-Sr.Malfoy?- A secretaria entrou timidamente, como sempre fazia

Por mais que Draco Malfoy passasse um ar descontraída e acolhedor, a arquitetura ia ao extremo oposto, fazia qualquer visitante se sentir pequeno e impotente. Com livros, currículos invejáveis bem arrumados nas estantes que iam do chão ao tento, o CEO mais desejado da cidade mostrava o quão poderoso e esperto ele era, justificando o posto que exercia. Talvez não fosse somente isso que fazia os visitantes e empregados se sentirem tão ecoados, o peso do nome Malfoy era grande demais, não somente no mercado empresarial mas também político e industrial.

-Algo errado Verônica?- Draco perguntou ergendo o olhar de seu computador

-Não Sr.- Ela sorrio docemente- É que já deu meu ponto, vim perguntar se precisa de mais alguma coisa

-Já é tão tarde assim? – O loiro perguntou espantando-se por estar tão tarde- São 20:30! O que ainda faz aqui em? Seu ponto já acabou a horas

- Quis adiantar os documentos da reunião de amanhã – Verônica se explicou, tentando soar o mais natural possível- Sim! O empreendedor adiantou a reunião para as 9:00

‘ Quem eles pensam que são?” Draco se perguntou enquanto absorvia a mensagem que acabara de receber.

-Claro, obrigado por informar- Ele pontuou amargurado bastante pensativo enquanto mexia a caneta entre os dedos- Amanhã, só chegue as 11:00, para me acompanhar naquele almoço com os executivos

-Tem certeza?

-Tenho sim, agora pode ir – Ele a mandava embora com um sorriso travesso nos lábios- Ah! Mais uma coisa, diga ao seu filho que tentarei ir ao aniversario dele sim

- Ele ficará muito feliz com a noticia- Verônica sorrio mais ainda fechando a porta da sala atrás de si

Verônica trabalhava para a família Malfoy desde o começo de sua carreira e isso acabou tornando-a o braço direito de qualquer um que viesse a chefia-la e mais ainda! Ela acabou se tornando um membro da família. Quando menos se esperou, Draco ocupou o lugar do pai, tão fatigado pelo tempo, se tornando o mais novo CEO da cidade, e ainda mais, “tio” do filho de Verônica de apenas 6 anos.

Pouco antes das 22:00 Draco saiu do seu escritório, que no passado ele julgava ser o seu inferno particular, contudo, com o passar do tempo percebeu que não seria tão ruim assim. Os empregados, mesmo achando o chefe novo demais, acreditavam em suas decisões, mesmo que no momento elas soassem loucas demais para qualquer um que ouvisse. Contudo, se o mesmo ficasse na empresa por mais tempo, julgava-se que sua mente iria explodir, mas, se fosse para casa, sentiria a solidão e a ingratidão tomar seu corpo.

Como sempre fazia nas sextas feiras, Draco se dirigiu ao seu bar preferido da periferia da cidade. Após o seu conturbado divorcio com Pensy Parkson, aquele havia se tornado o seu refugio para os noites de sexta. Qualquer um que olhasse para ele, pensaria :” Ele não tem amigos não?”, sendo realista, Draco Malfoy tinha amigos demais para o gosto de qualquer um, contudo, naqueles momentos em que ele ia para aquele bar, era para somente botar conversa fora com o dono para pouco depois ir para casa.

Assim como segue o roteiro, quando Draco entrou no salão do bar, pares de olhos femininos cravaram eles como feras se preparando para por o bote, contudo, todas ali sabiam que ir até ele era total perda de tempo

-Fala Will! – Draco comprimentou o barmen, também dono do local

-Sempre chamando atenção em Draco? Tem que parar com isso cara – Will o recriminou com falsa mágoa

-Dificil, ninguém resiste a minha beleza – o loiro entrou na brincadeira tentando soar arrogante

-Então, seu Deus Grego, vai querer o de sempre? – Perguntou já colocando o copo na frente do cliente

-Só metade, amanhã tenho uma reunião as 9;00- Informou amargurado

Will apenas confirmou, colocando metade do copo com umas das bebidas que ele mesma criara. Na primeira vez que o loiro entrou ali, bebeu tanto daquilo ali que Will teve que carrega-lo até os quartinhos de trás, por que nenhum taxi aceitaria leva-lo para casa. Depois desse dia, os dois se tornaram grandes amigos, era frequente ve-los jogando papo fora enquanto milhares de mulheres encarava-os. Seria mentira dizer que somente Draco atraia atenção, o dono do Bar também tinha as suas qualidades, seu cabelo preto arepido entrava em contraste com seus músculos tão bem esculpidos, sempre amostra pela camisa apertada

-Oi..Will – Um voz feminina chamou atenção do barmen que sorriu assim que viu quem era

-Ora, ora ora. Cadê o maridinho? –Brincou colocando um copo de vodka na frente da garota que Draco nem deu ao trabalho de olhar

-Que Ronald morra no inferno que ele mesmo criou Will – Ela virou o copo com tudo fazendo o homem rir

-Qual a perola da vez?

-Primeiro, ele não é meu marido, é ex – “Perfeito pensou Draco, só pode ser ela mesmo” – e Segundo, ele quer tirar meu filho de mim, vê se pode?

-Depende – Draco falou se virando para ela- O qual desmiola você é Granger?

-Menos que você Malfoy –Ela falou seca- Will bota na conta por favor

Ela nem mesmo esperou a resposta, saiu da bar batendo o pé forte. Vê-la irritada sempre foi a diversão de Draco, bem, na maioria das vezes. Mas observa-la ali, depois de tanto tempo o fez parar para pensar. Ela havia ficado bastante sexy na visão dele, os cabelos pareciam bem sedosos e a voz hipnotizava qualquer um que escutasse

-Vai atrás dela babão – Will falou rindo

-Por que eu iria- Draco perguntou confuso

-Está chovendo, e mais, vai mesmo deixa-la sair desse jeito?- Will reclamou ao amigo já empurrando-o para fora

Resmungando baixo, Draco saiu do local a procura da garota que sumira completamente do seu campo de visão. Contudo, a mesma apareceu no meio da chuva, parecia que ela estava sendo encoberta por cada goticola d’agua, fazendo Draco lembrar por que terminou o colegial com tanta coisa de si mesmo

-Hermione!- Gritou fazendo a garota se espantar pelo chamado

-O que quer?!- Perguntou irritada

-Calma ai, só vim pedir algo

-Você não está na autoridade de pedir nada!- Ela o empurrou- Eu juro Draco, que tentei não guardar rancor, mas ve-lo aqui depois de tanto tempo....Me faz lembrar por que eu te odiei tanto!

Hermione se virou pronto para ir embora mas sentiu as mãos do loiro lhe virar, forçando o mesmo a vê-la quase chorando novamente

-Você vai chorar? –Perguntou espantando por perceber que ainda abalava a garota

-Por você?! Claro que não seu idiota! – Ela se debatia tentando se soltar a todo custo

-Espere! –Ele pediu segurando-a mais perto- Só lhe peço mais uma chance Granger, só mais uma.