República 11 escrita por Clarice Reis


Capítulo 1
Bad Karma


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, primeiro capítulo da fic, eu espero que gostem e por favor comentem dizendo o que acharam.



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Bad Karma

"Karma pode ser definido como uma lei que ajusta o efeito a sua causa, ou seja, todo o bem ou mal que tenhamos feito numa vida virá trazer-nos consequências boas ou más para esta vida ou próximas existências"

Nos últimos dois meses vivi os melhores dias da minha vida. Terminei o segundo grau, fui aceita na faculdade dos meus sonhos, ganhei um carro e descobri que meu primo também foi aceito o que significa que iremos estudar juntos. Foram notícias excelentes e a felicidade de não ter que olhar nunca mais para a cara daqueles alunos cretinos da minha antiga escola é imensurável.

Sim, eu detestava Hogwarts High School, não que a escola fosse ruim, o problema eram as pessoas. Meninas fúteis que só se importavam com a aparência e meninos galinhas completamente ignorantes. Eu não me encaixava naquele lugar, tanto que meus únicos amigos ali eram Alvo e Lizzie.

Lizzie sempre foi um gênio e não foi uma grande surpresa quando ela recebeu uma carta informando que havia sido aceita em Harvard. É claro que eu fiquei feliz por ela, mas perder minha melhor amiga foi bastante difícil. Um dia depois da formatura, Lizzie foi embora. Eu fui deixá-la no aeroporto e nós duas choramos feito crianças até a hora de ela embarcar. Foi complicado me acostumar com a ideia de que minha melhor amiga estava indo morar a milhares de quilômetros de distância, se não fosse Alvo para me animar eu teria ficado deprimida por várias semanas.

Alvo Potter além de primo é meu melhor amigo desde que eu me entendo por gente. Ele nunca saiu do meu lado e mesmo sendo considerado "popular" nunca se sentiu à vontade com aquelas pessoas por isso passava uma boa parte do seu tempo comigo. Eu tenho um carinho muito grande por Alvo, para mim ele é como um irmão e por isso me sinto na obrigação de cuidar dele. Meu primo apesar do seu um metro e oitenta e porte atlético digno do melhor jogador de futebol do colegial, é um desastre quando se trata de qualquer tipo de relacionamento. Ele sempre teve dificuldade para lidar com garotas e isso era um problema considerando que metade da população feminina da escola era apaixonada por ele. Alvo só tinha duas pessoas que o ajudavam nesse tipo de situação, eu e seu melhor amigo, Scorpius Malfoy.

O motivo de Alvo ser amigo de alguém como Scorpius Malfoy é algo que eu realmente não consigo compreender. Malfoy é o tipo de pessoa que eu fico aliviada de nunca mais ter que encontrar. Convencido, egocêntrico e totalmente fútil. Estudamos juntos desde o primário e é por causa dele que meu histórico escolar está repleto de detenções. Sempre arrumávamos algum motivo para brigar e foi um choque quando no primeiro ano do colegial, ele e meu primo começaram a andar juntos. Alvo sempre me disse que ele era um cara legal e que eu o estava julgando sem conhecer, mas considerando minha convivência de mais de 8 anos com esse garoto, eu tinha plena certeza de que meu primo havia enlouquecido. Aprendemos a nos "suportar" durante o segundo ano apenas porque Alvo não aguentava mais nossas brigas, mas mesmo assim eu continuava detestando o Malfoy.

Fui tirada dos meus devaneios pelo som de batidas na porta.

― Entre - falei enquanto terminava de fechar minhas malas.

― Alvo acabou de chegar - Hugo falou entrando no quarto e se jogando na minha cama.

― Eu já vou descer, por incrível que pareça acho que consegui arrumar tudo.

― Aposto que amanhã você liga dizendo que esqueceu alguma coisa - falou revirando os olhos.

― Você é muito chato - comentei. ― Mas sei que vai sentir minha falta.

― Na verdade não, vou convencer a mamãe a me dar o seu quarto depois que você for embora.

― Você é realmente um irmão adorável, Hugo - falei com meu melhor tom irônico. ― Agora me ajuda a levar isso lá para baixo.

Ele saiu carregando duas das minhas malas e eu peguei as outras duas.

― O que tem aqui dentro? - perguntou fazendo esforço para levá-las escada a baixo.

― Livros.

― É sério? Você está levando livros? - questionou. ― Você é realmente muito nerd, Rose.

Revirei os olhos.

― Alvo! - sai correndo e pulei em cima do meu primo que estava conversando com a minha mãe. ― Senti sua falta.

― Eu também, baixinha. Duas semanas sem te ver foi muito tempo.

― Como foi a viagem? - perguntei.

― Foi ótima, a Alemanha é incrível e a gente visitou um monte de estádios.

― Trouxe o que eu te pedi? - Questionei.

― Claro que sim, está no carro.

Eu já ia sair correndo quando minha mãe me fez parar.

― Não vai se despedir da sua mãe?

― Desculpa - falei dando meia volta. ― Eu vou sentir tanto a sua falta.

― Eu também, querida. Se comporte e qualquer coisa é só ligar para mim, ok?

― Ok. Vamos, Al?

― Vamos. Tchau tia. - Disse se despedindo com um sorriso.

― Tchau, querido.

― E Hugo, nem pense em ficar com o meu quarto - falei abraçando meu irmão.

― Uma hora eu vou conseguir convencer a mamãe. Tchau, chata.

― Tchau, pestinha.

Alvo me ajudou com as malas e assim que entramos no carro eu perguntei eufórica:

― Onde está?

― Olha no banco de trás.

Virei rapidamente e me deparei com uma sacola gigante.

― O melhor livro sobre a segunda guerra mundial que você pode encontrar.

― Você é incrível, Al.

― Honestamente, não sei como você tem paciência para ler esse tipo de coisa, é muito chato.- comentou.

― Você sabe que eu adoro essas coisas, não é à toa que eu vou cursar ciências políticas.

― Eu já disse, você no governo vai ser o início da terceira guerra mundial.

― Está andando demais com o meu irmão - comentei revirando os olhos. ― Quanto tempo daqui até o campus?

― Acho que umas duas horas.

― Não dá para acreditar que a gente está indo para a faculdade? Depois de anos naquele inferno de escola, finalmente um pouco de paz.

― Ah, nem era tão ruim.

― Fale por você, eu detestava aquele lugar, em especial as pessoas como seu querido amigo Scorpius Malfoy.

― Achei que tinham parado com essa implicância idiota. - por algum motivo eu sentia que meu primo estava tenso, mas resolvi ignorar.

― Nunca paramos, apenas nos suportávamos na sua frente. - comentei. ― Mas agora que ele foi estudar na França, não precisa mais se preocupar com as nossas brigas.

― É... - murmurou.

― Está tudo bem, Alvo? - Inquiri.

― Claro que sim, por que não estaria? - ele parecia nervoso. ― Pode pegar minha caixa de CDs?

― Vou fingir que você não está tentando mudar de assunto. - peguei a caixa que estava no tapete do carro e comecei a ver os CDs quando algo me chamou atenção.

― Por que ainda guarda isso? - Questionei me referindo ao CD em que havia vários corações desenhados com caneta esferográfica.

― Tem umas músicas legais - Ele respondeu sem me encarar.

― As vezes eu acho que você não a esqueceu - Comentei.

― Já faz mais de um ano, Rose. Eu superei - suspirou. ― Podemos mudar de assunto?

― Claro - murmurei.

― James ligou para mim hoje de manhã, ele e Dominique estão nos esperando e disseram que assim que chegarmos vamos para uma festa.

― Festa? Eu passo.

― Ah, qual é, Rose, é nosso último fim de semana antes de as aulas começarem, temos que aproveitar.

― Não estou muito afim de ir.

― Até lá eu te faço mudar de ideia. - Disse confiante.

― Duvido muito.

Durante o resto da viagem ficamos rindo e conversando. Quando percebi já havíamos chegado ao campus e Alvo estacionou na frente da nossa futura "casa". Iríamos morar em uma república com nossos primos James e Dominique.

A casa era grande e parecia ter sido pintada recentemente numa cor que eu não tinha certeza se era bege. O jardim era bem cuidado e havia uma piscina e um espaço para churrasco no quintal. Apesar de ali só viverem adolescentes, o lugar parecia ser bem organizado.

Alvo estava tirando as malas do carro quando Dominique apareceu na porta.

― Al, Rose, quanto tempo - ela veio correndo em nossa direção e me abraçou e logo depois abraçou Alvo.

― Senti sua falta, Domi. - Falei feliz em rever minha prima.

― James e Anthony saíram para comprar umas pizzas, mas daqui a pouco devem estar voltando. Vocês querem ir guardando suas coisas?

Eu assenti e peguei minhas malas.

― Seu quarto é no primeiro andar, segunda porta à direita, sua colega de quarto ainda não chegou então você pode escolher sua cama.

― Obrigada.

A casa era ainda maior do que eu imaginava, a sala era gigante e tinha um sofá onde cabiam no mínimo umas 10 pessoas. Fui subindo as escadas devagar tentando evitar derrubar minhas coisas, já estava no corredor do meu quarto quando esbarrei em alguma coisa que me fez cair no chão.

― Você está bem? - aquela voz era familiar.

Quando levantei o olhar senti algo que eu posso definir como puro desespero tomar conta de mim. Aqueles olhos azuis acinzentados e aqueles cabelos loiros platinados...

― Malfoy? - questionei em choque. ― O que está fazendo aqui? Você deveria estar na França.

― Pois é, Weasley, mas por conta de alguns problemas acabei ficando - falou indiferente. ― Pelo visto Alvo não te contou...

― Que você decidiu ficar em Londres? Não, ele não contou - senti o sangue ferver em minhas veias.

― Então ele provavelmente não deve ter contado que eu vou morar aqui. - Malfoy estava se divertindo com a minha expressão de horror.

Alvo Potter era um ser morto. Levantei e nem me importei com as minhas malas, desci as escadas apressada e estava pronta para fazer meu primo pagar por ter escondido tal fato de mim quando me deparei com uma cena assustadora. Alvo estava parado parecendo em estado de choque e na sua frente a última pessoa que eu esperava encontrar.

― O que está fazendo aqui? - Meu primo questionou e eu pude sentir raiva em sua voz.

A garota tirou seus óculos escuros e respondeu de forma fria.

― Eu vou morar aqui.

Aquilo não poderia estar acontecendo. Primeiro Scorpius Malfoy e agora ela? Isso só pode ser Karma.


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