Unattainable reality ~ sendo reescrita~ escrita por Sol


Capítulo 51
Sintonia


Notas iniciais do capítulo

Oee cap fofo divo e especial p/ vcs.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/555563/chapter/51

Tweedledee

~ Alguns anos atrás ~

As pessoas iam e vinham e a festa do bairro estava bem animada, eu encarei Dum, ele pulava de um lado a outro, um pirralho de nove anos que achava que dançava bem, esse era meu irmão gémeo.

Papai segurava minha mão, mamãe apenas encarava Dum sem dizer nada, eu queria ir até ele, queria ir brincar, mas papai não me soltava.

— Você vai para a casa da tia. – Papai comentou.

— Por quê? – Questionei, indignado. — Dum vai também?

— Não, papai vai levar ele depois. – Dessa vez mamãe que interferiu.

E assim eles me levaram para minha tia, para longe do meu irmão e essa foi a primeira tentativa de nos separar.

A primeira de muitas.

~ Atualmente~

O castelo de Neal era inexplicável, o gelo, que antes o cobria, estava começando a derreter e a beleza do lugar se renovava, arvores floresciam, a grama brotava aos poucos e a vida timidamente voltava a grande nação da magia.

Neal estava voltando a ter cor e da varanda do castelo isso ficava mil vezes mais lindo. Eu amaria poder dizer que aquele paraíso era reconfortante o suficiente para me deixar feliz, mas se eu dissesse isso estaria mentindo.

Eu podia ouvir Lyh resmungar, ela estava sentada ao lado de Robin, ele nos encontrou no caminho, por vezes tentei entender como os dois se comunicavam. Ás andava de um lado a outro e parecia estressado, diferente do chapeleiro que olhava para o teto.

Eu os encarava de longe, Dum estava sentado no chão ao meu lado e chorava como nunca, sua cabeça estava encostada em meu ombro e os braços cobrindo os olhos.

— Mano. - Eu o chamei e ele me encarou com lagrimas nos olhos, eu sabia o que ele estava pensando, era fácil traduzi-lo, a sintonia nos permitia esse feito. — Não é nossa culpa.

— Eu sei... – Ele começou, enxugando as lagrimas. — É que...

— Ei! – O interrompi, sabia que ele ia começar a se culpar de novo, de fato Loren estava em perigo por ter nos protegido, mas eu não podia deixar ele se culpar, isso só pioraria tudo. — Estamos bem e-

Esta mentindo para si mesmo!

Trinquei os dentes.

— De novo? - O semblante do meu irmão se alterou, as lagrimas e o olhar confuso se transformou em preocupação, eu assenti silenciosamente e ele suspirou. — Isso está piorando de novo, é perigoso.

— Loren está fraca, não posso me esconder mais. - Resmunguei desanimado, Dum ficou em silencio, me deixando ainda mais agoniado. — Se lembra de quando papai disse que eu não poderia viver assim? – Questionei, forçando um sorriso que não foi retribuído.

— Me lembro de quando ele nos largou. – Dum foi ríspido e direto. Eu baixei os olhos, não gostava de lembrar o passado, era ruim de mais.

Mas eu jamais poderia muda-lo, Dum e eu nos tornamos bons magos bem cedo, fomos considerados prodígios e monstros, que tipo de criança aprende magia aos oito anos?

Nós jamais pertencemos a Copas, Neal ou Jadis, eu vim do mesmo mundo de Loren, do mundo azul. Lá a magia é vista como monstruosidade, e por isso nossos pais jamais entenderam nossos poderes, a princípio eles ignoraram, mas se tornou forte de mais e ainda havia as vozes que me atormentavam. Eles não suportaram e tentaram nos separar, nunca deu certo, Dum era o único com poder o bastante para suprimir minha maldição do oraculo. No fim, meu pai nos entregou a uma bruxa que atormentava a todos, uma troca justa, dois problemas sendo mandados embora ao mesmo tempo.

— Não fale assim Dum. – Resmunguei. — Me deixa triste!

— Desculpa! – Ele pediu, me abraçando. — Eu sei que você não gosta de falar disso. -Ele se afastou e bagunçou meu cabelo, me fazendo sorrir levemente. — Papai não nos entendia, mas sempre tivemos um ao outro.

Assenti e voltei a encarar as pessoas, todos continuavam preocupados e não era para menos.

— Ai! – Ouvi um resmungo baixinho e procurei rapidamente a fonte, para me dar de cara com o filho da rainha, Let, com um bico e as duas mãozinhas na cabeça. — Bati na parede.

— Ah coitadinho! – Dum exclamou e se levantou no mesmo instante, claro que eu fiz o mesmo. Nós o puxamos para mais perto para avaliar se ele estava machucado, por sorte não, o que nos aliviou.

— Dueu. Tá dodói. – Let ainda reclamava, eu sorri.

—Você é fofo, coisinha pequena. – Murmurei e ele me encarou.

— Sim é. – Dum complementou, como sempre.

Obigado. Quem é quem? – O pequeno parecia realmente confuso e eu ri, Dum colocou um braço para trás e se curvou em uma reverencia.

—Tweedledum, a seu dispor meu príncipe.

Eu sorri e o copiei, como sempre.

— E eu sou Tweedledee, meu príncipe.

Pincipi? O que? – Let tinha uma incrível carinha de interrogação.

— Nada não. – Meu irmão resmungou, recebendo o olhar confuso do menino.

— Querem bincá comigo? Ta todo mundo tisti, eu fico tisti também.

— Não se preocupe, vamos brincar não é Dum?

Ele sorriu para mim, um sorriso cumplice. — Sim Dee, vamos brincar.

Let deu pulinhos animados, mas de repente parou. — Ué... – Ele colocou o dedinho na boca. — Já esqueci quem é quem.

# # # #

Dum carregava Let no colo, brincar o dia todo fez o pequeno esgotar suas energias, nós entramos no quarto onde Loren estava sendo cuidada, lá encontramos os reis, que ficaram horas ao lado de Loren, o rei nos encarou e eu rapidamente fiz uma reverencia.

— Olá meu rei. – Cumprimentei e recebi seu doce sorriso como resposta.

—Parece que dominaram a ferinha. – Ele sussurrou, pegando Let com cuidado e o ajeitando em seu colo. — Obrigado por facilitar o processo de fazê-lo dormir.

— De nada. – Eu usei meu melhor sorriso possível.

— Lorem vai ficar melhor logo? – Dum perguntou, ansioso e o rei sorriu.

— Esperamos que sim. Vamos ir dormir um pouco, que tal vocês descansarem um pouco? – Ele propôs.

— Pode ser aqui? – Dum e eu questionamos ao mesmo tempo. O rei lançou um olhar a rainha, que suspirou e sorriu.

— Tudo bem, passe livre, só não façam bagunça.

Ele e a rainha saíram de mãos dadas, silenciosos para não acordar Let.

Dum segurou o meu braço e nós corremos até a cama, indo cada um por um lado, eu sentei ao lado de Loren e afaguei seu cabelo, ela usava um vestido azul simples, mas parecia manter o brilho de sempre.

Ela nos acolheu quando fugimos sem rumo pelo mundo, ela nos deu abrigo e amor. Uma dama azul do amor, eu sempre quis ser como ela. Dum me chamou, me fazendo encara-lo, e só então percebi que estava chorando, nós dois estávamos.

Sem dizer nada eu me deitei e segurei a mão de Loren, ele fez o mesmo e assim me deixei levar por um sono suave e pacifico.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Unattainable reality ~ sendo reescrita~" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.