De repente vi uma multidão vindo para cima de mim, enfurecida e cheia de perguntas. Me assustei e corri para fora da igreja. Quase caí três vezes, então tirei meus sapatos e corri mais rápido.
Olhei para trás, os conselheiros estavam vindo atrás de mim, e meu pai estava tentando contê-los. Se algum deles me mahucar, tenho certeza de que meus pais nãos os perdoariam. Mesmo assim, eles ainda parecem estar muito enfurecidos comigo.
Eu ainda estava muito perto. Esses malditos sapatos me atrasaram. Depois de correr por vários minutos, eu estava fora do local do casamento.
Eu devia estar parecendo uma maluca, vestida de noiva e descalça no meio da rua.
Olhei para os lados. Quanto tempo será que vai demorar para um táxi chegar aqui?
Decidi não esperar. Comecei a correr e meu cabelo se soltou. Agora definitivamente, eu estava parecendo uma maluca.
Levei um susto quando uma moto quase me atropelou. Me afastei assustada. Não consegui identificar o motoqueiro, mas com certeza era um homem.
Acho que ele percebeu que eu só poderia estar fugindo, nesse estado. Porque fez um sinal com a a cabeça para que eu subisse na moto e acelerou três vezes.
Um sinal soou na minha cabeça: "Isabella Singer, você é maluca de subir em uma moto de um homem que você nem consegue ver o rosto?" "Não pegue carona com um estranho" "Qualquer sinal de perigo, ataque". Eu podia ouvir esses pensamentos com a voz da minha mãe, mas ignorei todos eles. De todas as coisas malucas que eu ja fiz hoje, subir nessa moto será a menor delas.
Subi e segurei firme. O motoqueiro acelerou e saímos bem na hora em que os conselheiros chegaram.
De repente a moto parou. O motoqueiro desceu e estendeu a mão para me ajudar a descer também. Passei a mão no meu cabelo, ele não parece estar nada mal.
Era uma casa simples, mas bem arrumada. O motoqueiro entrou e eu o segui.
A casa era dele, mas eu estava exausta então sentei no sofá sem ser convidada e coloquei o rosto entre as mãos.
–Alguma vez já te avisaram para não pegar carona com estranhos?- ele perguntou, e eu pude ouvir o barulho do capacete sendo colocado em cima da mesa. Permaneci com a cabeixa baixa, sem olhar para ele.
–Na verdade, sim. E alguma vez já te avisaram para nunca se apaixonar?
Pude ouvir a risada dele.
–Ainda não passei por isso. Você fugiu do seu casamento?
–Você não me conhece?
–Desculpe, sou estrangeiro.
–De onde você é?-Perguntei curiosa.
–Inglaterra.
Decidi levantar minha cabeça para me apresentar, ja que eu estava na casa dele. Me repreendi mentalmente por me interessar tão rápido pelas pessoas. Mas eu precisaria ser idiota para não reparar nele. Era era muito bonito. Daquela forma que te faz pensar porque pessoas assim não moram ao lado da sua casa. Fiquei sem fala, por isso limpei a garganta.
–Eu sou a princesa Isabella. Recentemente aconteceu a seleção, mas eu não amava meu noivo, então decidi que se ser princesa depende de viver uma farsa para o resto da vida, eu não quero isso para mim.
–você está certa-Ele disse -Mas não posso deixar de sentir pena do seu noivo.
–Porque?-Perguntei.
–Por que deve ser horrível perder uma noiva tão linda como você-
Não pude evitar uma risada.
–Acho que eu tenho sorte por você não ser um psicopata.
–Tem mesmo- Ele disse se sentando ao meu lado. -Nunca mais pegue carona com um desconhecido.
–Tudo bem. Provavelmente estarei morta, então não vou precisar de carona.
–você tem um ótimo senso de humor, para uma menina morta-Ele disse sorrindo.
–Meus pais vão me matar. Fugir só piorou as coisas. Isso não foi uma atiude de princesa, mas eu estava assustada.
–Você não pode se culpar por isso. Antes de ser uma princesa, você é uma menina que tem sentimentos como qualquer outra.
–Mas e Landon e Edward?
–Quem?
–Ah, me desculpa. Você não está atualizado. Eu estava em dúvida entre eles. Mas agora estou em dúvida entre tudo. Você tem sorte por nunca ter se apaixonado.
–Eu não diria que eu tenho sorte. Além disso, ver uma ruiva bonita vestida de noiva no meio da rua é um ótimo começo.-Ele disse sorrindo.
–E o que seria um ótimo começo para mim?Um motoqueiro de olhos dourados?
Ele riu.
–Sim. A não ser que você esteja planejando me deixar plantado no altar também.
–Isso me lembra que eu estou encrencada.
–Daqui a pouco chega um batalhão para te buscar. Melhor aproveitar seus ultimos minutos viva-Ele disse se retirando para a cozinha.
–Obrigada-Falei sorrindo. -Ei, você não me disse seu nome.
Ele olhou para mim, com os olhos dourados.
–Jeremy Taylor. Ao seu dispor.

Passei o resto do dia sentada, apenas pensando.
–Trouxe algo para você comer-Disse Jeremy, trazendo uma bandeja. O cheirinho bom me fez perceber o quanto estava com fome.
–Você sabe cozinhar?
–Melhor que muita dona de casa-Ele disse sorrindo.
Provei a comida e realmente estava uma delícia.
–Fala sobre a sua familia. Já te falei sobre mim, mas não sei nada sobre você.
–Não tem muito o que falar. Eu tenho uma família tradicional, e gosto de viajar. Dessa vez, meu destino foi illéa.
–Tenho que dizer que você chegou na hora certa-Falei sorrindo.
–Eu estive pensando, se você desistir da sua coroa, seu irmão seria o rei. Mas ele teria que participar de uma seleção tambem?
–Ai meu Deus, meu irmão. Eu não tinha pensado nisso. Mas ele está namorando. Não é justo que ele tenha que se separar da mabi por causa da seleção.
–Eu não queria deixar você preocupada.
–Tudo bem. Eu preciso mesmo voltar a realidade. Estou encrencada e preciso enfrentar logo isso.
–Você acha que vão te obrigar a casar?
–Eu não sei. E mesmo que não me obriguem, eu não sei o que fazer.
–Você pode fugir comigo para a Inglaterra-Ele disse sorrindo.
–Tentador. Mas eu só te conheço a algumas horas.
Ele ficou em silêncio.
–Eu não tenho uma família tradicional.
–O que?
–Meu pai é o rei da Inglaterra. Eu não gosto de viajar, estava apenas fugindo, como você.
–E do que você estava fugindo?
–A inglaterra adotou a seleção. E eu não ia aceitar um casamento arranjado.
Minha mente rodou.
–Ótimo. Somos dois fugitivos do matrimônio.
–Seus pais parecem ser legais, eles provavelmente vão te ajudar. Meu pai quer me obrigar a casar de qualquer forma.
–Quanto tempo você tem ate a sua seleção?-Perguntei
–Uma semana. Por que?
–Nada. Eu só queria ter um tempo para mim também.
–Mas e os seus outros pretendentes?
–sinceramente? Não sei. Não quero mais saber de nada que envolva a seleção.
–E o que acha de passar essa semana de folga também? Ninguém vai te encontrar aqui.
Considerei por um momento. Mais uma vez estava quebrando as regras. Mas eu quero saber como é ter uma vida normal, sem o título de princesa. Nem que seja por uma semana.
–Feito. Tem um quarto sobrando para mim?
–Claro-Ele disse sorrindo
*
No dia seguinte, acordei e tinha uma muda de roupas novas em cima da minha cama. O quarto de Jeremy ficava ao lado do meu. Troquei de roupa e fui para a cozinha, seduzida pelo cheiro de ovos e bacon.
–Bom dia-Falei animada. eu deveria estar timida, mas parece que já somos amigos a muito tempo.
–Bom dia-Ele disse apontando para a cadeira.
Me sentei e ele logo serviu meu prato.
–O que vamos fazer hoje?- Perguntei.
–Vou te ensinar a andar de moto.
–Parece uma boa ideia.
O local era meio deserto, entao nao tinha risco de alguem me reconhecer.
Demorou um pouco para eu aprender, mas depois não queria largar o acelerador.
–Obrigada. Acho que eu nunca me senti tão livre-Falei tirando o capacete.
Ele sorriu e arrumou meu cabelo.
No final da semana, eu estava feliz. Queria ter ligado para os meus pais para dar sinal de vida, mas era capaz de eles me rastrearem. Gostei de ter uma vida normal.
–No que você esta pensando?-Perguntou Jeremy interrompendo meus pensamentos.
–Que eu gostei de ser normal, por uma semana.
–Eu não gostei dessa semana.-Ele disse sério.
–Me desculpe. Era para ter sido um momento seu e eu estraguei.
Ele caiu na gargalhada.
–Foi a melhor semana da minha vida. Lembra que você me disse que eu tinha sorte por não tet me apaixonado?
–lembro.
–Depois de passar uma semana com você, foi quase impossível de isso não acontecer. Mas eu não vejo isso como algo ruim.
Minha respiração parou. Alguém deveria avisa-lo que ser tão direto assim as vezes não é legal.
–Eu sou a pessoa mais indecisa desse mundo, então...
–Eu entrei na sua lista?- ele perguntou bem humorado.
–Digamos que sim.
Ele riu.
–Tem alguma chance de eu sair dessa historia como o unico na sua vida?
–Somos de países diferentes. E temos uma seleção.
–Esquece tudo isso. Você disse que gostou de ter uma vida normal. Acha que srria capaz de viver assim para sempre?
Pensei por um instante. Eu nunca teria uma vida normal. Sempre serei princesa, mesmo que não seja rainha. Mas entendi o que ele quis dizer. E percebi que não ha nada que eu queira mais nesse mundo.
–Landon foi o primeiro menino que eu gostei. Edward foi uma âncora que me tirou da angústia da seleção. E Henrique foi um mistério para minha vida sem graça. E você... acho que você é um pouco de cada-Falei sorrindo. -Mas quando eu imagino meu futuro, não posso me ver se não for ao seu lado.
–Era só isso que eu precisava saber-Ele disse pegando na minha mão, e eu apertei a dele com força.
Ele se levantou e me puxou junto. Me abraçou e me deu um beijo.
–Vamos?-Ele perguntou
–Para onde?
Ele deu um sorriso animador.
–Temos dois países para enfrentar.