorriu para o Mamoru, antes de me encarar.

—Vá lá. Não faças essa cara.

Ouvi risos por trás de mim. Era verdade que tinha passado a manhã toda a chorar por o Goenji não poder jogar, mas não conseguia evitar! Tinha um jogo à porta e ele não poderia participar. Suspirei. Avancei até ele, parando ao lado do meu primo, e sorrindo.

—Vê se descansas, ouviste? Quero...- senti a minha face aquecer num instante- Queremos-te no campo o mais rápido possível, ouviste?- sorriu-me uma vez mais. Senti algo diferente com este seu sorriso... Sentia que eles estavam... Doces.

—Prometo.- Voltou-nos as costas e entrou no táxi.

—Jogar sem o Goenji não tem graça nenhuma.- O Mamoru só se riu chamando o meu nome. Provavelmente devia estar farte de me ouvir dizer aquilo.

—E logo agora que vocês conseguiram fazer um remate tão bom.- O Domon foi o primeiro a comentar sobre isso.

—Sim! O Inazuma Ichigo!

—Inazuma Ichigo?

—Sim. Tiramos do caderno do nosso avô.- O Mamoru levantou-o para o poder ler- Ele teve a mesma ideia e deixou-a escrita. Inazuma Ichigo acontece quando o goleiro e um atacante realizam um remate combinado.- Encarou-me e deu um grande sorriso- Mas como eu queria fazer aquela técnica com a Malina e o Goenji, tive que improvisar na hora! E funcionou!- inicialmente fiquei espantada, mas logo sorri. Sabia da existência daquela técnica, já a tinha lido também, mas naquela hora não me lembrei dela e muito menos de improvisar no momento.

—Mamoru...- ele foi muito querido ao pensar em mim. Há muito que não corríamos os dois atrás de uma bola.

—O nosso avô era um autêntico génio, não acham?- todos pareceram desanimados.

—Mas se o Goenji não pode jogar, não a poderemos usar na semi-final.- Realmente o Handa tinha razão. Esquecemo-nos disso.

—Ainda que o Goenji não possa jogar, isso não tem porque afetar a equipa!- todos olhamos para o Domon- E no pior dos casos, também posso jogar.

—Tens razão! Deves esforçar-nos mais que nunca. Vamos lá, rapazes. Vamos correr.

—Sim!- todos obedecemos aos nosso capitão.

Após a nossa corrida à volta de toda a escola, o Mamoru pediu-nos para que nos reuníssemos na sede do clube. Provavelmente queria discutir sobre o nosso plano de jogo para a próxima partida e saber um pouco mais sobre os nossos adversários que... Nem sabíamos quem seria, já que ainda estava por decidir.

—Nos outros quartos de final vão enfrentar-se o Colégio Sobrenatural e o Instituo Otaku. Aquele que ganhar irá enfrentar-nos na semi-final.- Todos começaram a falar ao mesmo tempo a anuncio da Aki, interrogando-se quem seriam os outros.

—Com que então o Colégio Sobrenatural... Outra vez eles?- suspirei. Ainda me lembrava do quão arrepiante tinha sido o nosso último jogo.

—Melhoramos muito desde o último jogo. Não há nada que temer.- De certa forma ela tinha razão. Lembrando também o facto de que aquele "mau-olhado" foi desfeito por nós.

—E se eles também melhoraram, como será?- o Someoka podia ser um pouco mais positivo, além do mais estava a dar medo aos rapazes mais novos.

—Olha, e os seus rivais, a Otaku, o que sabes sobre eles? Que tipo de equipa são?- após as perguntas da Natsumi, a Aki pôs-se logo à procura da informação no seu pequeno bloco de notas. Levantei-me e corri até ela para ler também. Estava curiosa em relação a isso.

—É famoso pelo seu conhecimento, e tem alunos de todo o país com gostos muito particulares.- Aproximei-me um pouco mais para ler o que estava escrito.

—Esta pode ser a equipa mais fraca de todas as que participam no Football Frontier.- Ia continuar a ler até que a nota seguinte me deixou sem palavras.

—Mas o que é isto?!- a Aki foi a única que deixou escapar o seu espanto, mas ficou igualmente corada.

—O que se passa?- encaramo-nos meio constrangidas, e afastei-me. Não seria eu a ler aquilo.

—Está escrito aqui que... Antes do jogo, os jogadores passaram o dia num Maid Cafe.

—Um Maid Cafe?!- qual era o do Megane para ficar tão espantado? Talvez ele já tivesse ido a uma.

—Conta uma equipa assim não teremos problemas para ganhar.- O Max parecia realmente confiante.

—Está claro é que na semi-final vamos enfrentar outra vez o Colégio Sobrenatural.

—É o mais provável...- a ideia do Kurimatsu era algo a pensar.

—Se não temos o Goenji, será muito difícil poder vencê-los.

—Sim...- porque raio o Mamoru tinha que me relembrar desse horrível pormenor?

—Que noticia! Que noticia!- a voz da ouvia-se mesmo do outro lado da porta, que foi rapidamente aberta.

—O que se passa?- estava a deixar-me preocupa. Seria por causa do Goenji?!

—É o resultado do jogo dos quartos de final.- As batidas do meu voltaram ao seu ritmo normal- E vocês não vão acreditar!

Ela tinha razão. Era difícil acreditar no que nos tinha acabado de dizer.

—O Colégio Sobrenatural perdeu?- não podia acreditar. Eles eram tão fortes e perderam para a suposta equipa mais fraca do torneio? Como?

—Mas tipo de equipa é a Otaku para ter conseguido isso?- fazia-me a mesma pergunta que o Mamoru.

—Se queremos saber devemos informar-nos...- todos nos voltamos para trás, ouvindo o Megane- No Maid Cafe.- Todos ficamos espantados com o que ele dissera- Se o Colégio Sobrenatural sendo forte como é, perdeu, deve de haver algum segredo, e eu pessoalmente creio que a razão se encontra nesse Mais Cafe.- Começou a aproximar-se, parando junto do nosso capitão- Vamos até lá, amigo Endou.

—Ma-Mas...

—Pensa que não sabemos nada do Instituto Otaku!- após quase se atirar para cima do Mamoru para o persuadir, levantou-se com toda a convicção- Este é o melhor sistema para conseguirmos a melhor informação que precisamos para ganhar o próximo jogo!

O Mamoru olhou para mim como se me perguntasse o que deveria fazer. Limitei-me a encolher os ombros. Agradecia que pedisse a minha opinião, mas a última palavra seria sempre dele.

—Já entendi... Muito bem! Então vamos!

—A sério?!- devia realmente ter-lhe dito para não irmos!

*

O Mamoru acabou por decidir que iríamos naquela mesma tarde. Tivemos todos que nos ir vestir para ir até lá. Qualquer uma das ajudantes recusou acompanhar-nos até ao café, já eu era obrigada a acompanhar a equipa como jogadora que era. E enquanto vestia o uniforme escolar, como a pensar e depois agradecer pelo facto do Goenji não estar connosco. Lamentava por estar magoado, mas não podia ter vindo numa melhor hora!

E ali estávamos... Em frente ao Maid Cafe. Vendo as portas abrirem-se de par em par.

—Bem vindos a casa, mestres!

Foi a maneira como três empregadas do café nos receberam. Alguns dos rapazes pareciam embasbacados, outros estavam coradas, só o Megane parecia feliz. Como agradecia por o Goenji não estar presente! E também porque elas eram mesmo muito bonitas. Suspirei antes de ser a única a avançar.

—Tem mesa para treze, por favor?

—Claro que sim! Venham por aqui, por favor!- pediu-nos com gentileza a rapariga do meio, a qual seguimos.

Passamos por todo o café. Um espaço colorido, meio rosado, com um bom aroma no ar. Todas as empregadas tinham um sorriso nos lábios e serviam todos com muita gentileza. Para além delas, e de mim, haviam mais duas clientes, de resto era tudo homens, o que não era de admirar, claro. Sentamos todos, espalhados em várias mesas. Eu fiquei na mesma que o Mamoru que insistiu ficar comigo.

—Então é assim que são os Mais Cafe.- Murmurou.

—Sim. Até é bem agradável, não?!- peguei no menu e comecei a lê-lo para decidir o que pedir.

—Claro. Dizes isso porque o Goenji não veio, não é?

—O quê?!- atrapalhada com o que ele dissera, deixei o menu cair na mesa- Mamoru!

—Achas que já não percebi?- o sorriso dele só mostrava a sua convicção.

—Não é nada disso!- voltei a agarrar no menu e comecei a ler.

—O menu está ao contrário.- Pu-lo rapidamente direito, atrapalhada com a situação. Suspirei. Do que valia negar-lhe? Era das pessoas que melhor me conhecia. Sorri- Ora! Não é momento para falar sobre isso.- Ambos nos rimos.

—E digam-me, o que vão beber?!- a que nos acompanhou até às mesas, era a mesma que nos serviria. Só naquele momento o meu primo olhou para o menu com atenção.

—Mas... Mas o que é tudo isto?- ri-me ao vê-lo cada vez mais corado.

—Já sabe o que vai querer?!

—Pois... Isto... Bem...

—Do que se refere, senhor?!- escondi a face por trás do menu para evitar rir à gargalhada ao ver o Mamoru cheio de embaraço com a aproximação dela.

—Um chá... Com leite.

—Muito bem! Chá com leite!- e anotou- E para si?- olhei uma vez mais para o menu.

—Pode ser um chá de jazmin!

—E um chá de jazmin! Trago em seguida!- mal ela se foi embora, o Mamoru deu um longo suspiro, deixando cair os braços e cabeça em cima da mesa.

—Fizeste-o muito mal!- a que se referia o Megane?- Quando vamos a um Maid Cafe, devemos deixar-nos guiar por elas.- Endireitou-se na cadeira e sorriu- Se estivermos nervosos na sua presença, é como se as insultássemos.- Estava admirada! Ele parecia saber muito sobre o assunto- Eu quero um Bolo de mel que derrete o coração!

—Trago-lhe agora mesmo, senhor!

—E diz isso como se não fosse nada!- todos os rapazes estavam admiradíssimos, já eu achava bastante piada à situação.

—Tens boa vista, amigo.- Olhei para trás do Megane vendo que quem falara havia sido um rapaz alto e forte, com um estranho cabelo esverdeado e pequenos óculos redondos.

—Quem são vocês?- perguntava-me o mesmo.

—Temos algo interessante para te mostrar. Segue-nos, por favor.

Sabia que não era comigo, mas estava intrigada sobre o que poderia ser que eles queriam mostrar.