Terre D Amitié escrita por Gabuh


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, de qualquer forma espero que gostem!
Boa leitura!



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             - O que achou?

             - Você é um ótimo cozinheiro – disse feliz por me sentir tão bem.

             - Você parece cansada... é melhor dormir.

             - Não acho que seja necessário.

             - Pode ter certeza que é! – ele me deu um beijo na bochecha e se levantou comigo – se quiser pode dormir no meu quarto. É o melhor.

             - Sei disso, mas não, prefiro ficar no primeiro quarto.

             - Tudo bem.

             Segui pro primeiro quarto e deitei. Era mais confortável do que eu imaginava.

             Agora podia ver que realmente estava com sono, e não demorou muito até eu fechar os olhos e dormir

 

             - Charlotte, acorde! Charlotte! – abri os olhos, confusa. Pisquei algumas vezes até focalizar o rosto a minha frente.

             - Marly?

             - Sabe a quantas horas você ta dormindo?

             - Não falo ideia! – admiti.

             - Há um dia! Você passou um dia inteirinho dormindo!

             - Não tenho mais nada pra fazer, tenho?

             - Hoje é seu aniversário, lembra disso?

              - Não! Mas pouco importa.

             - Faremos algo diferente!

             - Dormir é uma coisa diferente!

             - Vamos sair, ir ao shopping, ver as amigas...

             - Não da pra passear Marly, provavelmente não da nem pra abrir a porta da casa; a imprensa deve estar toda lá fora.

             - Isso não é problema, mas se você preferir pode fazer algo aqui mesmo...

             - OK, isso lhe deixa mais feliz? – ela assentiu – então vamos fazer uma festa.

             Aquilo devia deixá-la feliz e distraída, não queria ter que magoá-la por causa de algo que eu nem tinha certeza se era real.

             Me arrumei lentamente e esperei que ela voltasse pra me chamar.

             Desci as escadarias com Marly ao meu lado, não era uma grande comemoração, eu sabia disso, mas era maior do que eu pensava.

             Os convidados eram apenas aqueles de que eu gostava os próprios empregados, os antigos professores, meus cães e uma menina, Nancy, que sempre fora uma grande amiga.

             Cumprimentei a todos e tentei curtir a festa por mais tempo possível.

             Foi legal, era bom rever Nancy, tinha muito que falar a ela e muito a ouvir também. Sua mãe também tinha viajado e ela estava só. Tínhamos bastante coisas em comum.

 

             Depois que todos foram embora percebi o quanto era tarde. Arrastei-me pela escada até o meu quarto e me joguei na cama, cansada demais para fazer qualquer outra coisa.

             Tive a impressão de não dormir por muito tempo, uma noite curta e sem sonhos.

             Estava cansada, mas não voltaria a dormir, precisava me certificar que Terre d’ amitié ainda existia.

             - Pierre – disse enquanto levantava, e o meu quarto se transformou no lugar que eu queria estar. – Pierre!! – dessa vez eu o chamei de verdade, tendo consciência de sua presença.

             - Char, que bom que voltou! – ele parecia mais animado que de costume e me envolveu em um abraço apertado – Foi um tédio sem você aqui.

             - Acho que isso explica toda essa animação. – falei me livrando educadamente de seus braços.

             - É. Mas o que vamos fazer hoje?

             - Não sei se tenho muito tempo.

             - Você controla o próprio tempo. Acho que já sei o que faremos hoje... Vou te ajudar algumas técnicas, não sei se funcionam mesmo, mas podemos tentar. – ele saiu andando na direção da biblioteca. Curvou-se sobre uma das estantes e pegou o que parecia ser maior livro de lá.  Coloco sobre a mesa e passou delicadamente a mão na capa.

             Era um livro muito bonito sem duvida. A capa era feita e detalhada de veludo vermelho e ouro. No centro estava escrito: Terre d’ amitié. Ele o deixou ali e voltou para a estante pegando um livro mais simples onde estava escrito: Lendas.

             - Bom, acho que seria interessante você conhecer melhor a história daqui antes de qualquer coisa. O que acha de um pouco de aula de história?

             - Seria bom, mas... pensei que só você vivesse aqui

             - Eu não vim do nada Charlotte, assim como você, eu tive père e mère. Terre d’ amitié nem sempre foi desabitada, deserta. Era, há muito tempo atrás, uma terra conhecida e muito querida. A terra dos sonhos. Tipo a “Terra do nunca” de Peter Pan. É claro que ninguém acreditava que existisse até viver o que você ta vivendo. Muitas crianças vinham aqui só para comprovar a sua existência.

“Com o passar dos anos, as crianças que habitavam o local foram crescendo e deixando de acreditar em tudo o que viveram, fizeram suas próprias escolhas e abandonaram Terre d’amitié. Com exceção de 2 adolescentes.

“A mulher tinha cabelo castanho e liso, olhos azuis; uma pele lisa e sedosa. Era uma jovem muito bonita. Seu nome era Suzie. – ele abriu o livro e me mostrou uma foto. A mulher da foto realmente era linda – Sempre fora forte e corajosa, vinha de uma família nobre muito rica. Graciosa, tímida e romântica. Sempre tinha um sorriso iluminando o rosto.

“O homem era alto e forte. Também era muito bonito. Seu cabelo era dourado e seus olhos eram verdes – ele passou o dedo para a foto ao lado me mostrando o jovem homem – seu nome era Pietro. Ao contrário de Suzie, ele não vinha de uma família muito rica.

“Eles sabiam que o amor que crescia dentro deles só poderia existir em Terre d’amitié. A família de Suzie nunca aceitaria esse romance. Dois anos passaram e Suzie completara 16 anos e Pietro 18. Nunca mais tinham recebido qualquer outra criança, o que provava que Terre d’amitié tinha se tornado apenas uma lenda, ou uma história de criança. Os únicos que tinham acesso ao local eram eles.

“A vida paralela era algo que eles não conseguiam e não queriam mais evitar. Passavam quase o dia todo juntos. Criaram aqui o mesmo que tinham lá fora.

“Só que eles não esperavam que Suzie engravidasse, eles não sabiam que era possível ter um filho no mundo paralelo. E um grande problema surgiu.

“Tudo o que pertence a Terre d’ amitié não pode ir ao mundo real. A criança pertencia a Terre d’ amitié, ela fora gerada aqui. Suzie não podia voltar ao seu mundo tendo algo daqui em seu ventre. Ficara presa.

“Os nove messes se passaram e nasceu um menino. Tudo o que Pietro queria. Um menino, que modéstia parte, era lindo. Bom, você já sabe como ele é.

             - Esse... menino... é... você?! – eu estava surpresa, a história era datada de, sei lá, uns 100 anos atrás.

             - É. Eu sou Pierre Somerhalder. Vou explicar tudo.

“Meus pais embora jovens sempre foram muito responsáveis e cuidadosos. Mas havia algo especial neles, o amor que possuíam dentro de si. Mère não conseguiu mais voltar pro mundo em que vivia e père só ia lá quando era necessário. Eu logicamente não podia sair daqui.

“Os anos foram passando. Eu cresci, eles envelheceram. Foi quando eu parei no tempo. Não modificava mais, não passava dos 16.

             - Eles morreram?

             - Como todos morrem.

             - Todos menos você.

             - É. Todos menos eu – ele não parecia feliz com a ideia de nunca morrer.

             - E... qual é a sua idade?

             - 16 anos

             - Não, sua verdadeira idade.

             - 252 anos. – meu queixo caiu, eu devo ter ficado com cara de idiota por muito tempo. Tempo suficiente pra digerir a ideia e voltar a raciocinar.

             - 252 anos – repeti. Minha voz agora não passava de um sussurro.


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Notas finais do capítulo

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Obrigada pela leitura!
Beijos
;.