Eu já tinha eliminado 14 meninos. Em menos de uma semana.
Estava no meu quarto quando recebia visita de Mabi.
–Como você está?- Ela perguntou entrando e se sentando na cama.
Contei a ela toda a história. E ela ouviu, fazendo alguns comentários de vez em quando.
–É isso. Estou completamente desorientada!-Falei frustrada.
–Não sei o que te dizer- Ela disse sorrindo.
–Ah, obrigada. Grande amiga você é- Falei rindo também.
–Ah, você sempre gostou do Landon, e eu o conheço. Sei que ele é um ótimo rapaz. Eu vi o Henrique algumas vezes aqui no palácio, e ele é muito bonito- Ela comentou rindo- E o Edward... parece ser bem bacana.
–Você só me deixou mais confusa.
–Ah, desisto Isa. Você que se vire.
Começamos a rir juntas, até que eu lembrei de uma coisa.
–E você e o meu irmão?- Perguntei.
–Ah, já que eu não tinha você para me fazer companhia, eu conversava com ele. Ele é bem legal.
–Só isso?- Perguntei
–Só isso- Ela respondeu sorrindo.
***
Depois que Mabi foi embora, eu fui procurar Landon. Apesar de termos passeado, ele pareceu um pouco distante, chateado. Com Henrique foi basicamente a mesma coisa. As respostas vazias dele hoje me incomodaram, não foi como antes em que eu ficava curiosa para saber mais. Hoje tudo estava me irritando fácil.
Sentei perto de uma janela, olhando a vista lá fora. Emburrada com os braços cruzados.
–O que você está fazendo sozinha?- Perguntou Edward.
–Nada- Respondi.
Ele ficou em silêncio por um tempo, até que disse
–Já faz um bom tempo que não chove não é? Eu costumava brincar com meus irmãos na chuva. Era muito divertido.-Ele disse sorrindo.
Comecei a rir também, lembrando de quando meus pais me contaram do beijo na chuva. Meu sonho era ter um episódio semelhante. Eu achei tão romântico.
–Do que você está rindo?
–Nada. Só lembrei de uma coisa que meus pais me contaram.
–O que?- Ele perguntou curioso.
–Ah, nada de mais. Só um encontro que eles tiveram na chuva. mas eu gostei muito. Quer dizer, qual a probabilidade de isso acontecer comigo?
Ele começou a rir.
–Me encontra lá fora ás 19:00?
–Por que?- Perguntei desconfiada.
–Apenas confie em mim. E então?
Pensei por um instante. Landon e Henrique não foram muito legais hoje. Preciso me distrair deles.
–Combinado.
***
Ás 19:00 eu estava no local combinado. Vesti um jeans velho e uma camiseta vermelha. Edward apareceu.
–E então?- Perguntei desconfiada e curiosa.
–Feche os olhos- Ele ordenou.
–O que?
–Feche os olhos- Ele repetiu.
Relutante, fechei os olhos.
Comecei a sentir alguns pingos de água, até que eles ficaram fortes e eu começava a ficar encharcada. Como chuva.
Abri os olhos sorrindo e olhei para cima. Edward tinha colocado vários canos com furinhos por cima de nós, formando um arco. Ele com certeza precisou de ajuda para fazer isso. Comecei a rir, ele estava rindo de mim do outro lado. Onde ligou a torneira. Mas tinha um problema, ele ainda estava seco.
Corri e puxei ele, que fez uma cara de "eu te mato" mas eu não me importei.
A sensação era realmente de chuva. A geringonça tinha dado muito certo.
Ficamos brincando por um bom tempo. Ele me pegava no colo e me girava, para depois me sujar com lama. Minha roupa que já não estava em bom estado, agora estava horrível. Era lama, terra e grama espalhados no meu cabelo.
Meus dedos nem entravam dele.
–Eca- Falei tirando uma folha do meu cabelo.
Ele começou a rir e se aproximou para me ajudar a tirar.
–Obrigada- Sussurrei.
Ele tocou a ponta do meu nariz.
–Não há de quê.
Percebi um brilho nos olhos verdes dele que eu não havia visto antes.
–Só falta uma coisa- Ele disse parcialmente sério.
–O que?
–Um beijo- Ele disse com um sorriso tímido.
Então eu lembrei dos meus pais. Ele fez isso tudo só porque eu disse que nunca teria um momento como esse. Fiquei feliz em saber que alguém se esforçou tanto só para realizar um sonho meu.
–Só depende de você- Disse sorrindo.
Ele pareceu surpreso. Muito surpreso. E isso só fez com que eu achasse o gesto ainda mais fofo. Ele não fez isso esperando nada em troca. Ele não esperava que eu fosse aceitar. Ele só queria me ver feliz.
–Sério?- A voz dele entregava a surpresa.
Sorri e assenti com a cabeça.
Ele se aproximou, sem se preocupar em esconder sua felicidade. E me beijou.

Acordei me sentindo super mal. Não sei se foi por ter me molhado a noite, ou a confusão da minha cabeça mesmo. Agora eu estava indecisa entre três. Mas ao menos eu fui sincera com todos eles.
Hoje não tem quem me faça sair da cama. De jeito nenhum.
Passei o dia deitada. Comendo as coisas que a minha mãe trazia. Meu pai aparecia aqui com frequência, preocupado.
A notícia de que eu estava doente logo se espalhou pelo palácio e passei o dia recebendo presente dos selecionados.
Nem sequer abri eles. Estava esperando algum que viesse assinado como Landon, Henrique ou Landon.
Toda vez que chegava alguma coisa, pedia para Nina ver de quem era. Nina era a pessoa que cuidou de mim desde que nasci. Mas ela não era velha.
–Chegou outro, senhorita- Ela disse em entregando um embrulho.
–De quem é?- Perguntei
–Henrique.
Sentei na cama rapidamente e peguei o pacote. Abri e dentro tinha uma miniatura de um violão. Rosa. Sorri e abri o cartão. Era uma música. Provavelmente escrita para mim.
A letra era muito bonita. Guardei o presente ao lado da minha cama, em uma cômoda.
–Mais um- Nina disse sorrindo.
–De quem?
–Landon.
Abri o embrulho e dentro tinha um porta retrato lindo. Enorme. Enorme até demais. Sorri ao ver as fotos. Várias fotos nossas desde pequenininhos. Uma da minha mãe e Marlee nos segurando no colo. E as outras de cada estágio da nossa vida. Até a mais recente, alguns dias antes de a seleção começar.
Coloquei o porta-retrato, que mais parecia um quadro de tão grande na parede da minha cama.
Nina saiu para buscar alguma coisa. E mais um pacote chegou.
Corri para ver de quem era. Era de Edward, uma caixinha de música, mas ao invés de uma bailarina, tinha um casal segurando um guarda-chuvas, abraçados juntos. Sorri ao lembrar de ontem.
Dentro da caixinha tinha um poema.
"Deus me deu um presente. Um presente chamado "Isabella". E desde então, esse presente faz parte da minha vida de uma forma muito especial. E para esse presente, eu desejo que possa conquistar tudo o que deseja. E se a sua felicidade estiver longe de mim, te desejo que faça uma boa viagem. Pois melhor do que te ter ao meu lado, é te ver feliz." -Edward.
Acho que passar o dia aqui trancada não funcionou. De uma forma ou de outra, eu sempre pensava nisso. Já tinha certeza de que minha dúvida era entre os três. Então troquei de roupa e fui agradecer cada um dos presentes. Primeiro passei no quarto dos outro, e agradeci rapidamente. Depois segui os quartos na ordem. O primeiro era de Henrique.
–Oi Isa. Como você está se sentindo?- Ele perguntou.
–Bem melhor. Só queria agradecer pelo presente, é lindo- Respondi sorrindo.
Ele me abraçou.
–Me desculpe se estive distante ontem. Eu fui um idiota. Só estava me acostumando com a situação. De... você gostar de outra pessoa.
–Tudo bem- Respondi.
–Tem algum encontro hoje?- Ele perguntou.
–Não, mas eu tenho outras coisas para fazer. Vejo você depois, tudo bem?
–Tudo bem- Ele disse dando um beijo na minha bochecha.
Segui para o quarto de Edward.
–Isabella- Ele disse sorrindo -Você não está mal. Se queria uma desculpa para ganhar presentes era só ter avisado.
Eu ri.
–Não era um plano. Mas funcionou muito bem. Vim te agradecer pelo presente, eu adorei.
–Não precisa agradecer- Ele disse sorrindo. -Lembrei de você quando eu vi.
–Bem, obrigada. Me desculpe mas agora preciso ir. Depois vejo você.
Ele acenou com a cabeça e riu.
Agora só faltava Landon.
–Landon?- Chamei.
Ele abriu a porta, e ao me ver já me deu um abraço.
–Estava preocupado com você, você está bem?
–Estou. Respondi sorrindo.- Obrigada pelo presente. Eu amei.
Ele deu um sorriso tímido.
–Você sempre esteve na minha vida. Cada momento que eu passei tem um pedacinho seu. E eu sempre guardei aquelas fotos. Achei que seria bom dividi-las com você.
–Obrigada, de verdade. Significou muito para mim. Eu preciso ir agora. Mas depois a gente se fala, pode ser?
–Claro- Ele respondeu.
Fui para o escritório do meu pai, onde ele estava com a minha mãe.
–Está melhor filha?- Perguntou meu pai.
–Sim, eu só queria dizer uma coisa.
–O que?- Minha mãe perguntou preocupada.
–A elite. Eu já escolhi os 6.