(Pov Angel)

Era incrível o quanto Alice era louca...

Ela tinha um namorado lindo, maravilhoso e que fazia tudo por ela ( tirando o fato que mais da metade da escola inteira sempre quis ele), e mesmo assim fica lá, abraçando Reo.

Estava tão na cara que ela começava a se apaixonar por ele, que eu não havia entendido como Gil não se tocou ainda.

Cheguei na escola e lá estava ele. Gilbert conversa com os amigos, como sempre, estava subindo as escadas e, ao me ver, deu um pequeno sorriso em minha direção, o que me fez me arrepiar.

Ene era a única do nosso grupo que não falava com ele, acho que pelo fato de já ter sido apaixonada por Gil.

Vick e ele eram até amigos, mas nada que fizesse ela querer que Alice parasse de o enganar.

Eu, bom, gostava muito dele...

Acelerei o passo para poder ultrapassa-los e fazer com que não tivesse que acompanhar seus passos.

– Bom dia, Angel... – ele disse.

– Bom dia! – disse apressada e passando por eles. Senti minhas bochechas corarem e subi muito rápido.

Assim que cheguei no terceiro andar entrei no banheiro, para garantir que meu rosto não estivesse ruborizado, e Alice estava parada enfrente ao espelho, parecia chorar.

“Deve ter levado um fora do ‘amante’...” – pensei

Ela não parecia ter notado minha presença, ou não ligava mesmo, então sai e fui para sala.

Entrei apresada e me sentei ao lado de Vick, que me olhou desconfiada.

– Achei que você fosse se sentar ao lado de Ene... – ela disse calmamente, mas pude ver certa irritação.

– Por que?

– Por que tem dois dias que você não fala direito conosco, e achei que quando voltasse ia ser ao lado de Ene, que é mais compreensiva.

– Eu só queria prestar atenção nas aulas... – na verdade eu apenas não queria ficar perto de Alice, o que ela estava fazendo era muito errado.

– Olha Angel – Vick começou – você pode estar enganando Ene e Alice, mas a mim não... Sei do que você sente por Gil e sei que é por isso que quer se afastar de Alice.

Engoli seco.

– Vick, não...

– Por favor, saia do meu lado, não gosto de pessoas que enganam as supostas melhores amigas.

Fiquei totalmente perplexa, mas peguei minha mochila e fui me sentar em outro canto.

Quando me acomodei, sozinha e no fundo da sala, percebi que Olivia estava na minha frente. Ela mexia no celular despreocupada, afinal era uma das mais inteligentes da sala, não precisava prestar muita atenção.

– Tudo bem, Angel? – ela perguntou

Eu odiava aquela garota, e não via por que deveria responder, então ignorei.

– Olha, querida... – ela começou – se você não ta cansada de levar fora por um dia só, acho bom abaixar esse seu narizinho falso e se por no seu lugar...

– Olha aqui, você! – eu me levantei gritando, fazendo todo prestarem atenção em mim – So quero ficar aqui quieta, se você quer cuidar da vida dos outros compre um gato, ele tem 7, querida...

– Não é cuidar da vida dos outros, é ter educação! Uma coisa que seus pais aparentemente não te deram...

Quando me preparei para dar uma resposta e acabar, com aquela garota e com a confusão, Reo apareceu ao meu lado.

– Acho bom as duas pararem com essa infantilidade, agora Angel sente-se por favor! – ele claramente estava de mal humor, o que me fez pensar em Alice chorando.

“Então ela não levou um fora, eles brigaram...” - pensei

Me sentei na cadeira que estava anteriormente e Olivia se levantou, indo até o outro lado da sala. Ela foi acolhida por Vick e as duas começaram a conversar animadamente, enquanto Reo apresentava Lion, o namorado de Ene.

“Como se ninguém já não o conhecesse”

Ele estava quase no final do monologo para apresentar Lion, quando Alice entrou na sala.

Seu rosto estava levemente avermelhado, mas nada que fizesse parecer que esteve chorando.

Se sentou ao lado de Ene, sem olhar para Reo ou ao menos notar a intrusa ao lado de Vick.

Voltei minha atenção para Reo e pude perceber que havia ficado tenso, com a chegada de Alice, e respondeu as perguntas idiotas que os “inteligentes” faziam, com muita rapidez.

Eles sim eram uma prova de que o boletim não classifica muito bem o seu QI, e Ravena era o melhor exemplo. Ela fazia perguntas tão idiotas que faziam meu estomago se revirar, como a pergunta de agora:

– Mas Reo, como vai ser o passeio?

Ele respirou fundo, parecendo cansado, e respondeu, dando novamente (talvez pela 5° vez) as instruções do passeio.

Enquanto falava parecia dirigir pequeno e rápidos olhares para Alice, mas ela estava debruçada sobre um caderno e não prestava atenção nele.

Olhei para Gilbert, que conversava com Leo e Lion, sentado atrás deles, junto com Valentim.

“Os namorados perfeitos” pensei “Pena que são delas”

Leo e Vick, o casal complicado, mas perfeito.

Lion e Ene, sombrios, quietos e apaixonados.

Valentim e Olivia, entre restrições, da parte dos dois, pareciam os mais cúmplices.

Gil e Alice, ela uma idiota, ele perfeito, e os dois não se largavam.

Me virei para frente e pude observar que Reo já havia saído da sala e nós começamos a aula de inglês.

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Estava saindo da aula e ainda não havia falado com nenhuma das garotas.

Ene me olhava, em alguns momentos, mostrando não estar entendendo o que acontecia e pedindo uma explicação.

Alice não parecera notar minha falta, na verdade não parecia notar nada, simplesmente ficar pairando ao lado delas como se fosse um fantasma.

Vick abrirá as portas do grupo para Olivia e acolhera como uma irmã, acho que elas já tinham um relação, afinal os namorados eram muito amigos.

Saia da aula, apresada como sempre, e ia para casa.

Para minha surpresa havia alguém na porta do meu prédio. Stephan estava esperando alguém ali e só quando me aproximei pude ver que era a mim.

Ele estava parado na portaria e eu fiquei na sua frente.

Ele tinha cabelos louros e olhos azuis eletrizantes. Era um ano mais novo que eu e estava no 2° ano.

– Oi! – ele disse surpreso ao me ver – Quer dar um role?

Pensei nas intenções daquele garoto e o quanto queria que fosse Gilbert me convidando.

Dei de ombros e resolvi me arriscar, afinal o bobo do Gil estava preso em Alice.

– Por que não?

Ele riu e me puxou com força, fazendo com que ficasse totalmente presa aos seus braços. Ele me beijou com força, me fazendo arfar, e depois me guiou até sua moto.

Ele começou a dirigir para a saída da cidade em uma velocidade que me fez enjoar um pouco.

Ele fez curvas acentuadas e nos levou para a estrada.

– Stephan! Acho que deveríamos parar! – gritei para que pudesse me ouvir.

– Sabe Angel... – ele gritou de volta – sabe aquela vez que eu lhe dei uma rosa, no 6° ano?

Tentei me recordar. Era verdade, ele, muito menos atraente, havia me dado uma rosa, quando ele estava no 6° ano e eu no 7°.

– Lembro! – não estava mais entendendo nada – Mas e daí?

– Por que não me deu um fora hoje, como naquele dia?

Engoli seco. Não podia simplesmente dizer “Por que você não era gostoso!” então não respondi

– Pode dizer! – ele insistiu, fazendo uma curva tão rápido que achei que iria cair.

– Não sei!

– O que?

– Eu não sei!

– Que pena... – ele sussurrou, mas consegui ouvir

Stephan continuou acelerando e eu vi seu objetivo.

Um enorme caminhão cheio de combustível bem na nossa frente.

– O que você esta fazendo? – perguntei exasperada

– Você se arrepender por ter me feito sofrer...

Ele acelerou, ainda mais, e, quando estávamos à centímetros do caminhão, vislumbrei o rosto de Gil, sorrindo para mim, naquela manha.

E após uma grande dor e a temperatura ter ficado bem quente, tudo ficou escuro.

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E a ultima coisa que Angel Woodnight viu e desejou foram aqueles olhos mel, que sempre a deixaram louca.