Don't Stop Dreamin' escrita por Fairy


Capítulo 34
Para Sempre Juntos


Notas iniciais do capítulo

Voltei!
Gente... Esse capítulo ficou tão fofo♥
Espero que vocês gostem!
Boa Leitura!



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"Primmmm"

Tati pegou o pacote de bolacha recheada e a maçã para lanchar dentro da mochila. Se levantou. Percebeu que Ana já havia saído da sala para o intervalo. Revirou os olhos e suspirou. Sentiu uma mão sobre seu ombro. Virou-se e sorriu.

- Oi. - ela disse tímida.

- Posso te acompanhar? - perguntou Binho. Ela corou e assentiu. Os dois seguiram para o pátio da escola e se sentaram em um banco qualquer.

- É... O que você queria me dizer? - ela perguntou, curiosa. O menino respirou fundo tomando coragem. A morena aguardava atentamente a resposta do menino.

- Tati... eu... Eu não vou desistir de você! - ele disse com firmeza. - Mesmo que você não queira trair a sua melhor amiga, eu não pararei de lutar por você! Nem um segundo se quer. Eu serei digno e provarei isso para você porque eu... eu... eu quero que... eu quero que você faça parte da minha vida! - declarou-se. Tati ficou encantada com aquilo e sorriu.

- Eu também! - disse a morena apenas. Colocou uma das mãos no rosto do menino e se aproximou mais dele. - Nós podemos ficar juntos, Rubens! - ela disse sorrindo. - Nós ficaremos juntos! - afirmou o olhando nos olhos.

E, pela primeira vez, Binho se sentiu completo. Sem pensar duas vezes, selou seus lábios. Levou as mãos até a nuca da garota e a puxou para mais perto de si. Sentiu-se mais que completo. Sentiu o coração inflar no peito. Tatiane. Ela o pertencia ali. E ele pertencia à ela.

Tati sentiu que Binho começava a ficar inseguro com o beijo. Ele tinha medo que acabasse como no dia do cinema. Então, ela pediu passagem e ele cedeu. Foi um pouco estranho para ambos os lados, mas logo se deixaram levar pela sensação.

Ela quis ficar ali para sempre. E ele queria que ela ficasse. Não a deixaria partir outra vez. Não a perderia. Ela não queria se perder.

Binho finalizou o beijou. Quando afastou seu rosto do de Tati, percebeu que ela ainda mantinha os olhos fechados. A observou calmamente. Ela era linda. Deslizou os dedos por cada traço de seu rosto como se quisesse lembrar de cada pequena parte daquela garota. Reparou no "trio de pintinhas" que Tatiane tinha na testa. Aquilo a fazia mais linda. Ainda usando o polegar, desenhou os lábios da morena. A beijou mais uma vez.

Tati alcançou os últimos fios de cabelo do garoto, na altura da nuca. Passou a brincar com os fios. Não resistiu e sorriu em meio ao beijo. Binho separou seus lábios, mas de uma forma que permitisse que eles continuassem próximos. Ela encostou sua testa na dele e aproximou-se mais. Binho beijou a ponta de seu nariz, fazendo-a se sentir como uma criança inocente.

- Nós ficaremos juntos, Tati.

- Nós ficaremos sempre juntos, Binho.

Continuaram ali, se olhando nos olhos. Profundamente. Eram as pequenas coisas que os tornavam especias um para o outro. Eram os pequenos detalhes que os fizeram se apaixonarem. Tati sorriu. Seu coração já não doía mais e os turbilhões de pensamentos confusos haviam sumido de sua cabeça. Binho segurou a mão da menina que pousava delicadamente em seu rosto e entrelaçou seus dedos. Suas mãos tinham um perfeito encaixe. Como se tivessem sido moldadas uma para a outra. Tati sentiu as bochechas corarem, outra vez. Fechou os olhos, tentando evitar ficar vermelha. Binho riu encantado.

- Você fica linda quando está corada, sabia? - ele disse, com um pouco de insegurança. Ela corou mais. - Você não vai fugir, vai? - perguntou. Tinha medo de perdê-la.

- Não. Eu vou ficar aqui. Para sempre! - ela disse, com certeza. Ele a beijou outra vez. E foi incrível outra vez. Depois, ela apoiou a cabeça em seu ombro e ele passou seu braço ao redor dela. A garota pegou a maçã e deu uma mordida. Estava morta de fome.

- Quer um pedaço? - ela ofereceu, levantando o olhar. Ele negou com a cabeça. Entretanto, alcançou o pacote de bolachas e o abriu. Era de seu sabor favorito, morango.

- Quer? - ela assentiu tirando mais uma da embalagem. Ficaram ali, juntos e abraçados, até o sinal tocar. Voltaram para a sala de aula e se "despediram" com um selinho. Durante aquelas duas horas, eles trocaram vários olhares apaixonados. Binho fazia algumas caretas, divertindo a menina.

***

- A gente poderia ir numa sorveteira! Eu pago! - dizia Binho animadamente. Ele e ela atravessavam, de mãos dadas, o pátio da escola. - Mas, se você quiser, nós podemos ir para outro lugar.

- Eu quero ir na sorveteira, mesmo! - afirmou Tati o encarando.

- Okay! - ele concordou sorrindo. Se aproximaram dos outros, que já entravam na van. Os que ainda se encontravam fora observaram os dedos entrelaçados dos dois.

- Humm... - murmurou Cris, brincalhona.

- Aaaleluia! Aaaleluia! Aleuia! Aleuia! Aleeeeluia! - cantou Bia acompanhada de Vivi. Tati parou para pensar se estava tão na cara que ela gostava de Binho há algum tempo.

- Até que enfim, Binho! - gritou Mosca por uma das janelas da van. O menino fez um sinal de jóia com a mão para o amigo e entrou no automóvel. Ele e Tati sentaram juntos em um dos primeiros bancos. A morena pegou o celular no bolso menor da mochila com os fones de ouvido. Selecionou uma de suas músicas favoritas, Imagination, e colou um dos fones em sua orelha e o outro na de Binho. O garoto desentrelaçou seus dedos e passou o braço ao redor da menina. A mesma se aconchegou no ombro dele e fechou os olhos, cansada e sonolenta. Binho depositou um beijo em seus cabelos carinhosamente.

- Eu gosto tanto de você... - balbuciou repousando sua cabeça sobre a da amada.

- Não mais que eu! - ela sussurrou, adormecendo.

Alguns minutos depois....

Cris terminava de arrumar as malas. Seria apenas um período de experiência, ela sabia. Mas, se tudo desse certo, ela viveria em um novo lar a partir daquele momento. Sua cama estava arrumada e com apenas o lençol e o travesseiro. O criado-mudo, que antes guardava porta retratos, livros, bijuterias, agora estava completamente vazio. A morena vestia uma calça jeans e uma regata. Seu uniforme estava pendurado no guarda roupas.

Um flashback de tudo o que viveu naquele lugar passou pela sua cabeça. Dos momentos mais felizes aos mais tristes. Sentiria falta de desejar "Boa noite" à todas as meninas antes de dormir. Sentiria saudades, até mesmo, do apito de Ernestina na hora de acordar.

- Vou sentir sua falta. - disse ao seu reflexo no espelho. Ela, agora, era uma nova garota. Não era mais uma menina. Sentia-se como uma mulher. Suspirou. Ouviu o som de duas buzinas seguidas. A porta se abriu. Eram Carol, Júnior e Gabriel.

- Está pronta, Cris? - perguntou Gabriel se aproximando da menina. Esta assentiu, confiante. O rapaz pegou sua mala e saiu com ela do quarto acompanhado de Carol e Júnior.

Ao virar a escada, a morena percebera que os colegas já saiam e ouvira burburinhos vindos do lado de fora. Um certo alguém lhe veio na cabeça naquele momento. Um certo alguém que ela precisava ver antes de partir.

- Carol, o Samuca está no laboratório? - ela perguntou parando no meio da escada.

- Sim. Por quê? - disse a diretora. Cris a ignorou e correu até a sala que levava a entrada do porão. Abriu a porta sem bater, assustando o garoto. E ele estava lá. Pela primeira vez, a menina o viu observando algo pela janela ao invés de estar trabalhando em algum novo projeto.

O nerd se virou assustado com a presença da garota. Acreditava que ela já havia partido. Tentava enxergar alguma coisa pela janela.

- Cri... Cris! O que você está fazendo aqui? - ele questionou quando retornou do susto.

- Eu vou embora, Samuca. - ela lamentou, fitando o chão. - Para sempre. - concluiu. Levantou seu olhar para o menino, que estava a menos de um metro dela.

- Você encontrou uma família. - ele disse.

- Você não está entendendo? Eu vou embora! Para. Sempre. Isso não faz nenhuma diferença pra você? - ele pensou em dizer que sim. Mas não o fez. - Tudo o que nós vivemos! Nós! Eu... - ela não sabia mais o que dizer. Estava cansada. Cansada.

- Nós não vivemos nada. - esclareceu o loiro a encarando nos olhos. Aquilo foi como uma flecha em seu peito.

- Eu te odeio por te amar, Samuel. - ela balbuciou incrédula. Ela amava Samuca. Amava com todo o amor que tinha. Ele ao menos se importava com ela. - Espero que você esqueça a Vivi e procure alguém que te valorize de verdade! - ela disse se aproximando dele. Samuca deu um passo para trás. Cris abaixou os olhos, entristecida.

- Você poderia ao menos tentar... - ela aconselhou se virando de costas e caminhando em direção à porta. Ao menos tentar. O que ela queria dizer com aquilo? Ele não sabia.

- Tentar o quê? - ele gritou para que ela ouvisse do corredor. Saiu de seu laboratório e deu de cara com ela.

- Nós. - ela respondeu, normalmente e saiu andando dali. Samuca, entretanto, continuou ali, imóvel. Existiria um "nós" entre os dois? Não sabia ao certo dizer.

Cris caminhou até a porta principal do orfanato, onde Carol a esperava. Sorriu e fechou os olhos, desejando nunca se esquecer de sua vida no Raio de Luz. Correu para os braços de Carol e a abraçou.

- Obrigada, Carol! Obrigada por tudo! - ela sussurrou no ouvido da diretora com a voz embargada.

- Sou eu quem devo te agradecer, Cris! - corrigiu a mulher sorrindo. A menina saiu do prédio. Seus amigos a esperavam lá fora, dispersos pelo jardim.

- Eu ouvi palavras ditas com carinho
De que na vida ninguém é feliz sozinho
E você é um alguém
Que sempre me fez bem... - cantou Bia se aproximando da amiga.

- Me protegeu e me tirou de todo perigo
E quando eu precisei
Você chorou comigo... - continuou Mili, se juntando a Bia.

- Valeu por você
É tão bom te ter aqui! - cantarolaram, em coro, as outras meninas. Cris deixou que as lagrimas escapassem de seus olhos, mais emocionada.

- Eu rezo
E peço pra Deus cuidar
A sua vida abençoar
Vou correr por você o fim
Assim, eu sei que pra você também
Sou alguém que te faz tão bem
Obrigado irmão meu,
Valeu! - cantaram todos, juntos, enquanto Duda e Juca tocavam violão. Abraçaram a morena e gritaram seu nome "Cris! Cris! Cris!". A fizeram se sentir mais que especial. Em seguida, cada um abraçou e se despediu da garota.

- Isso não é um "Adeus". É só um "Até logo". - sussurrou Vivi em seu ouvido quando se abraçaram. Cris assentiu. Ambas choravam. E Viviane tinha razão. Aquilo não era dizer adeus. Era apenas um "Até mais ver! "

Cris caminhou até o carro de Gabriel, que estava na frente do orfanato. Acenou para os amigos e entrou.

- Pronta? - perguntou Gabriel, girando a chave.

- Sim. - ela respondeu. Colocou o cinto de segurança e se aconchegou no banco.

***

- Acho que fizemos um ótimo trabalho, afinal. - disse Thiago, desconcentrando Ana dos deveres de casa. Eles estavam na cozinha junto alguns dos outros órfãos.

- É. Até que formamos uma boa dupla! - ela concordou baixinho para que os outros não escutassem. - Eu tô muito feliz pela Tati! - revelou sorrindo. O garoto fez o mesmo.

- Ainda bem que o plano deu certo, não?

- Ainda bem! - ambos riram disfarçadamente. Voltaram a se concentrar nos livros que estavam sobre a mesa. Sim, eles não haviam falhado com o plano...

Flashback On

Ana passava distraída pelo jardim quando, sem querer, acabou escutando uma parte da conversa de Vivi e Tati. Escondeu-se atrás de um arbusto qualquer.

- O que aconteceu? - perguntou Vivi. - O Binho outra vez? - perguntou. Tati assentiu.

"O Binho? O que ele tem a ver?" se perguntou. Levantou-se um pouco e percebeu que a amiga chorava desesperadamente como se todas as lágrimas que um dia, talvez, ela prendesse nos olhos, resolvessem cair de uma vez.

- Por que eu tenho que gostar justo do mesmo garoto que a minha melhor amiga? Por que, Vivi? - disse a pequena entre soluços.

O choque foi momentâneo. Tati gostava de Binho. E ela não contara nada à Ana. Esta não sabia bem se sentia mal, bem ou raivosa.

- Eu não sei. - revelou a mais velha. - A gente não pode mandar no coração. Ele faz o que bem entende. - " É... a gente não pode mandar no coração...", refletiu em seus pensamentos.

- Mas deveríamos poder.

- Eu sei. Afinal, olha só com quem eu acabei! - disse Vivi, se referindo à Juca. "Ué? A Vivi não gosta do Juca?", perguntou-se confusa. A resposta veio alguns segundos depois:

- Eu achei que você gostasse do Juca... - disse Tati.

- Eu não gosto dele.

- Não?

- Não, Tati. Eu o amo! - respondeu, orgulhosa. - E muito!

- Como você tem tanta certeza?

- Eu não tenho! É essa a graça do amor, creio eu. Ele sempre nos surpreende! - ela exclamou sorridente. " Surpreende?". A
O amor ainda não havia surpreendido a ruiva.- Quando você se resolver com o Binho, vai perceber isso.

- Você acha?

- Claro!

- Mas e a Ana? - "Eu?"

- Ela não gosta do Binho. - "Gosto sim!"

- Gosta sim!

- Se ela realmente gostasse, não teria saído com Thiago! - "Ei! Isso não quer dizer nada! Eu não gosto dele! ". Irritada, a garota saiu dali calma e silenciosamente.

Então, Tati, sua melhor amiga, também gostava de Binho. Por que ela não contara nada à Luciana? Por que escondera isso? Ana sentiu um peso enorme nas costas. Foi como se alguém colocasse vários tijolos empirelhados em seus ombros. Na verdade, havia algo em seu ombro, mas não pesava muito. Era uma mão. Uma mão quente. Uma mão que ela já havia tocado. Era uma das mãos de Thiago.

- Ruiva! Quanto tempo! - exclamou o menino se colocando em sua frente. A garota sorriu.

- É. - ela respondeu fingindo ânimo.

- O que está fazendo por aqui? - perguntou Thiago.

- Só pensando...

- Pensando no quê? - Ana custou a responder e, logo, os dois começaram a andar, seguindo para a piscina.

- Você jura que não vai contar pra ninguém? - ela pediu. Thiago assentiu sério. - Eu... escutei a Tati contar pra Vivi que ela também gosta do Binho. - o garoto já sabia daquilo.

- Nossa! - ele exclamou forçadamente, fingindo que estava de fato surpreso.

- Pois é! O pior é que não consigo ficar brava com a Tati. Eu me sinto culpada. - ao dizer aquilo em voz alta, Ana percebeu que se sentia muito culpada pela tristeza da melhor amiga.

- Tenso...

- Eu... Eu só queria ajudá-la.

- Seria fácil se você não gostasse do Binho.

- O que você quer dizer com isso. - só então, Thiago percebera que deixara um segredo de Rubens escapar.

- Não, nada. - disfarçou.

- Thiago...

- Eu... É só que...

- É só que o quê?!

- Não vou te dizer! - ele disse sorrindo e saltitando até a beira da piscina.

- Thiago! - ela gritou se aproximando do mesmo. - Por que não? - de repente, o sorriso brincalhão do rosto do menino desapareceu.

- Porque eu não quero te ver magoada. - ele respondeu sério, olhando no fundo dos olhos mel da ruiva. Ele continuou encarando. - Eles se gostam. - disse de uma vez. Ana arregalou os olhos. Se sentou na borda, colocando as pernas dentro da água.

- É recíproco... - refletiu. Thiago arqueou uma sobrancelha.

- "Re" o quê?!

- Recíproco. Eles se gostam. Mas não sabem disso. Thiago! Nós temos que ajudá-los! - ela exclamou empolgada. Acabaram por formular um plano para unir Tati e Binho. Thiago, em boa parte do tempo, apenas encarou a ruiva, escutando os passos para a execução daquela ideia.

Flashback Off

Continua...


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Notas finais do capítulo

Gostarm?
Socorro Com o beijo TatInho♥
COMENTEM!
Próximo capítulo promete...