POV Susan

Três Meses Depois

Após passar a tarde no Buffet, eu e a tia Sam voltamos para casa. Eu estava morrendo de cansaço, fui tomar um banho para relaxar, vesti uma roupa confortável desci para jantar e finalmente poder dormir. Como nem eu e nem a tia Sam estávamos com disposição de cozinhar decidimos pedir uma pizza, então quando desci a escada a tia Sam já estava colocando a garrafa de refrigerante na mesinha de centro e ao lado já estava a caixa da pizza. Eu ia me sentar, mas ouço o telefone tocar e fui atender

– Alô - digo e desabo sobre o sofá

– Oi, minha mãe vai sair mais cedo para o trabalho o imbecil do August está aqui, então vou jantar com vocês, tchau– Jhon falou depressa e irritado, ele desligou o telefone na minha cara

– Tchau - digo colocando o telefone de volta no gancho

– Quem era? - tia Sam pergunta me olhando

– Jhon, vai vim jantar com a gente - digo me sentando ao lado dela no chão

– August está em casa - ele deduziu e simplesmente assenti

Em questão de minutos a porta se abriu e Jhon entrou

– Oi! - ele cumprimentou

– Não sabíamos que viria então pedimos uma toda de calabresa - tia Sam se explica

– Tudo bem - Jhon disse se aproximando

– Sabe onde fica os copos da casa - digo, direto enquanto me servindo da pizza e de refrigerante

– Valeu, miss simpatia - ele ironizou indo em direção a cozinha

Ele pegou o copo e sentou com a gente, começamos a nos servir quando lembrei de algo

– Não é hoje o evento da Expo Stark? - perguntei e a tia Sam assentiu

– As industrias Stark contrataram o Buffet para cuidar da produção da apresentação de abertura do stand do Stark hoje - minha tia falou antes de tomar um pouco de refrigerante - Eu deveria está lá para supervisionar tudo

– Não começa, além do mais nos últimos seis meses Emily se mostrou muito capaz de cuidar de um evento desse porte - digo pegando o controle para ligar a TV - Vamos ver como ela se saiu cuidando da produção

Coloquei no canal que fazia a transmissão ao vivo de evento, no stand do Stark tinha algumas dançarinas com roupas curtas e justas que lembravam alguns detalhes da armadura do homem de ferro, elas dançavam ao som da musica Shoot To Thrill do AC/DC

– Ele tem bom gosto - Jhon falou olhando a TV

– Está falando da musica ou das dançarinas? - perguntei em tom brincalhão

– Dos dois - ele responde rindo e balanço a cabeça negativamente, mas sem conter um sorriso discreto

"Então na frente do stand Tony Stark pousou sua armadura de forma dramática, a multidão começou a gritar, as maquinas que sempre o auxiliavam a tirar e colocar a armadura, começaram a tirar peça por peça, quando a terminaram ele reverenciou o publico de forma dramática, enquanto ao fundo as mulheres estavam dançando, quando a musica estava chegando ao fim as mulher fizeram um semi circulo em torno dele e quando a musica parou elas abriram a mão direita e direcionaram para ele como se fosse fazer um disparo do repulsor. Elas saíram desfilando e ele aplaudiu e disse

– Ah! Muito bom estar de volta - ele se virou para a plateia

– A gente te ama Tony - alguma mulher gritou da plateia

–Sentiram saudade? Eu também - ele disse e alguém gritou

­- Explode alguma coisa - ele olha na direção que a voz veio

– Explodi alguma coisa? - ele voltou a olhar pare frente - Eu já fiz isso

– Eu não estou dizendo que... o mundo está curtindo esse longo e interrupto momento de paz graças a mim - a plateia gritou ainda mais com o "não comentário dele"

– Eu não estou... dizendo, que da cinzas... do meu próprio cativeiro, nunca existiu um exemplo melhor do que eu na história para o mito da fênix ­- ele diz abrindo os braços e abaixando a cabeça, enquanto todos gritava e aplaudiam

– Eu não estou dizendo... que o tio Sam... pode ficar quietinho na cadeira de balanço dele tomando chá gelado, só porque eu não encontrei alguém que fosse homem suficiente para me enfrentar pra saber quem é que ganha - ele disse a ultima parte firme e com um tom de desafio, todos começaram a gritar Tony e um sorriso torto e convencido surgiu no rosto dele

– Peraí, não sou eu gente - ele disse parecendo fazer esforço para voltar ao seu discurso original, ele ergueu as mãos fazendo sinal para que parassem para ele prosseguir - Não são... vocês e nem somos nós também. O que importa é o legado, o que decidimos deixar para gerações futuras e é por isso que no próximo ano e pela primeira vez desde 74 os melhores e mais brilhantes homens e mulheres de países e empresas do mundo inteiro, unirão seus recurso e dividirão sua visão, para construir assim, um futuro melhor

A plateia gritou mais uma vez apoiando cada palavra dita por ele, que apesar da reação prosseguiu com seu discurso

– Isso não é por nós amigos, enfim o que eu estou dizendo, se é que estou dizendo alguma coisa é: Sejam bem vindos a Expo Stark - todos gritaram e aplaudiram novamente - E agora, vamos receber um convidado especial do além, para explicar melhor para vocês o que eu falei. Quero que recebam, meu pai... Howard

As luzes do palco se apagaram e a imagem de um homem por volta dos seus quarenta anos apareceu no telão ao fundo, ele estava sentado sobre uma mesa de forma elegante, trajava um terno cinza e parecia ser um homem muito exigente

­­- Tudo é possível com tecnologia, vida melhor, boa saúde e pela primeira vez na história da humanidade a possibilidade da paz mundial - ele disse saindo da mesa e andando até um maquete mais a frente - Em nome de todos nós das industrias Stark, quero apresentar a vocês a cidade... do futuro. A tecnologia trás possibilidades infinitas a humanidade e um dia livrará a sociedade de todos os seus males, em breve a tecnologia afetará a maneira que vocês vivem o seu dia a dia, não haverá mais tedio no trabalho sobrando mais tempo para atividade de laser e para aproveitar o melhor da vida, à Expo Stark, bem vindos.

A imagem do Howard Stark some dando lugar a logo da Expo Stark de 74, mas logo é substituída pela atual, a imagem mudou mostrando uma reporte de cabelos castanhos, olhos claros, usando um vestido rosa que estava na frente de uma multidão super empolgada

– Estamos aqui ao vivo da inauguração da Expo Stark e agora Tony Stark acabou de sair do palco, não se preocupe se você não pode vir hoje, porque essa feira irá continuar o ano todo, e eu vou estar aqui conferindo todas as atrações, pavilhões e os inventos que estão chegando do mundo inteiro, você não pode perder..."

Durante o tempo que a gravação de Howard Stark estava falando senti um aperto no coração, sabia que estava acontecendo alguma coisa errada, mas não sabia o que era, mas de uma coisa eu tinha certeza, era algo relacionado ao Tony Stark, então antes que a reporte pudesse prosseguir a tia Sam mudou de canal sem avisar, eu simplesmente olhei para ela

– Não dá para acreditar nesse cara, ele é tão... tão... - estava vendo que ela estava a ponto de xingar, mas se controlou - Egocêntrico, essa feira é desperdício de dinheiro e de tempo

– Faça como eu tia Sam, não veja como desperdício de dinheiro, veja como lucro - digo me encostando no sofá - Mais um eventos das Industrias Stark e a equipe de produção do nosso Buffet foi contratado, não importa a forma que o cliente gaste o dinheiro, desde que não sejamos prejudicados

– Desde quando se tornou tão capitalista? - tia Sam perguntou me olhando

– Desde que tive que assumir os negócios, o Buffet tem potencial para expandir e ter filiais em outras cidade e para que isso seja possível, será necessário capital - explico como se não fosse nada - Com as filiais, teríamos menos dificuldade de ter novos contratos com outras empresas

– Eu cuido desse Buffet há anos e nem por isso tenho toda essa ambição - ela disse como se estivesse desapontada com a minha atitude

– Vai começar - sussurro pendendo a cabeça para trás, fechei os olhos e respirei fundo e voltei a posição normal - Olha, que a senhora tem é limitação

– O que!? - perguntou incrédula, pois nunca fui de responder assim - O que deu em você? Eu não te criei desse jeito Su, sempre te expliquei não devemos deixar o dinheiro nos subir a cabeça

– Eu não estou... - tentei falar mas ela não queria me escutar

– Susan, não importa o quanto dinheiro a pessoa tenha isso não trará a felicidade a ninguém - já estava começando a me irritar, então levantei dizendo

– Eu desisto - peguei o copo para por mais refrigerante

– Não permiti que você saísse - ela disse começando a se irritar

– Vou pegar sobremesa, que tal? Você quer sobremesa? Vou pegar a sobremesa - digo ignorando a tia Sam e vou até a cozinha

– Susan, eu estou falando com você - ela disse vindo atrás de mim

– Vamos ver o que temos aqui - digo ao abri a geladeira, ignorando a tia Sam

– Susan eu estou falando sério, você tem que para de pensar em lucros e condições financeiras, isso não vai te fazer melhor que ninguém - o jeito que ela estava falando insistindo na mesma tecla, sem deixar eu me explica estava me irritando

– Para com isso, para com esse inhê inhê inhê, é chatice. Chatice, disparou o alarme de chatice - digo colocando a vasilha com musse sobre a mesa

– Você está ficando parecida com seu pai, ele sempre se colocou acima dos outros - ela começou a critica meu pai, o passatempo preferido dela

– Ninguém merece - murmurro para mim mesma, enquanto pego os potinhos para servir o musse

– Sua mãe era uma grande mulher por sempre pensar nos outros antes de si mesma, eu vi o quanto ela era incrível por conta disso, um exemplo para muitos - ela sabia o quanto me afetava falar sobre a minha mãe

– Agora chega - digo alterando um pouco o tom de voz e colocando as vasilhas com raiva sobre a mesa - Você está me criticando desde o momento que eu falei sobre a expansão do Buffet, sabe porque pensei nisso? Porque aqui nós estamos limitados, existem diversas pessoas talentosas e desempregadas espalhadas pelo país, as filiais do Buffet, iria sim nos render mais, mas também iria abrir mais portas de emprego, ajudando diversas famílias que estão com dificuldade financeiramente

Não apenas o que eu falei, mas como eu falei deixou a tia Sam, desarmada. A expressão que ela tinha de desapontamento se tornou uma levemente surpresa, ela não esperava que eu falasse aquilo, muito menos daquela forma.

– Su, eu... - ela começou a falar, mas eu não queria ouvir nada, nem mesmo desculpas

– Perdi a fome, vou para o meu quarto - digo passando por ela, fui até a escada

Fui direto para o meu quarto, tranquei a porta, não queria que ninguém me incomodasse. Porque a tia Sam tinha que ter me dito aquilo? Sei que as vezes pareço egocêntrica, mas isso por brincadeira. Faço isso apenas com aqueles que já conheço como o Jhon, o Nico e alguns amigos próximos do acampamento. Mas forma que ela falou comigo, será que eu sou tão diferente da minha mãe? Será que eu sou a copia exata do meu pai? Maldita hora que eu fiz a porcaria de prometer esperar, se não fosse isso eu poderia descobrir rapidinho que ele era. Minha mãe era uma mulher famosa, apesar de está em inicio de carreira. Haveria alguma coisa na internet, uma reportagem ou qualquer outra pista, mas prometi e não posso voltar atrás com a minha promessa.

Deitei-me na cama disposta esquecei a discussão de alguns minutos, coloquei meus fones de ouvido e coloquei uma musica qualquer, fechei os olhos, tentando não pensar em nada, mas de repente uma imagem me veio a mente da mesma forma que vinha nos sonhos

" - E agora, vamos receber um convidado especial do além, para explicar melhor para vocês o que eu falei. Quero que recebam, meu pai... Howard" - Tony Stark disse e saiu do palco, ele ficou próximo ao telão, mas em um lugar onde o publico não podessem vê-lo

Ele retirou um pequeno aparelhos do bolso, pressionou o polegar direito no aparelho que apareceu na pequena tela Intoxicação por Paladium 24%
Abri os olhos me sentando na cama novamente

– O dispositivo que o mantem vivo, também está o matando - digo surpresa, pois é a primeira vez que vejo algo sobre ele sem está dormindo

Me deitei novamente entendendo por que o Stark está fazendo as coisas aparentemente sem pensar, até mesmo de forma auto destrutiva, ele está morrendo e quer aproveitar cada segundo, fiquei um tempo com esses pensamento rondando minha mente, até que apaguei, felizmente em uma noite sem sonhos