P.O.V. Derek Peter Barllon

– Então eles simplesmente quebram a proteção de Zeus e invadem o palácio! Me expliquem, como isso é possível? – meu padrasto, Christopher, exigia respostas.

– Você acha que se já soubéssemos de tudo, estaríamos tendo essa discussão? – Henry o corta.

Claro, estávamos num salão de reuniões, que apesar do furacão de monstros, estava de certo modo intacto. O ataque de ontem foi inesperado e inexplicável, ninguém entendia como aqueles monstros entraram aqui nem o que exatamente eles eram. Então hoje de manhã foi convocado uma reunião de extrema urgência. Mas obviamente essa reunião não estava dando em nada.

– Parem com essa discussão à toa! Nem parecem os reis de grandes nações, e sim dois garotinhos mimados! – Meliandra interrompe a discussão dos dois, que a olham boquiabertos. Ao menos ela tinha atitude...

– Talvez se seu marido fosse menos aguerrido... – Minha mãe e seus comentários venenosos. O bom foi que a ignoraram.

– Olhem, temos Angelline como prisioneira. Ela está envolvida nisso, podemos interroga-la para encontrar respostas. – Nicholas fala convicto. Acho que esse era o ponto invejável nele; sempre sendo seguro e determinado.

– Ah, a traidora. – Henry bufa.

– Claro garoto, brilhante ideia. – Christopher fala.

– Então podemos fazer isso depois do café, com toda certeza não foi uma grande ideia fazer essa reunião antes de comer. – Louise, depois de tanto tempo calada, finalmente fala.

– Um momento Louise. – meu pai interrompe, fazendo minha prima revirar os olhos. – Depois do ocorrido, acho que seria bom ficarmos mais um tempo aqui. Ao menos até ajeitamos um pouco as coisas.

– Mas como vai ficar o governo de Grécia. Vocês precisam cuidar de lá. – falo confuso.

– Claro filho, mas não podemos deixar vocês assim, sem nenhum responsável. – o rei da Grécia fala.

– Concordo plenamente. Por isso eu e Meli decidimos ficar um tempo a mais aqui também. – dessa vez Henry assente sobre a sugestão de Christopher.

– E mais uma coisa. – Meliandra chama a atenção, sua voz é realmente suave. – Sei que é uma pressão grande a Seleção e a escolha para vocês. – ela olha de mim para Nicholas. – Mas, eu acredito que com o ocorrido, manter tantas garotas em insegurança... só acho que devam ir logo para a próxima etapa.

Sim, a próxima etapa da Seleção... Ninguém discutiu com ela. Era justo, não podíamos manter tantas garotas em insegurança.

– Ω -

Saímos do salão da reunião e nos encaminhamos para o café. Meus pensamentos corriam como em uma maratona, várias ideias disputando a linha de chagada. Eram tantas coisas para pensar, tantos problemas para resolver. A próxima etapa da Seleção... Esse pensamento se sobressaiu dos outros. A Seleção agora estava com quinze garotas. Quinze garotas bonitas, inteligentes e interessantes. Quinze garotas valentes que lutaram e correram perigo no baile de ontem. Eram semideusas e estavam acostumadas com monstros, mas ainda assim era algo honroso elas permanecerem lutando. E agora, o que faria?

– Você já decidiu? – Nicholas se aproxima.

– Não sei. Estou confuso. – confesso.

– Cinco gregas e cinco romanas, temos que decidir. – Nicholas não parece nem um pouco afetado.

– Pra você é fácil né. Sempre dono da situação. – zombo.

– E você realmente acha justo continuar mantendo-as em maior perigo. Não sabemos o que está acontecendo Derick! Temos que tomar uma decisão, somos futuros reis. – e esse foi o momento em que vi um verdadeiro traço de rei no Nicholas. Foi nesse momento que notei maturidade nele. Não consegui responder, não sabia o que dizer.

Entramos no salão e lá estavam elas. Sentadas, conversando silenciosamente. Como podia escolher? Me dirigi ao meu lugar e o café começou a ser servido. Fiquei encarando minhas panquecas, como se lá estivesse a solução dos meus problemas. Não pude ficar decepcionando quando essa solução não veio.

Nicholas me encarou firme e eu assenti, mas sem muita convicção. Ele se levantou e eu repeti o gesto. Todos os olhares se direcionaram a nós, o que não foi nenhum pouco encorajador.

– Peço licença para interromper o café das senhoritas. – ele limpa a garganta. – Mas eu e o príncipe Derick temos algo importante a ser dito. – não me incomodei de apenas ele falar. – Com o ocorrido do último dia, temo dizer que a situação por aqui não está segura. A proteção de Zeus foi corrompida e ainda não temos nenhuma explicação sobre os monstros e tudo mais. E além de tudo descobrimos uma espiã conosco. A senhorita Angelline, que foi devidamente punida sendo expulsa da Seleção e aprisionada para depor. Com tudo, ainda temo em dizer que vocês correm mais perigo aqui do que em seus cotidiano como semideusa. Sendo assim, decidimos ir para o próximo passo da Seleção. Decidimos reduzir a Seleção para a Elite.

Nicholas me olha, como se passasse a palavra para mim. Ótimo, ele joga bomba e me deixa com a responsabilidade de apaziguar as coisas. O burburinho se espalhou rápido por toda a mesa.

– Senhoritas, por favor, peço que façam silêncio. – engulo em seco. Por que estou tão nervoso? – A Elite se constitui em dez garotas, cinco gregas e cinco romanas, nesse caso. Eu escolherei as gregas e Nicholas as romanas. As gregas que participarão da Elite são... – por onde começo? – Camila degli Angeli. – Respiro fundo. – Hannah Clab... Nayra White – falta apenas duas. – Fênix Silver Flakes e... Asia Black.

Consigo ouvir o suspiro de algumas e o choro de outras. Eu não queria magoar nenhuma, mas também não podia continuar deixando-as correndo perigo, sendo que sabia que não havia interesse romântico. Nicholas logo começa a falar a escolha dele.

– Na Elite de romanas estão Jessica Albuquerque, Julieta Downte, Europa Louise, Ever Headbone e... Giuliana Castillo Harcott. – ele fala sem muita delonga. – As outras, sinto muito, mas voltarão para casa.

E o barulho apenas se intensificou.