Nico levava a cesta repleta de pães para a entrega matinal. Sua irmã era louca por ter aberto uma padaria do nada naquela vila, mas estranhamente isso deu certo e agora, um mês depois, os negócios prosperaram e tinham varias encomendas. Nico virou a esquina da rua principal entrando na parte alta da cidade, era ali que os ricos moravam, e era ali sua ultima entrega. Ele sempre deixava para ir naquele lugar por ultimo, nunca dava para saber quanto tempo ficaria, e ele não podia atrasar as outras entregas.

Uma grande casa pintada em azul celeste se destacava das demais, era ali que o prefeito morava, era ali que ele entregaria os pães. Nico deu a volta no quarteirão em direção a entrada dos fundos por onde os empregados entravam, e onde era pintado de um branco desbotado com um pequeno portão de ferro batido que mantinha a entrada fechada. Nico tocou a campainha e logo uma das moças que servia naquela casa veio recebê-lo com um sorriso.

- Bom dia Nico...

- Bom dia. - disse estendendo a cesta, a moça a pegou e sentiu o cheiro.

- Desculpe te fazer subir ate aqui, mas não podemos dizer que compramos de um lugar tão longe e... - " pobre." completou em sua cabeça e acenou que sim. Nico realmente entendia a situação dos empregados daquela casa. O prefeito era conhecido por ser um homem luxuoso e requintado, e comer pães de uma padaria da parte baixa da cidade não era uma opção. Não importa o quão gostosos eram.

- Tudo bem, fazer essas entregas é o meu trabalho... Bianca fabrica, eu vendo... - a moça sorriu.

- Você deve estar com sede, entre e beba algo... - ela riu e apontou para dentro da casa, Nico sorriu de lado entrando. Todos os dias era assim, ela convidava e ele entrava na casa para descansar e beber água. Ou era isso que deveria fazer.

- Marla, os pães já chegaram?- perguntou Will entrando na cozinha, Nico estava tomando água e acenou com a mão livre. O loiro abriu um sorriso radiante para o mais novo. - Bom dia Nico. - disse pegando o prato com os pães que o garoto trouxe e colocando em uma bandeja. - Vou levar isso para o mestre e já volto para falar com você. - Nico assentiu e olhou para a janela tentando não corar.

- Leve os ovos Will. - disse a cozinheira estendendo um prato, Will sorriu e pegou, deu uma piscada para Nico e saiu do cômodo.

Nico acabou sua água e se sentou na mesa ao lado da cozinheira que lhe estendeu uma maçã picada enquanto mastigava um biscoito, Nico aceitou de bom grado, estava morrendo de fome. O que mais gostava daquela casa era isso, todos que trabalhavam ali eram gentis e bons com qualquer um. Sempre que ele trazia os pães de sua irmã eles o recebiam com carinho e um sorriso. Ele olhou em volta, a cozinha era grande e espaçosa, tinha varias frutas em pratos e a geladeira estava sempre cheia, os empregados podiam comer o que quisessem, e o prefeito era um homem bom e simpático, apesar dos luxos e exagero.

Will dizia todos os dias que a única parte ruim de viver e trabalhar ali era o filho do prefeito, um pirralhinho de dez anos que se achava o dono do mundo e que Nico carinhosamente apelidou de "o mestre dos trouxas". Quando contou aquilo a Will ele riu, mas disse que não era para julgar o menino assim, ele só queria a atenção dos pais. Nico gostava de Will por isso, não importa o quanto a pessoa era ou parecia má, ele sempre tentava justificar os atos dela e enxergava nem que seja uma coisa boa. Foi por essa característica que ele havia se aproximado de Nico, e ao contrario de muitos, enxergado o que ele realmente era e tentava esconder. Hoje Nico era outra pessoa, graças a Will.

- Acho que estou dispensado até o almoço... - disse Will entrando na cozinha e pendurando o avental negro de garçom. Ele caminhou ate que mesa e se sentou ao lado de Nico, mais próximo que o necessário, e esticou a mão para pegar um pedaço da maçã. - Eles mandaram dizer que o pão está cada dia melhor... - disse sorrindo para Nico e logo depois comendo a fruta.

- Direi a minha irmã. - respondeu, a cozinheira se levantou batendo no vestido para tirar os pedaços de biscoito que haviam caído ali e se foi para a dispensa, Will sorriu divertido para Nico pegando sua mão, o que fez o moreno sentir borboletas no estomago.

- Fiquei feliz quando te vi hoje...

- Eu venho todo dia...

- Eu sei. - ele sorriu revirando os olhos e beijou o rosto de Nico. - Mas eu sempre tenho medo de um dia você não vir...- Nico sorriu e negou com a cabeça se sentindo constrangido. - Você é tão bonito...

- E você é tão gay quando fala essas coisas melosas...- Will fez um bico com os lábios.

-Você não gosta?- perguntou e Nico começou a rir pegando sua mão ao levantar da mesa e o levando junto.

- Se não gostasse não voltaria aqui... - Will sorriu e se adiantou pela porta puxando Nico.

O moreno sabia para onde estavam indo, era sempre para lá que Will o levava, mas ele gostava de correr com o loiro pelo jardim de trás e fingir que era a primeira vez. Will abriu a porta do celeiro e puxou Nico para dento o pensando na porta assim que a fechou e roubando seus lábios em um beijo profundo. Nico amava quando ele fazia aquilo, geralmente Will era fofo e carinhoso, mas às vezes ele parecia sentir mais necessidade de toque. Nico enroscou os dedos nos cabelos loiros de Will e sentiu as mãos dele apertar em suas costas o puxando mais para perto, colando mais os corpos. Will então começou a andar e levou Nico consigo, e quando o moreno deu por si, estava jogado sobre o feno com o loiro ajoelhado entre suas pernas. Will olhava para Nico com um sorriso quase maldoso, Nico tinha um sorriso surpreso e respirava fundo pela boca.

- Você é um pecado... Eu nunca fui de fazer essas coisas antes de te conhecer... - murmurou Will tocando levemente a pele do pescoço de Nico e deslizando os dedos ate a camisa de botões, os abrindo devagar. - Você desperta o pior de mim Nico... - ele se abaixou beijando o pescoço e puxando a camisa do garoto ate os cotovelos, distribuindo beijos pelos ombros e peito, Nico suspirou com cada carícia e por fim riu pelas cócegas que Will fez em sua barriga com os dedos.

Nico viu Will sorrir com carinho para ele quando parou de rir das cócegas, o loiro se sentou sobre seu quadril retirando a própria camisa e se inclinou para desabotoar o resto da do moreno. Quando terminou eles se encararam, Nico podia sentir o próprio rosto esquentar ao ver a cor atingir o rosto do namorado. Não importava o quanto eles faziam aquilo, Will sempre ficava envergonhado ao tirar as roupas, mesmo Nico dizendo que ele era lindo. O moreno se inclinou para frente se apoiando nos cotovelos e beijando o rosto do mais velho.

- Eu posso ser o pecado que há em você. Mas saiba... Você é o meu raio de sol... - Nico segurou o rosto de Will entre as mãos se sentando. - Você iluminou minha vida com esse sorriso... - Will corou mais e Nico riu achando extremamente fofo. - Você é meu sol... - Will olhou para baixo e fechou os olhos, levantou as mãos e as colocou sobre as de Nico, que ainda estavam em seu rosto, e as apertou.

- Amo você... - sussurrou. Nico arregalou os olhos e depois sorriu ao se inclinar para frente e beijar sua testa.

- Eu sei... - disse com um carinho que antes de conhecer aquele garoto não sabia que tinha ou se era capaz de dar a alguém. - Eu também te amo... - dito isso, levantou o rosto de Will e selou seus lábios novamente, o loiro o forçou para baixo fazendo os dois caírem sobre o feno.

- Promete que seremos assim para sempre?- perguntou Will ao interromper o beijo e colar as testas para olhar nos olhos do mais novo. Nico sorriu.

- Para sempre é muito tempo...

- Eu sei...

- Bem... Acho que eu não me importaria se fosse com você... - disse fechando nos olhos. - Não vou prometer, por que promessas foram feitas para serem quebradas... - Nico abriu os olhos e encarou as orbes azuis acima de si. - Mas saiba que não importa o tempo que durar, para sempre ou não, estar ao seu lado vale e valera à pena. - Will entrelaçou os dedos com Nico. - Você esta gravado em mim mais profundamente que uma promessa vazia. -sussurrou.

- E você dizia que não era bom com as palavras... - disse o loiro divertido se abaixando para beijar o pescoço do moreno novamente.

- Como eu disse antes, você trouxe luz a minha vida. - Nico puxou o rosto de Will com a mão livre e olhou em seus olhos novamente. - Você trouxe o melhor de mim para fora. Sou uma nova pessoa agora graças a você...

- Fico feliz por isso... - disse Will sorrindo. - Pena que não posso dizer o mesmo, você me é uma péssima influência!- o loiro segurou as duas mãos de Nico e as levou para cima da cabeça do mais novo, o surpreendendo. - E provando isso... - Will abaixou a cabeça para sussurrar no ouvido de Nico. - Hoje eu te proíbo de fazer qualquer coisa a não ser gemer meu nome. - Nico sentiu os pelos da nuca arrepiarem. - Espero que Bianca tenha um ajudante hoje, porque você mão sai daqui antes de anoitecer... - Nico sentiu a mão do loiro descer por sua barriga,parando em seu membro e passando a acariciá-lo por cima da calça, o que o fez arfar de prazer por ser acariciado ali.

-Sou todo seu... - soltou com um sorriso de zombaria junto a um suspiro ao sentir Will apertar levemente seu membro. - Hoje pertenço a você... - Will sorriu ao tomar os lábiosdo outro e abrir suas calças ainda segurando suas mãos acima da cabeça. Nico soltou mais um suspiro e sentiu a língua de Will invadir sua boca de uma maneira nada casta ou típica dele. Ele se perguntava ate onde Will ia conseguir ir desta vez.

- É assim que eu gosto... - disse Will com a voz tremida. Nico sorriu e abriu os olhos só para ver o rosto do mais velho totalmente corado e começou a rir. - Eu não sei fazer isso!- choramingou o loiro envergonhado e escondendo o rosto no peito de Nico soltando suas mãos. Nico ria descontroladamente e abraçou Will pela cabeça.

- Ai meu deus! Como você pode ser tão fofo Will?-perguntou e o loiro se encolheu. - O que esta querendo fazer com isso?

- Pensei que ia gostar se eu fosse bruto ou coisa do tipo... - murmurou, Nico negou com a cabeça. - Eu vejo que gosta quando eu faço certas coisas mais violentas... Achei que ia conseguir ser o ativo perfeito, mas... Eu sou uma negação! - Nico riu mais ainda.

- Ai, eu não aguento... “te proíbo de fazer qualquer coisa a não ser gemer meu nome"?- Will corou mais, suas orelhas estavam vermelhas como sangue agora.- Eu tinha achado estranho, mas deixei passar, mas de pois desse "é assim que eu gosto" como se já tivesse tido outras experiências...- Will negou com a cabeça ainda escondida no peito de Nico.

- Nossa que vergonha!- murmurou encolhendo os ombros, Nico se sentou novamente levando Will junto e o abraçando. Ele ainda ria, mas não podia evitar. Will tentando ser aquele tipo de cara... Do tipo que toma as rédeas de tudo... Não... Era impossível imaginar aquilo. - Pare de rir!!!- disse levantando a cabeça e Nico tomou seus lábios o segurando pela nuca. Ele sentiu Will relaxar em seus braços e passar a corresponder com vontade, Will se ajeitou melhor no colo de Nico enquanto sentia o moreno passar as mãos pelo seu peito despido. Nico podia sentir Will lhe acariciando as costas com toques lentos e circulares. Quando se afastou ele beijou a testa do mais velho.

- Não tente fazer isso de novo... - disse fechando nos olhos e tocando as testas. - Gosto de você por ser do jeito que é, carinhoso e sensível como é... - Nico se inclinou mais e beijou de leve os lábios de Will. - Esse tipo de atitude que você teve... Combina mais comigo. - Will riu e negou com a cabeça.

- Desculpe... – sussurrou, Nico o beijou de novo.

- Deixe as coisas fluírem. - sussurrou Nico abraçando o loiro, mas um barulho no canto dos estábulo o fez levantar a cabeça atento. Will olhou assustado na mesma direção do som agarrando a sua camisa que estava no chão e a vestindo assustado. - Droga!- murmurou Nico, tirando Will de seu colo e vestindo sua camisa de botões.

Will se levantou com as mãos tremendo e foi devagar ate o lugar do barulho, Nico o amaldiçoou por não esperar enquanto se levantava e corria ate ele, os dois trocaram olhares irritados e discutindo silenciosamente por meio destes enquanto seguiam juntos em direção ao barulho.Quando olharam atrás de uma das pilastras que sustentava a construção viram que o filho do prefeito estava encolhido perto do feno tampando o rosto.

- Sinto em dizer garoto, mas estamos vendo você. - disse Nico. O menino descobriu o rosto e os olhou com olhos arregalados.

- Vocês estavam brigando... Eu prometo não dizer nada, só não me bate!- Nico sorriu de lado feliz pela inocência ainda atingir aquele pirralho. Os garotos da parte baixa da cidade que tinham a mesma idade não teriam duvidas do que estava acontecendo.

- Não vamos bater em você Jules... - disse Will estendendo a mão, Nico suspirou e se agachou ao lado do loiro, explicar seria complicado. - Nico e eu não estávamos brigando...

- Mas você estava em cima dele... - Nico não conteve o riso e virou o rosto para o lado. E pensar que um dia já foi assim também, Will o olhou irritado.

- Pare de rir! Ele esta assustado!- Jules se encolheu e olhou para Nico, que sorriu para o garoto da maneira mais branda que conseguiu. Jules correu para os braços de Will contendo o choro e Nico deu de ombros. - Viu? - Will abraçou o garoto de volta e Nico se deixou cair sentado no chão de pernas cruzadas como um índio. - Jules... Eu e Nico não estávamos brigando, mas você não pode falar para ninguém que nos viu aqui... - Jules acenou que sim. Nico o olhou desconfiado, sabia que o menino era mimado e tinha certeza que as coisas não seriam tão fáceis.

- É serio Jules, você não pode abrir a boca para falar nada do que viu aqui. - disse Nico autoritário, Will o lançou um olhar de repreensão e apertou mais a criança que tinha se encolhido mais. Nico já estava acostumado a isso, as crianças não gostavam dele.

- Eu não gosto dele... - disse o pequeno e Will riu ao mesmo tempo em que Nico pensava que era um sentimento mutuo. - Ele me da medo, e estava batendo em você...

- Eu nunca... - começou Nico e depois ponderou. - Okay, talvez quando ele fala coisas idiotas e... - Will o olhou arregalando os olhos como se dissesse "Ta loco? Falar disso com uma criança?" Nico apenas sorriu.

- Não gosto quando ele vem...

- Acredite, gosto tanto de você quanto você gosta de mim. - disse Nico e Will deu um soco forte em seu braço. O loiro se levantou e colocou Jules de pé a sua frente.

- O ignore Jules... - o menino assentiu e olhou para Will. - Olha, se você falar para alguém, eu vou ser mandado embora... Então não diga tudo bem?- o menino assentiu de novo e encarou Nico.

- Que foi?- perguntou e depois suspirou. - Desculpe se eu te assusto, mas acredite, não farei mal algum a você e muito menos ao Will. O que você viu... - Will o encarou e um um olhar perfeito de "Cale a boca ou te castro", mas Nico sabia que tinha de dar uma explicação para o garoto, ou aquilo ia persegui-lo. -O que você viu foi eu e Will brincando, não estava batendo nele ou ele em mim, estava fazendo carinho... Entende isso? Você já é grande para saber isso. - Jules acenou que sim.

- Não vou contar... Não quero que o Will vá embora... - Will sorriu e bagunçou os cabelos do menino. Nico se colocou de pé terminando de fechar a camisa e a calça disfarçadamente. - Mas você tem de ir em bora...-Nico encarou o garoto e suspirou cansado ao se virar para Will.

- Ele tem razão, já passou da hora. - Will acenou que sim. - Você vai lidar com isso melhor se eu estiver longe. - Will revirou os olhos e Nico apertou seu ombro antes de sair do estábulo e voltar para casa.

........

Na semana seguinte Nico se encontrava sentado no pátio enquanto assistia Jules obrigar Will a brincar de carrinho. O garoto de cabelos negros queria jogar o de dez anos em um poço ou desacordá-lo para poder ficar sozinho com seu namorado. Já tinha uma semana que Jules parecia estar de marcação. Não desgrudava de Will um segundo. Mas parece que o acaso sorriu para Nico quando o prefeito teve à tarde de folga e decidiu passear com o filho.

- O Will tem de vir pai! Ele é meu irmão mais velho... - Nico via e ouvia de longe enquanto o garoto se agarrava a cintura de Will e resistia em ir com o pai.

- Ele não pode vir filho... Will tem trabalho para fazer...

- Não, ele vai se encontrar... -Nico apertou as mãos em punho esperando o garoto falar do que viu na semana antes, mas ele pareceu pensar melhor e largou Will.

-Jules, eu vou ficar bem... - disse o loiro bagunçando o cabelo do menino, que encarou Nico com raiva. Nico franziu o cenho confuso daquilo, não tinha feito nada para aquele garoto desde que o conheceu. - Eu estarei esperando aqui quando chegar okay? Ai continuamos a brincar... - Jules abraçou Will novamente, pulando no pescoço dele. Nico crispou os lábios e seguiu para o celeiro.

- Nico?- chamou Will entrando no estábulo. Nico se encontrava apoiado em uma pilastra de sustentação olhando para um cavalo que comia tranquilamente o feno. - Por que veio aqui sem me chamar?- Nico o encarou e suspiro cansado.

- Eu sabia que ia vir...

- O que você tem?- Nico deu de ombros. – Ah não cara, não começa com isso de novo, já passamos dessa faze de show.

- Tenho o direito de permanecer calado Solace.

- Por Deus... - Will caminhou ate Nico e o encarou de frente, tinham praticamente a mesma altura. – O que foi?

- Nada, só o fato de eu agora ter um pirralho de dez anos como rival...- Will o encarou e depois começou a rir, Nico revirou os olhos cruzando os braços enquanto o loiro segurava a barriga e se contorcia.

- Acha que Jules é seu rival? Por favor, cara, eu mereço um pouco mais de credito! Sua idade é o máximo de mais novo que eu pegaria...

- Não disse que ele tem potencial, seu grande idiota. Você não me trocaria por ele assim.

- Que confiança... - Nico respirou fundo para não começar a discutir.

- O caso, imbecil, é que se ele ME considerar um rival vai ser um problema. Ele esta nos mantendo afastados, não me deixa chegar perto, e tenho certeza que só vai piorar...

- Ele tem dez anos Nico! Nem sabia o que estávamos fazendo naquele dia!- Nico apertou as laterais dos olhos. Will e essa mania de acreditar no bem e inocência existente nas pessoas... Ele admirava e amava isso nele. Mas também irritava.

- Sabia, ele sabia sim, Will. Eu fiquei surpreso quando ele disse que não porque nenhum garoto da idade dele é inocente assim nos dias de hoje. Se ele não sabe pelos pais, ele aprende na escola, ele estuda junto com os garotos da parte baixa da cidade, eles não só sabem como alguns me surpreendem por praticarem...

- Jules é diferente deles! Francamente Nico... - Will revirou os olhos.

- Olha, acredite no que quiser, mas aquele garoto me olha com raiva e tenta te afastar de mim. Se ele tem segundas intenções ou não, eu não sei, mas fique mais atento a isso.

- Desde quando se importa com o que um garotinho pode fazer?

- Desde que ele é filho do chefe do meu namorado. - respondeu carrancudo.

- Devo achar essa reação fofa ou possessiva?- Nico sentiu o rosto corar e desviou o olhar. - Eu vou escutar você e prestar mais atenção, mas você não precisa ficar tão mexido com isso. Nada vai acontecer. - Nico encarou os olhos azuis de Will e o puxou pela camisa para perto, colando os lábios e dando inicio a um beijo.

- Se aquele garoto se apaixonar por você, o mantenha longe, ta me ouvindo Solace?- Will riu negando com a cabeça. - Estou falando serio! Você me convenceu a começar com isso, agora que me aguente!

- Idiota. - disse sorrindo e jogando os braços ao redor do pescoço de Nico. - Mas agora temos a tarde toda... - o moreno não sorriu, Will beijou seu rosto e fez cócegas na sua nuca. - Deixa de ser besta!- Nico o encarou nos olhos e suspirou vencido.

- Só não se afaste de mim... Tipo, nunca. - pediu em um sussurro, Will beijou sua testa e pegou sua mão.

- Prometo.