O céu estava totalmente nublado a algumas semanas. Campus Atlos estava totalmente fechada com o tempo. Só para sair de suas casas, os jovens estudantes deveriam ter guarda-chuvas para se proteger.

Mas o que mais preocupava os jovens era um muro cinzento sendo erguido, no lugar do muro aberto por grades. O muro estava mais para uma enorme muralha. A reforma estava acontecendo mesmo com a chuva e o vento. Aquilo parecia ficar preparado logo.

– Muito estranho. –Giovanna sussurrou na janela, olhando para o muro longe.

– O Muro? –Bruno perguntou calmamente, até parecia que não tinha levado um tiro recentemente. Mas para quem quase morreu congelado, aquilo não parecia nada.

Giovanna concordou com a cabeça.

– Foi muito melhor você ter voltado a morar conosco. –Ela disse sorrindo. – O diretor construiu isso devido ao tiro que te atingiu.

– Você e Jonatas estão bem? Quero dizer, o namoro de vocês... –Ele ficou um instante em silencio esperando ela responder.

– O tempo não tem dado muita chance para estarmos juntos. Mas nós se amamos. –Giovanna sorriu e olhou para a janela. – Como disse, foi melhor você ter voltado.

– Me sinto melhor aqui. –Bruno afirmou. – Tenho algumas novas teorias sobre V.

– Melhor chamar os outros. –Giovanna tentou correr para avisar o resto mas foi contida pela mão de Bruno em seu braço.

– Nós somos alvos fáceis agora.

#

Carol, Giovanna, Ana, Jonatas, Bruno e Vinicius estavam reunidos na sala de estar da casa.

– Agora preciso que sejam sinceros, Vinicius e Carol. –Bruno falou seriamente.

Os dois se entreolharam.

– Vocês já receberam mensagens de V? –Ele perguntou.

Abaixaram a cabeça tentando esconder alguma coisa, mas a verdade deveria ser dita.

– Sim. –Responderam juntos.

– A quanto tempo? –Jonatas indagou a eles.

– A 1 ano atrás. –Vinicius falou.

– Também. –Carol concordou.

E nas horas que seguiram eles falaram sobre os modo de ameaças. Sobre os segredos que V sabia e sobre todo o resto. Os jovens de Atlos nem se assustaram tanto em descobrir que não eram só eles que recebiam as mensagens.

Eles já esperavam.

#

Alguns minutos tensos se passaram e o vento frio do lado de fora da casa tinha vindo para ficar. Mas isso não significava que as aulas deveriam parar.

Os jovens tiveram que se vestir com quentes casacos e calças. Agora mais do que nunca, todos estavam juntos. Talvez por V, mas acima de tudo para se protegerem.

No caminho para a classe, algumas pessoas passavam pelo grupo e diziam ‘’Cuidado com o ladrão!’’ ‘’Não tem medo de serem roubados?’’ Nenhum deles entenderam algo. Seria piadas?

Mas logo tudo fez sentido. Uma mensagem.

‘’Bruno, está faltando dinheiro? Não roube remédios. Isso é crime.

–V’’

Todos os jovens olharam para Bruno.

– Você roubou? –Jonatas perguntou.

Ele ignorou.

– Bruno, você roubou? –Giovanna fez outra tentativa.

– Lógico que não!

– Por que estão dizendo isso, então? –Vinicius ficou curioso. Querendo uma resposta.

Não demorou muito para Júlia, Matheus, Joshua e alguns outros pararem na frente dos seis.

– Nossa, nem acredito que roubou! –Júlia da uma risadinha debochada.

– Foram VOCÊS! –Bruno berra com ódio.

– E se eu disser ‘’Sim’’? –Joshua faz o mesmo que a Júlia.

– Onde está o Justin? –Bruno se lembra do que houve algum tempo atrás.

– Agora se preocupa? –Matheus faz o mesmo dos dois primeiros.

Jonatas leva a sua cadeira a frente do grupo.

– Saiam. –Ele muda totalmente de expressão facial.

– Obrigue-nos. –Joshua da um passo a frente.

Bruno chega perto e põe a mão no ombro de Joshua:

– Se encostar um dedo em algum de nós, você não ficará para dizer o que houve.

Joshua fez uma cara de quem não estava preocupado e saiu com os seus amigos dali.

– NÃO ACREDITO! –Bruno chuta o chão.

– A planta não tem nada haver com esses idiotas. –Giovanna sorri.

– Agora o Campus todo acha que sou um ladrão. –Bruno continua irado. – Adeus. –Ele começou a caminhar para longe.

– Para onde vai? –Carol berrou.

– Bruno vooooooooolta!!! –Ana Clara gritou também e tentou correr atrás dele mas é segurada pelas mãos de Jonatas em seu braço direito:

– Ele merece um tempo.