Misery Business escrita por Sadie Gomez


Capítulo 35
That's The Truth - Part II


Notas iniciais do capítulo

Feriado é uma coisa linda por isso, né? Dá um tempo para eu poder escrever e descansar! õ/
Peço desculpas pela demora, mas esse capitulo não foi fácil de escrever... Eu pensei em vários caminhos e várias possibilidades a partir dele! Tenho que confessar que uma delas ainda está em pauta, inclusive, leiam as notas finais, a pergunta que está lá é bem importante!
Mas enfim, chega de enrolação né? Vamos logo ao capitulo!
Boa Leitura amores!
&& Leitoras novas, mesmo que fantasmas... Sejam bem Vindas!
Ah já ia me esquecendo.... OBRIGADA PanArt! Pela recomendação incrível que me deixou louca de tão feliz, sério!
Não tenho palavras... É incrível saber que nada disso é em vão e que pessoas como você gostam de verdade do que eu faço!
OBRIGADA! Beijito's de coração ♥



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POV Poppy

Logan se afastou de mim e me encarou assustado. Ele avaliou meu semblante esperando alguma outra reação diferente daquela determinação em meus olhos.

– Você não teria... Não teria coragem, não é?

Eu apenas o encarei seriamente, esperando que meu olhar dissesse tudo e ele disse, por que Logan arregalou os olhos e mexeu nos cabelos nervosamente.

Nós não conversamos mais sobre isso, ele parecia não querer tocar no assunto, o que para o meu ver, era ótimo, eu não queria ficar me lembrando do que faria. Minha semana foi extremamente exaustiva, passei mal em boa parte dela. Meu corpo parecia fraco e minha visão ficava turva por várias vezes durante o dia, aquilo já estava me irritando e ao mesmo tempo me deixando preocupada.

– Quando você vai procurar um médico?

Leila perguntou enquanto se aproximava de mim com um copo de água nas mãos. Eu fechei e abri os olhos e depois tentei controlar minha respiração. Minha cabeça doía há dias e mesmo que eu comesse ou descansasse, era como se meu corpo nunca recuperasse suas forças.

– Tenho uma consulta para depois de amanhã!

Falei enquanto me sentava e pegava o copo com água de suas mãos. Ela me olhava preocupada.

– Faz dias que notei você mais magra e pálida, isso não pode ser bom!

– Sério? Se você não fala, sabe que eu quase não percebo?

Ela balançou a cabeça e deu um pequeno sorriso.

– Suas forças podem ter ido embora, já o sarcasmo, nunca te abandona não é?

Fazer o que, somos ligados por uma força maior! – Ironizei.

Ela riu mais uma vez e depois me bateu de leve com a pasta que carregava sempre, para onde quer que fosse.

– Não seja idiota! E Procure logo um medico!

Ela me deu as costas e saiu em direção à porta, mas assim que abriu a mesma, parou com o susto que levou ao ver Logan parado ali. Ele pareceu se assustar também, mas logo sorriu ao ver a reação de Leila, que deu um pulo para trás.

– Cacete Logan! Quer me matar?

– Nossa, eu não pensei que fosse tão feio assim!

Ele disse batendo os cílios e com um sorriso “inocente” nos lábios que a fez revirar os olhos.

– Sem graça! – Comentou antes de sair.

Observei Leila ir e então o sorriso de Logan desapareceu e ele se aproximou rapidamente de mim.

– Acho melhor você não encontrar com ele hoje!

Ele foi direto ao ponto, se referindo ao meu encontro com Gerald. Eu suspirei.

– Eu não queria ir, mas ele me quer ao seu lado para ouvir suas historias patéticas!

– E como foi com a garota?

Ele perguntou se referindo a prostituta que contratei e levei para dentro do apartamento que dividia com Gerald, para que a mesma se passasse por mim. Dei de ombros.

– Ele estava bêbado, então caiu direitinho! – Comemorei. – Eu enfim, pude passar uma noite tranquila sem quase arrancar minha pele para tirar o cheiro dele de mim!

– Tenho que confessar, achei que isso não daria certo!

– Eu também, mas olha só, deu! – Comentei animada.

Ele sorriu. – E quando você acha que isso vai acabar? Ainda está com aquela ideia insana em mente?

– Ela não é insana! É apenas necessária, mas eu não sei, talvez não!

– Está mudando de ideia então?

Eu apenas assenti.

Meu dia passou mais tranquilo depois da nossa conversa, eu não passei mal, apenas continuava fraca. Izzie estava passando a semana na minha mãe já que, a mesma estava se dedicando única e exclusivamente para o caso de Maya, o que me deixou feliz e orgulhosa dela, enfim, como ela só estava nesse caso, tinha um tempo extra e como eu fugia dela e de qualquer conversa que podíamos ter, ela dedicou seu tempo a Izzie.

– Vamos?

Logan perguntou ao se aproximar e começar a caminhar ao meu lado. Eu o encarei e tentei falar algo, mas não conseguia, minha visão ficou turva novamente e eu vi a expressão em seu rosto se transformar em preocupada. Antes que eu pudesse me dar conta, meu corpo estava indo de encontro ao chão, eu mantinha meus olhos abertos e via em câmera lenta a movimentação a minha volta, porem eu não conseguia me mover nem dizer nenhuma palavra.

Logan me olhava apavorado e me sacudia um pouco, eu queria gritar para o mesmo que não conseguia sentir minhas pernas nem ouvir nada, mas eu não consegui. Aos poucos meus olhos foram se fechando e tudo escureceu.

***

– Vocês tem certeza que esse é o diagnostico certo? Isso tem que ser um engano!

Ouvi a voz de Logan ao fundo e fui abrindo meus olhos lentamente. Eu estava em um quarto de hospital. Olhei para o lado e vi o tubinho que estava grudado em meu braço escorrer um líquido estranho que eu sabia não ser soro.

– Logan?

O chamei fazendo com que ele e o homem ao seu lado, que supus ser o medico me olharem. Logan estava com uma expressão estranha no rosto, como se estivesse com dor e o medico me olhava impassivo. O olhar de Logan me incomodou e eu tentei me sentar, mas a tontura me impedia.

– Como você está se sentindo?

Logan perguntou se aproximando de mim e sentando na cama. Ele me encarava como se eu fosse quebrar ou coisa do tipo, eu estava ficando nervosa por conta disso, mas mesmo assim sorri.

– Estou bem, apenas um pouco enjoada. O que houve comigo?

Logan desviou seu olhar do meu para o medico que assentiu e depois saiu do quarto. Eu olhei o homem saindo sem entender bem o porquê daquilo tudo.

– Logan, o que foi? Por que você está assim?

Ao perceber o nervosismo em minha voz, ele respirou fundo e sorriu. Ele pegou minhas mãos e brincou com meus dedos.

– Eles fizeram alguns exames. – Começou a falar. – Vários na verdade, mas não obterão resultado em nenhum deles.

– Como assim?

– Eles não tem um diagnostico certo para você, o que ficou claro é que algo está afetando o funcionamento dos órgãos em seu corpo, mas eles não sabem a causa disto!

Eu encarei Logan por alguns segundos.

– E isso é muito ruim, não é?

Ele me olhou por algum tempo e olhou para nossas mãos, que agora estavam entrelaçadas.

– Pelo que parece sim. Eles não podem curar algo que não sabem o que é! E se esses acontecimentos continuarem... Você pode... Pode...

Ele não conseguia terminar de falar e muito menos me encarar e isso começou a me deixar ansiosa.

– Eu posso o que? – Indaguei impaciente.

– Você pode morrer e logo!

Logan me abraçou apertado enquanto se entregava as lagrimas. Eu o apertei em meus braços e ele fez o mesmo.

– Está tudo bem! Eles vão achar alguma coisa! Tudo bem!

Falei tentando soar confiante para nós dois, por que eu não parava de pensar que agora, eu podia simplesmente morrer de uma hora para a outra.

***

– Nós não achamos nada... Vamos fazer mais exames, porém não a nada que possamos fazer!

– E você diz isso assim? Como se não fosse nada? Que tipo de medico você é?

Logan questionou e o homem se manteve calmo.

– Do tipo sincero que diz a verdade! Nós até poderíamos segurar a senhorita aqui, para observar como seu organismo reagirá daqui em diante!

Ele me observou esperando uma resposta.

– Eu não posso ficar, tenho uma filha e não quero preocupar a minha família. Não podemos resolver tudo agora?

Pude sentir o olhar indignado de Logan sobre mim, mas o ignorei, eu não queria preocupar ninguém agora, quando todos tinham algo mais importante nas suas vidas para resolver.

Passei metade do dia naquele hospital fazendo exames e tomando remédios que me deixaram mais enjoada do que eu já estava, eu só esperava que eles tivessem algum resultado além dos enjoos.

Gerald me ligou e quando contei a ele onde estava o mesmo fingiu, muito mal por sinal, estar preocupado comigo.

Velho filho da puta!

Logan exclamou assim que desliguei o celular. Foi impossível não rir com a maneira que ele reagiu.

– Se acalme, quando as coisas melhorarem, talvez você possa dar uma lição nele!

Brinquei e ele balançou a cabeça em negação, mas sorriu minimamente.

– Não seria má ideia!

Meu celular começou a tocar e eu me assustei com o som do mesmo. Olhei para o visor e o nome “mamãe” aparecia junto com uma foto da mesma. Suspirei e olhei do aparelho para Logan. Ele ficou serio novamente.

– Não vai atender? – Perguntou.

Eu neguei com a cabeça e respirei fundo de novo enquanto estendia o aparelho para ele.

– Atenda você e invente alguma coisa. Ela vai saber que estou mentindo!

Ele pegou o aparelho e atendeu olhando para mim.

– Olá sogrinha!

Não sei o que minha mãe respondeu, mas ele sorriu.

– Ah sim, nós tivemos um imprevisto e acabamos precisando nos encontrar com alguns patrocinadores da nova campanha, sabe como é!

Logan andou pelo quarto enquanto falava com ela e eu segui seus movimentos com o olhar prestando atenção em tudo que ele dizia.

– Ela está no banheiro agora, mas assim que voltar peço que te ligue.

Me olhou sério.

– Tudo bem então! Tchau sogrinha! – Desligou.

– E então?

– Ela ficou preocupada quando Leila deixou Izzie na casa dela e resolveu te ligar!

– Leila disse alguma coisa a ela? – Perguntei alarmada.

– Não. Ela não disse, só avisou que você teve um problema!

Respirei fundo.

– Menos mal!

Ele ficou em silencio. Eu sabia que ele não concordava com o segredo, mas aquilo não dependia dele, era uma escolha minha.

Fiz mais alguns exames de sangue e outros com nomes estranhos e enfim recebi alta.

– Se sentir mais alguma coisa, venha para cá imediatamente. Tome os remédios que receitei corretamente e quando o resultado dos exames saírem ligaremos para você.

O medico explicou enquanto Logan pegava minhas coisas e ele dava uma ultima olhada em mim.

– Tudo bem! Obrigada!

Ele apertou minha mão e acenou para Logan e então saiu.

Fomos do hospital direto para a casa da minha mãe. Logan estacionou em frente à casa, mas antes que eu pudesse descer do carro, meus olhos captaram a imagem do carro dele ali, Jayden estava ali com eles. Automaticamente minha respiração falhou com a ideia de vê-lo. Logan me encarou preocupado.

– O que houve? Está se sentindo mal novamente?

Perguntou alarmado e eu neguei com a cabeça. Ele olhou para frente e então entendeu.

– Quer que eu vá lá pegar ela? Você pode ficar aqui!

Ele perguntou docemente e eu apenas assenti. Ele abriu a porta e saiu. Eu observei de dentro do Carro Casey abrir a porta e eu acho que ela o convidou para entrar e perguntou de mim, por que ela olhou para o carro e depois o encarou estranhando. Ele disse algo e então ela assentiu e entrou deixando a porta aberta. Segundos depois minha mãe apareceu com Izzie ao seu lado. Ela encarou Logan e parecia brava, então ela começou a andar em direção ao carro, mas Logan falou algo que a fez parar. Ela respirou fundo com pesar e entregou a bolsa de Izzie nas mãos dele e depois entrou em casa novamente. Izzie correu até o carro e entrou no mesmo.

– Por que não foi me buscar?

Perguntou séria.

– Oi para você também, senti sua falta!

Falei e ela revirou os olhos, mas sorriu e jogou o corpo para frente beijando meu rosto.

– Desculpe mãe! Senti sua falta hoje! Achei que tinha me esquecido!

– Como eu esqueceria uma criaturinha tão encantadora, hãn?

– É verdade, séria impossível!

Falou convencida e quando viu minha expressão sorriu. Logan colocou a bolsa dela no banco de trás junto a mesma e depois entrou no carro. Ele não disse nada, apenas ligou o carro e nos levou para casa. Izzie e eu conversamos durante todo caminho, ela me contou sobre seu dia e como ficou feliz ao ver Jayden na casa da avó. Quando a mesma disse isso, olhou para Logan que apenas balançou a cabeça e sorriu.

– Você vai ficar bem?

Logan perguntou quando Izzie nos deixou a sós e foi tomar banho. Eu o encarei e depois assenti.

– Vou sim, não se preocupe! – Sorri.

– Tá, mas qualquer coisa me ligue ou grite ok?

Dei uma risada e ele apenar sorriu.

– Estou falando sério! – Resmungou.

– Tudo bem, eu ligo ok? Obrigada!

O abracei e ele me apertou em seus braços e depois se foi. Comecei a preparar o jantar enquanto Izzie se arrumava. Depois de alguns minutos ela apareceu na cozinha vestindo seu pijama de coelhinhos e se sentou me encarando.

– O que está fazendo? Cheira bem!

Falou enquanto levantava o olhar para as panelas, mas não conseguiu ver nada. Eu sorri e deixei as panelas de lado um segundo indo até ela.

– É uma receita secreta da minha mãe!

– Parece ser boa.

Ela falou e depois ficou me olhando. Eu encarei seus olhinhos brilhando e tentei não pensar no que ouve mais cedo.

– Izzie, você gosta muito de passar seu tempo com Jayden, certo?

Ela assentiu. – Gosto sim, por quê?

– Por que eu estava pensando aqui... Se você quiser, ele pode vir te buscar a hora que vocês quiserem se encontrar, Eu sei como é chato para você ver ele tão poucas vezes!

Os olhos dela se arregalaram ao ouvir minhas palavras e um sorriso enorme se formou em seu rosto.

– Isso é sério? Ele pode vir até aqui?

Eu sorri com a animação da mesma e ela pulou no meu corpo e quase derrubou a nós duas, já que eu não esperava por aquilo.

– Ah você é a melhor mãe do mundo Poppy! Seria perfeita se casasse com Jayden logo, mas eu ainda tenho esperança!

Falou enquanto me apertava e foi impossível não rir com suas palavras.

– Ai Izzie, você não tem jeito mesmo viu!

***

Os dias foram passando e logo eu já me sentia melhor, mais forte e disposta, só que também fiquei preocupada quando algumas marcas roxas começaram a aparecer em meu corpo, aquilo me deixou nervosa.

– Você tem que procurar o médico de novo!

Logan falou ao ver as manchas em meu corpo, elas não doíam, mas me incomodaram, por que não eram normais.

– Vou fazer isso amanhã de manhã!

Falei me deitando na cama e ele fez o mesmo. Sim, nós dormíamos na mesma cama às vezes e depois que passsei mal isso aumentou, já que ele ficava realmente preocupado comigo, mas nada acontecia entre nós, só deitávamos, conversamos e depois dormíamos. Estava escuro e eu sabia que ainda não tinha amanhecido direito, mas ainda sim, o som irritante do meu celular não parava de soar ao meu lado. Me mexi e estiquei o braço para pegar o aparelho que não parava de tocar. Logan se remexeu na cama.

– Poppy, atende logo isso ou quebra essa merda!

Exclamou se virando e escondendo o rosto no travesseiro. Eu o ignorei e dei graças quando consegui pegar o maldito aparelho.

– Alô?

– Me ajuda!

A voz desesperada de Tripp me fez levantar e abrir os olhos.

– O que houve dessa vez?

Perguntei ficando de pé e andando em direção ao guarda roupa.

– Dorian passou mal, acho que ela estava perdendo o bebê!

– O QUE? Como assim? Onde vocês estão?

– No hospital perto da casa dela, você deve saber qual é! Droga eu mal me lembro do nome dele! – Comentou para si mesmo.

Ele estava realmente nervoso.

– Tá eu sei qual é! Estou indo ok? Fique calmo!

Ele murmurou um obrigado e então desligou. Eu comecei a correr pelo quarto a procura de alguma roupa descente ou que ao menos coubesse em mim direito, já que eu estava perdendo muito peso ultimamente. Terminei de me arrumar e quando estava pegando minha bolsa para sair, Logan levantou e estranhou meu estado.

– Já está na hora de sair?

Perguntou olhando para o relógio e depois me encarou.

– Aonde você vai às seis e meia da manhã e correndo assim?

– Dorian está no hospital, preciso ir até lá!

Ele arregalou os olhos.

– Quer que eu vá com você?

Eu sorri para ele.

– Não precisa, eu só quero pedir que se caso eu não volte a tempo, para que você deixa a Izzie no colégio, tudo bem?

– Claro!

Ele assentiu e eu lhe dei um beijo no rosto antes de sair. Em menos de quinze minutos eu já estava dentro do hospital à procura de alguma informação sobre Dorian. Logo eu já havia me encontrado com Tripp e ele me explicou tudo o que houve. Pelo que parece, Dorian estava melhor e agora fazia alguns exames. Por volta das oito meu celular tocou e uma Izzie nervosa e autoritária resmungava por eu não ter trago a mesma para o hospital comigo. Tive que brigar com a mesma para que fosse a escola e com Logan por contar a verdade a ela.

– Ela já pode receber visitas. Quer entrar?

Tripp perguntou se aproximando depois que desliguei o celular. Eu o encarei e ele parecia extremamente cansado.

– Você não quer ir primeiro? – Perguntei e ele negou com a cabeça.

– Não. Eu vou pegar um café e conversar com o médico.

Eu assenti e depois que ele se afastou eu fui até o quarto onde Dorian estava. Abri a porta e a mesma me olhou surpresa mais sorriu. Ela estava um pouco pálida, mas me pareceu bem. Me aproximei da mesma e lhe cumprimentei com um abraço apertado. Depois que nos separamos eu mexi em seus cabelos enquanto falava com ela.

– Então, como você está? Como meu afilhado ou afilhada está?

Perguntei depois de olhar para ela e enfim deixar meu olhar cair sobre sua barriga.

– Eu estou uma pilha e bom... Essa criancinha aqui dentro resolveu se acalmar por mim e pelo pai dela!

Brincou e eu sorri.

– Isso é bom, por que seu pai está uma pilha de nervos!

Falei olhando para sua barriga e sorrindo para a mesma. Eu adorava essa parte de “falar” com os bebês.

– Quando você terá alta? Teve uma pessoa que quase não foi para escola querendo te ver!

Nem precisei dizer de quem me referia, Dorian abriu um sorriso doce e pareceu se lembrar de algo. Provavelmente de seu primeiro encontro com Izzie, que me causou grandes dores de cabeça.

– Acho que mais tarde. Leve ela no apartamento para nos ver.

– Pode deixar, eu vou levar!

Falei e depois fiquei em silencio passando a mão por sua barriga e sentindo a mesma mexer de leve. Estava sendo levada por aquela relaxante sensação quando a voz de Dorian me trouxe de volta.

– Você está bem?

Há olhei um pouco confusa por um momento, mas depois sorri.

– Claro que estou, afinal, não sou eu quem está no hospital, não é?

Dorian revirou os olhos e eu ri da mesma, ela detestava quando eu agia desse jeito.

– Você me entendeu! – Falou séria.

– Sim, eu entendi. Estou bem, não se preocupe!

Ela me olhou com um pouco de desconfiança sobre minhas palavras e eu revirei os olhos.

– Estou falando sério, eu estou bem! Só fiquei preocupada com você e o bebê!

Falei e depois olhei para sua barriga. – Mesmo que eu queira ver a sua carinha logo, fique ai dentro por mais alguns meses ok? Estamos entendidos bebê?

Falei seriamente e levantando o dedo indicador e o apontando para a barriga de Dorian, do mesmo jeito que eu fazia quando dava uma ordem ou brigava com Izzie.

– Você sabe que parece uma idiota falando com a minha barriga não sabe?

Dorian perguntou e eu a encarei séria, antes de mostrar a língua para a mesma.

– Não é como se você não falasse com ela também! – Argumentei.

– Não com essa cara de louca!

Ela debochou e eu mostrei o dedo do meio para a mesma. Ela me encarou e me mostrou o dedo também e então depois de nos encararmos seriamente, começamos a rir como duas idiotas, o que de fato, nós éramos. Ouvi um barulho e Dorian desviou seu olhar de mim e encarou a porta, eu me virei e quando encarei a figura dele parada ali, meu sorriso sumiu e meu corpo travou por inteiro.

Jayden e eu nos encaramos por alguns segundos e eu pude ver tanta coisa em seu olhar, coisas que fizeram meu coração se apertar. Ele enfim desviou seu olhar de mim e falou com Dorian.

– Como estão minhas pestinhas favoritas no mundo?

Sua voz fez meu corpo ficar mais mole do que já estava e minhas pernas tremeram. Eu segurei a respiração por conta de seu perfume e me agarrei ao ferro da cama de Dorian com força, para impedir meu corpo de correr até ele e o abraçar. Ele tinha um sorriso no rosto, porem não era tão convincente para quem o conhecia bem.

– Não nos chame assim! E estamos bem.

Dorian falou com um sorriso para o mesmo, mas quando seu olhar caiu sobre mim e viu meu estado, o sorriso diminuiu um pouco. Eu sorri para a mesma, tentando acalma-la e depois falei.

– Eu preciso ir. Venho te ver mais tarde!

Ela não disse nada, apenas me olhou e eu rapidamente dei um beijo no topo de sua cabeça e respirei fundo me preparando para sair dali. Quando me virei, Jayden tinha seu olhar sobre mim e eu tive que me controlar para não demonstrar a dor que sentia. Eu acenei com a cabeça para o mesmo e sai dali quase que correndo e sem olhar para trás.

***

Eu sabia que era errado. Sabia que não podia estar ali, que se Lucas ainda estivesse me seguindo e me achasse ali, era o fim de tudo, mas mesmo assim, meu corpo e minha mente me trouxeram para cá e agora eu estava aqui. Sentada ao lado da porta do apartamento de Jayden esperando o mesmo chegar. Eu já havia chorado, já havia entrado no elevador e tentado ir embora, mas não consegui.

Eu estava com a cabeça abaixada olhando para os meus sapatos, quando o elevador anunciou que alguém acabara de chegar ali. Eu ia continuar de cabeça baixa e quietinha, mas então eu senti aquele perfume e levantei o olhar para encarar Jayden parado e confuso, olhando para mim.

– O que você quer aqui?

Ele perguntou com desprezo e raiva na voz. Eu engoli a seco o bolo que se fez formou em minha garganta ao ouvir sua voz se dirigindo a mim daquela forma.

– Para ser sincera, eu não sei bem, eu só estava andando e daí quando percebi já estava aqui.

Falei séria e tentando me convencer das minhas palavras, por que no fundo eu sabia que estava ali para vê-lo. Para me magoar mais do que já estava magoada.

Jayden me encarou e depois levou a mão ao bolso pegando suas chaves.

– Pois pode voltar de onde veio, Não quero você aqui!

Falou ainda com aquele tom de desprezo enquanto andava até sua porta. Ele passou ao meu lado e eu não aguentei. Segurei em seu braço e quando senti o corpo do mesmo travar com meu toque, o encarei e comecei a falar.

– Jayden... Eu sei que não mereço, mas, por favor... – Supliquei.

Ele olhou em meus olhos por alguns segundos até que se soltou de mim e continuou seguindo até a porta em silêncio abrindo a mesma. Eu fiquei parada no mesmo lugar esperando ouvir o barulho da porta se batendo ao ser fechada, mas o que recebi foi apenas silencio. Virei-me e sorri quando vi que ele havia deixado à porta aberta. Entrei devagar olhando para cada detalhe do apartamento que eu já conhecia bem. Ouvi um barulho vindo da cozinha e caminhei até a mesma. Parei na soleira da porta e observei Jayden de costas, bebendo uma dose de wisk. Ele bebeu o liquido de uma vez e do nada se virou me encarando, ele parecia nervoso e um pouco preocupado. Eu apenas fiquei parada ali e agarrada a minha bolsa, como se ela fosse uma espécie de salva-vidas.

– Pode me servir um pouco?

Falei me referindo à bebida e quase sorri com a cara de surpresa de Jayden. Ele pegou um copo, serviu uma dose e me entregou. Ele serviu mais um para si e bebemos o liquido juntos de uma vez.

– Obrigada.

Ele não disse nada, apenas ficou em silencio olhando a parede atrás de mim.

– Já decidiu o que veio fazer aqui?

Perguntou sem me olhar e eu suspirei. Sabia que essa pergunta logo voltaria.

– Acho que pedir desculpa, mesmo sabendo que nada vai amenizar ou justificar o que fiz.

Falei com cuidado, avaliando minhas palavras.

– E o que você fez Poppy?

Ele perguntou e eu suspirei de novo. Droga! Você precisa mesmo fazer isso comigo? Com nós dois?

– Eu... Hm... Te deixei quando você mais precisava.

– Só isso?

Perguntou cinicamente e eu revirei os olhos. Ele queria mesmo dificultar as coisas para mim.

– Não. Não foi só isso... Acho que o pior foi eu ter me envolvido com o Logan. – Falei.

– Ah você acha?

Ele perguntou ironicamente e me irritando dessa vez. Segurei a vontade de revirar os olhos e suspirei mais uma vez.

– Jayden, por favor! – Pedi.

– Não me venha com esse “Jayden, por favor!” Você só pode estar brincadeira comigo se achou que eu seria gentil com você depois de tudo. Você quer flores também?

Ele exclamou exasperado e irritado, me pegando de surpresa, enquanto andava de um lado para o outro na cozinha, me deixando tonta. Ele respirou fundo e se encostou no armário. Ele ficou em silencio e depois de um tempo, resolveu me encarar.

– Por que você fez isso Poppy?

Travei ao ouvir sua pergunta. Por que ele tinha que perguntar só as coisas difíceis? Por que não pergunta se senti a falta dele? Se eu o amo? Qualquer coisa, mas não essas perguntas. Eu o encarei pensando na possível resposta que daria ao mesmo. Eu fiz isso para proteger Izzie, para te proteger, fiz por culpa do filho da puta do seu pai, fiz por que estou morrendo, fiz por que te amo. Eu engoli o nó na minha garganta.

– Eu não sei!

Foi tudo que consegui dizer.

– Não sabe? – Ele me encarou incrédulo.

Eu fiquei em silencio sem saber o que dizer. Ele respirou fundo e virou de costas para mim. Seus ombros estavam tensos e ele parecia respirar devagar para se acalmar.

– Jayden... – Chamei.

A partir daí tudo aconteceu muito rápido. Jayden se virou com tudo e tacou o copo que segurava em minha direção. O objeto acertou a parede atrás de mim e eu dei um bulo de susto. O encarei com os olhos arregalados e até ele parecia surpreso com isso. Olhei minimamente para trás e vi os cacos de Vidor espalhados ao chão.

– Acho melhor eu ir...

Falei com dificuldade. Agarrei-me mais a minha bolsa e me virei saindo dali o mais rápido possível. Mas como ele queria dificultar as coisas, resolveu me seguir.

– É sempre assim não é? Quando as coisas ficam difíceis, você corre!

Parei com a mão na maçaneta ao ouvir as palavras dele para mim. Virei-me o encarando com certa raiva no olhar e quando vi já estava andando em sua direção falando com o mesmo com autoridade.

– Eu fujo? Pelo contrário! Eu enfrento meus problemas, você não tem o direito de me julgar!

– Enfrenta mesmo? Então por que estava fugindo agora? Por que agiu feito uma vagabunda ao invés...

Não deixei que ele terminasse, antes que me desse conta minha mão já tinha ido de encontro ao seu rosto em um tapa forte. Jayden abriu e fechou os olhos e então me encarou. Ele parecia confuso, mas assim que olhou minha mão vermelha e tocou ser rosto pareceu recordar de seu transe momentâneo.

Ele me olhou de um jeito perverso e saiu andando em direção ao quarto. Eu fiquei parada no mesmo lugar me xingando por ser tão estúpida, até que ouvi algo se quebrar e notei que havia sido no quarto de Jayden. Fiquei parada um segundo até me recompor e começar a andar até o local. Enquanto caminhava até o mesmo, sequei as lagrimas que escorriam pelo meu rosto. Entrei no quarto e fui direto até o banheiro pegar a caixa de primeiro socorros. Olhei meu reflexo no espelho e eu estava horrível, mas isso não era de fato nenhuma novidade então apenas passei a mão em meu rosto secando as lagrimas e voltei ao quarto. Me aproximei de Jayden e ele não disse nada. Andei até ficar de frente para o mesmo e então me ajoelhei e comecei a pegar as coisas que precisaria na maleta.

– Fique parado.

Falei sem encara-lo. Comecei a cuidar do curativo do mesmo e tentei me acalmar ao sentir seu olhar tão intenso em cima de mim. Fiz tudo como devia ser feito e depois que acabei me levantei em silencio, deixei as coisas no banheiro, lavei as mãos e sai de lá voltando para o quarto. Quando voltei ao mesmo, ainda não conseguia encarar Jayden, meus olhos se focaram no sangue derramado no chão e meu coração se apertou. Era isso, eu só servia para magoa-lo. Isso aconteceu por conta da minha estupidez. Ele não merecia metade disso, não merecia o que eu estava fazendo; Eu não o merecia. Suspirei com meus pensamentos a mil e tentando não deixar as lagrimas saírem como andava acontecendo ultimamente.

Me desculpe! – Falei quase que como um sussurro.

Eu não sei explicar muito bem como tudo aquilo aconteceu, só sei que do nada Jayden levantou e andou com determinação até onde eu estava e me beijou. Um beijo cheio de magoa, amor e saudade. Em menos de meio segundo meu corpo já estava sendo prensado contra a parede e Jayden me enlouquecia com seus lábios e seu toque em meu corpo, que me faziam tanta falta.

Jay-den!

Suspirei depois que o mesmo mordeu meu pescoço. Minhas mãos estavam em seu pescoço e eu cravei minhas unhas em sua nuca e puxei seu cabelo. Ele não se importou, ele apenas me beijou do jeito que eu gostaria que beijasse, como se não houvesse amanhã.

Jayden mordeu meus lábios com força ao ouvir seu nome sair dos meus lábios. Eu não reclamei, apenas aproveitei aquilo e envolvi minhas pernas ao redor de sua cintura. Ele nós guiou até a cama e me colocou sobre a mesma deixando seu corpo sobre o meu. Nós nos beijávamos as pressas, tirávamos a roupa um do outro às pressas como se a qualquer momento tudo aquilo pudesse acabar, eu nem me importava mais com as consequências dos meus atos e da escolha de estar ali, eu só o queria, o queria o mais depressa possível.

***

Estávamos deitados em silencio e minha cabeça descansava sobre o peito de Jayden, com meu dedo indicador eu fazia círculos em seu peito. Parei o mesmo em cima da cicatriz que eu sabia ser de seu acidente. Eu olhei para ele por um segundo e me lembrei de como ele ficou quando brigamos mais cedo. Ele estava tão machucado quando o encontrei e de repente aquilo fez meu coração se apertar ao lembrar que a vida dele era coberta de dores por todos os lados.

– Você tem tantas cicatrizes!

Ele pareceu surpreso com o que eu disse e me encarou confuso por alguns segundos. Até que seus olhos se iluminaram e ele entendeu o que eu queria dizer.

– Você também, mesmo que elas não sejam tão fáceis de ver.

Comentou e depois de encara-lo deitei minha cabeça de volta em seu peito. A lagrima escorreu sem meu consentimento e eu me xingava mentalmente por isso. Quando foi que me tornei tão emotiva, afinal? Jayden deve ter sentido a lagrima molhando seu peito, pois segurou meu rosto em suas mãos e me fez olha-lo. Ele parecia assustado com minhas lagrimas.

– Hey!... Não precisa chorar!

Ele me olhava com preocupação e seus olhos não se desviaram dos meus. Eu sorri, eu estava com ele, estava dividindo meus últimos momentos de paz com ele e isso me deixava triste, mas mesmo assim eu sorri.

Eu te amo Jayden e nada do que aconteça mudará isso!

Ele me olhou com paixão e uniu nossos lábios em um beijo calmo e delicado. Eu pude sentir todo seu amor naquele beijo e em seu toque. Eu passei aquela noite com ele, eu o amei e deixei que ele me amasse, o vi dormir e pensei em tudo o que eu não faria por aquele homem, pelo que eu abria mão sem pensar duas vezes se fosse pelo seu bem. Foi com esse pensamento que eu levantei antes do sol nascer, deixei tudo preparado e voltei para casa. Estava na hora de agir.

***

Entrei no apartamento e a primeira coisa que vi foi à bolsa de Logan jogava no sofá. Entrei no quarto e ele já estava acordado. Ele levantou o olhar e me encarou.

– Até que enfim, pensei que não voltava mais!

Falou enquanto vinha me abraçar. Eu sorri levemente e o abracei de volta.

– Eu estou aqui, não estou?

Ele estava agitado, mas eu não o culpava, o que eu faria a partir daqui era perigoso demais, não só para mim, mas para todos que eu conhecia.

– Você não quer mesmo desistir?

Ele perguntou pela milésima vez e eu revirei os olhos.

– Não Logan, eu não quero!

Falei decidida e quando ele abriu a boca para contestar, meu celular tocou.

– Bom Dia querido!

Falei fingindo uma animação que não existia em mim realmente.

– Pronta para a nossa viagem?

Gerald perguntou com delicadeza e eu sabia que ele estava sorrindo.

– Não podia estar mais ansiosa para isso! – Comentei.

– É assim que se fala! Te vejo em dois dias?

– Claro, só irei fazer as fotos e irei direto ao seu encontro!

Desliguei o celular com um Logan extremamente apreensivo me encarando.

– Eu ainda acho que devia deixar isso para lá! Ele vai ser preso logo mesmo!

– Não! Eu até deixaria se ele não tivesse sido tão baixo comigo! Ele vai pagar por tudo e de uma vez!

– O que mais eu posso dizer? Você já está decidida mesmo!

Não tocamos mais no assunto. Logan me ajudou com as malas enquanto eu arrumava as coisas da Izzie. Eu estava com medo de deixa-la assim, algo me dizia que talvez eu não fosse mais vê-la e só de pensar nisso, meu coração se apertava. Por volta das seis ela já estava de pé e encarou confusa a pilha de malas que estavam na sala.

– Para que tantas malas?

Perguntou enquanto se sentava na cadeira e encarava seu café. Eu deixei minha xícara de lado e andei até a mesma, me ajoelhando e ficando de frente para ela, a encarando.

– Eu tenho que fazer uma pequena viagem, daqui a pouco!

Ela arregalou os olhos.

– Você vai me deixar? Não me quer mais?

Revirei os olhos e sorri com aquele absurdo. Pequei suas mãozinhas e juntei as minhas.

– Claro que não! Você não vai se livrar de mim assim tão fácil!

Ela sorriu.

– Eu preciso tirar umas fotos para uma campanha nova na Espanha, por isso estou indo.

– Então você vai voltar? – Perguntou ainda apreensiva.

– Claro que vou! Eu não aguentaria ficar longe da minha pestinha, acho até que já estou com saudades! – Comentei e ela sorriu lindamente para mim.

– E com quem eu vou ficar?

– Com o Jayden!

Ela arregalou os olhos e sorriu animada. – Sério?

– Aham! – Falei sorrindo. – Mas não fique tão animada, estou ficando com ciúmes!

– Não precisa disso, eu te amo!

Disse se jogando em cima de mim e me abraçando. Eu a envolvi em meus braços e aproveitei aquele momento e aquele sentimento que eu sentia.

– Só tem uma coisa! – Falei e ela me olhou.

– O que?

– Apenas você e Logan sabem que estou viajando hoje. Eu vou te deixar na casa de Jayden no caminho e você tem que jurar que não vai sair de perto dele entendeu? Nem para ficar com a vovó! Você tem que ficar na casa dele o tempo todo, tudo bem?

Ela me olhou um pouco confusa mais depois sorriu.

– Vai ser moleza!

***

– Quando começaremos a fazer essas fotos?

Perguntei a Kevin assim que o mesmo me encontrou no restaurante do hotel onde estávamos hospedados na Espanha. Ele sorriu.

– Ansiosa? – Perguntou enquanto dava um gole em sua bebida.

– Talvez!

Falei vagamente, mas como ele estava mais focado no dinheiro que conseguiria com essa campanha, não se importou muito com meu tom.

– Nós resolveremos tudo amanhã e talvez façamos o ensaio no dia seguinte.

Depois do jantar ele me deixou sozinha e foi ligar para a esposa que logo chegaria ali também. Eu aproveitei esse tempo para falar com Logan e depois ligar para Izzie. Como eu já previa, minha mãe ficou uma fera com minha viagem repentina, mas eu não podia dar atenção a isso agora. Gerald me ligou e disse que na quinta mandaria seu jatinho me pegar aqui.

Na manhã seguinte Logan já havia chegado e ficou no mesmo quarto que eu, já que namorávamos isso não seria problema.

– Então, onde ela está? – Perguntei ansiosa.

– Já pegou um avião e há essa hora deve estar chegando em Marrocos. Reservei o hotel onde ela ficará e quando você chegar lá, repasse tudo com ela e pronto.

Ela falou naquele tom insatisfeito e sério que sempre usava quando tocávamos no assunto.

– Obrigada!

– Só me agradeça quando tudo isso acabar! – Falou e sem seguida me envolveu em um abraço forte.

A semana passou, eu fiz os ensaios e quando dei por mim já era quinta à noite e eu tinha de ir encontrar Gerald.

– Tome cuidado ouviu? E não fique longe do telefone. Me ligue se qualquer coisa acontecer!

Logan falava rápido e demonstrava seu nervosismo nos atos e em seu olhar para mim. Eu sorri e o abracei apertado.

– Te vejo em breve! – Falei.

– Só... Se cuida, tá!

Foi tudo que ele me disse antes de me soltar e enfim eu caminhar em direção ao jatinho que me levaria para a minha morte ou possível salvação.

A viagem não demorou tanto quanto eu imaginei. Meu nervosismo não me deixou dormir, nem relaxar. Assim que pousamos, um carro já esperava por mim. Entrei no mesmo e não fiquei muito surpresa ao ver Gerald ali. Ele sorriu e sem que eu pudesse prever, atacou meus lábios. Sim, por mais nojento que pareça ele estava me beijando ou pelo menos tentando já que eu não movi meus lábios.

– O que foi?

Ele perguntou rispidamente quando percebeu que eu não corresponderia ao seu beijo. Eu suspirei e minha aparência cansada ajudou a convencê-lo das minhas palavras.

– Me desculpe, estou cansada e nervosa. E tenho me sentido um pouco mal, meio tonta sabe? Espero ficar melhor depois que descansar.

Ele me olhou atentamente e depois sorriu. Aquele sorriso frio e nojento. Aquele que demonstrava indiretamente saber qual era o motivo do meu mal estar.

– Tudo bem, mais tarde matamos a saudade!

Foi tudo que disse antes de pegar minha mão e fazer um sinal para que o carro entrasse em movimento.

– Já fez suas reservas? – Perguntou.

– Sim. Em um hotel razoavelmente longe do seu, você sabe, não podem saber que estou aqui também!

Falei vagamente e ele sorriu.

– É verdade, não podemos estragar a surpresa, não é?

Sorriu e eu sorri para ele também.

– Não. Não queremos isso! Será uma surpresa e tanto...

Deixei as palavras no ar e ele sorriu.

– Concordo plenamente querida!

Disse e depois levou minha mão até seus lábios, beijando a mesma. Eu apenas continuei sorrindo e o encarando.

Gerald me deixou no hotel e disse que um carro me pegaria mais tarde. Eu assenti e sai de perto dele o mais breve possível. Assim que me instalei no quarto, liguei para Logan e o acalmei dizendo estar tudo bem. Depois peguei o telefone descartável que ele havia me dado mais cedo e liguei para ela, estava na hora de colocar tudo em ação.

***

As batidas na porta anunciaram a chegada da minha tão esperada convidada. Abri a porta e ela entrou sem dizer nada. Assim que fechei a mesma e olhei para trás, Alessandra já havia arrancado à peruca loura e os óculos. Ela se sentou no sofá e sorriu ao me encarar.

– Quer alguma coisa?

Perguntei enquanto me aproximava.

– Melhor não.

Eu me sentei a sua frente e ela abriu sua bolsa tirando alguns papeis da mesma.

– Então, pronta para começar? – Perguntou.

Eu assenti e olhei ela pegar todos aqueles papeis e por sobre a mesa. Entre eles, tinham fotos de Gerald, Lucas e outros de seus seguranças.

– Eu fiz um levantamento de todos que vieram e este aqui. – Apontou para foto de Lucas. – Não veio. São apenas o velhote e uns dois seguranças.

– Isso é bom. – Comentei.

– Sim. É bom, significa que ele está seguro em relação a você!

Ela disse depois de reunir os papeis.

– E agora? O que faremos? – Perguntei.

– Eu já mandei algumas das meninas se envolverem com Gerald e seus capachos. Hoje à noite vamos seguir o seu plano. Vou me aproximar de vocês no jantar e seduzi-lo.

Assenti.

– E eu logo de cara não irei gostar de você!

– Exatamente!

Quando Contratei Alessandra pela primeira vez, achei que ela era apenas mais uma garota de programa qualquer, até descobrir que, por trás daquele rosto bonito e sedutor, existia uma mulher perigosa, que podia me dar exatamente o que eu queria. A cabeça de Gerald Basckett.

Depois de acertamos todos os detalhes, ela pegou metade do dinheiro que havíamos combinado e se foi. Eu liguei para Izzie e avisei que demoraria um pouco mais para voltar.

A noite chegou e eu me arrumei para o meu tão esperado Jantar. As nove, a recepcionista ligou e disse que um carro me esperava. Eu desci e encontrei Gerald dentro do carro que o escondia pelos vidros escuros. Seus olhos se iluminaram quando me viu, mas não era algo bom. Ele beijou minha mão e depois afundou o rosto em meu pescoço me beijando. Eu tentei manter minha expressão neutra e não demonstrar todo o nojo que sentia naquele momento. Logo nós já havíamos chegado ao restaurando e ele enfim me largou. Nós ficamos em uma mesa afastada e conversamos enquanto esperávamos nossos pedidos.

– Então, você está pronta para o que nós aguarda na semana que vem?

Perguntou com visível animação.

– De certa forma sim, será um escândalo de qualquer maneira mesmo!

Gerald abriu a boca para responder mais parou no mesmo instante e fixou seus olhos em algo atrás de mim. Ele olhava admirado. Eu me virei e não fiquei surpreendida ao vê-la ali. Alessandra entrou no local chamando atenção das mulheres e homens no restaurante. Eu não podia negar que a mesma estava fantástica. Ela usava um vestido preto que moldava suas curvas perfeitamente e seus longos cabelos negros estavam soltos. A maquiagem marcava seu olhar e o batem vermelho chamava atenção para seus lábios carnudos. Ela andava tranquilamente pelo lugar como se ninguém estivesse ali, olhando-a de queijo caído. Ao passar pela nossa mesa, ela olhou diretamente para Gerald por uma pequena fração de segundos, sorriu e voltou a olhar para frente. Ela se sentou três mesas depois da nossa e ficou ali.

Depois da chegada de Alessandra, fiquei feliz ao notar que Gerald parecia totalmente disperso ao nosso jantar e conversa também. Houve um momento em que ela se levantou e andou até o banheiro, deu uma olhada pra Gerald que eu fingi não notar e quando a mesma já estava um pouco distante, ele pediu licença e se levantou também.

***

– AAAH você conseguiu!

Falei animada para Ale no telefone. A mesma riu da minha empolgação.

– Eu disse que conseguiria! – Se gabou.

Eu sorri, por que estava realmente esperançosa agora. Quando Gerald saiu para ir até o banheiro, demorou quase vinte minutos lá e quando voltou estava com o rosto vermelho e com um semblante de satisfação. Eu fingi não reparar nisso e apenas reclamei pela demora. Ele me pediu desculpas e inventou um pretexto para me deixar no hotel, lugar que agora eu estava, e comemorava por isso.

– Tá. Agora o próximo passo é você se aproximar mais dele, fazer com que ele me apresente a você e então...

– Isso vai ser fácil! Ele acabou de me deixar “em casa” e vai passar aqui amanhã novamente!

Eu ainda não acreditava no que ouvia. Mas parando para pensar, Ale era uma mulher linda e envolvente era obvio que um velho como Gerald cairia aos seus pés no primeiro momento.

Depois de combinar melhor todos os detalhes com ela, eu desliguei, contei as novidades para Logan por mensagem e mandei outra a Izzie dizendo que estava com saudades e depois dormi tranquilamente pela primeira vez em meses.

A semana se passou e Gerald finalmente me deu um descanso. Ele saia comigo durante o dia e me deixava no hotel à noite para sair com Alessandra. Eu não reclamava é claro, já que agora não precisava mais aguenta-lo se jogando em cima de mim.

– Está marcado. Vai ser amanhã!

Ale falou com determinação ao entrar no meu quarto de hotel. Eu parei e fiquei olhando para ela por alguns segundos.

– Jura? E como vai ser?

– Eu o convenci a dar uma pequena festinha no iate só para a gente mesmo. Chamei algumas meninas e ele uns dois sócios que tem aqui. Amanhã, quando nós sairmos, vou fazer com que ele fique bem alterado, não só eles, mas todos ali. Depois de um tempo te mandarei uma mensagem e você vai ao nosso encontro em uma lancha que estará lá para você!

Eu assenti e me sentei na cama. Ela me olhou por um momento.

– Você está mesmo certa disso? – Perguntou.

– Mais do que nunca! Você não faz ideia do que eu passei por culpa desse homem!

Ela me encarou por alguns instantes.

– Na verdade, eu faço sim... Ele me contou! – A olhei surpresa. – Eu estava curiosa e ele contou alguns segredos para mim, inclusive sobre você!

– O que ele te disse? – Perguntei um pouco curiosa. Não acreditava que Gerald estivesse tão encantado a ponto de ser idiota assim. Ale suspirou.

– Ele me contou o suficiente para eu estar aqui te ajudando por outra razão além do dinheiro.

A encarei tentando encontrar algum vestígio de mentira ou coisa parecida, mas ela parecia realmente sincera. Eu sorri.

– Obrigada!

Nós conversamos por mais algum tempo, acertamos os últimos detalhes e depois disso, ela se foi.

***

Eu não sei se ansiosa era a palavra certa para descrever como me sentia agora. Eu estava nervosa, abalada, apreensiva e com medo, mas agora eu não podia mais voltar atrás. Eu já podia ver o iate que Alessandra me avisou a alguns metros de distancia da lancha que eu pilotava.

Eu respirei fundo. Olhei para o enorme e luxuoso barco e vi quando Ale se aproximou, olhando para minha direção. Eu suspirei. Havia me vestido exatamente como ela me dissera para fazer. Roupas pretas e que não eram minhas, Luvas, cabelo impecavelmente presos e sem nenhum tipo de joia, bolsa ou documento. Ela realmente entendia do assunto. Assim que parei a lancha ao lado do Iate, Ale me encarou.

– Pronta?

Ela perguntou, mas eu não estava conseguindo falar então eu apenas assenti. Ela estendeu a mão e me ajudou a pular de um barco para o outro. Entramos no local e eu fiquei de boca aberta ao ver tanta gente caída por ali, alguns sem roupas, outros seminus, alguns agarrados com outras pessoas ou com garrafas de bebida e por ai vai.

– Onde ele está? – Perguntei aos sussurros e Ale me olhou.

– Por aqui, venha comigo!

A segui e depois de descermos uma escada ela abriu uma porta e quando eu entrei no lugar, que era como um quarto, Gerald estava deitado na cama, apenas de calção e parecia dormir pesadamente.

– Está com ela ai?

Perguntei me virando para Ale. Ela assentiu e tirou uma seringa do bolso de seu short. Estendeu a mesma para mim e já havia um liquido transparente ali.

– Isso vai acelerar o coração dele e com um pouco daquele tempero especial que ele dava a você, o estrago será grande! – Falou.

– E você tem certeza que não será detectado por exames de sangue ou coisa do tipo? – Perguntei ainda apreensiva.

– Sim, eu tenho. As drogas e o forte excesso de álcool vai retardar o efeito do veneno. Sem contar que eu vou demorar a acionar a policia o que dará mais tempo para a química no corpo dele se misturar.

– Isso quer dizer então que a hora da diversão finalmente chegou.

Falei enquanto colocava um pouco do maldito veneno que há poucos dias eu descobri que Gerald colocava na minha bebida toda vez que nos víamos, na seringa e depois com cuidado, injetei a mesma em seu braço. Ele se mexeu minimamente e então eu fiquei ali, esperando até que ele abriu os olhos. Ele olhou ao redor e conseguiu mover o pescoço para olhar em nossa direção. Quando seu olhar caiu sobre o meu, ele parecia pasmo e ficou branco. Ele tentou se mover, mas eu sabia que não conseguiria. Depois de um tempo tomando aquela droga, às vezes, eu também não conseguia.

– Desesperador, não acha? – Comentei. – Eu ficava apavorada quando isso acontecia comigo durante as madrugas e sabe qual era a única coisa que eu conseguia fazer naqueles momentos? – Perguntei com calma. – Chorar!

Falei andando ao redor da cama e o encarando.

– Mas e você? Será que só consegue me olhar com essa cara idiota?

Ele abriu a boca e falou com um vestígio de voz.

Eu vou matar você!

Eu o olhava seriamente e então comecei a rir.

Ah vai? – Perguntei ironicamente e depois olhei no relógio pendurado na parede que mostrava que daqui a poucos instantes tudo aquilo acabaria. – Eu acho que não!

Falei vendo seu rosto empalidecer e ele fazer uma careta. – É difícil não é? A dor, o desespero de querer gritar e pedir por ajuda... Sua visão parando de funcionar e tudo se movendo lentamente... Até que você não sabe mais o que é real e a dor no seu cérebro é tanta que você mal consegue pensar... Mas sabe o que é pior?

Perguntei encarando seu rosto em desespero.

– O pior é sentir seus pulmões se fechando e seu coração se acelerando até que... Você morre.

Cruzei os braços e me obriguei a olhar a cena até o fim. Um gemido fino e agoniado saía pelos seus lábios e eu não soube muito bem por quanto tempo aquilo durou, só sei que ele ficou imóvel e o silencio finalmente reinou pelo quarto. Depois de uns dois minutos ali olhando o corpo dele, me aproximei do mesmo e verifiquei se ele ainda tinha pulso, mas não, ele estava morto.

Ale entrou no quarto e encarou o corpo dele inconsciente.

– Acho que agora você pode ir, o resto é comigo.

Eu continuei ali olhando para o corpo dele sem acreditar realmente no que havia feito. Encarei Ale e ela me olhava um pouco abalada, então ela fez a ultima coisa que eu esperava de sua parte, me abraçou. Um abraço apertado.

– Sai logo daqui e não olhe para trás... Eu te encontro mais tarde!

Fiz o que ela disse. Sai daquele iate sem olhar para trás, deixei a lancha no porto e corri para o banheiro mais próximo do primeiro restaurante que vi aberto depois de sair dali. Troquei aquelas roupas pretas por jeans, camiseta e uma sapatilha. Soltei os cabelos e passei uma maquiagem para disfarçar meu rosto pálido e apavorado. Coloquei toda a roupa e a seringa que usei na bolsa e peguei um taxi para praia mais deserta que encontrei por ali. Andei um pouco até estar afastada de tudo e então joguei a mochila no chão e ateei fogo à mesma. Fiquei ali olhando até que tudo fosse apenas cinzas. Meu celular tocou e eu atendi de primeira.

– Alô!

– Como foi? Ale me ligou e disse que você não estava muito bem!

Logan falou assim que atendi. Minha resposta para o mesmo foi um soluço. Eu comecei a chorar e não consegui mais parar.

– Eu... Logan eu o... Eu o matei Logan, matei!

Falei quando enfim consegui encontrar minha voz. Ouvi um suspiro do outro lado da linha.

– Estou indo para aí!

Falou determinado. Eu respirei fundo e limpei as lagrimas em meu rosto.

– Não precisa! Eu vou acertar o pagamento com Ale e embarco a noite de volta para a Espanha.

– Tem certeza?

Sua voz parecia incerta sobre minhas palavras.

– Tenho sim... Me espere no aeroporto.

– Tudo bem, se cuide que te vejo mais tarde!

Depois de nos falarmos eu reuni o ultimo pingo de forças que me sobrou e voltei para o hotel. Arrumei as malas e fechei minha conta do mesmo e depois fiquei a espera de Ale. Como ela demorou muito e eu já estava entediada demais para ficar olhando as paredes, resolvi ver um pouco de tevê, mas tive uma desagradável surpresa ao ligar à mesma e ver anunciarem a morte de Gerald Basckett o magnata acusado de maus tratos contra a esposa. O noticiário divulgada a morte que teria sido causada por um ataque do coração ao ingerir uma alta quantidade de cocaína. Minha atenção foi tirada da tevê pelas batidas na porta. Abri a mesma e como sempre Alessandra entrou no quarto com um disfarce. Fechei a porta atrás da mesma e ela entrou já indo se sentar e tirando os enormes óculos de grau que usava.

– Está melhor? – Perguntou ao me encarar.

– Estou sim... Como foi lá?

– Correu tudo bem, os policiais encontrou todo mundo bêbado e para a nossa sorte um dos amigos de Gerald passou mal por conta das drogas também.

– Serio?

Perguntei surpresa enquanto me sentava a sua frente.

– Sim. Parece que a sorte está ao nosso favor! Eles vão mandar o corpo do velho para a família depois de amanhã.

Respirei aliviada por pelo menos tudo ter dado certo. Peguei o envelope com a quantia que ainda faltava dar a Ale e ela pegou, mas me entregou uma sacola em seguida, sacola essa e eu nem percebi que a mesma carregava.

– O que é isso?

Perguntei enquanto olhava o que tinha dentro da mesma.

– Um passaporte e sua passagem para a Espanha. Ai também tem um disfarce para você!

– Isso é mesmo necessário?

– Sim. Não podemos arriscar e para todos os efeitos você está na Espanha e não em Marrocos onde seu adorado sogro morreu.

– Obrigada!

Ela apenas me deu um abraço, pegou suas coisas e se foi. Eu esperei ela sair e fui até o banheiro vestir meu disfarce. Agora eu era uma turista ruiva e grávida.

Peguei minhas coisas e fui de taxi para o aeroporto. Quando fui fazer o chek-in o medo me tomou, mas tudo deu certo.

***

Meu voou de volta a Espanha correu bem e foi divertido a cara de surpresa de Logan ao me ver. Ele me levou para o hotel que antes eu fiquei e lá nós conversamos. Depois de contar tudo a ele, o mesmo ficou pasmo, mas não me deixou sozinha. Ele cancelou seus compromissos e passou o dia no quarto comigo vendo filmes e conversando. Eu liguei para Izzie e avisei que voltaria na segunda.

Foi difícil me concentrar no trabalho depois de tudo. Eu não conseguia dormir muito bem e a imagem de Gerald morrendo invadia a minha mente constantemente. Eu dei graças aos céus quando enfim eu pude voltar para casa.

Não avisei nada a ninguém, eu queria passar em casa antes de pegar Izzie. Eu sabia que veria Jayden e que devia uma explicação ao mesmo, então era melhor estar preparada para o que viesse. Esperei ansiosamente que o elevador se abrisse e eu enfim estivesse dentro da minha casa.

As portas se abriram e eu arrastei meu corpo cansado para fora. Parei em frente da porta e comecei a procurar as chaves. Tudo estava bem, até uma sensação estranha tomar conta do meu corpo. Eu parei minha procura e virei para trás. Assim que vi a figura de Lucas ali, meu corpo travou e eu fiquei mais branca do que já estava, no susto, acabei deixado minhas coisas caírem. Ele estava com uma arma nas mãos e apontava a mesma em minha direção.

– Lembra de mim?

Perguntou com sarcasmos na voz e um sorriso no rosto. Eu tentei dizer algo, mas meu corpo estava tão cansado e fraco, eu estava tão abalada e ele ali, apontando aquela arma para mim só me deixava pior. Ele sorriu amplamente com minha reação.

– Eu vim dar um fim ao que não terminei na primeira vez.

Eu não pude responder, o disparo da arma tirou minha atenção de tudo. Eu senti o impacto em meu peito fazendo meu corpo cair para trás. Eu caí e bati as costas na parede. Meu peito ardia e o sangue manchava a minha roupa. Eu estava tonta, mas ainda sim, não conseguia tirar meus olhos de Lucas. Ele sorriu feliz e me olhava com frieza.

Eu estava um tanto quanto desnorteada e ouvi um barulho um pouco distante. Eu pensei ser algo da minha mente, mas então Lucas olhou para a porta da minha casa e depois para mim.

– Será que a princesinha também está em casa?

Ele perguntou com a voz fria e carregada de cinismo. IZZIE! Minha mente gritou. Não! Ela não podia estar ali, não agora. Lucas começou a andar em minha direção e o desespero me dominava. Eu esqueci a tontura e a dor em meu peito e reuni forças para levantar. Quando finalmente o fiz, joguei meu corpo contra o dele que foi pego de surpresa. Eu o empurrei e ele bateu contra o corrimão e perdeu o equilíbrio, mas me puxou com ele e nós caímos. Meu corpo bateu contra o chão depois de uma fração de segundos. Meus olhos começaram a se fechar e eu tentava lutar contra isso, eu precisava ver se Izzie estava bem, eu precisava levantar, mas eu não conseguia.

Porque eu não tenho me divertido por aí
Eu nunca sairia e faria coisas que você não queria que eu fizesse
Pois agora eu posso te dizer que você nunca encontrará evidências em mim
Essa é a verdade


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Notas finais do capítulo

Então agora eu lhes faço a pergunta que não sai da minha mente: Ela tem que morrer ou não?



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