Acordei meio atordoada com o pesadelo que eu tive. Foi algo bem estranho, eu via o Bill morrendo e eu não conseguia me mexer, parecia que algo estava me prendendo, então eu não podia fazer nada para ajuda-lo. Foi horrível. 
Tomei banho e me troquei. Nessa hora ouvi batidas na porta. Provavelmente era o Bill. Eu já estava pronta, então abri a porta. Achei melhor não contar sobre o sonho pra ele. Afinal, não quero deixar ele nervoso. 
-Bom dia amor! – ele disse me beijando.
-Bom dia... – eu disse com uma expressão meio estranha.
-O que foi Ca? – ele disse passando as mãos nos meus cabelos.
-Hm, nada não, acho que to um pouco nervosa, afinal será a primeira vez que saio do país... – menti forçando um sorriso.
-Não fica nervosa não, vai ser legal! Pode confiar em mim! – dessa vez eu não tive como evitar um sorriso bobo. Ele era tão perfeito, até nos mínimos detalhes. –Eu te amo e não vou deixar que nada de ruim te aconteça! – então ele me beijou carinhosamente. Aqueles lábios perfeitos sobre os meus me deixavam louca. 
-Obrigada Bill, eu também te amo demais! – ele sorriu.
-Você quer me ajudar a acordar o Tom? Ele voltou pra cá já eram 5 horas da manhã, agora são 9 horas e o avião sairá 11 horas, é melhor ele se apressar!
-Nossa! Ele deve ter aproveitado bem a festa hein? – rimos. Fomos até o quarto do Tom para tentar acorda-lo. Chegamos lá e ele estava esparramado na cama. Eu dei uma risada da situação. Quando eu imaginei que veria o Tom dormindo feito uma pedra? 
-Tom, acorda! – a gente falava aleatoriamente enquanto sacudíamos ele. Ás vezes ele resmungava alguma coisa, mas acordar mesmo, ele não acordava.
-Nossa, Bill, to vendo que vai ser difícil!
-É, se eu bem conheço o Tom, vai mesmo, então só tem uma coisa a fazer.
-Que coisa?
-Vou ali no banheiro e já volto. – então Bill foi e voltou com uma pasta de dente na mão. Ah, não acredito! Ele não vai fazer isso! Ah, ele vai! Nossa!
-Bill, você ta louco? Ele vai te matar! 
-Já fiz isso outras vezes e to aqui vivo, então... – ele disse rindo e depois deu um sorriso maligno. Pegou a pasta de dente e colocou no nariz dele. Depois cutucou um pouco o rosto dele. Nessa hora, Tom deve ter ficado incomodado com isso e bateu a mão na cara e... plaft! A pasta se espalhou pelo rosto de Tom e na hora ele levantou xingando já.
-Porra! Quem foi o filho da puta desgraçado que fez isso, caralho?!
Eu e Bill ríamos muito. Não tinha como não rir. Era muito engraçado! Mas eu confesso que fiquei com um pouco de medo do Tom.
-Caralho Bill! Vai se foder sua bicha germânica! Eu te odeio porra!
-Ai Tom, que comédia! Acho melhor você lavar o seu rosto, ta um pouco sujinho! – ele se contorcia de tanto rir.
-Olha Bill, eu só não te mato porque eu não quero ir pra cadeia, se não eu juro que te matava agora! E seria da forma mais torturante possível! – ele disse olhando pro Bill com raiva e indo pro banheiro para se lavar. Bill e eu ainda estávamos rindo muito. Ele teve que se deitar na cama para rir. E eu também.
-Cala a boca vocês dois! – Tom gritou lá do banheiro. Mesmo assim a gente não conseguia parar de rir. A minha barriga já doía muito de tanto rir. Então fomos parando de rir aos poucos até o Tom voltar pro quarto e continuar nos olhando com cara de ódio. Então achei melhor falar sobre alguma coisa que provavelmente o animaria.
-Tom, como foi a festa ontem? – eu me sentei na cama. Nessa hora a expressão dele até mudou.
-Nossa, nossa! Foi ótima meu Deus, ai, só de lembrar... – ele disse todo animadinho.
-Ai Tom, só você mesmo... – eu disse rindo um pouco.
-Nossa, e aquelas mulheres então? Ai, o que era aquilo? Você tinha razão quando disse que algumas não usavam calcinha! Que paraíso! Por mim eu viveria lá! – ele disse com uma cara de sonhador que me fez rir.
-Nossa Tom, que horror! – acho que dessa vez ele nem me escutou, continuou com a mesma cara.
-Tom, se apresse, já temos que ir pro aeroporto! – Bill se levantou da cama e foi ajudar o Tom a pegar as coisas. Quando me lembrei do avião, já me deu um frio na barriga. Já voltei a ficar nervosa com isso. Tomara que tudo de certo...

No avião...

Eu e Bill nos sentamos juntos. O avião estava prestes a decolar e o meu pressentimento ruim só aumentava.
-O que foi Ca? Você ainda ta nervosa? - disse Bill me abraçando.
-É, um pouco, sabe como que é, primeira vez que viajo de avião... 
-É, eu sei sim, o Tom fica assim até hoje! É normal! - Bill disse tentando me acalmar. Com ele eu ficava um pouco mais calma, mas nada me fazia esquecer aquelas imagens horríveis do meu sonho.
As horas dentro do avião foram se passando e de tanto que eu estava nervosa, eu já tava até sem sono. 
-Você não quer dormir? 
-To sem sono Bill...
-Deita no meu colo, quem sabe você não se acalma e acaba dormindo e descansando um pouco?
-Ok... - então eu me deitei no colo de Bill. Nossa, era incrível como eu me sentia protegida perto dele. Ele ficava passando a mão em meus cabelos e isso tava me acalmando e já tava me dando sono...

-Camille, Camille, me amor, acorda, já chegamos! - eu fui abrindo os olhos e senti Bill me sacudindo de leve e sorrindo. Levantei meia dolorida por ter ficado na mesma posição por horas, mas quando vi que chegamos já me acalmei. Pelo jeito aquele pressentimento tivesse sido coisa da minha cabeça mesmo... graças a Deus!
-Já? - eu disse com voz de sono ainda.
-Ahã, já vamos descer do avião!
-Ah, ok! - então me espreguicei e nessa hora todos começaram a se levantar e nós também. 
Fomos pra casa dos gêmeos. A casa era linda! Eu me maravilhei com a decoração, era tudo lindo, provavelmente era obra do Bill.
-Gostou da decoração? Ideia minha! - disse Bill sorrindo. Como eu imaginava.
-É lindo Bill! 

No outro dia...

-Eu quero levar você pra um lugar! - disse Bill depois de dar o último gole na sua xícara de café.
-Pra onde?
-É surpresa! - ele sorriu.
-Ai Bill, eu não gosto de surpresas, elas me deixam muito curiosas!
-Eu sei, você já me disse isso uma vez! 
-Seu bobo!
-É sério, vamos? - ele disse com uma carinha fofa que eu não pude recusar.
-Ok Bill, você me convenceu!
-Que bom! Eu quero aproveitar o máximo com você!
-Calma Bill, nós ainda temos a vida inteira pela frente! 
-Eu sei, mas quem sabe esse pode ser o nosso último dia?
-Do que você está falando? - eu já tava estranhando o jeito que ele estava falando.
-Nada não, só sei que devemos aproveitar os nossos momentos como se fossem o último!
-É Bill, tem razão! Então vamos! - nessa hora Tom desceu as escadas e nos viu de saída.
-Pra onde vocês vão?
-Vou leva-la para um lugar, a gente volta de tarde ok? Não nos espere pro almoço!
-Ok, bom passeio pra vocês!
-Ah Tom, só uma coisa... - então Bill foi em direção de Tom e deu um abraço apertado nele, que Tom até estranhou e eu também achei esquisito, mas ok.
-O que é isso Bill?
-Nada, esquece... vamos Ca! - depois desses últimos minutos ficamos em silêncio, eu estava estranhando as últimas atitudes de Bill...
-O que foi Bill? - eu perguntei quando Bill deu partida no carro.
-Ah, nada, bobeira minha...
-Hm... 
-Eu já disse que te amo hoje?
-Hm, já, mas eu amo ouvir isso mais vezes! - ele me deu um beijo que parecia ser desesperado, sei lá, mas eu me entreguei ao seu beijo. Depois ele sorriu maravilhosamente pra mim e eu retribuí o sorriso..
-Te amo muito Camille, fique sabendo que se eu morresse agora, eu morreria feliz!
-Ai Bill, isso foi lindo, ok, mas pare de falar de morte, eu não gosto, sério...
-Ok, desculpa! - Bill estava dirigindo muito rápido. 
-Bill, vai com calma... - ele nada respondeu, apenas continuou dirigindo na mesma velocidade -É sério Bill, isso ta me assustando! - ele apenas fechou os olhos e nessa hora eu vi uma lagrima escorrendo sobre o seu rosto, quando eu ia perguntar o que estava acontecendo, já era tarde...