Aquela Flor escrita por aclark11


Capítulo 20
Cap. 21 A luz no fim do túnel


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada para aqueles / as,
que, lida e desfrutar desta história,
Graças aos comentadores
e aqueles que não o fazem,
Eu amo todos vocês
emoção que eu sinto graças a você eu não posso descrevê-lo.
Eu amo a cada um de vocês.
Um agradecimento especial a uma menina, que recomendou a minha história por tuitter ela é @claudia_clarina.
mulher! Eu não posso dizer como me senti quando li sua recomendação Obrigada! muito obrigado!
SARAAAAAAAAA a dizer para você! mi angel minha grande amiga!



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MARINA POV
DO OUTRO DA LADO DA CIDADE... APARTAMENTO DE MARINA...
Depois de conversar com Chica a médica senta-se no sofá da sala. Uma hora se passa, depois outra e assim entra pela madrugada vendo o tempo passar e perdida olhando o vazio, sem poder acreditar no que está acontecendo... Clara não voltou pra casa! Por sua cabeça passam mil pensamentos e surgem lembranças de como a conheceu, aquela noite em que Flávia a levou à sala de cirurgia....só em imaginar que aquilo possa vir a se repetir deixa Marina tão arrasada que chega a doer. Passou a noite toda vagando pelo apartamento... alguns momentos no sofá, outros no balcão e na cozinha... enquanto as horas avançavam evitava entrar no quarto... temia que isso a fizesse se acabar em prantos. Ela está sentada na poltrona e se surpreende ao ver os primeiros raios de sol já invadindo e preenchendo todos os cantos do apartamento... ela não voltou!
A médica está sentada com os cotovelos apoiados em suas pernas e o rosto escondido entre as mãos... o som da campainha rasga o silêncio que reina no lugar... Marina sai do transe ... seus olhos se abrem quase saindo das órbitas... seu coração acelera diante da possibilidade de que a pessoa que esteja do outro lado da porta seja Clara ou seja a polícia para avisá-la de alguma coisa..... a campainha volta a tocar tirando-a daqueles pensamentos...
– Clara! Com o coração batendo acelerado em seu peito como se quisesse sair Marina abre a porta ansiosa esperando ver a mulher que ama... tudo transcorre rápido em milésimos de segundos todos os sentimentos de alegria, todas as esperanças que se formam enquanto percorre a pouca distância do sofá até a porta se desfazem em pedaços... não é Clara... é um homem...
Ele a olha, na verdade como passou a noite sem dormir seu cabelo está totalmente desgrenhado, suas olheiras são nítidas... parece que um caminhão passou sobre ela, porém esse é o menor dos seus problemas.
– O que deseja? Pergunta ansiosa...
– Você é Marina Meirelles?
– Isso mesmo...Marina sente o coração encolher em seu peito...
– Assine aqui por favor.... o homem entrega um documento a ela.
– Do que se trata? Pergunta receosa....
– É uma notificação... explica-lhe o oficial de justiça assegurando-se que a mulher a sua frente o entenda.
– Mas o que é isso...Marina olha o documento sem compreender o que está se passando e que raios... do que estão me notificando?
– Isso minha senhora não sei...deve assinar aqui e eu fico com esse comprovante...diz entregando o envelope branco. A esta altura Marina não tem cabeça pra mais nada além do desaparecimento de Clara... sem entender muito bem assina o documento...
– Tenha um bom dia! Sem dizer mais nada o oficial de justiça sai deixando uma Dra. Meirelles confusa observando o envelope do Conselho de Medicina....ela está a ponto de fechar a porta sem tirar o olho do envelope quando...
– Marina!... grita Flávia... a médica se volta pra ela...
– Flávia!
– Precisamos conversar sobre isso... apontando para a mão de Marina que devolve o olhar sem entender como Flávia sabe...
– O que é isso?...como...
– É uma citação... Marina olha pra sua melhor amiga ainda sem compreender....uma citação do Conselho de Medicina?... se pergunta... Flávia pode ver no rosto de sua amiga a confusão que sente a respeito...
– Você está citada a comparecer ao Conselho de Medicina...a acusação é de violar o código de ética médico na relação médico-paciente... Marina isso é grave... Flávia está muito preocupada com a situação... Marina olha pra ela, realmente as coisas não poderiam ficar pior... tem até vontade de rir histericamente, algum deus deve estar muito chateado com ela, primeiro o desaparecimento de Clara e agora isso! Mas nesse momento a prioridade é encontrar sua amada, assim olhando o documento sem emitir nenhuma opinião deixa-o sobre a mesa... Flávia só observa perplexa...
– Você não vai abrir? Pergunta uma Flávia incrédula...
– Não... não tenho cabeça pra isso agora... Flávia a olha sem compreender. Porque ela reage assim como se não se importasse com o que está acontecendo.
– Como que não tem cabeça pra isso! Nesse envelope está o seu futuro..... está em jogo a sua reputação como médica...sem contar que você pode receber uma suspensão do exercício profissional.
– Sim eu sei... só que agora não me importa muito! Flávia a olha ainda sem entender...
– É que ..Clara... ela... ela... desapareceu.... diz com a voz trêmula.
– Que!... como assim? Isso é alguma brincadeira.. diz olhando o corredor do apartamento pensando que Clara vai aparecer.... olha pra Marina... agora compreende....
– Oh que merda! Flávia sente seu coração apertar no peito... vai até Marina estendendo os braços...
– Me abraça! Seus olhos brilham e as lágrimas descem por seu rosto...
– Marina....amiga...eu....
– Não tenho tempo pra chorar... agora preciso ir a uma Delegacia e pedir ajuda, tenho que ir a hospitais...Flávia você pode me ajudar?
– Claro... pode contar comigo amiga... Flávia sente seu coração partido... a porta começa a abrir-se e as duas se entreolham...
– Flávia... é ela... diz olhando a porta e sorrindo feito boba, seu rosto sombrio adquire um brilho e seus olhos tristes se alegram ao mesmo tempo em que corre para abrir a porta por completo... mas não é sua Clara e sim Chica e Ricardo....
– Clara.... mãe... pai...a decepção toma conta de Marina... enquanto se olham Chica nota a ausência de Clara e pelo estado que se encontra sua filha aconteceu alguma coisa séria...
– Onde está Clara? Pergunta Dona Chica...
– Não sei... ela simplesmente desapareceu... não retornou ainda... mãe estou a ponto de enlouquecer! A impotência invade Marina...
– Calma minha filha... calma...calma... este momento não é para nos desesperarmos, temos que pensar friamente diz Ricardo enquanto encara a situação como se fosse uma emergência daquelas que vivem os pilotos a mil metros de altura.
– Isso é tudo o que não tenho pai! Não sei o que aconteceu... se algum desalmado a pegou... se sofreu um acidente e se ela... a voz de Marina falha...
– Não! Nem diga isso filha (agora é Chica)... não pode pensar assim minha querida! Onde ela estiver estará bem.
– Tenho que encontrá-la...
– Nós vamos querida!...diz Ricardo...primeiro vamos a uma Delegacia registrar a ocorrência...
– Podemos nos dividir e ir também aos hospitais.
– Claro isso!...
– Vou tomar um banho... Marina olha para sua família ali presente e sorri agradecida antes de sair...
– Obrigada! Todos retribuem com um sorriso fraco pois sentem tanta angústia quanto a médica.
Meia hora depois se dividem em dois grupos, Ricardo e Flávia vão a dois hospitais enquanto Marina e Chica vão à Delegacia. Nos hospitais eles explicam o caso, mostram fotos e em ambos os casos recebem a mesma resposta...ninguém nem remotamente parecido com a mulher da foto ingressou na emergência... embora a princípio os encarregados das emergências se mostrassem reticentes em emitir algum tipo de informação...só quando Flávia se identificou como médica eles colaboraram amplamente...trocaram dados e fotos pelo watsapp. Ricardo liga pra Chica e ela lhe informa em qual Delegacia estão e em pouco tempo Flávia e Ricardo se encontram com Marina e Chica.

NA DELEGACIA...
CHICA POV.....
Observo Marina andar de um lado ao outro.... estamos esperando o atendimento, o serviço ao cliente não é o que se possa ser considerado eficiente... desde que chegamos pedimos ajuda a um apático e indiferente oficial na recepção... quando minha filha lhe explica o tipo de denúncia ele a interrompe dizendo que ela deve esperar o detetive encarregado desses casos... desde então estamos nesse lugar esperando sermos atendidas enquanto minha filha fica ainda mais angustiada. Sento-me na única cadeira disponível e me sinto contrariada... Marina vai e volta da recepção.
– Olá ... será que já podem me atender.?.. o oficial a olha indiferente e sinaliza para um outro que está entrando em uma das salas...
– Carvalho! Grita... um caso! Vá com ele....
Marina não precisa que ele fale duas vezes e rapidamente se aproxima do homem que vai ajudá-la com este caso...
– Olá! Preciso de sua ajuda... o homem a observa com cara de tédio que chega a ser deprimente... permanece indiferente ante o desespero que invade minha filha.
– Por favor!... dizia Marina...
– Preciso fazer uma denúncia....depois de um tempo que pareceram horas o homem lhe dá atenção
– Sente-se por favor e diga-me o que a traz aqui?
– Quero denunciar o desaparecimento de uma pessoa...
– Muito bem... o irritante detetive com toda a sua calma liga o computador... está pronto para tomar a depoimento de Marina.
– Descreva-me as circunstâncias do desaparecimento...
– Clara... saiu do trabalho pra fazer uma entrega e não voltou pra casa...
– E... esta Clara... o que é sua?.. pergunta enquanto começa a teclar as informações no computador....
– Ela... ela... é... (respira profundo) ela é minha companheira...
– No mesmo instante ele tira os olhos da tela...dá um olhar irônico e questionador, para de preencher o boletim de ocorrência...
– Companheira..... e ultimamente houve algum desentendimento...ou algo parecido? Em seu tom fica bem evidente que não está levando a sério a situação...
– Claro que não! Escute... Marina faz um pausa começa a desesperar-se pela passividade do homem, não nós não brigamos...ela saiu do trabalho e não regressou pra casa...
– Entendo.... não posso registrar a ocorrência....
– Que...não pode...porque? O senhor não está entendendo o que estou falando (nesse momento ela está irritada).
– Senhorita... preciso que se acalme...
– Como me acalmar... estou dizendo que minha mulher não voltou pra casa e o senhor diz pra eu me acalmar....
– Filha... Chica decide intervir... nesse ponto não convém discutir com um oficial....deve se acalmar e você cavalheiro... sei que está se empenhando em nos ajudar...desculpe estou certa que entende a preocupação da minha filha...
– Senhora entendo muito bem... mas é que ainda não se passaram 48 horas não posso tomar esse depoimento... quem nos garante que vocês não discutiram ou algo parecido... que não é outra coisa além de um desentendimento entre amantes... a senhora não sabe a quantidade de histórias que escutamos e que no final não passam apenas de briga de casal, logo o outro se arrepende e volta pra casa.
– O senhor deve estar brincando...
– Marina filha...
– Sinto muito....é o procedimento... não posso tomar seu depoimento até que se passe o tempo necessário... seu tom não admite réplica e Marina bufa impotente.
Minutos depois saem da Delegacia e encontram com Flávia e Ricardo...
– O que houve? Pergunta Ricardo a Chica... que move a cabeça de um lado ao outro em sinal de negativo... ambos olham tristes pra sua querida filha...
– Nada! Nada pode ser feito até que se passem 48 horas... todos ficam atônitos quando Marina grita...
– IDIOTAS! MALDIÇÃO! Aquilo foi um desabafo frente a toda frustração que sente pela situação.

Então começa a contagem...
Todos regressam ao apartamento de Marina.... estão cabisbaixos, silenciosos observando a médica...
– Filha porque não vai dormir um pouco? Conhecendo sua filha sabe que ela não pregou o olho a noite toda...
– Não mãe... não quero dormir... não conseguiria.... Chica suspira e vai a cozinha preparar um café...
– Marina....diz Flávia...
– Sim?... a médica tem um olhar perdido...
– Sei que não é o momento... mas você tem que decidir o que vai fazer com a acusação...
– Que acusação? Pergunta Ricardo olhando as meninas...
– Do que você está falando Flávia? Pergunta Chica que chega trazendo um bandeja com café e deixando na mesinha em frente ao sofá...
– Marina foi acusada de violar o código de ética médico.
– Que?
– Como assim... diz Ricardo.
– Marina do que Flávia está falando? Chica está curiosa...
– Marina levanta-se pega o envelope e o entrega a seus pais... Chica se senta junto com Ricardo ambos leem o documento.
– Meu deus! Quem poderia fazer uma canalhice dessa? Chica está espantada...
– Isso é uma da falta de respeito! Como podem dar cabimento a um disparate desse! Ricardo está indignado...
– Você precisa fazer algo... sei que o momento é difícil... mas isso não pode ficar assim...
– Flávia tem razão diz Chica...
– Desculpem... eu.... eu não tenho cabeça pra isso agora... faz um gesto levando as mãos aos olhos tentando assim afastar o cansaço que sente.
– Marina... precisa se acalmar e pensar em.... Flávia começa a falar mas é interrompida por Marina.
– Mas como pode pedir-me calma! Minha mulher está desaparecida... sabe o que isso significa? Não sei o que está acontecendo com ela... se está em perigo... se...
– Ou talvez simplesmente.... ela tenha recuperado a memória e voltado pra sua família...diz Flávia tentando fazer Marina raciocinar.
– Não! Não se atreva a dizer uma coisa dessas! Isso não aconteceu! Eu sei que não...
– Mas é uma possibilidade e você sabe... sempre te disse... te adverti que isso poderia acontecer. Existe uma pequena possibilidade de que ela tenha regressado a sua vida anterior...
– Flávia! Não! Já basta de bobagens! Eu sei que aconteceu algo com a Clara...
– Como pode está tão certa? Como pode afirmar tão cegamente que ela não tenha te abandonado ao recuperar a memória e não admitir ser gay!
– Eu sei...porque ela me ama! Entende?... me ama! Diz desafiando Flávia.
– Já basta vocês duas! Essa discussão não vai nos levar a lugar algum.
– Ricardo... teremos que nos encarregar disso.
– Vou levar o caso ao nosso advogado.
As horas passam cada segundo...minuto...se converte em Marina em pequenas adagas cravando em sua pele... a agonia não passa, a dor só aumenta, a insegurança se apodera dela, o medo de perder sua amada, olha inutilmente o celular a espera de respostas e assim mais uma noite se passa e começa o dia... assim se completam as primeiras 24 horas e o mundo de Marina segue com a ausência de Clara.

NO HOSPITAL...SALA DAS ENFERMEIRAS...
Três enfermeiras estão comentando a última novidade...
– Dizem que o Conselho lhe enviou uma notificação... fala uma das enfermeiras de cabelos negros e nesse momento Cristina aparece e fica a ouvir a conversa.
– Sim... soube que vão solicitar a anulação de sua autorização pra exercer a medicina, é que a doutora extrapolou... ela acolheu em casa uma de suas pacientes... concorda a loira.
– Pois não sei pra quê tanto barulho, se todas sabemos que neste hospital isso acontece com frequência e muito mais ou já esqueceram que muitas de nós em algum momento já sofreram assédio dos médicos...depois de tudo Dra. Meirelles não cometeu nenhum crime, no fundo muitas queriam estar no lugar dessa paciente.... todas sorriem com o comentário da ruiva...
– Quem terá feito a denúncia...diz a de cabelo negro.
– Essa querida é a minha pergunta.... ninguém percebe que Giselle na companhia de Flávia está a poucos passos delas.
– Pois alguém tinha que fazer alguma coisa! Não podemos permitir que a Dra. Meirelles esteja transgredindo os limites da moral e da decência deste hospital! Por isso me encarreguei de denunciar esse comportamento amoral ...Cristina usa um tom de triunfo enquanto faz a declaração, as três enfermeiras ficam petrificadas, surpresas com a atitude da mulher.... Quando Giselle escuta as palavras de Cristina sua reação é imediata...
– Então foi você... se aproximando de Cristina...
– Já deveria ter imaginado... só uma pessoa tão inescrupulosa como você poderia fazer algo tão baixo!
– Eu só fiz o que era correto!
– Ahh fez o correto.... diz Gi enquanto sente seu corpo ser invadido por uma raiva intensa...
– Sim fiz! Algum problema com isso?
– Não... querida... nenhum problema... sem titubear Giselle acerta duas bofetadas no rosto de Cristina ao mesmo tempo que puxa seus cabelos... tudo ocorre tão rápido que nem as enfermeiras, nem Flávia muito menos Cristina conseguem impedir a ação de Gi, depois da surpresa inicial elas intervêm tentando separar as mulheres e liberar Cristina que àquela altura já não esboçava nenhuma reação resultando num rosto machucado e em alguns arranhões....
– Maldita! Desgraçada! Essa você me paga!
– Pago pra ver! Quantas vezes quiser...isso é pra você aprender que com os Meirelles ninguém se mete... se mexeu com um mexeu com todos!
– Giselle amor! Vamos! Vamos! Flávia tenta tirá-la dali...
– Me solta! Me solta!
– Não... por favor vem comigo...
– Me solta Flávia!
– Gi...
– Essa vadia já recebeu o que merecia... me solta!
– Prometa-me que não vai atacá-la novamente.
– Me solta... já estou calma!

O dia passa sem novidades, nada poderiam fazer...só esperar.

48 HORAS DEPOIS DO DESAPARECIMENTO DE CLARA...
Marina se sente agonizar... vazia é a palavra perfeita para definir a vida sem Clara... a dor pressiona seu peito, a incerteza de não saber o que realmente aconteceu... o silêncio... a solidão de sua cama vazia, Marina vaga por seu apartamento...dois dias, dois malditos dias se passaram desde que Clara desapareceu... assim sem rastro, como fumaça sumiu tão inesperadamente como chegou a sua vida... tudo parece sem sentido,... desde que ela a conheceu tudo havia se transformado em luz e agora são só trevas, escuridão... depois de andar por aquele espaço tão delas decide sair...sente as paredes sufocando-a, sabia que esse dia chegaria... sabia que um dia despertaria e ela não estaria ali ao seu lado... o sentimento pra definir tudo é simplesmente desolação...
A médica sai do edifício distraída, caminha alheia a tudo e para na praia, olha ao redor... até o ar está diferente, olha o horizonte...o pôr do sol que tanto gostava agora parece sem beleza, tão sem graça...Marina respira profundo...ohhh deus até respirar dói. Olha o casal feliz... ausente de tudo perdido no seu mundo particular e então sente as lágrimas até então contidas, deslizarem por seu rosto e caírem na areia.
Giselle e Flávia chegam ao prédio de Marina perguntando por ela... o porteiro as interpela...ele aprecia muito aquela médica tão amável... uma vez a ajudou com sua esposa, sabe que alguma coisa está acontecendo porque nunca a tinha visto tão feliz até a morena ir morar com ela e de repente essa mulher sumiu e a médica se transformou... está apática, triste...
– Ela não está... saiu...
– E sabe pra onde? Pergunta Giselle preocupada...
– Acho que foi à praia... ela gosta muito do mar... não deve ter ido muio longe...
– Vamos... diz Flávia.
– Obrigada!
– Não sei o que está acontecendo mas espero que tudo fique bem.
Giselle e Flávia caminham pela praia até encontrar Marina sentada na areia com um olhar perdido... se existe uma imagem para ilustrar desolação, Marina é o retrato perfeito, as meninas se aproximam dela, Gi se ajoelha junto a sua irmã estende-lhe os braços e a médica se refugia neles...
– Vamos pra casa... diz...
– Não quero... aquele lugar esta impregnado com a presença dela...não quero ficar lá.
– Vamos...
– No quero...
– Temos que ir pra casa... quando foi a última vez que comeu?
– Não sei... nada tem mais sentido...

NA CASA DE LAURA...
Cristina chega a casa de Laura toda machucada...
– Quem fez isso contigo? Enquanto limpa um ferimento no lábio inferior da médica...
– Aiii!... dói...
– Desculpa....o que aconteceu?
– A desgraçada da irmã da Marina... Laura para...
– Isso está saindo do controle....que aconteceu?
– A irmã dela é uma estúpida... veio tirar satisfação pela denúncia que eu fiz....
– Não acha que está na hora de parar?
– Não!... eu não quero... não vou parar até vê-la destruída...
– Porque tanta raiva?
– Ela me humilhou... me desprezou e ninguém faz isso comigo!
– Isso já está indo longe demais para o meu gosto... Laura perde todo o interesse em falar ou sequer ficar perto de Cristina, a deixa e vai para o quarto...
– Ei pra onde vai.?.. perplexa Cristina só a observa.
Naquela noite enquanto Laura dormia ao lado de Cristina, perguntava-se que diabos via naquela mulher....

NA DELEGACIA...
As mulheres chegam e Marina se dirige ao mesmo detetive...
– Então... será que agora pode tomar meu depoimento?
– Claro que sim... sou todo ouvidos...
– Marina começa a relatar sua história...
40 minutos depois...
– Na verdade o caso é muito difícil, não temos nada...nem sequer um sobrenome... são poucos elementos pra iniciar uma busca, o homem observa a médica...ela parece desesperada, por isso decide ajudá-la mesmo indo contra todos os prognósticos.
– Por favor detetive... não me diga que não vai aceitar o caso...
– Fique tranquila!... eu me empenharei até descobrirmos o que realmente aconteceu a sua...companheira, você me convenceu, vou a Casa de Leilões, começaremos por lá... agora vá pra casa e espere notícias....
– Em quanto tempo mais ou menos...
– Deve ter paciência... esse trabalho está apenas começando...


NA CASA DE LEILÕES...
O clima no trabalho não está muito bom desde o desaparecimento de Clara, o ambiente ficou pesado e piorou ainda mais com a presença do detetive Carvalho....de imediato lhe cederam uma sala e começa a entrevistar cada um dos empregados...mas não surge nenhuma pista... não há nada de estranho. Tudo leva a crer que o misterioso sumiço de Clara seja por ela ter recobrado a memória e simplesmente retornou a sua vida anterior.... Marina se recusa a acreditar nisso....
Mãe e filha mantêm uma discussão...
– Não acredito! Não pode ser!
– Em princípio também não acreditava... mas tendo em vista que ela desapareceu sem deixar rastro algum do seu paradeiro, me faz suspeitar que ela lembou-se de tudo e resolveu ficar com os seus...
– Mãe isso é impossível... supondo que essa teoria seja certa porque desaparecer...eu não me oporia em deixá-la voltar pra sua família e eu sei que ela me ama! Não me deixaria assim sumindo da face da terra... não depois de tudo o que vivemos juntas...eu sei que aconteceu alguma coisa...batem na porta do escritório de Chica...
– Sim...diz Chica...
– Oi... posso entrar? Pergunta July timidamente...
– July... Claro que pode, entra...você é da família...
– Tenho que dizer-lhes algo... é sobre Clara (faz uma pausa) mas não sei se vai ser de muita ajuda...
– Você é uma pessoa de nossa confiança e tudo que saiba que possa ajudar a encontrar Clara deve dizer-nos...
– Marina... sei que o que vou dizer pode te doer muito...
– Fala mulher! Sem rodeios... Marina está desesperada...
– Clara estava recordando algumas coisas... ela lembrou que era casada... July joga essa bomba...
– Ela não te disse nada porque temia sua reação... July olha mãe e filha simultaneamente, Chica leva as mãos a boca estupefata, cobrindo o grande O que se forma em seus lábios enquanto Marina fica olhando o vazio...
– Por isso acredito que exista a possibilidade de que ela tenha lembrado e ...
– Não continue! Nem se atreva a dizer isso ao detetive Carvalho.
– Não podemos ocultar essa informação... diz Chica.
– Dona Chica... adverte Marina...
– Não quero que isso saia dessa sala.
– E se as coisas forem como imaginamos... que raios pensa em fazer quando a encontrarem... você vai lá onde quer que esteja e tirá-la do seu marido...me diga Marina Meirelles! É isso que pensa em fazer? E o que vai acontecer se ela tiver filhos...por acaso acredita que ela vai abandoná-los pra ficar contigo?
Marina se vira e fica olhando pela janela da sala na direção da rua...é um olhar perdido...não se fixa em nada... sua mente é um emaranhado de pensamentos, uma confusão... todos dizem a mesma coisa... que Clara recordou-se de tudo e foi embora, agora essa informação de July muda tudo... já se passaram três dias e nada sobre Clara...embora a considerem louca em seu íntimo Marina está convicta que algo está errado...
.- Minha filha... não pode ficar assim... tem que cuidar da sua vida, sei que está devastada com o desaparecimento dela...mas agora existe também a denúncia do Conselho, você tem que se preocupar com isso, sei que não é fácil mas tem que fazê-lo...
Marina se vira e olha pra duas mulheres... de seus olhos escapam as lágrimas...
.- Não sei como explicar... simplesmente não posso... sei que talvez tenham razão, mas algo aqui (leva sua mão ao peito)... me diz que mesmo que ela estivesse casada e tivesse recordado tudo... ela me diria, mesmo que descobrisse que nosso amor não era viável, tenho certeza que ela não desaparecia sem me dar uma explicação, por isso não posso agora me preocupar com essa denúncia até que a encontrem.
Ao escutar àquelas palavras Chica tem um ataque de raiva...
– Então você está louca! Está escutando o que diz?...está disposta a jogar fora os seus sonhos, tudo aquilo pelo qual lutou! Você é Marina Meirelles e uma Meirelles não admite isso...ser covarde, pois é assim que está se comportando...eu não te criei pra isso! Sei que te dói o desaparecimento de Clara, mas a vida segue e por acaso se acredita como diz que vão encontrá-la... certamente ela não gostaria de saber que você desperdiçou seu futuro jogando tudo fora!
– Mãããe...
– Nada de mãããe...já fez tudo o que era necessário pra ajudá-la...há três dias que não dorme nem come...você está se definhando e não tenta fazer nada para evitar!
A conversa é interrompida por um inesperado toque na porta...
.- Sim...
O detetive Carvalho entra e percebe que o clima não é nada agradável... existe uma tensão quase palpável.
.- Senhoras...
–. Sim detetive.... diz Chica.
– Estive fazendo umas pesquisas... certamente o caso está difícil devido a complexidade em que se desenvolveram os acontecimentos, durante o levantamento das informações descobri que a senhora Clara saiu pra realizar uma entrega e que pra esses casos há uma pessoa responsável, mas o cliente exigiu que fosse ela a levar a encomenda... o que me parece bastante estranho....
.- O senhor está insinuando então que.... diz a médica...
.- Por enquanto são suposições... pode ser que essa pessoa só esteja sendo excêntrica demais... não podemos nos precipitar com conclusões.
– Então que pensa em fazer?... pergunta Marina.
– Irei vê-lo em sua casa...
.- Quero ir...
– Sinto muito mas isso poderia interferir nas investigações.
– Você deveria cuidar da sua defesa da denúncia diz Chica... enquanto isso deixa a polícia se encarregar do cas, detetive quando pensa em ir lá?
.- Já tenho o endereço da pessoa...irei o mais rápido possível.

NA CASA DE TIAGO...
Tiago retira outra bandeja com a comida intacta... faz três dias que sua mulher não come...apenas toma água.
– Clara... você quer morrer de fome?
– Se não me deixa sair...então...encolhe os ombros. Tiago fica olhando pra ela... esses dias que se passaram ele tem achado muito divertido as grosserias dela, mas agora já não vê mais tanta graça... Tiago sente despertar nele uma ira que ameaça tornar-se incontrolável. Com uma assombrosa agilidade se aproxima de Clara e a pega pelo cabelo mantendo-a muito próxima do seu corpo enquanto rangendo os dentes diz...
– Ai..ai...ai... meu amor... você já está abusando da minha paciência e sabe muito bem do que sou capaz...vai comer agora o que eu preparei pra você! Vou ao escritório tenho trabalho a fazer e quando voltar quero esses pratos vazios... entendido? Empurra a morena que cai de bruços sobre a cama. Clara o vê saindo e seus olhos se enchem de lágrimas...se depender dela prefere morrer de inanição a comer algo...
Tiago sai do quarto desce as escadas dirigido-se até o escritório que nesses três dias se converteu em seu centro de operações, está perdido em pensamentos quando escuta a campainha tocar.... uma das empregadas vai atender à porta...
– Sim?
– Essa é a casa do Senhor Tiago Lima?
– Sim... quem deseja saber?
– É o detetive Carvalho...
– E a que devo o prazer.... Tiago se aproxima e recebe o homem...
– Se tem um tempo gostaria de fazer-lhe umas perguntas... ambos ficam se olhando com se estivessem se estudando...
– Mmmm perguntas? Que tipo de perguntas...se mostra receoso...
– Estou investigando o desaparecimento dessa mulher.... de sua jaqueta tira uma foto ampliada onde aparecem Clara e Marina.
– Belas mulheres... mas não vi nenhuma delas por aqui...
– Tem certeza..... um pequeno alarme soa no cérebro do detetive Carvalho...
– Certeza absoluta.
– Que estranho... porque pelo que sei essa mulher... assinala com o dedo indicador a imagem de Clara...esteve aqui fazendo a entrega de um objeto que o senhor comprou na Casa de Leilões... Tiago fica estático e em seus olhos um tic nervoso quase imperceptível não passa despercebido pelo experiente detetive.
– Oh... desculpe... sim... lembro... essa moça esteve aqui mas não passou mais do que 5 minutos... foi tudo tão rápido... imediatamente se explica Tiago ao sentir o incômodo pelo olhar penetrante do intruso que tem em sua casa, o homem leva a mão ao queixo de modo pensativo...
– Lembra algum detalhe... se ela parecia preocupada, assustada...não sei...alguma coisa que possa ajudar a esclarecer esse desaparecimento?
– Não... sinceramente não lembro de nada nesse sentido, não passei muito tempo com ela... veio fez a entrega e foi embora. De verdade...gostaria de ajudar mais, seu rosto se mostra preocupado e o detetive Carvalho fica observando-o.
– Detetive... Cavalho...
– Carvalho.
– Oh sim desculpe... se não tem mais perguntas, tenho uma reunião e ...
– No momento é tudo... obrigado por seu tempo... estende a mão pra Tiago que corresponde ao aperto de mãos e observa o homem partir... enquanto vê o veículo do detetive se afastar, Tiago tira do bolso o celular e liga para Cristina.

NO ESCRITÓRIO DE LAURA....
Laura está na sua sala com um material que tem pra ler e relembra as palavras de Cristina que se referia a Marina com tanto ódio...raiva...isso a deixa pensativa...até que ponto pode chegar a vingança dessa mulher, pega sua bolsa e sai precisa pensar.

NA CASA DE LEILÕES...
O detetive Carvalho vai até a sala de Thais...
– Detetive...
– Senhorita Thais...
– Preciso do relatório de entregas em domicílio...
– Não fazemos entregas em domicílio...
– Não?.. então...como é que...
– Mas posso chamar a pessoa que anotou o pedido nesse caso, o cliente solicitou que fosse Clara a fazer a entrega do artigo por ser muito frágil...normalmente é o cliente quem se encarrega do transporte.
– Por favor chame essa pessoa...

NA PRAIA...
– O que você quer? Pergunta Cristina quando se encontra com Tiago em dos quiosques...
– Tem alguma maneira de se aproximar daquela vadia? Tiago se mantém observando o mar sem dirigir o olhar para sua cúmplice.
– Suponho que esteja falando de Marina...
– Tem alguma forma de se aproximar dela?
– Não... Tiago olha pra Cristina e dá gargalhadas ao ver seu rosto...
– A quem devemos a cortesia dessa maquiagem.... Cristina lhe dirige um olhar cheio de veneno e capaz de fulminar qualquer um...
– Não importa... porque quer que me aproxime de Marina?
– Recebi a visita de um policial... estão procurando Clara....
– Ohhhh!
– Mas está tudo bem...consegui despistá-lo, preciso saber de seus movimentos...não quero ter surpresas...
– Pois lamento dizer-te que isso não está em minhas mãos... daqui pra frente amigo...terá que resolver seus problemas sozinho e espero que tudo saia conforme o planejado...não queremos complicações.

EM UM PONTO DE TÁXI...
Um homem está polindo seu carro... a ação é quase uma reverência.
– Como está amigo?
– Bem...
– Que bom... bonito carro!
– É meu orgulho.
– Posso te fazer uma pergunta?
– Depende... o taxista fica em alerta.
– Há alguns dias você transportou essa mulher...mostra a foto... o homem observa e depois de um minuto diz...
– Sim...eu a levei...
– Lembra pra onde?
– Claro que lembro... ela pagou a corrida adiantada ida e volta...só que depois que entrou na casa não saiu mais, a esperei por quase uma hora e cansei... então fui embora.
– Por acaso lembra se foi nesse endereço que você a deixou?...estende um papel e o homem lê...
– É esse endereço mesmo.

NA CASA DE LEILÕES...
Fora da Casa de Leilões Laura está em seu carro....permanece com uma olhar na direção da entrada...suspira tomando coragem... sai do carro e entra...imediatamente um funcionário se aproxima dela...
– Em que posso ajudá-la?
– Procuro Marina... pode me dizer onde posso encontrá-la? O homem fica pensativo... sente-se inclinado a esquivar-se do pedido daquela mulher... mas lembra da situação que vive a família pra qual trabalha com o desaparecimento de Clara e lhe diz...
– Acompanhe-me por favor.
Chegam a sala de Thais....
– Thais... essa senhora quer falar com Marina.
– Sim...o que deseja?
– Ela não me conhece... mas diga-lhe que tenho informações sobre Clara.
– Oh meu deus! Ela não está aqui.
– Onde posso encontrá-la então? Rapidamente Thais escreve o endereço do apartamento de Marina...
– Obrigada diz Laura.

APARTAMENTO DE MARINA...
Marina está na sala com o advogado da família traçando a estratégia pra a defesa diante do Conselho de Medicina, embora esteja sendo difícil concentrar-se no assunto... ela e o advogado avançaram em alguns pontos.
– Acredito que com estas informações que reunimos estamos quase prontos para comparecer diante do Conselho.
– E acha que é o suficiente?
– Sinceramente tenho que reunir mais evidências e só assim estaremos prontos...o advogado olha seu relógio...
– Bem preciso ir... Marina o acompanha até a porta e ao abri-la se depara com uma bonita mulher.... os três se entreolham...
– Você é Marina?
– Sim...
– Meu nome é Laura...
– Bom Marina... depois nos falamos... o advogado se retira deixando-as...
– Laura... nos conhecemos de algum lugar?
– Não... mas conhecemos alguém em comum... me convida a entrar?
– Oh... sim desculpa... entre... (Laura entra e observa o apartamento, lhe agrada decoração)
– E então?...pergunta Marina.
– Bonito lugar... diz nervosa...você tem bom gosto.
– Obrigada... mas acho que você não veio até aqui pra falar de decoração... diz Marina curiosa pela estranha visita.
– Tem razão... sorri fraco...
– Eu estou aqui porque... porque tenho informação sobre Clara... Marina sente seus olhos se abrirem como se fossem saltar.... sem perceber caminha até Laura e a segura pelos braços como se temesse que ela fosse escapar dali.
– O que sabe sobre ela.. diga-me...
– Me solta...não precisa me machucar...
– Oh... desculpa... desculpa... mas...
– Sei onde ela está...
– Mas... como...me leva até ela... por favor...
– Vem comigo...as duas mulheres se dirigem a casa de Tiago...durante o trajeto Laura conta tudo a Marina.
– Santo deus... isso que você está me falando é muito sério... não está certo... não pode ser verdade...
– Pode acreditar... eu...
– Tenho que chamar detetive Carvalho... não podemos chegar lá sozinhas.
– Pois chame... eles são capazes de tudo! Marina liga para o detetive...
– Oi detetive...sim... escute... estou indo buscar Clara... eu a encontrei... (escuta o que diz Carvalho).
– É esse mesmo endereço...estou a caminho.... mas como você soube?
– Só faço o meu trabalho... não faça nenhuma besteira...esperem que eu chegue... estou indo com reforços.
Marina e Laura chegam a casa de Tiago, a espera é angustiante... só em saber que Clara está naquela casa é suficiente pra que a médica entre em desespero e se arrisque em busca da mulher que ama...
– Marina! Você prometeu esperar...
– Não posso...sinto muito... me espera aqui.
– Como? Claro que vou contigo! As duas mulheres se dirigem até a casa... tocam a campainha intermitentemente...os minutos parecem horas... quase perdem as esperanças que na casa tenha alguém... Marina se afasta da porta dando uns passos pra trás...olha para cima...obviamente não pode ver nada...então a porta se abre e aparece uma mulher...
– Que desejam?... o senhor Tiago não está.
– Se não está melhor ainda... diz Marina enquanto entra na casa empurrando a mulher seguida por Laura ...
– Ei onde pensam que vão...o senhor Tiago...
– Cala a boca se não quiser que a polícia te leve também... onde está... onde ela está? Grita e a mulher fica quase sem reação...
– Que... do que você está falando....não estou entendendo....
– Marina.... Laura se assusta... a médica está a beira da loucura...
– Não me diga que não sabe... Clara! Clara! A mulher fica sem entender nada... Marina olha pra todos os lados e se dirige até a escada...sobe enquanto grita o nome de sua amada...
– CLARAAAAAA CLARAAAAAA CLARAAAAAAAA CLARAAAAAA CLARAAAAAAAA
– Se sabe onde está a mulher que ela está procurando...é melhor que diga...
– É que não sei do que estão falando... lá em cima somente está a esposa do senhor Tiago...
– E onde ela está? Diga-me...
– Terceira porta a direita!... Laura corre atrás de Marina...
No quarto Clara está sentada no chão com os braços apoiados sobre os joelhos com o rosto enterrado entre eles... ao longe escuta a voz de Marina... sorri triste pensando que agora está alucinando... então seu coração dispara ao ouvir os gritos mais perto...tão próximos que não pode ser uma alucinação.... Clara ergue a cabeça se levanta do chão e corre até a porta...então escuta outra vez... é ela! Não está sonhando! Marina... é Marina... sua Marina!
.- Marina!... MARINA AMOR... Clara começa a bater na porta chamando a atenção da médica... que corre até a porta... tenta abri-la mas sem êxito...
.- CLARA! MEU AMOR!
.- MARINA!
– FIQUE TRANQUILA VOU TE TIRAR DAI tenta empurrar a porta mas não tem força suficiente pra derrubá-la... em minutos é alcançada por Laura e pela empregada...
– Tem as chaves?
– Não... mas sei onde o senhor Tiago guarda as cópias...
– Então...o que está esperando? Vá buscá-las...
A mulher corre pelo corredor e escada abaixo...ao descer vê a porta principal se abrir de forma brusca... entra o detetive Carvalho na companhia de outros policiais... a mulher solta um grito assustada não compreende o que está acontecendo...
– Onde estão? A mulher tremendo só consegue gesticular e apontar as escadas acima...o detetive sobe correndo ... até encontrar Marina... que segue com o corpo tentando empurrar a porta e abri-la...
– Afaste-se... com um chute forte abre a porta...
Uma vez aberta a porta tudo acontece como em câmera lenta... Clara e Marina por uns segundos permanecem olhando-se...comendo-se com os olhos cheios de desejo... a tristeza que sentiram em estar separadas transforma-se em uma alegria incomensurável, correm para os braços uma da outra com lágrimas nos olhos... espalhando beijos em seus rostos... seus lábios ansiosos encontram-se devorando-se com ânsia... famintos...
Carvalho pigarreia e diz...
– Senhoras... temos que sair daqui...


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Notas finais do capítulo

muchas gracias y espero que les hayan gustago.
hasta el próximo.



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