Os Escolhidos - Destinos Interligados escrita por Angie


Capítulo 16
Capítulo 15 - Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Dedico este capítulo a Gs Hayes Grey e Lonelygirl50 que amam o casal Thomas e Rennata.
Gs Hayes, mil desculpas, eu prometi que postaria o capítulo semana passada mas houveram contra-tempos e ficou meio que impossível.
Enfim, tá aí. Bjos e Enjoy.
Ps: Cena fofa entre Thomas e Rennata.



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Algo estava errado.

Desde aquela manhã Marise vinha se sentindo mais fraca e por algum motivo não conseguia entrar em contato com sua informante. Isso já acontecera algumas vezes, mas ela nunca sentira que a ligação tivesse sido cortada de tal maneira. As vozes em sua cabeça estavam inquietas, prevendo maus presságios, caso a situação se mantivesse.

Pegou o porta-retratos mais próximo e atirou-o contra a parede, sentindo a raiva borbulhar no fundo de seu ser.

Estava tão perto, ela pensou. Eram apenas questão de horas…

Dia 25 de Setembro. Início das aulas na Academia. Supostamente o dia perfeito para iniciar um ataque. Ao menos se seus planos não tivessem sido frustrados.

As últimas semanas haviam sido bastante cansativas. Ela tinha trabalhado na invocação de um exército de daimons quase que totalmente sozinha, tendo ajuda apenas nos últimos dias. Uma ajuda muito bem-vinda. Uma ajuda que estava fora de alcance no momento.

O ataque terá que ser adiado por alguns dias. Até que eu me recupere.

Soltando um suspiro frustrado, ela foi em direção ao porta-retratos destruído.

Em meio aos incontáveis cacos de vidro, estava a foto de uma garotinha acompanhada pelos pais. O casal possuía um olhar implacável e orgulhoso, enquanto a garotinha sorria timidamente para a câmera.

Eram como água e vinho.

Naquela época, Marise não sabia de nada do que sabe hoje. Vivia em um mundo de conto de fadas, onde todos eram felizes para sempre no final. O tempo se encarregou de destruir toda aquela inocência.

Ajoelhou-se e recolheu a foto cuidadosamente. Passou a ponta dos dedos sobre a superfície lisa e sussurrou:

– Pai, mãe, tudo isso é por vocês.

E então completou em seus pensamentos:

Ao menos, quase tudo.

***

– Mas você está bem, não é? – Isabella perguntou a Rennata.

Ela ainda estava um pouco impressionada com tudo que tinha acontecido desde que chegara ali. Aaron havia tentado lhe explicar boa parte do que sabia, – depois que Thomas pediu “educadamente” para que Ethan se retirasse do quarto deles. – mas, aparentemente, nem ele compreendia direito a maior parte daquilo.

Depois que Selena acordou e Rennata não, Isabella ficou bastante preocupada, mas Thomas lhe assegurou de que aquilo era normal, que muito esforço mental era exigido de sua irmã para que ela pudesse tocar a alma de alguém e que ela acordaria dentro de algumas horas. Mas isso não a impediu de ficar pensando no assunto pelo resto manhã. Ela não conseguia descrever o alívio que sentiu quando Rennata ligou.

– De certa forma, pode-se dizer que sim. A mente da Selena é tão confusa! Me senti dentro de um turbilhão. – Rennata resmungou alguma coisa em espanhol e então: – Ei, escravo! Lembra que eu sou vegetariana.

– Eu não sou seu escravo, pirralha, já disse. – a voz de Thomas soou baixa do outro lado da linha.

– O que está acontecendo aí? – indagou com um sorriso enquanto olhava os títulos dos livros em uma das estantes da biblioteca.

Não é porque sua vida amorosa estava um desastre que ela não podia se divertir com a da irmã.

– Depois que eu acordei, Thomas-sei-que-sou-lindo-e-gostoso-Blake, me explicou algumas coisas estranhas e falou de umas coisas que tenho que fazer, mas como perdi o café da manhã, ele está preparando algo para eu comer primeiro. – ela disse em espanhol, não querendo que Thomas entendesse. – EI ME DÁ ISSO AQUI!

– Oi, Isabella. – Thomas disse ao celular, ele devia tê-lo pego de Rennata. – Quer aprender uma coisa sobre seu futuro cunhado?

– Claro. – ela disse não podendo deixar de sorrir.

Rennata estava xingando Thomas do outro lado da linha.

– Sabia que eu falo fluentemente espanhol? É realmente bom ouvir sua irmã admitindo o que pensa sobre mim uma vez na vida, não é?

Vete a la verga! – Rennata gritou. Vá para o inferno.

– Calma, ninã. No es gran cosa.

– Não é grande coisa uma ova! ME DEVOLVE!

Surpreendentemente após dizer isso ela se calou.

– Ei cunhadinha, foi bom falar com você, mas é melhor que eu devolva logo esse celular. A Rennata pediu que eu fizesse um chá, mas estou começando a achar que ela está tentada a fazer outra coisa com a água fervente e como planejo ficar vivo para atormentá-la durante um bom tempo, terei que encerrar nossa conversa por aqui.

– Sem problemas. – Isabella respondeu. – Sabe, estou torcendo muito por vocês.

Ele riu.

– Eu também.

Olhou de um lado para o outro, com receio de estar incomodando alguém, mas estava sozinha.

– Estou de volta! – Rennata anunciou e murmurou em seguida: – E com vontade de enfiar minha cabeça em um buraco. Eu não tinha a mínima ideia de que o Thomas falava espanhol, aquele…

– Vocês formam um belo casal. – Isabella falou se sentando no chão e encostando-se em uma estante.

– Desista, você está se iludindo, Bella. Passo a maior parte do tempo em pé de guerra com o Thomas, a possibilidade de que um dia possamos ficar juntos está a anos-luz de distância.

– Da raiva pode nascer o amor. – cantarolou.

– Você está louca.

– E você está louca por um certo moreno de olhos azuis.

– Quer saber? Eu vou desligar.

– Continue negando, Nat. Talvez um dia possa se convencer de que não está caidinha por ele.

– Procure a Ariel, – Rennata disse mal-humorada. – vocês duas se merecem.

– Nós duas sabemos o que é melhor para você.

– E sabe o que eu acho? Que você está precisando de um namorado. E a Ariel também. – Rennata disse e desligou.

Isabella balançou a cabeça rindo, levantou do chão e guardou o celular no bolso do short.

Quinze minutos depois estava saindo da biblioteca com uma pilha de livros. Sua mente vagava longe e foi por isso que enquanto virava em um corredor acabou se chocando contra alguém que segurou seus ombros para que ela não caísse, mas o mesmo não aconteceu com os livros, que se espalharam pelo chão.

– Me desculpe! – Ethan e ela falaram ao mesmo tempo.

Ele sorriu de lado e se agachou para pegar os livros.

– Não precisa se desculpar, – Isabella disse sem graça. – eu é que sou a estabanada e não olho por onde ando.

Ethan se levantou.

– Não foi nada, eu estava te procurando.

Ela ergueu uma sobrancelha.

– Sério?

– Queria te mostrar a academia, – explicou. – isto é, se ninguém já tiver feito isso, ou se você não estiver ocupada. – ele olhou para os livros que ainda segurava. A maioria deles era sobre mitologia. – Sabe, nós ainda estamos no primeiro dia de aula, creio que isso tudo não seja necessário por enquanto.

– É fácil para uma pessoa que foi criado em meio a tudo isso, entender esse mundo, mas aqueles totalmente humanos não tem a mesma sorte, Ethan. Tudo bem, eu posso ter exagerado um pouco, mas eles também são para minha irmã. Será difícil para ela começar sem entender nem ao menos o básico.

Ela estendeu as mãos para pegar os livros de volta, mas Ethan balançou a cabeça negativamente, dando um passo atrás.

– Deixe-me ver se entendi bem. Sua irmã também é humana? – Isabella assentiu. – Mas como…? Impossível. Eu esperava que ela fosse ao menos uma semideusa e nem me dei ao trabalho de olhar a aura dela, mas… humana?

– Sim. Tão humana quanto eu. Incrivelmente a Nat foi posta no meio de toda essa loucura divina antes mesmo de nascer. Ela meio que odeia tudo isso e embora seja uma aluna com nota máxima em todas as matérias, nunca se interessou por mitologia, - ou realidade nesse caso, se é que me entende - e sempre se meteu em encrenca. Agora ela tem duas simples opções: estudar ou se ferrar.

Ethan ficou por alguns segundos em silêncio, digerindo tudo aquilo, mas logo sorriu e falou:

– E então, você aceita?

– Hum?

– Dar uma volta comigo pela academia.

– Ah… claro. Tudo bem. Mas primeiro tenho que deixar esses livros no meu quarto.

– Mostre-me o caminho, senhorita.

Enquanto andavam lado a lado, Isabella pensava no porque de Ethan estar sendo tão gentil com ela, sendo que tinham se conhecido naquele mesmo dia. O que Rennata havia dito ficava se repetindo em sua cabeça: 'Você precisa de um namorado.'

Ethan era um rapaz bonito e gentil, e se ela não estivesse errada, ele parecia nutrir algum interesse por ela. Bem, não é porque ela tinha acabado de sair de um relacionamento de modo desastroso que não poderia seguir em frente.

***

– Você nunca me disse que falava espanhol. – Rennata disse a Thomas quando terminou de comer sua salada de salmão. Ela já havia se acalmado um pouco pelo que acontecera antes.

– Você nunca perguntou. – ele disse normalmente.

Ela bufou irritada.

– Esse tipo de resposta me irrita. Pode parecer bobagem, mas é como se eu nunca fosse entender quem você é de verdade.

– Tudo bem, se isso te deixa mais a vontade, eu também sou fluente em francês, japonês, mandarim, português, italiano…

– Chega, não foi isso que eu quis dizer, não precisa bancar o espertinho. – ele ergueu uma sobrancelha diante ao seu nervosismo. – É que… – ela levantou da banqueta e começou a andar de um lado para o outro, tentando organizar seus pensamentos. Acho que minha irmã está pondo coisa demais em minha cabeça, pensou. Decidiu falar rápido, antes de ficar sem coragem. – Você está sempre comigo, mas é como se estivesse tão distante. Você fala como se o destino não fosse nada senão algo que se deve aceitar sem reclamações e sempre age como se nada te preocupasse, mas… com a Selena é diferente, existe algo mais. Aquele é o Thomas de verdade.

– O que você quer dizer é que estou fugindo do que sinto. – ele disse.

Rennata não esperava que ele fosse ser tão direto, mas assentiu.

– Desde o dia que eu cheguei na mansão Elísio e te vi… desde o momento que te toquei, é como se um botão tivesse sido ligado e eu começasse a sentir o que outras pessoas estão sentindo. Não é apenas empatia, eu diria que é algo mais literal. – ela parou de andar e virou-se de costas para ele, levando as mãos ao cabelo e amarrando-o em um coque alto. – Não sei como isso funciona direito, mas as vezes sinto quando está triste, frustrado, sentindo culpa, e sim, as vezes você parece verdadeiramente feliz, mas isso é tão passageiro… Já vivi o suficiente entre pessoas que usavam sorrisos falsos e tentavam parecer verdadeiras e mesmo antes isso já era insuportável. Eu me importo com você. Gostaria que pudesse tentar ser sincero comigo e consigo mesmo ao menos uma vez.

Ela ouviu seus passos e sentiu quando ele se aproximou, parando atrás dela.

– Você tem razão. – ele disse.

Rennata se virou e surpreendeu-se ao se encontrar com o olhar angustiado de Thomas. Ela não esperava que ele fosse ceder tão rapidamente, mas se sentia aliviada por ter sido assim. Quanto mais uma pessoa guarda o sofrimento para si própria, mas torturada se sente com o passar do tempo.

– Me sinto culpado por ter visto meus pais morrerem na minha frente sem que eu pudesse fazer nada. Mais do que tudo, quero me vingar de Marise por ter tirado de mim duas das pessoas mais importantes da minha vida, mas sinto frustração por Selena ter me proibido de me envolver com isso e querer carregar esse fardo sozinha. – os olhos dela marejaram e uma lágrima escorreu, por sentir toda a dor que Thomas sentia sendo derramada em palavras. – Sinto tristeza pelo que ainda me nego a acreditar que acontecerá com ela, mesmo sabendo que as visões de Chloe são cem por cento corretas. – ele tocou seu rosto lhe olhando com ternura, afeto e… amor. – Mas as vezes, nesses breves momentos de felicidade, eu consigo esquecer de tudo e isso não tem preço. Em cada um desses momentos você está ao meu lado. Você me faz feliz. Mas por algum motivo parece se negar a acreditar que o que eu sinto por você seja verdadeiro. Sei que não sou o clássico romântico, mas se você diz sentir o que os outros sentem, sabe que estou falando a verdade. Eu não sou o único escondendo o que sinto aqui.

Rennata vinha tentando se convencer a dias de que, para Thomas, tudo aquilo era uma brincadeira, que ele gostava de deixá-la irritada e apenas isso, de que não havia nada nela que pudesse fazer um garoto como ele se sentir atraído, de que tudo que ele sentia era gratidão. Sempre se diminuía, mesmo se fazendo de forte a todo momento e havia se acostumado a ser rejeitada. A atenção que Thomas vinha lhe dando durante os últimos dias tinham-na feito ficar confusa e sentir coisas que nunca sentira antes. Agora se tornou claro para ela o porquê de sempre querer se afastar: ela preferia o caminho mais seguro.

– Eu tenho medo. – sussurrou. – Não quero me apaixonar e acabar me machucando. Minha vida inteira foi preenchida de decepções, entende? Tudo sempre dá errado para mim. O que me garante que dar um passo tão grande como esse seja o certo a fazer?

Thomas lhe olhava intensamente.

– Sabe o que eu acho? – perguntou. Ela balançou a cabeça, dizendo que não. – Que nós somos dois covardes. Eu tenho medo de perder quem amo e você tem medo do amor. Mas eu aprendi uma coisa. – ele disse se aproximando. Seus lábios pairaram a poucos centímetros dos de Rennata. – Correr o risco as vezes pode valer a pena.

Os olhos azuis de Thomas fitavam os dela, lhe fazendo uma pergunta: 'Você aceita o risco?'

E mesmo que pouco antes tenha negado tão intensamente a Isabella, tentando convencê-la do contrário, sua opinião havia mudado de forma extremamente drástica nesses últimos minutos. Como Thomas disse, ela também era uma covarde, mas decidiu aceitar o risco sem medo ao menos dessa vez.

Fechou os olhos prendendo a respiração e elevou o queixo, querendo aquele beijo tanto quanto ele. Uma das mãos de Thomas tocou sua nuca com delicadeza e um braço circulou sua cintura, puxando-a mais para perto e fazendo-a ficar nas pontas dos pés, com as palmas sobre o peito dele. Ela sentia a excitação misturada com uma súbita alegria nascer dentro de si, ao mesmo tempo em que ele teve o poder de fazê-la sentir-se como a flor mais delicada.

– Obrigado por confiar em mim. – ele disse com a voz rouca e beijou sua testa, afastando-se um pouco, logo em seguida.

Passaram-se alguns segundos para que ela pudesse assimilar o que tinha acontecido, e mesmo após esse tempo nenhuma resposta satisfatória lhe veio. Ele a tinha rejeitado?

– Porquê? – Perguntou confusamente. Porquê não me beijou?, era isso que queria gritar.

– Ainda não era o momento certo. – foi sua única explicação, até que seu celular tocou. Ele o atendeu e pareceu surpreso com o que quer que estivessem lhe dizendo. – Ok, – disse um tempo depois. – estamos indo.

Desligou e voltou a guardá-lo.

– Qual o problema? – Rennata perguntou diante de seu olhar preocupado, resolvendo deixar o assunto do quase beijo de lado, por enquanto. – Quem ligou?

– Aaron Sage, pelo celular da Selena. Ele disse que a minha irmã revirou a academia inteira a procura da Chloe, mas não a encontrou em lugar algum e que a conexão dela com o Olimpo foi “cortada”.

– Parece que alguém está querendo muito esconder algo. – refletiu ela.

– Concordo, mas não é com isso que devemos nos preocupar agora. É melhor nos apressarmos em irmos atrás dos dois.

– Sage disse onde estavam?

– Sim, – ele riu um pouco. – e não posso deixar de notar o quanto Selena é previsível.

Ela franziu a testa.

– O que quer dizer com isso?

– Eles estão na sala de tiro. Digamos que minha irmã tenha uma maneira um tanto explosiva de dispersar a raiva. Bem, não posso dizer que não somos parecidos nessa área.

***

– Querida, você não acha que já foi o suficiente? – Aaron perguntou a Salena, não pela primeira vez, desde o momento em que ela adentrou como um furacão na sala de tiro, levando-o consigo.

Os alvos de cada uma das baias haviam sido destruídos, mas para o último Selena estava dedicando uma atenção especial, pois todas as balas perfuravam um único local, aquele onde deveria estar o coração da vítima.

Percebendo que ela não tinha ouvido, Aaron foi até ela e tocou um de seus ombros. Selena retirou os fones e baixou a arma.

– Você está bem? – ele insistiu.

Quando Selena acordou, ela parecia mais feliz e livre do que em qualquer outro momento das últimas duas semanas, mas seu temperamento mudou um pouco, depois que descobriu que Chloe havia sumido.

– Eu devo estar parecendo uma louca, não é? – ela perguntou com um pequeno sorriso. – Desculpe. É só… muitas coisas estão acontecendo de uma só vez. Rennata, você e eu de alguma forma ligados. O sumiço da minha irmã, justo agora. – ela balançou a cabeça com tristeza. – O fato de meus portais para o Olimpo estarem de alguma forma bloqueados…

– Seus olhos… – Aaron disse.

– É, ainda tem isso…

– Não. – negou. – Eu quero dizer agora. Rennata já deve estar por perto.

Os olhos dela brilhavam em dourado e ele tinha certeza de que os seus mostravam o mesmo.

– Os seus também. – ela disse com um suspiro, pouco antes da porta ser aberta.

– Eu não gosto de agir como um detector de metais. – Rennata reclamava enquanto entrava. Depois apontou para o próprio rosto, indicando seus olhos agora também dourados. – Sabe como é, deuses são estranhos, uma humana com poderes é bizarro, mais ISSO é ridículo.

Thomas vinha logo atrás dela, segurando um arco dourado.

– Eu tenho que concordar. – ele disse. – Isso é muito estranho. Mas não se preocupe, você ainda está bonita.

O rosto dela corou e Aaron sorriu ao lembrar de que afeta Selena da mesma maneira. Não precisava ser nenhum gênio para ver que os dois estavam apaixonados um pelo outro, restava saber quem cederia primeiro.

– Como pode ver, isso só acontece quando estamos os três juntos, então não precisa se preocupar. – Selena garantiu e estendeu a mão para Thomas. – Posso ver? – perguntou, se referindo ao arco.

Enquanto Selena e Rennata estavam adormecidas, Aaron havia perguntado se a última possuía algum tipo de arma divina – pois já tinha reconhecido o padrão do entalhe no par de adagas de Selena, mas naquele momento tinha acreditado que aquilo era só uma coincidência, no entanto, a aparição de Rennata serviu para mostrar que coincidências não existem. –, e não para sua surpresa a resposta fora positiva. Mais uma ligação entre eles.

Selena pegou o arco e uma linha de cor negra surgiu.

– Eu não posso acreditar. – Rennata falou, surpresa. – Antes essa coisa só ativava comigo e agora com você também?

"Existem mais coisas no céu e na terra, Horatio, do que sonha a tua filosofia." – Citou a feiticeira calmamente, tensionando a linha e assim fazendo com que uma flecha espectral surgisse.

Virando-se em direção a um alvo, ela soltou a flecha, que perfurou seu centro e logo desapareceu.

– Quem é Horatio? – indagou Rennata curiosamente.

– Ninguém importante, – explicou Thomas. – minha irmão adora citar Shakespeare, principalmente essa peça em especial.

– Que peça?

– Hamlet. – ele disse de modo amargo. – É uma história de vingança.

– Ah. – ela falou sem graça, aparentemente percebendo tardiamente que tinha tocado em um assunto delicado. – E as armas de vocês? – perguntou-lhes, mudando de assunto.

Selena tirou suas adagas das botas e Aaron estendeu as mãos a frente do corpo e conjurou sua espada. A gema preciosa incrustada no punho de ouro crepitava com uma luz azulada e pela lâmina corriam fios de eletricidade, para ele aquela arma era um pouco irônica, não passando de uma imitação do raio mestre de seu pai. Ao menos quando estava em suas mãos.

– Pegue-as e concentre-se. – disse Selena, estendendo as adagas para Rennata, que fez o que ela pediu, mesmo que com receio.

Ambas as lâminas se tingiram em um branco iridescente, ao contrário de quando Selena as segurava, pois nesse momento elas brilhavam negras.

– Legal. – comentou Thomas e Selena concordou com a cabeça sorrindo.

Rennata ainda parecia tensa, mas sorria um pouco.

Aaron sentiu seu celular vibrando e o pegou.

– Oi, Shan. – disse ao atender.

Selena lhe olhou em expectativa.

– Vocês tinham razão. Chloe simplesmente desapareceu do mapa. – Shannen disse mal-humorada. – Christopher está preocupado, e já fez todos os feitiços de localização possíveis, mas o resultado foi o mesmo da busca. Parece que a garota tomou um chá de sumiço.

– Isso é mal. – Aaron disse frustrado.

– Pois é. – concordou a loira. – Mais eu ainda não te contei a melhor parte.

– E qual é?

– Conversamos com Michael, o namorado dela. Chloe deixou um bilhete.


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