Um Outro Lado escrita por LDAlex


Capítulo 6
A Lua e as Estrelas




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...

– Lupus... Lupus, por favor... Acorde!

Lupus ouviu sua voz trêmula, dava para perceber claramente que Lin estava totalmente aflita por estar naquela casa abandonada, onde encontraram coisas terríveis. Então, ele abriu seus olhos pouco a pouco, e embaçadamente enxergou Lin, que estava olhando fixamente para a janela. Ele se levantou e começou a olhar. Porém, não enxergou absolutamente nada, curioso, ele perguntou para ela:

– Lin, o que você tanto observa?

– Você não está vendo, Lupus?! Olhe com atenção e assim... você irá ver.

Ele olhou para Lin com uma cara de que não estava entendendo muito bem o que estava acontecendo e onde ela queria chegar com tudo aquilo. Ele chegou mais perto da janela, e começou a observar tudo com muita atenção e calma. Mas não conseguia enxergar nada de diferente. Apenas percebeu que estava nevando, o que foi uma baita surpresa.

– Eu não vejo nada além de árvores e neve.

Lin não estava muito dando importância ao fato de que Lupus não conseguia ver, ela apenas desejava sair daquele maldito lugar de uma vez por todas. Ela não estava mais aguentando estar naquela casa abandonada. A única coisa que impedia de fazer com que ela fosse embora daquele lugar é a promessa que ela fez. Isso está impedindo ela, porque se não, ela já teria saído daquela casa abandonada quando acordou.

Bem, Lupus estava desconfiando que ainda poderia ter algo escondido naquela casa que nenhum dos dois pudesse ter visto, algo que poderia estar escondido em um lugar que ninguém imagina. Lupus convenceu Lin para ajudá-lo a procurar alguma coisa e não ficar parada emburrada em qualquer canto da casa com os braços cruzados esperando com que ele entendesse e saísse da casa junto com ela; o que ela estava planejando em fazer. Mas Lin estava decidida a cumprir sua promessa que ela mesma fez, apenas por Lupus, ela estava feliz em perceber que a cada dia o comportamento de Lupus com ela estava mudando, aquilo era um bom sinal. E era por isso que estava cada vez mais decidida sobre estar ao lado dele não importasse o que custar.

Os dois decidiram voltar ao porão, por insistência de Lupus, que dizia o tempo todo que haveria algo de interessante ou algo que poderia ser útil para eles. De qualquer forma, aquele porão parecia estar diferente do que estava quando os dois foram pela primeira vez naquele lugar. Ele não percebeu muito as mudanças, mas Lin havia notado que algo estava muito estranho ali, não sabia o que, mas desconfiava de que alguém tivesse mudado as posições de onde estavam as mobílias. Curiosa, perguntou à Lupus:

Ei, você mudou alguma coisa aqui?! Sinto como se alguém tivesse mudado o lugar de cada mobília desse porão. – Disse Lin, ela estava torcendo para que Lupus falasse que sim, pois não queria descobrir que aquilo não tinha sido feito por Lupus. Isso sabia que causaria um ataque de pânico nela.

Não, eu não mudei absolutamente nada do que está aqui. Deve ser impressão sua, não acha?

Lin concordou com ele. Sabia que aquilo seria melhor acreditar que era impressão dela. Pois se ela descobrisse, não seria nada agradável.

Ela realmente não estava achando nada de interessante. O que fez ela levar as coisas na brincadeira, fazendo com que procurasse alguma passagem secreta. Ela dava risada a cada passo que dava. Encostava a mão na parede tentando achar. Para surpresa dela, uma parte da parede se moveu um pouco para trás. Ela ficou parada, encarando a parede, ela nunca pensou na possibilidade de achar alguma passagem secreta, afinal, para ela aquilo apenas existiam em filmes, a partir daqui começou a não se espantar com coisas que encontrasse nessa casa, ela estava encontrando tanta coisa anormal.

Lupus enquanto observava os objetos e cada mobília daquele porão, ouviu um barulho, ele tinha certeza que aquele barulho tinha sido produzido por Lin, então rapidamente se virou e viu Lin empurrando a parede, e se impressionou com o que Lin tinha achado, afinal, ele não esperava uma coisa dessa vindo de Lin. Enfim, era uma passagem secreta. Porém ninguém sabia onde aquilo ia dar.

Lupus correu rapidamente para onde Lin estava, empurrando-a para sair da frente, Lin suspirou, pois já esperava um comportamento assim dele. Quando entraram, havia um corredor enorme que não era possível ver até onde aquilo daria, nesse corredor, havia muitos quadros na parede. O que era de arrepiar, as fotos eram de pessoas, porém não havia rosto, era totalmente preto. Lin começou a ficar apavorada e começou a gritar:

Meu deus! Vamos sair logo daqui ou vamos correndo até o fim desse corredor, isso está me lembrando aquele filme de terror que eu vi há algum tempo, sinceramente eu estou ficando muito assustada. O que será mais que essa casa abandonada tem para nos mostrar?! Não duvido nada de que logo apareça um monstro querendo nos atacar.

Lupus ignorou. Ele realmente estava prestando muita atenção em cada foto. Aquilo poderia dar alguma dica do motivo deles estarem ali. Mas Lin não estava ligando para as fotos, ela apenas estava olhando para trás para se certificar que nada pudesse estar seguindo ela e Lupus. Eles caminharam uns cinco minutos até chegar a uma porta. Cinco minutos que pareciam durar uma eternidade para Lin, que estava quase desmaiando. Lupus começou a observar a porta para ver se havia alguma armadilha. Ela estava impaciente e abriu a porta de uma vez.

Quando Lin abriu aquela porta, ela ficou totalmente confusa. Lupus não demonstrou nenhuma reação significativa, embora, em seu interior, ele estava um pouco confuso, e tinha começado a ficar meio preocupado, não exatamente com Lin, o que era de se esperar, mas sim, com o fato de que aquilo tudo poderia ser apenas um mundo criado por Martin, afinal ele tem tanto poder, sabe lá o que ele poderia fazer. Ou até poderia ser uma ilusão, mas aquilo tudo era tão real, ele não estava muito dando importância ao fato que poderia ser uma ilusão, para ele, aquilo não bastava de uma explicação sem lógica. Ou simplesmente aquilo era real.

O que havia atrás daquela porta era o que eles viam pelas janelas quando estavam dentro da casa, sim, era o lado de fora. Ninguém sabia se aquela porta da frente estava ou não trancada, porém, era muito provável que sim, para ter um caminho diferente para fora. Mas... Havia algo de tão estranho, um clima diferente ali fora. Bem, acho que eles não se importaram muito com isso.

Estava muito frio e nevando, parecia que iam congelar ali fora. Mas Lupus estava normal, como se não estivesse nevando. Ele apenas estava calmo, sem dar importância à neve. Já Lin estava fazendo um escândalo. Estava morrendo de frio, tremendo. Querendo voltar para casa, pois não aguentava mais estar na neve.

Lupus olhou para o lado, e viu-a tremer freneticamente. Ele disse o nome de Lin em um tom de voz alta, e estendeu uma de suas mãos. Ela virou sua cabeça lentamente, e enxergou-o estendendo sua mão, em seguida, ela começou a sorrir e caminhou em direção a ele. Segurou em sua mão e ele a puxou, fazendo com que os dois se abraçassem. Lin conseguia sentir o calor do corpo dele, estava se sentindo protegida.

Ele começou a olhar para os lados. E disse que era melhor ambos voltarem para a casa porque sabia que Lin não iria aguentar caminhar de volta. Ela sabia que não tinha escolha, caso contrário iria congelar ali. Então aceitou.

Os dois caminharam até a porta. Ao tentar abrir Lupus percebeu: a porta estava emperrada. Mas não era problema que ele sozinho não pudesse resolver, empurrou com um pouco mais de força e logo a porta se abriu. Felizmente, a casa continuava igual, de uma forma ou outra, eles apenas queriam descansar. Pois já estavam fartos daquilo tudo, apenas desejavam voltar de onde vieram.

Incrivelmente, havia uma porta a mais. Uma porta que não estava lá quando eles vieram pela primeira vez nessa casa. Ou eles simplesmente ignoraram aquela porta, o que era improvável. Lin pegou na maçaneta, girou e empurrou a porta devagar. Ela não gostou do que viu: uma sala totalmente preta onde havia anotações em todas as paredes e palavras escritas em sangue, o que já haviam visto naquela casa. Palavras como “Vida...” “Começo...”

Lin olhou em volta e percebeu uma anotação um pouco fora do comum, estava parcialmente destruído, mas nada que o tornasse ilegível. Ela pegou e começou a ler, estava tudo tão confuso, ela não estava entendendo muita coisa do que aquela anotação queria dizer. “Minha vida como um humano acabou. Continuarei a viver, mas não mais como uma forma humana.”

– Não estou entendendo. O que essa pessoa quer dizer com essa anotação?! – Perguntou soltando-a da sua mão.

Lupus também não estava entendendo muito bem, mas a cada coisa que eles descobriam naquela casa, ele ia percebendo que tudo aquilo tinha um sentido, as coisas estavam interligadas. Se ele juntasse todas as pistas que eles estavam achando, poderia saber o que estava acontecendo muito rápido. Mas sem dúvidas, faltava muita coisa para ser descoberta ainda, ou talvez eles nem descobrissem o que estava ocorrendo ali. Tudo o que eles estavam presenciando, podia não ter nenhum sentido, ou até mesmo poderia. É confuso, até demais. Mas sim, eles queriam descobrir alguma explicação para aquilo tudo.

– Não consigo entender. Mas, vamos sair deste quarto. Sabe lá o que mais pode ter neste quarto.


Os dois saíram do quarto, fecharam a porta do quarto para impedir qualquer coisa que pudesse sair dele, seja lá o que estivesse dentro daquele lugar. Enquanto andavam pelo corredor em direção à escada, mas foram interrompidos por uma dezena de corvos que quebraram a janela. Todas as portas abriram rapidamente e folhas começaram a voar. Em seguida os corvos quebraram a outra janela para sair. Eles começaram a andar, pisando nos cacos de vidro da janela e em folhas amassadas.

Lupus desceu as escadas com toda a leveza e cuidado que tinha, afinal, não queria que o mesmo que aconteceu com Lin lhe acontecesse, ele poderia não ter a mesma sorte que ela de cair no porão. Logo que desceu, ambos começaram a procurar qualquer coisa que pudesse fazer com que eles saíssem daquela casa abandonada.

De repente, um clarão enorme os cegou: uma cena que já havia se repetido. Então, quando acordaram, perceberam que estavam na praia e que estava de noite. Era possível ver muitas estrelas e uma lua brilhante. A praia estava vazia, sem ninguém, apenas Lin e Lupus naquele lugar. De uma forma ou outra, eles estavam feliz por não estar mais naquela maldita casa abandonada, porém não sabiam o motivo de Martin ter feito com que eles fossem para lá.

Mas a praia não estava totalmente vazia. Havia mais duas pessoas naquela praia além de Lin e Lupus, para a surpresa de ambos, eram Amy e Jin. De qualquer forma, não me pergunte o motivo deles estarem na praia àquela hora da noite. Lin e Lupus se levantaram e começaram a andar, não muito rápido pois não davam conta, até chegarem mais perto deles.

– Queridinhos, o que vocês estão fazendo aqui na praia sozinhos a essa hora da noite?! – Perguntou Lin num tom sarcástico.

– Eu pergunto isso para vocês, olha a roupa de vocês; está encharcada, e estão sujos de areia. O que vocês estavam aprontando? Hein? ( ͡° ͜ʖ ͡°) – Falou Jin dando uma risadinha.

Lin ficou constrangida, mas rapidamente antes que eles possam começar a falar qualquer besteira disse:

– Martin. Tudo se refere a ele. E nós não fizemos nada, mas vocês eu tenho certeza que sim. Por que estariam na praia justamente bem à noite quando não há mais ninguém rondando pela cidade? Deve haver algum motivo, não acha?!

– Martin? É aquele garotinho de cabelo vermelho parecido com o Jin? – Perguntou Amy

– Sim, ele mesmo. Mas enfim, não mude de assunto. Responda.

– Uai, viemos passear pela praia. Mas mesmo assim isso não te interessa Lin!

– Vocês podem calar a boca?! Não ficam quietos um segundo, caramba! – Disse Lupus irritado, em seguida suspirou.

– Desculpe senhorzinho irritado. Mas enfim, vocês deveriam ir para suas casas. Ah! Tive uma ideia, passem a noite na nossa casa, talvez seja divertido, e, além disso, temos quarto sobrando.

– “Na nossa casa”? Peraí Jin...

– AH?! Errr... Na casa da A-Amy. – Falou dando um sorriso falso.

E lá foram eles. Caminharam um pouco até chegar à casa de Amy, conversaram diversos assuntos, uns chatos e outros polêmicos, e nos momentos de silêncio, eles observavam a lua brilhante e as estrelas que estavam mais bonitas que o normal. Mas valeu à pena, pois quando entraram ficaram aliviados de finalmente poder descansar em paz. Bem, se Amy permitisse... Afinal, ninguém podia prever que ela passaria a noite cantando e dançando.

Mesmo assim, isso não atrapalhou em nada. Eles estavam muitos cansados e dormiriam até mesmo na rua se possível. Ambos caminharam até o quarto que Amy indicou para eles, havia uma cama e um sofá. Lin rapidamente correu para a cama enquanto Lupus não estava muito se importando aonde iria dormir, quando percebeu que Lin se deitou na cama, foi direto para o sofá se deitar. Quando cada um se deitou, pegaram no sono rapidamente.


...


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Notas finais do capítulo

Gente O_O
Comecei a desenhar, e esqueci completamente da fanfic.



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