P.O.V. Derek Peter Barllon

Charlotte me esperava no pátio do palácio. Esse era o limite onde poderíamos ir. Sério, como viajamos para Veneza e não podemos conhecer a cidade? Merfinna tinha que dar tantas ordens?!

– Olá senhorita Charlotte. – digo me aproximando da jovem de cabelos ruivos.

– Olá príncipe Derek! Pode me chamar só de Charlie mesmo, é como todo mundo me chama. – ela diz com um sorriso receptivo.

– Ok. – falo com um sorriso – Então me chame apenas de Derek também.

– Tudo bem. – ela diz e começamos a caminhar pelo amplo pátio. O vento era suave e o clima estava frio, mas é claro! É outono. Pego o saco de farelos e ofereço um pouco para Charlie que começa a também jogar para os vários pombos que ficavam no pátio.

– Sabe, o pátio do Palácio de Ducal é também conhecido pelos seus tão famosos pombos. – falo jogando mais farelos para os vastos e variados pombos.

– Sério? Eles devem gostar daqui não é? – ela diz sorrindo.

– Sim... e você, gosta daqui? – pergunto enquanto andávamos.

– Tenho que admitir que sim. Eu gosto da tranquilidade daqui e as outras garotas também são bem legais. É, eu gosto daqui. – ela diz sorrindo brincalhona. Eu retribuo o sorriso.

– Nossa! Uma filha de Marte que gosta de tranquilidade? Essa é interessante. – falo e ela sorri meio tímida.

– Eu sempre fui bem mais pacífica que meus irmãos... e por isso ele sempre zoavam de mim. – seu olhar era distante e meio angustiado.

– Hey, não fique assim. Você não pode ligar para o que eles acham ou pensam. Eles são uns idiotas por zuarem com uma garota linda como você. – falo com sinceridade. Ela abre aquele mesmo sorriso tímido e eu mudo o assunto. Continuamos conversando e alimentando os pombos. Percebi que, ao contrário dos filhos de Marte, Charlotte passa tranquilidade. Eu me senti muito bem com isso.

= Ω =

Mais tarde tive mais um encontro. Eram por volta das 16:20, quando bati na porta de Jessica Albuquerque. Uma criada abriu a porta e falou que era para me esperar só mais um instante que ela logo viria. Depois de uns cinco minutos a garota de cabelos roxos apareceu.

– Hey Derek! – ela disse quase que inconscientemente – Ah, desculpa! Eu deveria lhe chamar de Príncipe né? Meus deuses! Mil desculpa Derek. Aghr fiz de novo!

Ela era engraçada e um tanto confusa. Isso me fez rir.

– Tudo bem Jess. Posso te chamar assim? – pergunto com um sorriso.

– Pode. – ela fala quase que instantaneamente.

– Então eu lhe chamo de Jess e você pode me chamar de Derek. – falo lhe oferecendo meu braço. Ela o aceitou de bom grado.

– Como queira. – ela diz com um sorriso brincalhão.

– Para onde vamos? – ela pergunta enquanto andávamos.

– Você com certeza deve gostar de Vinho não é? Como filha de Baco... – respondo.

– Claro! Simplesmente amo uva e vinho. – ela diz animada.

– Então... vou lhe levar num lugar que sei que vai adorar. – falo e ela me olha curiosa – Você saberá o que é logo que chegar!

– Tudo bem então... – ela diz num tom brincalhão. Conversamos mais um pouco durante o trajeto para o local que pretendo leva-la e pude perceber nesse pequeno espaço de tempo, que ela era bem divertida e louca.

– Já chegamos? – ela pergunta quando paramos numa porta grande de madeira velha, mas bem cuidada.

– Sim, chegamos. – falo com um sorriso e abro a porta. Percebo que ela fica ainda mais animada com o que vê dentro do pequeno cômodo.

– Deuses! Quantos vinhos tem aqui? – ela pergunta com os olhos brilhando. Estávamos na sala onde guardava os vinhos.

– Centenas de vinhos provavelmente. – falo com um sorriso satisfeito – Gostou?

– Se eu gostei? Isso aqui é o paraíso! – ela diz começando a andar pelo cômodo, passando a mão pelas garrafas.

– Então acertei... – falo seguindo ela pelo cômodo.

– Sim Derek, isso é incrível! Este aqui é de 1953! – ela fala olhando deslumbrada para a garrafa de vinho.

– E ainda tem mais antigos! – falo me dirigindo até um pequeno armário para pegar duas taças. Ofereço uma delas para Jessica.

– Obrigada. – ela fala pegando a taça.

– Este aqui, olha. – falo pegando um vinho de 1897. Ela sorri e eu abro o vinho e sirvo sua taça. Ela cheira o vinho antes de tomar um gole.

– Nossa! É maravilhoso! – ela diz fascinada. Sirvo um pouco para mim e o provo.

– Maravilhoso! – falo e ela sorri. Continuamos provando mais alguns vinhos e conversando animadamente.

P.O.V. Nicholas Alexander Ellionder

Estava numa conversa agradável com Asia. Sim, estávamos num encontro. Mais especificamente no salão de Música. Estávamos ouvindo alguns discos de vinil de rock e ela me falava que era seu estilo favorito, apesar de também ter outros que ela ama.

– Mas acho que Nirvana ainda é melhor! – ela dizia. Tentávamos decidir o próximo disco que ouviríamos.

– Mas os Queen estão mais perto. – falo balançando o disco da banda na minha mão.

– Agora os Nirvana também estão! – ela diz pegando o disco dos Nirvana e se pondo ao lado do tocador.

– Isso é trapaça! – falo e acabamos por nós dois rimos.

– Claro que não! Você fez isso primeiro, então tecnicamente é uma revanche. – ela diz tentando parar sua risada.

– Ah claro. – falo revirando os olhos, mas exibindo um sorriso de canto. – Então, tudo bem. Vou deixa Nirvana primeiro, mas só porque se trata de uma dama.

– Claro cavalheiro. – ela diz com um toque de ironia.

Continuamos a ouvir as músicas e conversar sobre assuntos diversos. Percebi que Asia era bem irônica e ao contrário de alguns filhos de Hades, ela parecia gostar muito de rir.

= Ω =

Busquei Europa em seu quarto assim que o relógio soou 20:00. Ela estava realmente encantadora e percebi que usava uma coroa de flores. A verdade é que sempre avistava ela com alguma coroa de flores, acho que já era como uma marca registrada dela. E era perceptível que só acentuava sua beleza.

– Olá Príncipe Nicholas. – ela diz com um sorriso animado.

– Olá senhorita Europa. – falo lhe oferecendo meu braço que ela aceita de prontidão.

– Para onde vamos? – ela pergunta.

– Jantar. – respondo com um sorriso.

– Sim, mas aonde?

– Bem, isso você verá. – falo com meu melhor sorriso charmoso.

Andamos conversando sobre assuntos diversos e sem muita lógica.

– Chegamos. – falo abrindo o a grande porta que dava para uma das fachadas do palácio, a com vista para o canal de Veneza. – Já que não podemos sair daqui, pelo menos podemos aproveitar essa vista.

– Nossa Nicholas. Isso é incrível! – ela diz olhando admirada para o céu que tinha o tom de azul bem escuro, mas que estava repleto de estrelas que o deixavam iluminados.

– Que bom que gostou. Nosso jantar irá chegar daqui a pouco, é que teve um pequeno atraso na cozinha...

– Tudo bem. – ela diz com um lindo sorriso sem tirar os olhos do céu.

– Você gosta mesmo do céu. – brinco.

– Mais que isso. Eu gosto muito de noites estreladas. – ela responde dessa vez me fitando com seus brilhantes e claros olhos azuis.

– Fico feliz que eu tenha acertado então. – falo no instante em que um garçom chega e começa a servir a mesa que também estava lá.

– O jantar está servido. – o garçom fala antes de se retirar. Ela muda sua atenção para a mesa e antes de se sentar, eu lhe puxo a cadeira. Ela agradece e começamos a jantar.

– Então você é filha de Júpiter... – falo quando estávamos no meio do jantar. Ela afirma com a cabeça enquanto terminava de mastigar sua lasanha. – Sendo assim você veio para a Seleção só por mim. – falo com meu típico sorriso charmoso.

– Você é muito metido não é. – ela fala me encarando. Eu acabo sorrindo de canto.

– Sempre me dizem isso.

– Por que será... – ela fala com o ar inocente e eu rio.

– Okay então, me fale como você vivia. Soube que foi criada por ninfas...

E a conversa continuou com ela me contando de sua vida. Era bem diferente e inexplicavelmente a sua cara. Ela parecia meio tímida, mas acabei descobrindo seu lado brincalhão e charmoso. E cheguei à conclusão de que minha primeira conclusão estava errada. Ela não era nem um pouco tímida.