Outsiders escrita por Rafaela


Capítulo 8
Capítulo 8




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Nana girou a fechadura e entrou aos risos ao lado de Alex.

– Por onde você estava? – Sua mãe perguntou, ela se esqueceu que ela voltaria da viagem hoje.

– Me desculpe, estava com Alex.

– Quem é Alex?

Ele saiu da porta, com um sorriso no rosto. Olhar para ele sorrindo e de como sua expressão mudava dava desgosto, o cara sério e misterioso sumia em frações de segundos. O reflexo dele, que ela mantinha na cabeça, era um cara durão que usava botas de couro e jeans clássicos, não um bom rapaz que agrada mães, coisa que ele fazia agora.

– Então, esse é o tal Alex do telefone, Mariana? – perguntou seu pai.

– Não! – ela disse. – Mas pai, você anda ouvindo minhas conversas pela porta?

– Da próxima vez, fale mais baixo.

– Se eu soubesse que a senhora estaria aqui, poderíamos passar na floricultura.

– Não, já recebi meu presente.

– Qual? – Nana lhe perguntou.

– Um bracelete igual o seu.

Mariana sorriu, olhou para Alex, sorriram. Olhando por outros olhos, eles pareciam ser outros; nem ao menos pareciam ter quebrado a mesa biblioteca e saído ilesos. Ninguém poderia saber desse brunch, desses dois, desses sorrisos, desses beijos. Algo que seria difícil, já que compareciam pessoas na sala.

Alicia, Nina, Fabi, Caca e mais Tess. Eles ouviram a voz deles, correram para enxergar ambos.

– Onde estão as roupas descentes? – perguntou Nina.

– Ela é porca, estava à manhã toda pra rua – respondeu Tess.

– Meu Deus! Eles estão namorando? – Alicia perguntou olhando para seu vestido recém chegado das passarelas semanas de moda de Paris.

– Pelo visto, sim – dizia Caca, ele abraçou Alicia por trás de modo que se encurralou nos ombros largos e se afogou nos cabelos ruivos.

– Aqui, Caio? Você quer pagar de namorado bom humorado aqui? – Ela berrou e saiu emburrada.

– Esses dois não têm nada em comum, você deveria fazer alguma coisa – Nina saiu de braços cruzados e com a mesma cara de mongol que sempre teve.

Teresa continuou a observar os seus gestos de afeto, ela queria saber o que se passava na cabeça dos dois em aparecerem no apartamento juntos. Quando sua mãe lhe disse que viria para o tal brunch, ela imaginou que poderia conversar com Nana a sós, sem Alex, sem problemas. Enxergar os dois juntos, sorrindo e parecendo ser as pessoas mais felizes do mundo não lhe fazia bem, machucava.

Foi quando Nana subiu pelas escadas de mármore, Tess viu, era a hora de falar algo. Saiu de nariz em pé e quase tropeçou no seu vestido longo, era um Dior que deixava sua clavícula a mostra e o perfume Chanel Nº 5 ressaltante.

– Nana, eu posso falar com você? – ela a parou perto da escada.

– Posso tomar um banho antes? Juro, eu preciso.

– Posso te esperar no seu quarto?

– Ok.

Abriram a porta, Tess olhava para as figuras abstratas coladas no quarto. O papel de parede azul florido e claro lhe agradava de tal maneira, mas não gostava dos ursos de pelúcia sobre a cama.

Ela ouviu o barulho da porta, primeiro enxergou a blusa cinza, depois o jeans claro, em seguida os olhos castanhos cintilando. Era o retrato perfeito da imagem em que ele procurava por ela, lhe pedia desculpas e sorria. Mas ele foi seguir pela garota errada.

– Ah, Alex.

– Oi – ele disse. – Você viu a Mariana? Preciso falar com ela.

– Ela está no banheiro.

Ele apontou para o cômodo, sorriu.

– Você não vai entrar aí, né?

– Eu ia, mas...

Ele se sentou no sofá em que Tess estava. Pensou em lhe perguntar coisas da vida, de como seguia, se já arranjou outro amor. Ela ainda era dele, Alex sabia pelos olhos dela. Se ele quisesse, poderia beijá-la e usá-la na hora em que quisesse. Mas ela era esperta, perceberia isso antes, já Mariana...

– Ela vai demorar?

– Não sei.

Nana saía com uma toalha no seu troco e sorriso no rosto, querendo saber o que Alex fazia no seu pequeno universo de sonhos. Isso não parecia ser realidade: Alex, Tess, ela, sem discussão. Antes de trocar de roupa, ela arrumou a alça de seu sutiã e abriu seu guarda-roupa.

Alex se levantou, a abraçou por trás.

– Você está cheirosa!

– Chanel Nº 5.

Tess se enfurecia, afinal, ela sempre usou Chanel Nº 5 e ele nem sequer reparou. Olhar para essas dois escolhendo roupas não a agradava nem um pouco.

– Eu vou de Marc Jacobs.

– Tudo bem, não quer minha opinião.

– Eu vou de Marc Jacobs – Eles se beijaram.

Alex puxou sua toalha, ele olhou para sua bunda. Enquanto isso, Tess estava no seu celular respondendo mensagens:

Alexa: é verdade que estão namorando?

Tess: alguém segura esses dois? Eu não to mais aguentando.

E lá se foi o tal segredo. Ela bateu uma foto, Mariana estava sendo exposta, coitadinha!Ela olhava bem, o casal combinava, exceto que deveria ser ela ali.

– O que você queria conversar comigo? – Ela tirou outra foto.

– Agora não dá.

– Fala!

– Queria falar que eu abençôo esse relacionamento.

– Que relacionamento? – Alex perguntou, fechando o vestido.

– De vocês.

– Mas não tem relacionamento – Ela sorria, parecia tão abobada quando estava ao lado dele.

– Mas tinha.

– Tess – Alex berrou.

– Sim – Ela acenava, com sorriso no rosto.

– Desculpa por hoje de manhã, só precisava de um pouco de café. E desculpa por não responder suas mensagens, estava bêbado demais.

– Não! – Tess dizia num tom de voz irônico – Não precisava, eu é quem sou ridícula. Vocês são um casal, o que uma companheira de noites qualquer pode interferir?

– Eu amo você, Teresa – Eles se olharam nos olhos, ela sabia que o dito era verdade, sabia que não era aquele amor de irmãos – como amigo.

– Eu te amo também – o tom de voz dela soava mais verdadeiro, caras não saem por aí dizendo aquelas três palavras a qualquer hora, talvez não saibam disfarçar.

– E eu amo vocês dois!

Que menina iludida, pensou Alex.


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