(DESCONTINUADA) Criminal Scene escrita por Scamander


Capítulo 17
17. Histórias da meia-noite


Notas iniciais do capítulo

eu acho que primeiro tenho que começar me desculpando, porque eu realmente não pretendia demorar todo esse tempo. mas meio que eu tenho uma ou duas ou na verdade muitas explicações? bem, exatamente.
porque guess what, não foi meu computador que travou, mas o microsoft. e eu realmente quero deixar registrado aqui que eu teria postado esse capítulo ontem, porque eu já não me aguentava de tanta demora, se meu primeiro contato com o google drive tivesse sido mais amistoso. fora isso, o zayn saiu da one direction, teve o kca, meu teclado não me deixa mais usar parenteses - ugh - eeeee é isso.
mas domingo é aniversário de quemquemquem exatamente *meu* e eu pretendo fazer uma maratona até lá, mas deus é bom e minha mãe não, então eu vou viajar e só vou voltar no domingo mesmo então sabe-se lá se essa ideia vai funcionar.
e gente, desculpem mesmo, mas com toda essa confusão que tá minha vida eu meio que ainda não tive tempo nem disposição para responder os comentários que eu venho recebendo. isso vai tipo contra todos os meus conceitos e eu sinto muito mesmo, mas é o que temos por enquanto. :///
então, notas finais? xx



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Às duas e três, as luzes da delegacia foram desligadas.

Às duas e cinco, um homem barrigudo saiu pela porta.

Cinco segundos depois, ele gritou para alguém lá dentro que compraria os cafés e estaria de volta às três.

Mas foi só meia hora depois, quando sentiu algo pegajoso próximo a batata da perna, que Leo Valdez acordou. E com muito sono, às duas e trinta e sete, Leo notou que aquilo que escorria de sua perna parecia, fedia e agia (o quê?!) como mijo. E pior, mijo de cachorro. Daqueles pulguentos, tipo o que atravessava a rua com uma cara satisfeita de quem acabou de se aliviar na perna de um condenado.

Gritando desesperado, ele sacudia sua perna e chutava o ar, como se em algum momento no meio daquilo o mijo se desprendesse de sua perna e voltasse para a urina/uretra/para dentro (ele nunca se interessara por essas coisas, então que se dane) do cachorro.

Em algum ponto no meio disso, Percy acordou. Às duas e quarenta, para ser mais exata. Fazendo uma careta, ele tateou o bolso a procura de alguma pastilha de menta ao sentir o gosto de seu hálito. Foi só depois de encontrar um halls preto esquecido na parte detrás de sua calça que ele notou o gnomo latino se debatendo ao lado dele.

Ah, espere, era só o Leo mesmo.

— O que diabos- começou, praguejando.

— Ahhh, ahhhh. – Leo berrava, mexendo o pé no que poderia ser uma performance perfeita de 7/11, da Bey.

— Por Deus, Valdez, que merda é essa?! – Percy coçava o olho, alheio a toda a cena que Leo fazia no pico da madrugada de Dover.

— Um vira-lata acabou de fazer a porra do xixi em mim, Jackson! – Leo dizia, ainda alterado enquanto balançava sua perna. Ela meio que tinha vida própria agora.

Percy piscou, seu olhar indo de encontro com a calça molhada de Leo. Num momento, ele pareceu indiferente com toda a situação e, no outro, ele estava rindo violentamente. Na posição que estavam, escondidos no parque em frente à delegacia, fez parecer que era o punhado de grama alta que gargalhava, o que assustou o vira-lata que agora revirava uma sacola voadora próximo ao velho balanço de ferro e Leo pode muito bem ter se sentido vingado, sim.

Mas ainda assim, ele continuava com a calça mijada.

— Porra de cachorro dos infernos. – Leo praguejava, segurando a parte de cima de sua calça sem realmente saber o que fazer. – Agora eu vou pegar uma doença de animal sem cura para humanos e morrer daqui a quatro dias ou virar um zumbi e iniciar o apocalipse que extinguirá a raça human-

— Menos Leo, bem menos. – Percy murmurou, analisando o amigo. – Nós ainda temos uma delegacia para invadir antes do fim do mundo, não se esqueça.

E talvez Leo tenha esquecido, é. Mas qual é, tinha mijo de cachorro em sua perna, ele ainda considerava poder ser a causa da extinção humana.

Por via das dúvidas, ele deu um jeito de arrancar a parte suja de sua calça com a pouca força que tinha – o que, sim, deixou-o um pouco orgulhoso.

Assim, com metade de sua calça rasgada, ele e Percy levantaram-se de seu esconderijo. Eles ainda não tinham visto a delegacia desde que caíram no sono, mas daqui há menos de duas horas começaria a amanhecer e a não ser que eles quisessem voltar para a segurança de suas casas antes das quatro, era bom que começassem a agir logo.

— A delegacia fecha? – Percy estranhou a escuridão.

Agora, a luz de um único poste iluminava toda a rua e Leo mal conseguia enxergar dois palmos a sua frente. Ele esperava que, pelo menos, assim como a polícia, estupradores também fechassem para descanso àquela hora da noite (e a cena que ele imaginou foi mais ou menos assim: “oh cara, estou afim de assaltar uma loja”/”agora não vai dar, cara, o delegado só volta daqui a meia hora, vamos jogar cartas enquanto isso”, é).

— Veja. – o Jackson apontou e eles viram uma figura pequena mover-se pelo breu, dentro da delegacia.

— Um ladrão? – Leo pensou alto, mas ele não via motivos para uma pessoa assaltar uma delegacia, especialmente de madrugada.

Exceto se essa pessoa fosse Leo Valdez, é claro.

— Vamos dar uma olhada. – Percy puxou Leo pelo cotovelo.

Os dois estavam atravessando a rua quando um vento frio envolveu a perna despida de Leo e, junto, um par de faróis correu pela rua. Percy pôde sentir os pelos de sua nuca se arrepiarem ao que um carro passou raspando por suas costas, a voz de um rapper qualquer estourando nas caixas de som enquanto uma nuvem de baseado cercava a caminhonete apinhada de adolescentes.

— Babacas! – alguém gritou e uau, Percy nunca se sentiu tão ofendido quanto agora.

Ele teria feito piada, mas por favor.

Foi com um último relance de farol que os dois garotos puderam ter um vislumbre da pessoa que estava dentro da delegacia.

E essa pessoa estava dormindo.

O clichê adolescente-sem-causa-voltando-de-uma-festa-na-madrugada aconteceria mais cedo ou mais tarde, Annabeth sabia. O problema é que não havia festa. E Annabeth estava encrencada demais para se considerar rebelde.

Diferente dos filmes, no entanto, não havia aquela típica árvore ao lado de sua janela, o que fez com que a loira tivesse que recorrer ao método clássico: ela entrou pela porta da frente.

Mas adivinhem: foi Annabeth abrir a porta que ela teve que fechá-la automaticamente. Pois é. Porque no meio de uma pilha de caixas de pizza, latinhas de coca diet e baba - ew -, seu pai jazia jogado no sofá. Sorte fora a sua ao constatar que ele dormia.

Foram aqueles benditos tutoriais que a salvaram. Ah, os tutoriais. Annabeth fez uma anotação mental de agradecer a todas aquelas pessoas que dedicavam seu precioso tempo escalando paredes e ensinando a seus 29 inscritos como não cair no ato.

Era louco e Annie torcia para que sua vizinha, Sra. McLean, não olhasse através da janela de seu quarto agora. No final, a garota conseguiu chegar sã e salva no carpete do quarto. Com alguns arranhões e uma blusa rasgada, mas conseguiu.

Sete foram as pessoas que ela se obrigou a agradecer - anonimamente, é claro - depois de ligar o computador e, claro, desligar Adele que ainda tocava incansavelmente em seu som portátil. Ela ainda acrescentou alguns truques em alguns dos comentários, para finalmente abrir uma nova guia em seu computador e digitar na barra de pesquisas o que queria: como hackear contas no facebook.

555.000 resultados em menos de 0,50 segundos.

Abençoado seja o Google e seu dono. E todas as pessoas que se dispuseram a criar tutoriais detalhando maneiras de como hackear contas. Annabeth até conhecera um cara (aha, assistira dois de seus vídeos0 que passava seu tempo entrando em celulares alheios de pessoas no shopping.

Finalmente, à meia noite, Annabeth fez login na conta de Luke Castellan, quando sua maior dificuldade fora encontrar seu endereço de email, acredite ou não - tipo, ekulnalletsac@gmail.com, sério?

Sua lógica era bem simples: Luke e Calipso pareciam bem íntimos. E eles nunca foram vistos publicamente juntos. Com as infinitas possibilidades de contato que o século XXI lhe proporcionava, quais eram as chances, de 0 a 10, de eles se falarem pelo Facebook?

Louvado sejam os amantes. E Luke Castellan por guardar todas as conversas melosas entre ele e Calipso.

Talvez em outra ocasião, mas a loira realmente não sentiu remorsos ao invadir a privacidade alheia. Em caso de vida ou morte, isso ainda é considerado crime? Annabeth não gostaria de ter essa resposta.

Subindo a conversa, ela talvez tenha vomitado uma ou duas vezes com todas as 17 declarações - e contando - de Luke. Ele realmente parecia apaixonada por Calipso e ela não dava a minima.

E o mais insano era conciliar a imagem romântica do computador ao terceiranista carrancudo que vagava pelos corredores do Olympus High, exibindo sua cicatriz como um troféu. A coisa toda chegava a ser embaraçosa.

Mas foi já com uma meia hora rolando pela tela de mensagens - com atualmente 22 declarações - que Annabeth sentiu seu coração falhar uma batida.

Calipso Atlas:

Eu preciso de sua ajuda.

Imediatamente, uma resposta.

Luke Castellan:

Estou aqui

Calipso Atlas:

Será que vc pode me encontrar?

Luke castellan:

Estou com Silena agora, desculpa.

Luke Castellan:

:/

Dez minutos depois, Calipso respondeu.

Calipso Atlas:

Eu acho que estou sendo ameaçada por ela

Luke Castellan:

O que?

Luke Castellan:

O que te faz pensar isso?

Calipso Atlas:

Eu recebi uma mensagem hj

Calipso Atlas:

Nela dizia para eu ficar longe de vc

Calipso Atlas:

Você contou para ela???

Luke Castellan:

Eu te prometi, é nosso segredo

Calipso Atlas:

Não faça isso maior do que já é

Calipso Atlas:

Foi só uma noite Luke

Calipso Atlas:

estávamos bêbados, irritados e Silena não estava lá.

Luke Castellan:

Eu sei, o.k?

Luke Castellan:

Mas oq vc quer que eu faça?

Calipso Atlas:

me Ajude. por favor.

Luke Castellan:

Como?

Calipso Atlas:

Silena é minha melhor amiga, eu não quero duvidar dela.

Luke Castellan:

Mas você já está

Calipso Atlas:

não complique as coisas.

Calipso Atlas:

vc vai me ajudar?

Luke Castellan:

voce só recebeu uma mensagem, calipso

Luke Castellan:

deve ter sido algum trote, não se desespere.

mensagem visualizada às 10:13 p.m.

E por algum motivo, Annabeth soube que ela devia se desesperar.

— Onde fica a porra dos veículos apreendidos? - às duas e quarenta e oito, Leo perguntou.

Ele e Percy estavam lá há pelo menos cinco minutos, perambulando pelo interior da delegacia, quando se reencontraram no hall de entrada.

O mesmo homem adormecido estava largado no sofá de espera e este não parecia acordar tão cedo. Vez ou outra aquele bendito cachorro latia lá fora e essas eram as vezes em que Leo queria se enterrar na própria desgraça.

Porque veja bem, não é todo dia que você rouba de uma delegacia com metade de uma calça rasgada. Quando aquilo tudo acabasse, talvez ele virasse um Charles Chaplin fora da revolução industrial e fizesse piada de toda aquela tragédia. Ele até tinha altura para isso, olha.

— Eles não deviam ter isso nos registros ou uma porra dessas? - Percy dizia, o sono fazendo-o duas vezes mais mal-humorado.

E então Leo piscou.

Mas é claro!

— Os registros! - guinchou, olhando automaticamente para o corpo desfalecido no sofá próximo a ele. O policial continuava dormindo, graças ao bom Deus. - Jackson, você é um gênio!

E tamanha era a exaustão que o Valdez agarrou Leo e tascou-lhe um beijo na testa. E sim, isso ainda fazia dele 100% hétero.

Correndo para detrás do balcão, Leo ligou o monitor da delegacia. Aquilo não era um hospital, mas seu trabalho foi dez vezes mais fácil quando ele encontrou assim que a tela se iluminou o mapa de toda a delegacia. O destino até parecia estar colaborando com ele. Mas nah.

Com um sobressalto, os dois garotos suspiraram ao notar que o homem no sofá apenas roncara alto demais. E que o cachorro lá fora latira com um pouco mais de frequência a medida que eles ouviam uma voz se aproximar.

Leo congelou.

— Puta que pariu, Valdez, ande logo com isso! - Percy batia em seu braço, apressando-o.

Os dois olharam uma figura corpulenta conversando no celular e novamente o super-Leo entrou em prática, fechando a aba onde ele havia entrado e olhando para o corredor, onde ele e Percy deviam seguir até os fundos e encontrar o que, não diga!, era uma garagem para veículos apreendidos.

Mas antes que eles pudessem dar o fora dali e pegar sua moto - para o infinito e bem além, muito obrigado - Percy parou-o, cutucando seu braço e apontando para um arquivo logo na página inicial.

Caso Atlas.

Aquilo só podia ser brincadeira.

Por um momento, Leo realmente pensou em clicar. Mas a voz lá fora já estava se despedindo e, qual é, Leo não era tão burro assim. Ele realmente pensou em deixar para lá, porque era óbvio que um caso tão importante como aquele não estaria disponível no hall de entrada de uma delegacia, mas a pessoa foi novamente se distanciando e Leo estava com muito sono para pensar direito.

Fechando seu casaco até o topo e puxando-o para cobrir sua boca, Leo mandou, abafado, que Percy cobrisse o rosto.

— Mas que merd-

Leo apenas olhou para ele, os olhos faiscando de insanidade.

— Você já não está cansada dessa merda de destino brincando com a gente?

E Percy iria acrescentar que não acreditava naquilo, mas Leo já estava entrando naquele bendito arquivo, dizendo:

— Bem, talvez seja a nossa hora de se divertir um pouco.

E então o primeiro flash foi disparado.

A sorte era que Percy estava com o capuz puxado para cima, virado para Leo, e a única coisa que poderia ter aparecido era seu reflexo borrado no quadro de avisos, já quase completamente coberto com post-its atrás deles.

Quando o segundo flash foi disparado, Leo entortava os olhos descobertos e Percy puxava seu capuz, cobrindo o rosto numa pose bem nigga de um adolescente condenado que perdera quatro horas de sono, yeah.


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Notas finais do capítulo

vamos ignorar que na delegacia tem câmeras para o melhor funcionamento da história, sim?
esse final ficou muito wtf mas eu tava com sono e com as juntas doendo de tanto escrever e a ideia simplesmente me veio a cabeça e eu pensei: por que não? e.e
próximo capítulo eu vou tentar escrever ainda hoje, mas nem copiar e colar eu consigo no meu word, então.. quem quiser me dar de aniversário um novo pc eu ia amar, sério mesmo.