Fille du soleil escrita por ReynaSPQR


Capítulo 10
Piper


Notas iniciais do capítulo

Bom, em Percy Jackson não fica explícito como funciona o poder de cura dos filhos de Apolo, então, eis como eu imagino que seja... Aproveitem!



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Os filhos de Apolo e Hermes se juntaram na difícil missão de cuidar de todos os feridos, que eram mais da metade do acampamento. Os filhos de Hermes cuidavam dos primeiros-socorros com uma agilidade incrível, e os de Apolo, cuidavam dos que estavam em estado mais grave, já que a luz do sol que entrava pelas grandes janelas lhe davam um poder de cura sobrenatural. Eu nunca havia usado meu dom de cura, mas eu tinha que aprender urgentemente, para o bem daqueles que chegavam. Era campista atrás de campista, não paravam de chegar, tínhamos que nos apressar, pois nosso poder só duraria enquanto o Sol estivesse do céu.

Enquanto eu não descobria como usar meus dons, ia ajudando os outros com primeiros-socorros. Isto é, até que Messi e outro garoto entraram carregando Aaron, inconsciente. Assim que o depositaram no único leito vazio, corri até ele e vi seu braço totalmente desfigurado, sangrando muito. Sua camiseta exibia uma enorme mancha vermelha que só crescia. Segurei sua mão com força e contemplei seu rosto. Se antes já era branco, naquele momento estava como uma folha de papel.

Fechei os olhos e tentei me concentrar, não sei em que. Imaginei-o sendo curado, abrindo os olhos e levantando, mas nada acontecia. Frustrada, olhei para Alice, que estava com as mãos sobreo peito de uma garota, com olhos fechados numa espécie de transe. Assim que ela abriu os olhos, gritei:

– O que eu faço agora, Alice?

– Pense em coisas boas e faça uma oração ao pai. Boa sorte!

Fechei novamente os olhos e coloquei as mãos sobre os ferimentos sem me importar com o sangue. Refrigerante, parques de diversões, sol à pino num parque fazendo piquenique com minha família... Foi só o que eu consegui puxar da memória no momento, e logo uma sensação morna surgiu em meu peito. Concentrando-me, fiz uma pequena prece “Papai, por favor, não deixe ele morrer. Se se importa comigo, não deixe ele morrer.” Imaginei aquela força sair de mim e se espalhar sobre Aaron. Aquele calor passou para os meus ombros e foi descendo pelos meus braços até chegar á ponta dos meus dedos. Apertei-os contra os ferimentos sem pensar e a sensação sumiu. Logo me senti diferente, como se parte do meu ser tivesse sido arrancada de mim

Abri meus olhos e não notei nada de diferente nele. Começei a ofegar. Não podia ser real, ele não podia morrer assim. Nem sequer me perguntei o porque de eu estar me importando tanto com ele. Meus olhos começaram a ficar úmidos, mas logo seu rosto começou a adquirir mais cor e sua respiração ficou mais forte. Seus ferimentos pararam de sangrar.

Antes que eu pudesse sorrir, fui puxada para trás por mãos masculinas e escutei a voz de Quíron:

– Deixe que nós cuidamos dele, Piper.

– Mas eu posso ajudar.

– Creio que alguns milênios de conhecimento da medicina são o suficiente. TRAGAM UMA CORTINA E O MÍNIMO NESCESSÁRIO PARA UMA CIRURGIA! Ele está muito mal, não creio que vá ficar 100%, mas não se preocupe, garota, você pode ajudar as outras pessoas.

Relutante, caminhei para o leito de um garoto bem mais velho que havia sido deixado ali alguns segundos antes. Ele respirava ofegante e tinha uma pena de bronze fincada em sua coxa.

– Tire isso daí, pelos deuses!

– Farei o possível – respondi, limpando minhas mãos sujas de sangue numa toalha branca que havia na cabeceira da cama. Sem pensar muito, peguei a pena pela ponta visível e comecei a tirar, tremendo.

– Ande logo com isso!

Com um puxão, retirei o que restava da pena na carne dele. Imediatamente, larguei o objeto e coloquei minhas mãos sobre o ferimento, concentrando todos os meus pensamentos num final de semana que passei numa praia deserta de Miami. “Me ajude, pai, por favor!”

Logo a sensação voltou no meu peito e deslizou até meus dedos. Quando abri os olhos, no lugar do ferimento havia uma cicatriz grotesca.

– Obrigada mesmo, garota!

Antes de o sol se por, ajudei umas quatro pessoas com meu dom de cura, e a cada sessão, me sentia mais cansada, mais vazia de mim mesma.


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