Destiny, Um Quase-Anjo Apaixonado escrita por Nynna Days, Goddess


Capítulo 10
Capítulo 9 - Harper Moore


Notas iniciais do capítulo

Hey, Nynna Days aqui. Sei que a atualização demorou, mas a culpa foi minha. A Goddess tinha finalizado o capítulo e eu esqueci totalmente de postá-lo. Mas aqui está.

E faltam 6 capítulos para terminar.



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Daniel acordou com um humor pior do que o meu. Tive a decência de atualizá-lo da nossa situação trágica e ele estava a um tempo de olhos fechados e rezando, porém quando o sol começou a nascer, percebeu que suas rezas não estavam sendo tão eficientes. Cansada dessa palhaçada, mexi meus cabelos com a intenção de tirar os fios de meu rosto e o encarei com o pouco de tranquilidade que ainda me restava.

“Então, quem ele era?”, perguntei. Daniel fixou os olhos em mim e ergueu uma sobrancelha. “Simon. Quem Simon era? É óbvio que estamos aqui por causa dele e isso só pode significar que ele era alguém muito importante. E você, como Guardião dele, deve saber um pouco da história. Já que estou presa, acho que mereço saber.”

Ele desviou os olhos, não sendo solidário. Pressionei os meus lábios juntos, retendo a vontade de questionar se era possível que asas tivessem nascendo em minhas costas. Nunca tinha ouvido sobre isso, mas levando em consideração que minha única fonte era minha mãe, não deveria estar surpreendida por estar no escuro.

Estudei novamente o lugar que onde tínhamos sido presos, procurando por uma segunda rota de saída. A janela tinha sido trancada com um cadeado e estava fora de cogitação. Mesmo sem vê-los, sentia a presença de um dos anjos do lado de fora da porta, o que impedia a realização do plano B.

“Não adianta, Harper. Estamos presos.”, o Guardião disse cabisbaixo.

Suspirei, frustrada com toda a situação e resolvi descontar nele.

“Então, gênio, você poderia fazer alguma coisa útil, não? Manda um batsinal ou coisa parecida para os seus superiores. Sei que podem fazer isso.”

Ele já estava balançando a cabeça antes que eu sequer terminasse a frase.

“É exatamente o que eles querem. Não sei o motivo, mas temos que resolver isso por nós mesmo. Além disso, eles vêem tudo. Você não acha que se fosse apropriado interferir, eles já não o teriam feito?”, perguntou me olhado com raiva, o que fiz questão de retribuir com prazer. “Você está certa sobre uma coisa. Eles querem Simon e não vou envolvê-lo nisso. Por isso quando me abordaram, vim de bom grado.”

Por um segundo fiquei tocada. Por mais que tivesse sido uma coisa idiota que ele tenha feito, o fez para honrar a sua missão e salvar seu amigo. Exatamente como eu tinha feito com Mary no dia anterior. Pressionei os lábios juntos estranhando o jeito como executando coisas do modo errado, conseguia me igualar aos anjos. Isso me assustou ao ponto de me arrepiar.

“Se eu for sincera com você, você conseguiria ser sincero comigo?”, perguntei levantando meus olhos lentamente na sua direção. Daniel apenas me observou em silêncio. Dei um sorriso amargo. “Ah, claro que você tem que ser sincero. Mentir dói, não é, Guardião? Estou dizendo sobre não omitirmos nada.”, estalei a língua e passei o olho ao nosso redor. “Parece que vamos passar um bom tempo aqui.”

Mexi os meus pulsos, sentindo-os ainda mais apertados que anteriormente pela corda. Minhas costas doíam pelo tempo excessivo que tínhamos passado sentados e aquilo verdadeiramente estava me frustrando. Escutei o suspiro cansado de Daniel e arrastei os meus olhos na sua direção.

“Desculpe por ser tão duro com você no começo, Harper.”, ele disse olhando para baixo. Meus olhos se arregalaram com as suas palavras, mas meu bom senso me mandou ficar calada e apenas escutar. “Não deveria ter te julgado. Mary só está bem por sua causa. Colocou-a em primeiro lugar, acima de sua sobrevivência e é isso que verdadeiros Guardiões fazem por seus pupilos. Eu deveria ter te julgado a partir de seu trabalho e não de como você nasceu.”, deu de ombros, dando um sorriso triste. “Fomos criados para amar e repudiar os humanos, e ainda assim, protegê-los.”

Mordi meu lábio inferior.

“Não precisa se desculpar. Meu histórico realmente não é dos melhores. Fiquei surpresa por terem me oferecido esse trabalho.”

Isso o fez me encarar.

“E eu fiquei surpreso por você aceitá-lo.”, ele acrescentou, franzindo o cenho. “O que te levou a isso?”

Não sabia o que estava acontecendo comigo, mas naquele momento quis contar tudo. Desde quando minha mãe me contou o motivo de minha aparência não mudar, por eu não comer quase nada, por eu ter constantes insônias e isso nunca a alertá-la para me colocar em uma psicóloga. Quis dizer das vezes que a escutei chorando no quarto, sempre na mesma data, quatorze de setembro, sinalizando que aquele foi o dia em que conheceu o meu pai – ou o dia em que ele a deixou. Até queria falar sobre o quanto queria que ela fosse feliz novamente e que o amor é estúpido e nos fazia tomar decisões imbecis.

“Eles disseram que iriam perdoar minha mãe e deixá-la retomar o lugar dela no céu.”, encolhi os ombros, omitindo a parte da localização do meu pai. “Acho que é o que ela quer.”

Daniel soltou um riso fraco.

“E eu pensando que era por algum motivo fútil.”, ele me olhou de soslaio e deu um sorriso sincero. “Vamos ser sinceros um com outro, ok? Mas preciso ser cauteloso.”

Assenti, preparando-me mentalmente. Daniel parecia fazer a mesma coisa, já que hesitava. Respirei fundo, decidindo que poderia começar para que ele ficasse mais confortável. Hesitei, entretanto por menos tempo. Sentia ainda o incomodo em minhas costas, porém se alastrando a partir do ponto que aquele anjo tinha puxado a asa.

“Uma pena cresceu em minhas costas.”, sussurrei olhando para o teto. Escutei o arfar de Daniel e fechei os olhos. “Eu já vinha me sentindo estranha e isso me assustou. Um anjo a puxou e doeu. Não só fisicamente, mas emocionalmente. Foi como se alguém tivesse cortado o meu cabelo sem a minha permissão e rido do resultado desastroso. Não, pior. Menos fútil.”, pausei e pisquei com rapidez. “Não sei como explicar. Só que não quero sentir. Eu nem deveria ter isso.”, minha garganta secou e engoli a seco.

Daniel ficou me estudando por mais um tempo, em silêncio, mas toda vez que eu encarava-o, para tentar entender o que seu semblante representava, ficava intimidada com a intensidade que suas íris me fitavam, como se ele tivesse vendo além de mim e isso me obrigava a desviar o olhar.

“Você está me assustando.”, constatei num fio de voz, ainda com os olhos abaixados. Por algum motivo incomum, eu me sentia frágil. Em outra situação estaria fazendo piadinhas sarcásticas sobre a nossa situação e despejando toda a minha frustração em cima de Daniel, de um jeito nada amigável.

“Eu fiquei sabendo de um acontecimento desse tipo apenas uma vez em toda minha existência.”, esclareceu, atraindo meu olhar pra si. Ele suspirou, cansado mentalmente. “Tudo que acontece envolvendo Nephilins é motivo para uma guerra fora do comum nos céus. Já percebi que alguns Anjos só odeiam vocês, porque têm inveja. Vocês fazem o que querem, não precisam seguir ordens e ainda assim usufruem dos mesmo benefícios que nós. E é por esse fato que os Arcanjos sempre arrumam um jeito de esconder o que acontece com vocês... Sabe aquela suposição em que Nephilins são casos raros no mundo?”, perguntou retoricamente, mas ainda assim eu assenti. “É mentira. A porcentagem de nascimento de vocês abrange um grande número, mas os Arcanjos sempre acobertam.”, disse dando de ombros e eu não contive minha expressão chocada. “E então, voltamos ao ponto onde têm asas nascendo em você... Eu não entendo muito disso, estou no escuro assim como você, porém suponho que tenha algo a ver com a sua parte Anjo estar aflorando mais do que a humana. São as suas atitudes. O ato de bravura que fez para salvar Mary, a compaixão que teve ao aceitar o serviço apenas para ver a sua mãe feliz e outras posturas das quais eu desconheço.”

Minha boca pendia aberta e por alguns segundos eu continuei estática. Estaria eu realmente ganhando asas? Pelo simples fato de estar agindo como alguém responsável?! Bom... Isso explicava muita coisa. Como o fato de que eu estava menos irritadiça, diferente de sempre. Também explicava a constante preocupação que se instalava em mim, com o pensamento em Simon.

“Merda!”, xinguei, balançando a cabeça em negativa. Mordi o lábio voltando a visualizar a figura de Daniel em minha frente, com uma carranca, provavelmente pelo uso das palavras. “Desculpe”, pedi e logo uma careta se formou em minha face. Harper pedindo desculpas?! Ok. Havia algo muito errado!

“E isso só contribui para as minhas teorias. Eles escondem muitos segredos.”, Daniel falou tão baixo que se eu não tivesse prestando atenção, não ouviria. Balançou a cabeça “Isso está acontecendo com você, eu já estou sabendo e ainda sim, ninguém interveio, são indicações óbvias... O céu está mesmo uma bagunça.”, refletiu e ergueu os olhos de encontro aos meus. “E eu tenho medo do que pode vir a seguir.”

Nosso silêncio prevaleceu por mais algum tempo. Sabia que ele estava no meio de um conflito de pensamentos assim como eu. Eu desejava muito saber melhor sobre o crescimento súbito das minhas asas e era desgastante ter tantas perguntas, sem metade das respostas concretas. Respirei fundo e brinquei com os meus dedos de um jeito nervoso.

“Sua vez, Guardião.”, apontei.

Eu já havia exposto para ele um dos problemas que me rodeavam e mesmo ele tendo mencionado tantas pontas soltas que incomodavam-no, ainda não era o que eu precisava ouvir e o que ele precisava me contar, eu sabia. O que mais o atormentava e que, provavelmente era o motivo de estarmos ali, não foi dito. E eu precisava pelo menos saber em que buraco fui me meter daquela vez.

Ele me fitou hesitante. Sabia que foi um sacrifício escolher passar para outro tópico. Meu peito estava apertado e tinha certeza que se ele não dissesse algo com rapidez, aquela dor desconhecida iria se alastrar.

“Simon é a reencarnação de um Nephilim.”, Daniel disse e eu o encarei com os olhos tão arregalados que me surpreendi dele tão ter saído de minhas orbitas. Estava pronta para questionar e o Guardião revirou os olhos. “Sim, eu sei. Anjos e Nephilim não reencarnam, mas aconteceu. Ele se chamava Sebastian e deu um pouco de trabalho para o céu.”, ele ergueu uma sobrancelha. “Seus pais sabem bem disso.”

“O quê?”, praguejei.

Daniel se divertia com o meu espanto.

“Ele foi o principal aliado de seus pais na fuga deles e para te proteger. Morreu para protegê-los, por isso os Nephilim não são tão bem vistos pelos nossos superiores... Não me olhe desse jeito. Só descobri faz pouco tempo, acho que dois dias depois que você chegou. Vi o jeito que vocês estavam se olhando, como se estivessem conectados.”

“Psicopata e suicida.”, disse para mim mesma.

“Ham?”

Balancei a cabeça, saindo de minhas reflexões e o encarando.

“Psicopata e suicida.”, repeti vendo se ele entenderia. Suspirei com a sua falta de resposta. “Ela mataria por ele, ele morreria por ela. O amor mais sincero do mundo.”.


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Notas finais do capítulo

Finalmente descobrimos o porquê de Simon ser tão importante. O que será que vai acontecer em seguida?

Deixem a sua opinião. Beijos.



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