Don't Stop Dreamin' escrita por Fairy


Capítulo 39
Novos Moradores, Intenções, Ligações e Esquecimento


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente!
Demorei porque ssim!
Aí vai mais um capítulo quentinho e super inspirado em Destinado, da Carina Rissi!
Até lá no final!
XOXO



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– Eles devem estar chegando. - dizia Carol, refirindo-se aos novos moradores do orfanato. Alguns dos órfãos estavam na sala e esperavam a campainha tocar junto de Carolina. Ocorreu.

Ernestina surgiu na sala apressada e saiu na mesma velocidade. A diretora avisara à ela sobre os órfãos que chegariam naquele dia. Em questão de minutos, a zeledora retornou acompanhada de uma mulher e três adolescentes.

O primeiro a entrar fora um garoto alto e moreno, Tomas. Vestia camiseta azul e calça jeans. Seus olhos eram negros e, a pele, levemente bronzeada. O brilho nestes mostrava como ficara impressionado com o edifício.

Ao lado dele, uma garota baixa de longos cabelos, Larissa. A menina parou de caminha e cruzou os braços sobre o peito, em demonstração de indiferença. Usava uma regata e também calça jeans. Correu o olhar pelos órfãos ali presentes. De um jeito ou outro, não conseguia se imaginar naquele lugar.

Por último, uma outra garota. Altura mediana e morena, Elizabeth. O tom azul de seus olhos tornou-se mais esverdeado que o normal e um sorriso surgiu entre seus lábios. A camiseta branca que ela usava - cortesia de seu antigo orfanato - balançou, à medida que deu um longo suspiro.

- Carol! - exclamou Julia, a assistente social, aproximando-se da diretora. Esta fez o mesmo e, então, se abraçaram. Eram amigas de muito tempo e se conheciam desde pequenas.

- Julia! Quanto tempo! - a mulher se afastou da amiga e observou os adolescentes que haviam parado em linha reta. - São eles?

- Sim. - confirmou Julia. - Esses são Tomas, Larissa e Elizabeth. - apresentou. A diretora do Raio de Luz os cumprimentou com um aperto de mão.

- Sejam bem vindos! - disse sorridente. - Esses são os seus novos colegas. - completou encarando os outros presentes na sala.

- Prazer, eu sou a Mili! - disse a mesma se levantando do sofá. - Esses são Samuca, Thiago, Teca, Pata e Mosca. - apresentou, apontando para cada um dos amigos.

- É um prazer! - agradeceu Tomas. - Podem me chamar de Tom. - Mili sorriu com a educação do moreno, que retribuiu o gesto. Mosca, enciumado com a cena, se levantou, juntando-se aos dois.

- E aí! - disse apenas ao aproximar-se.

- E aí, cara! - cumprimentou Tomas. O garoto estava extremamente eufórico com o lugar e com as pessoas.

- Meu nome é Elizabeth. Mas eu prefiro Liz. - informou a menina. Mili sorriu.

- Bem vinda, Liz. - então a morena, que crescera relativamente nos últimos três anos, virou-se para a mais baixa na sua frente. - Larissa, não é? - perguntou, em dúvida.

- De que te importa? - respondeu a menina grossa. Mili recuou um passo e suspirou, sua perfeita maneira de manter a calma.

- Mili, você pode apresentar o Orfanato e os quartos para eles? - pediu Carol. Assim foi feito e logo os quatro saíram na direção da cozinha. A diretora e Julia seguiram para a sala da primeira.

***

- Por quem podemos começar? - pergutou Carol, ajeitando a cadeira. Analisou os documentos sobre a mesa e dirigiu o olhar à amiga. Julia endireitou-se e abriu a sua bolsa.

- Larissa Harper. - respondeu indicando a ficha da garota. - Tenho que confessar que fico chocada com a situação da Larissa. Os pais da menina se separaram e sua mãe lutou até morte pela guarda, que foi cedida para o pai, Celso Harper. - a assistente parecia buscar as palavras mais adequadas. - Larissa possui um gênio muito forte e talvez seja fria demais. O pai trabalhava costantemente e quase não tinha tempo para a filha. Brigavam todos os dias, pelo que Celso me disse. Ele ficou cansado das discussões e decidiu mandar a filha para um orfanato. - completou.

Carolina arregalou os olhos chocada com a história. Nunca vira um pai abdicar da filha assim, depois de crescida e consciente. Levou a mão à boca, que se abrira em um perfeito "O".

***

- Tomas River. Foi abandonado quando era pequeno, ainda era um bebê quando o entragaram para a adoção. Os trabalhadores deste orfanato o levaram à um hospital e descobriram que ele não tinha nem um mês de vida. Sem contar que os pais não deixaram nenhuma pista. Ele morou na casa por seis anos e foi adotado. Infelizmente, seu pai adotivo morreu. Ele voltou para a adoção, mas foi morar em outro lugar. Recentemente, ele enfrentou um período um pouco delicado por conta do abandono e da falta que sentia do pai. Decidimos transferí-lo pra cá. - contava a assistente social. - Eu conheci o pai de Tomas, Carol. Era um bom homem. Só gostaria de garantir-me que ele ficará aqui.

- Farei o melhor possível, Julia! - respondeu a moça comovida.

***

- Elizabeth Baker nasceu na Inglaterra. Era filha de pais separados. Morava com ele em sua cidade natal. Infelizmente, aos sete anos da menina, ele morreu. Sua mãe era brasileira, então viera morar aqui no Brasil. Não encontrou ninguém. - Julia suspirou. - Uma família gostaria de adotá-la. Segundo a diretora da antiga casa de adoção, todos os documentos já estariam prontos quando eles a rejeitaram. A garota entrou em uma fase complicada, com risco de depressão. Simplesmente, resolveu que gostaria de mudar de orfanato. - informou.

Carol processou todas as informações que recebera naquele dia. Três novos órfãos com vidas e origens diferentes. Três novas responsabilidades.

Depois de uma longa tarde conversando com Julia à respeito deles, a diretora acompanhou a amiga até a saída do orfanato. Despediram-se.

Mais tarde...

No quarto dos meninos, eles faziam um jogo de música. Tomas se enturmara bem e também participava. Era a vez de Binho escolher uma palavra.

- Anjos. - ele disse sorrindo vitorioso.

- Pode parar de fazer essa cara porque eu já sei uma música! - exclamou Mosca enquanto arremessava uma almofada no mais novo. - E os anjos cantam o nosso amor... - cantou. Binho se jogou no travesseiro de sua cama.

- Affs! - murmurou, irritado. Os meninos riram em coro. De repente a porta se abriu. Vivi entrou no quarto e a fechou. Os olhares foram dirigidos a menina. Especialmente o de Tomas, que ainda não havia conhecido-a, Juca e Samuca.

- Amor? Aconteceu alguma coisa? - perguntou Juca descendo da cama de cima de uma das beliches.

- Na verdade, não. Eu preciso ter uma conversinha com o Binho. - disse, encarando o mesmo.

- Com o Binho?

- Comigo? - disseram ao mesmo tempo. Vivi assentiu e indicou o corredor. Retirou-se do quarto da mesma maneira como entrou. Rubens a seguiu. Os outros órfãos se entreolharam confusos.

Do lado de fora...

- Quais são as tuas intenções com a minha irmã? - perguntou Vivi seriamente. Binho arregalou os olhos, assustados. Não respondeu. - RESPONDE!

- Eu não funciono sobre pressão! - disse. A morena revirou os olhos. Esperou, com os braços cruzados sobre o peito, uma resposta sensata do garoto. O mesmo engoliu seco. - Eu... eu... As melhores. - suspirou. - Eu gosto da Tati! De verdade! Não farei nada que a desagrade! - Vivi sorriu.

- Se você fizer alguma coisa com ela...

- Eu sei! Eu sei!

***

Cris estava em casa arrumando-se para dormir. Fez um coque frouxo em seu cabelo e vestiu o pijama. Abriu a coberta e a forrou no colchão, cobrindo a cama inteira. Pegou o celular na mesinha do computador. Havia uma ligação na caixa postal. Clicou para abrí-la.

- Oi Cris. É o André. Você já deve ter percebido, não é? Bem... Eu... Tá legal. Você pode me ajudar com uma coisa? Eu queria convidar uma garota para ir ao baile comigo. O que acha? - "Quem será?", pensou. - Amanhã a gente pode conversar? Espero que sim! Tchau.

A ligação ficou muda e ela caminhou até a cama. "Quem será?". A pergunta lhe veio a cabeça novamente. Sem querer, no fundo, sentira uma pontada de esperança. Deixou o corpo cair e pular na cama de mola. Não se deixaria sentir apaixonada outra vez. Não mesmo.

No Orfanato...

Eduardo dormia tranquilamente. De repente, sua respiração acelerou e ele começara a agitar-se de um lado para o outro. Não era comum que tivesse um sonho por conta do sono pesado. Mas aquele não era um sonho. Era um de seus piores pesadelos.

[Eduardo]

O sol invadia o quarto naquela manhã, ao que parecia, de primavera. Abri os olhos com dificuldade por causa da luminosidade imensa dentro das paredes. Estava exausto. Examinei o lugar e, só então, percebi que não estava no orfanato.

Aquele quarto era duas vezes maior que os do Raio de Luz. Havia uma porta enorme em uma das paredes. Em outra, a entrada para a varanda e para o banheiro. A cama também era maior. E não era uma beliche. Sabia exatamente onde estava: na mansão Almeida Campos. Mas, o que estaria fazendo ali?

Tentei me mover quando senti um peso sobre meu peito. Inclinei o rosto, ainda repousado sobre o travesseiro, para o lado. O cheiro de baunilha dos cabelos de Beatriz me invadiram por inteiro, preenchendo-me. Os fios bagunçados pareciam leves tiras douradas com a ajuda da luz solar. Ela deitara apenas o rosto em meu peito e um de seus braços rodeava a minha cintura.

Temendo acordá-la, apenas esquivei-me um pouco mais para o lado. Contudo, ela se mexeu e levou a mão aos olhos. Pude ouvir o som de seu longo bocejo pela primeira vez. Esperei que ela fizesse mais alguma coisa. Nada. Suspirei demoradamente.

- Bom dia! - ela balbuciou, apoiando-se nos cotevelos e me encarando. Um sorriso surgiu entre seus lábios. As olheiras profundas escondiam-se, de certa forma, nas bochechas dela. Retribui o gesto.

- Bom dia. - respondi. Bia se jogou para o lado, sobre o meu braço. Fitou o teto séria, mas sorriu depois de algum tempo. Então, virou-se para mim, ficando de bustos. A coberta grossa deslizou de suas costas revelando sua pele nua e marcada perfeitamente pela espinha. Tive uma vontade incompreensível de tocá-la.

Percebi que ela estava completamente nua e eu também. Algo havia acontecido, mas eu não conseguia me lembrar. Quis proferir todos os xingamentos que conhecia, mas ela me beijou. Pousei uma das mãos em sua cintura e a girei para o outro lado, ficando sobre ela.

Tudo se apagou de repente. A imagem ficou embassada e eu não conseguia enxergar nada. Abri e fechei os olhos várias vezes até que recuparesse a visão.

Bia estava a alguns passos de mim sentada num banco próximo a uma mesa. Caminhei até lá. Ela parecia estar lendo uma espécie de cardápio.

- Bia? - chamei. Ela não escutou. Repeti seu nome de novo e nada. - Você está me ouvindo? - perguntei, mas seus olhos continuaram cravados no papel. - Bia! - estiquei o braço para tocar o seu. A minha mão atravessou o seu corpo. O fiz novamente e o mesmo aconteceu. Como aquilo era possível?

Uma porta se abriu e um garoto saiu de lá. Ele era moreno e de altura mediana, mais baixo que eu. Janjão. Ele também se aproximou de Bia. Depositou um beijo em seus lábios e disse algo que não consegui ouvir, mas a fez sorrir. Por que diabos aquilo teria acontecido. O sangue ferveu em minhas veias. Cerrei os punhos para dar-lhe um soco quando ele me fitou.

- Tá tudo bem com você, cara? - perguntou. Mas o quê? - Você parece tenso.

- O que você está fazendo com ela?! - questionei furioso. Puxei Bia pelo braço - que se tornara carne como mágica - e fiquei em sua frente. - Não se preocupe. Ele não vai fazer nada com você. - garanti a ela, pronto para a briga.

- Como?! - gritaram os dois, confusos.

- Você acha que é quem? - ela disse voltando para perto de Janjão. Não entendi aquilo e dei um passo a frente para trazê-la de volta para perto. - Não encosta em mim!

- O quê?

- Cara, você não tá bem... Quer uma água? - ofereceu Janjão. Claro que eu não queria água.

- Cala a boca! Sai de perto dela! - ordenei. Ambos arquearam a sobrancelha.

- Ela é minha namorada! - ele afirmou. Namorada? Mas, Bia era minha namorada. Não era bem uma namorada na verdade, mas era!

- Claro que não! Ela é minha namorada! - respondi, desacreditado. Ela encarou Janjão e pude ver a confusão em seus olhos.

- Eu nem te conheço, garoto! - garantiu. Então os dois se afastaram sem dizer mais nada. Ela não me conhecia. Não se lembrava de mim.

Senti meu corpo despedaçar-se em mínimos pedaços. Uma dor incorrigível me atingiu o peito e eu cambeleei para trás. A dor de perdê-la...

Continua...


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?
Novos moradores...
E quem é a crush do André? Palpitem!
Esse Eduardo♥
Comentem!
Até o próximo capítulo!
XOXO
Ps: Faltam só dez!