It's just a dream. So, be free. escrita por Luni Chan


Capítulo 7
Quando a tempestade passar


Notas iniciais do capítulo

Digamos que eu estou cansada de promessas vazias. Eu sempre digo que irei postar um capítulo novo a cada semana, e nunca cumpro. Mas estou me programando para realmente postar um capítulo por semana. Então eu complementei esse capítulo, que eu já havia postado. Então o começo vai está igual até a metade.
Se vocês quiserem me mandem sugestão para o próximo capítulo, e sempre lembrem de comentar nem que seja somente um : 'Joia' ou 'Bacana' . Pode parecer bobo, mas ajuda.
Para ser bem sincera o único motivo de eu ter postado a continuação desse capítulo foi a WalkerGirl, que está sempre comentando a cada capítulo, se não fosse pelos comentários dessa moça eu já tinha excluído a fic.
E... Quando entrei para postar o capítulo hoje. Vi que tem 7 pessoas que favoritaram, gente, o que aconteceu? Eu quase desmaiei aqui. Muito obrigada.
Muito obrigada NatyHamster, Marie, Rlararg, Annabeth Jackson, Ester Rose Forever, Overland X e Isa Reis por favoritarem a Fanfiction.
Obrigada a YukiChan, LuluDarc, MonicaMel tmj, SnowFlake e Ester Rose Forever por acompanharem a Fanfiction.
E obrigada também as 23 pessoas que aparecem na configuração mas não consigo ver o nome, e as 2500 pessoas que abriram a fic e possívelmente ignoraram.
Boa Leitura.



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Meu nome é Ariel, tenho 16 anos. Sou a mais nova dentre as minhas seis irmãs. Moramos em Malibu, no noroeste de Los Angeles. Por nascermos aqui, somos muito ligadas à praia e a vida no mar. Bom, na verdade só eu mesmo. Minhas irmãs não se preocupam muito com isso, elas gostam de permanecer entre os dois mundos, mais em terra firme. Mas eu, o mar é tipo um pedaço de mim, e seu eu pudesse é lá que eu moraria, junto com os peixes, os golfinhos. É aonde eu vou quando quero esquecer os problemas na nossa casa.

—Bom dia, Pequena Sereia. –falou Attina.

—Bom dia, Esquentadinha.

Todas nós demos um apelido para as outras; não irei falar, tenho seis irmãs, cada uma com uma personalidade mais estranha que a outra. Nossa casa é cheia de problemas e confusões, porque é muito difícil para meu pai; que não vou mentir, já é um homem um pouco velho, como dizem os adultos: jovens há mais tempo, criar sete adolescentes, ou conseguir sustentar oito pessoas, ele sozinho. Então as três mais velhas fazem um trabalho extra para ajudar nas despesas. Talvez, ou não, vocês estejam se perguntando onde está a minha mãe, eu não sei o que realmente aconteceu com ela, nosso pai não conversa muito sobre isso, só sei que ela faleceu pouco depois de dar a luz a mim.

—Tchau pai, vou à praia. –disse a Tritão; sim esse é o nome dele.

—Mas já? Está tão cedo filha.

Tem pouco mais de seis anos que conheci meus melhores amigos, e que saio de casa no máximo nove horas para encontrá-los na cafeteira próxima a praia. Sempre vamos lá, para conversar, tomar um café, e quem sabe depois surfar, é uma rotina, não gosto muito de rotinas. Muitos dizem que regras foram feitas para serem quebradas, talvez isso também funcione para rotinas, temos que mudar de vez em sempre, pode ser até chato seguir os mesmo passos todos os dias, com as mesmas pessoas. Não estou querendo menosprezar meus melhores amigos, mas sim valoriza-los, temos que mudar seguir novos rumos, senão a amizade fica gasta, e se nos prendermos demais, o laço logo vira um nó. E eu não quero perder mais um amigo.

Mas, dessa vez não vou à cafeteria, viro a esquina e vou à sorveteria, que fica na rua de trás. Não sei bem o que fui fazer lá, sozinha. Mas ainda bem que fui. Eric, o garoto que estuda na minha classe estava lá.  Ah, esse garoto. Eu não irei dizer que ele é o garoto mais popular da sala, porque ele não é. Mas eu gosto dele, mesmo que nunca tenhamos nos falado. E você só saberá o preço da felicidade, quando o seu crush fala com você, quebrando as barreiras da friendzone.

 -Oi Ariel. –disse Eric se sentando ao meu lado.

—Oi. –falei tentando demonstrar que eu não estava extremamente tímida.

Nós conversamos por horas, eu nem sequer vi que já era de tarde, e que o sol estava de pondo, a minha distração da conversa fez com que eu não sentisse meu celular vibrar, e tinham seis ligações perdidas do meu pai. O que significa sem praia para mim amanhã. Bem, é uma longa história, desde que me entendo por gente, nosso pai quer que estejamos em casa as no máximo às 18h, e pelo que vi, já são 18h30min. Mas isso não importa, já que eu vou do mesmo jeito. Eric me chamou para sair. Para eu sair com ele, caminhar na praia.  Eu venci nas barreiras da vida.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Cheguei a casa e todos estavam à mesa. Meu pai preocupado como sempre, e minhas irmãs me olhando com cara de brava. Talvez, assim, bem talvez, se eles me contassem toda a história, eu voltaria para casa no horário correto. Conhecendo minha família, aquelas expressões significavam: “Para o quarto! Agora! Lá tem pizza e refrigerante. Você só sai do quarto quando eu mandar. Por que eu ainda confio em você?”. Isso já aconteceu umas cinco vezes, nada, além disso.

Obedeci ao comando e fui para o quarto, desbloqueei o celular, e tive que encarar sermão também dos meus amigos. Eles estavam mesmo preocupados comigo. Mas gente! Foi só um dia. O que poderia ter acontecido comigo? Talvez eles saibam o que aconteceu com minha mãe. E provavelmente eles terão que me contar. Tenho dois amigos, Sebastian e Lorenzo. Sebastian é mais velho que eu e o Enzo, talvez dois anos; ele tem dezoito, vive na praia e por isso é muito bronzeado, ele é um rapaz alto e de um grande porte físico, então o chamamos de Sebastião. Já o Lorenzo, além de ele ser dois anos mais do novo que eu, e quatro anos mais novo que Sebastian, ele é bem fofoqueiro, por isso o chamamos de Linguado.

Mensagens:

Pequena Sereia diz: Oi, não precisam ficar com raiva, calma, foi só um dia. E nem disfarcem, sei que foi o Linguado que contou para o meu pai.

Sebastião diz: Calma também, nós ficamos preocupados por você não ter vindo, nem dado notícia.

Linguado diz: Seu pai falou que você só sai de casa se for com a gente.

Sebastian diz: LINGUADO!

Desliguei meu celular e me deitei na cama, encarando o teto de meu quarto. Por que as coisas não podem ser mais fáceis? Talvez se me contassem o que aconteceu naquela noite, se me explicassem. Por que eles não podem falar? Por que só eu não posso saber?

Acordo de manhã bem cedo, como de costume, mais cedo do que todo mundo da casa. Eu tinha certa mania de nadar antes do sol nascer. Para então ver o sol nascer no mar. Tenho um segredo. Eu encontrei uma ilha, a poucos metros da costa. Ela é um antigo vulcão, que morreu a milhares de anos, tem uma piscina natural bem no meio dela, justo no centro do vulcão, onde alguns golfinhos e peixes costumam nadar, olhando para o seu, em noites de lua cheia, a lua chega a encostar perfeitamente na boca do vulcão.  Há alguns anos vou lá. Ela é simplesmente linda, mágica até. É uma ótima maneira de ficar bem perto do mar. Chamo-a de Terra do Nunca, sabe né? Lá ninguem envelhece, não há tristeza, ódio, rancor.

Pego as chaves de casa e saio de mansinho, para que ninguém possa me ver. Mas meu pai está acordado, ele está de pé em frente à porta. Com uma cara de bravo que nunca vi na vida.

—Onde você está indo, mocinha?

Ok, eu estou muito encrencada, meu pai só me chama de mocinha quando está muito Zangado. E ele quase nunca fica Zangado. Eu não queria responder, não gosto de brigar com meu pai. Então olhei para o lado e vi uma janela aberta. Era minha chance. Corri e pulei a janela, escutei ele gritar atrás de mim. Mas continuei correndo.

O que está acontecendo? Por que eu fugi de casa desse jeito? Eu nunca faria isso, mas fiz. Aluguei uma lancha fui direto para Terra do Nunca.  Juro que passei apenas dez minutos lá, mas já estava de noite.

Chego a casa em menos de dez minutos, mas estranhamente não vejo ninguém, todas as luzes estão apagadas. Isso não é normal. Nosso toque de recolher é às dez da noite, e de acordo com o relógio que há na parede ainda são cinco da tarde. Tento acender a luz da sala; para iluminar melhor o lugar, mas o interruptor não funciona. Eu começo a ficar com medo então eu chamo minhas irmãs, uma a uma, nenhuma delas aparece. Sinto alguém puxar o tapete de entrada, então eu caio no chão, com o barulho e tentando me segurar em algo, quebro o vasinho favorito de meu pai, tento me levantar, porém sinto alguém pegar meu pé e me puxar para trás.

Attina

Escuto minha irmã me chamar no andar de baixo, mas não vou lá. Ela é bem exagerada às vezes, provavelmente está com medo porque faltou energia. Mas eu sinto que devo ir lá ao andar de baixo, minhas irmãs saíram com nosso pai, só eu posso ajuda-la. Abro a porta do meu quarto, e com o auxílio de uma vela vou descendo as escadas, então eu escuto um grito. Era a voz de Ariel. Mesmo ela sendo a mais nova e se assustando por tudo, eu tenho quase certeza que dessa vez é diferente, que algo realmente aconteceu.  Isso não pode ser real, isso não pode estar acontecendo.

Chegando à sala, vejo a porta aberta, e o tapete de entrada fora no lugar, como se alguém tivesse sido arrastada para fora. Viro-me para trás e vejo um bilhete na mesa da sala, estava escrito o meu nome. Era para eu ler. “Resista a t.en.tação”.  Era isso que estava escrito, uma história sem pé nem cabeça, e ainda por cima com problemas sérios de gramática.  Como eu vou encontrar a minha irmã desse jeito?

Escuto um barulho, vindo do quarto de Ariel, talvez uma armadilha para sumirem comigo também, ou talvez ela estivesse de volta, ou quem sabe mais uma pista. Pego uma tesoura que outrora estava em cima da mesa e subo as escadas. No quarto de Ariel, seu notebook está ligado, e reproduzindo um vídeo, eu e Ariel quando éramos crianças. Dou play no vídeo e começo a assisti-lo.  No vídeo Ariel fala de uma ilha secreta que ela encontrou enquanto lia um diário antigo de mamãe. Mas não falava seu nome. E, aliás, quem havia gravado esse vídeo?

OH! Como fui ser tão estúpida. Não eram erros ortográficos, eram pontos de abreviação. T. N. Terra do Nunca era esse o nome. Que perda de tempo. Custava falar o nome? Quando estava prestes a sair de casa, minhas irmãs chegam ofegantes.  Uma delas pergunta.

—Ariel está em casa?

—Cadê o papai? – pergunto sem nem ao menos responder a sua pergunta.

Merda. Isso não pode mesmo estar acontecendo.

16 anos atrás

 Meu nome é Atena, tenho 39 anos. Há algumas semanas dei a luz a minha sexta filha; Ariel. Deixei-a em casa com meu marido, pois precisava de alguns minutos a sós com meu pai. Estávamos na praia, sentados na areia, olhando para o horizonte, onde o sol se punha e se encontra com o mar. Se você observasse bem, parecia que uma tempestade podia acontecer a qualquer momento. Precisávamos voltar para casa, mas não agora, ainda estava reunindo coragem para falar com meu pai. Porém não importava o quanto eu pigarreava, ou fazia sons com a boca e mexia em seu braço, sua mente estava distante.

As primeiras gotas de chuva começaram a cair, molhando a areia da praia. Chamei meu pai e me levantei para ir para casa. Prestes a dar o primeiro passo, meu pai segurou minha mão, sua expressão era de alguém que estava com muito medo, em estado de choque, mas ele falou:

—Atena, seu pai está partindo, não há nada que você possa fazer, o medo dominou o corpo dele. Mas te dou um aviso: Corra, fale com seu marido, diga para ele nunca ficar sozinho com Ariel, algo vai acontecer, e não vai ser nada bom, nunca os deixem sozinhos na Terra do Nunca. Seu pai quem devia passar o recado, mas ele não foi forte o bastante.

Sua voz estava mais grossa, como se três deles estivessem falando ao mesmo tempo. No instante que ele terminou, caiu no chão, sem reação. Eu não queria correr, eu não queria deixá-lo ali. Mas o medo que eu estava sentindo me fez correr, como eu nunca havia corrido. Ao chegar a casa, abri a porta com força, minhas filhas eram muito novas, estavam quase mais assustadas do que eu, meu marido não sabia o que estava acontecendo, mas também respirava pesado. Contei-lhe tudo, e disse para que depois passasse a nossas filhas, para que elas pudessem ajudar. Eu não sabia o que era isso, mas não era normal.

Tritão ia falar algo, talvez se despedir. Mas, junto com o vento, uma voz grave disse:

—Sua hora acabou.

O vento como uma mão, me puxou pela cintura, me levando em direção ao mar. Pude escutar Tritão e minhas filhas gritando ao fundo, não fui capaz de distinguir o que. Fui puxada para dentro d’agua.  A princípio consegui prender a respiração e tentar voltar à superfície, mas ele sempre me puxava para baixo. Eu comecei a engolir água, devido à salinidade, senti meu pulmão arder, meu coração começava a bater mais devagar. Até que não consegui mais esperar por ajuda.

Tritão

Logo após Atena ser puxada para fora, a porta se fechou com muita força. As crianças começaram a chorar e eu não sabia o que fazer.  Pedia para que as crianças fizessem silencio e fossem para o quarto. Elas obedeceram, sabiam que a coisa era séria. Liguei para um amigo meu, Oceano, para que cuidasse das crianças. Ele chegou cerca de 20 minutos depois, logo após a tempestade ter se acabado. Eu lhe contei somente o que ele precisava saber. E fui correndo até a praia, o sol já havia ido embora, e agora a lua brilhava prateada no céu.

Na estrada que eu estava, a poucos metros do mar, estava o pai de Atena, jogado na areia, não sabia o que havia ocorrido a ele, nem a minha esposa. Fiz o que era certo e liguei para a polícia, contando somente o necessário, eles viram a tempestade repentina.

Alguns dias depois do ocorrido, fui ao departamento de polícia. A causa da morte dele estava como: Não identificada. O corpo de Atena nunca fora encontrado.

Attina

Logo após de nos darmos conta do desaparecimento de ambos, uma forte tempestade começou a se formar lá fora, ela estava mais forte do que a que eu me lembre. Eu estava pegando meu casaco e umas capas de chuva. Eu e minhas irmãs estávamos determinadas a salvá-los. Podia ser só uma mensagem besta, e nada podia acontecer com eles. Mas não sabíamos o que podia realmente acontecer. Prestes a sair de casa, uma árvore caiu bem perto de nossa porta, quase a quebrando. Mas nada, nada ia nos impedir de salvar nossa família. Então saímos pela janela.

A ventania estava tão forte que tivemos de nos amarrarmos a cordas, para que ninguém se perdesse ou saísse voando. Com a tempestade a areia da praia se levantou, e mal podíamos ver um palmo a nossa frente. Andar em direção a praia era como dar um tiro no escuro. Quanto mais perto chegávamos da praia mais forte o vento ficava. Mas conseguimos alcançar a calçada que dava a praia. Não vimos nem nosso pai, nem Ariel. Não podíamos fazer nada. Tudo que restava a fazer era esperar a tempestade passar.


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