Surreal - Art and Insanity escrita por Jess


Capítulo 74
Abissal _Um conto de Surreal


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Esse é um conto que escrevi e achei melhor publicar aqui mesmo, mas depois poderei publicar ele separadamente.
Enquanto ainda não decidi o final vou tendo ideias e mais ideias e não consigo me livrar do Sebastian.
Se alguém tiver a solução para esse meu problema me avise por favor.
Boa leitura.



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O inicio do meu dia se parecia com qualquer outro que já havia vivido, tudo estava igual. Entretanto sentia como se estivesse muitos passos a frente, não a frente de alguém em especial, mas sim a frente de mim.

Meus passos se aceleraram de uma forma que já não tinha como não correr, só tentaria não tropeçar em meus pés e cair ,pois se caísse, voltaria ao inicio, como numa grande maldição.

Abri os olhos, vendo o que já estava acostumado a encarar todas as manhãs, o tédio instantâneo, o nada que estava em todo lugar. Permaneci deitado, esperava que como em todas as manhãs alguém viesse ao meu encontro, alguém que tinha isso como função, alguém que não conheço e não me importo.Mas não aconteceu.

Pensei ter acordado mais cedo que o normal, e esse ser o motivo da demora. Não ouvi passos no corredor, e tudo parecia estranhamente silencioso, como se todos estivessem tentando ouvir assim como eu, até que foi ouvido um estrondo, algo como se uma das pesadas portas de ferro estivesse sendo derrubada, logo depois gritos... Muitos gritos, como em um zoológico com animais em descontrole, urrando fazendo sons animalescos, alguns pareciam estar nervosos.

E eu só me perguntava o que estaria acontecendo e o porquê dos pacientes estarem fazendo tanto barulho, sendo que desde que havia chegado, na maior parte do tempo eles estavam sedados.

Levantei-me da cama ame aproximando da porta, onde poderia tentar ver o que estava acontecendo pela pequena grade. Encostei minha testa na porta e senti o frio, as grades eram curtas, mas tinham tamanho o suficiente para que eu enxergasse um pouco de cada lado do corredor. Nunca fui de tentar olhar para o lado de fora, nada de interessante acontecia, apenas enfermeiros indo de um lado para o outro. Entretanto, naquele momento havia algo que merecia minha atenção...

Do lado direito do corredor vinham dois psiquiatras, um mais velho que eu havia conhecido no primeiro dia em que estive ali, ele era como um chefe para os outros que trabalhavam ali. Do outro lado do corredor vinham enfermeiros e um paciente, esperei até que fosse mais visível a imagem deles.

Quando passaram em frente a minha porta, foquei meus olhos no paciente tentando reconhece-lo pelo perfil, mas sua cabeça estava baixa. Até que virou o rosto em minha direção... Não vou esconder que fiquei um pouco assustado, esqueci que havia uma porta me protegendo.

E pela primeira vez vi aquela porta como algo que pudesse me proteger do que acontecia lá fora e não ao contrário... Pela primeira vez vi algo que não foi criado por minha mente que me deu medo. Eu teria recuado se não estivesse congelado.

Em todo o tempo que passei entre essas paredes, nada que fosse externo me assustava, pois minha mente criava coisas piores. Ninguém como eu mesmo para saber meus medos... Porem aquele olhar abissal era amedrontador, e o que o tornava amedrontador era o fato de eu já ter visto um terço daquilo em meus próprios olhos... Eu senti como se parte daquele abismo estivesse em mim, e o pior era que eu não queria.

Quando voltei de meus pensamentos, meus olhos buscaram por aquela face, mas só encontrei suas costas indo em direção ao outro lado do corredor, sendo escoltado por enfermeiros que pareciam estar mais tensos que ele.

A figura de enorme estatura que caminhava com a coluna reta e a cabeça um pouco baixa foi sumindo do meu campo de visão, mas aquela sensação incomoda continuou em mim. Eu não queria um olhar abissal, não queria ter aquelas marcas, não queria permanecer ali e me tornar uma cópia ruim do Roger Brunswich ou alguém como aquele paciente que parecia tão doente quanto o Brunswich.


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Notas finais do capítulo

Comentem.



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