O Culpado é o Destino escrita por Léo


Capítulo 18
Até Quando?


Notas iniciais do capítulo

A partir desse capítulo a história vai tomar um rumo diferente. Os personagens principais (Mariely, Gabriel, Matheus, Beatrice...) só voltarão a aparecer no final. Espero que estejam gostando. Confiram!



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Mônica adormeceu como se fosse uma pedra, porque estava muito cansada. O lugar até
que era bom: a casa estava bem quente, e Mônica se deitou em um lugar onde não
pegava nenhuma claridade. No meio da noite, pelas duas da manhã, ela acorda com a
impressão de ter ouvido um barulho. Não estava errada. Um grupo três garotas entrava
na casa. Eram muito bonitas, poderiam ser confundidas facilmente com garotas de programa, mas
era simplesmente um grupo de jovens que não tinham onde dormir. Se chamavam
Samara, Tamara e Verônica.
Verônica: Pô, se você quer saber, essa área é nossa!
Mônica: Ah, me desculpem, é que...
Samara: Não vem com desculpinha, não...
Tamara: É isso aí, Sam! Não vamos deixar você sair daqui sem brigar!
Mônica: Mas eu achei que a casa estivesse abandonada!
Samara: Pois é, mas não está!
As garotas partem pra cima de Mônica, que tenta sair correndo. Porém, elas eram três, e
cercaram Mônica sem dificuldade.
Mônica: Ai, por favor!
Elas partem pra cima de Mônica, jogam ela no chão e começam a chutá – la.
Verônica: Isso é bom pra aprender! Vamos deixar ela ir, gente?
Tamara: Calma, calma...
Samara: Vamos esculachar mais um pouquinho... Olha aqui, uma mochila!
Mônica (chorando): Não, a minha mochila não!
Samara abre a mochila enquanto Tamara e Verônica ficam cuidando para Mônica não
escapar.
Samara: Bem, aqui tem comida, nós queremos. Roupas... também queremos... Olha, tem
até uma graninha! Só vinte pila, pô?
Tamara: Ah, olha aqui, ela tem um tênis, um relógio e uma corrente no pescoço!
Verônica: Eu pego dela!
Elas pegam tudo o que é, ou melhor dizendo, era de Mônica.
Verônica: Agora vamos deixar a medrosinha ir embora.
Samara: E não aparece mais aqui!
Mônica: Mas... minhas roupas!
Tamara: Quer apanhar mais, é garota? Se manda, vai...
Mônica fica desesperada e sai correndo. Ela passa a noite andando pela cidade. Quanto
mais longe estivesse da família e dos amigos, mais dificuldade teriam em encontrá – la.
Mônica: Agora estou aqui... Sem dinheiro, sem roupas, sem comida, sem merda
nenhuma! Acho que eu vou me jogar da ponte... Mas, bem, minha mãe sempre me dizia que tenho que ser forte... Vou cantar pra esquecer um pouco... “Subo nesse palco, minha alma cheira a talco como bumbum de bebê, de bebê... Minha aura clara, só quem é clarividente pode ver, pode ver... Trago a minha banda, só quem sabe onde é Luanda saberá lhe dar valor, dar valor...”
Depois de andar muito ela se senta na frente de uma lojinha e fica lá observando as estrelas. Pouco
tempo depois, aparece uma garota. Estava com a roupa rasgada, chorando.
Milena: Er... oi, moça!
Mônica: Oi... O que faz aqui a uma hora dessas?
Milena: Fugi de casa faz dois dias. Estou passando por muitos problemas. Me chamo
Milena, e você?
Mônica: Mônica! Também fugi de casa!
Milena: Pois é... Eu tenho 15 anos, e acho que meus pais me odeiam...
Mônica: Mas, porque você ta assim...
Milena: Assim como?
Mônica: Assim...
Milena: Sei! Assim, esculachada, você quer dizer?
Mônica: Bem, é!
Milena: Uma gangue de meninas me assaltou...
Mônica: Eram três?
Milena: Eram. Uma tal de Tamara, Samara e a outra eu não sei o nome...
Mônica: Também me pegaram!
Milena: Bah... O pior é que levaram meu dinheiro, roupas, tudo...
Mônica: Aconteceu a mesma coisa comigo. Já nem sei mais o que faço, só não volto pra
casa!
Milena: Duas!
Mônica: Ai, ai... To morrendo de fome, você não?
Milena: To. Eu sei de um restaurante onde distribuem comida... Só que é só depois do meio
– dia...
Mônica: O que vamos comer até lá?
Milena: Não sei, mas já estou com a maior fome! Bem, mas eu sei fazer uma ótima cara
de cachorro que caiu da mudança! Observe, vou ali naquela casa e já volto!
Mônica: Mas é de madrugada, sua louca!
Milena: Não tem importância! Observe!
Ela vai até a casa, bate palmas. Uma mulher atende.
Mulher: Sim!
Milena (com a maior cara de morta de fome e coitada): Moça, por favor... Eu e a minha
amiga estamos há dias sem comer... Por favor... Veja dois pratos de comida pra gente! Por favor tia, ajuda “nóis”!
Mulher: Tudo bem. Espere, vou ver alguma coisa que sobrou do almoço.
A mulher volta em alguns minutos. Traz dois pratos descartáveis com bastante comida:
arroz, feijão, carne ensopada e purê de batatas.
Milena: Oh, muito obrigada mesmo! A senhora é muito gentil!
Mulher: Tudo bem, tudo bem!
Milena: Muito obrigada mesmo! Agora vou lá levar esse prato pra ela.
Mulher: Espere!
Milena pensava que a mulher ia trazer também uma coberta, mas trouxe somente
alguns talheres descartáveis. Milena agradeceu mais uma vez e se juntou à Mônica.
Mônica: Hum... Essa comida até que é boa!
Milena: É mesmo, mas não vá se acostumar mal.
Mônica: Então, amigas?
Milena: Amigas!

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