Outsiders escrita por Rafaela
Teresa tinha feições de uma criança quando sorria, e agia como uma quando seus pais estavam fora de casa. Normalmente, ela vinha com aquela voz manhosa ao telefone, em seguida, reclamava de solidão e que precisava de alguma companhia. A primeira opção seguia a lista telefônica, o nome de Alex só continha uma letra mostrando o quão importante ele era nessas situações.
Ela o perseguia diante das portas do casarão, o encurralou e mantiveram um longo contato labial.
– Vocês terminaram?
– Não termino o que não começo.
Tess olhou para ele, sentia como se fosse a primeira vez deles nessa casa e do modo em que agiam. Alex só se concentrava no único ponto mais valioso que todas as esculturas no cômodo, os seus olhos azuis cintilantes.
– Eu amo você - ela disse, soava como o prometido disso nunca acontecer.
– Eu também - Respirou fundo.
– Nunca imaginei que estaria assim.
Ela saiu de onde estava e se sentou no sofá.
– Alex - Estendeu o queixo, sua voz era trêmula - nunca imaginei que isso ia acontecer, mas acho que a gente está voltando para o mesmo lugar de onde saímos.
– Que lugar? Estamos na mesma.
– Não, eu não sou mais quem eu deveria ser. Eu ando fazendo loucuras.
– Você sempre foi assim.
Alex se sentou e a envolveu com os braços. Tudo bem que ela poderia chorar e reclamar, ele sentia que Teresa estava sedendo aos prazeres do amor, mas enquanto sofria com isso queria estar ao seu lado.
– Alex, eu te amo.
– Eu amo você também.
– Mas Alex, eu quero um companheiro e não só mais um amante - mencionou. - Cansei de acordar sem você ao meu lado.
– Você quer um namorado?
– Não, só quero...
– Já tentamos isso, não deu certo.
– Éramos crianças.
– Isso não combina conosco - ele disse, olhou para ela. Aqueles olhos sonhadores cruzavam com os seus.
– A gente não precisa ser nós, só quero acordar com você ao meu lado, um ombro, apenas ser gente normal.
– Pensei que isso nunca ia acontecer.
– Você confiou na pessoa errada.
– Então, somos gente?
– A gente é a gente.
– Você poderia arrumar alguém melhor que eu, alguém que lhe dê mais amor - Tess queria chorar, ele não entendia que ele era o cara que ela queria para todo o resto do sempre. - Você é bonita, inteligente, não acha que sou um pouco de menos para você?
– O que você quer dizer com isso?
– Às vezes, acho que você é demais para mim.
– Que? - ela berrou. - A gente é igual, talvez por sermos da mesma raça podíamos ter alguma espécie de amanhã.
– O amanhã é o hoje.
Então, se o amanhã fosse hoje, Nana estaria se empanturrando de chocolate amargo e filmes que ela já tinha decorado as falas.
– Pegue mais um pacote pra mim - disse para Bento.
– Levanta e pega.
– Que pregui!
– Eu não vou pegar - ele respondeu. - Já não basta ter que assistir essa porcaria com você.
– Não é porcaria, Scarlett O'Hara não é porcaria.
– É sim.
Ela pisou nas pantufas de panda e caminhou até a cozinha, junto com os chocolates iam-se as mágoas.
– Para! - Era o final, era sobre o amanhã e como reconquistaria Rhett Butler.
– O que?
– Preciso do final! - Ele apertou o play. - "Francamente, minha querida, eu não dou a mínima."
– Você está se imaginando como Scarlett?
– Não - Ela sorriu. - Sou Melanie Hamilton.
– Tudo bem - seu irmão respondeu. - E quanto a Alex?
– Ele deve estar com Teresa, nós brigamos - Ela desbloqueou a tela do seu celular. - Andam espalhando fotos minhas.
– Você e Alex? Eita!
– Tudo bem, isso não tem nada de mais - Ela olhou de novo. - Só meu corpo sendo exposto e algumas marcas de dias passados. Não somos os mesmos.
– O que?
– Ah, nada.
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Pregui: Preguiça