Leis Renovadas: Realeza, Temporada 2 escrita por BrunoCTorres


Capítulo 3
A Ordem Maylizon


Notas iniciais do capítulo

LANÇAMENTO SURPRESA!!

. O vilão está de volta!



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A noite havia passado calmamente na casa. Nenhum barulho estranho, nenhum passo nos corredores e nem nenhuma lâmpada piscando.

A cozinha estava vazia até que Jonatas aparece, no meio da madrugada, com sua cadeira de rodas no meio dela. Ele procura por água. Talvez estivesse nervoso com as coisas que rodeavam a sua mente durante a noite que não fora dormida muito bem.

Os pensamentos iam do ano anterior, até a noite do acidente de carro no baile do colégio em que ele estudava, o Atlos. Ele mentalizava todas as noites, desde o dia em que acordou no hospital, como iria falar para seus amigos como ele ainda estava vivo. Como ele havia sobrevivido a uma batida de carro e súbita capotada e a explosão.

Não havia meios dele conseguir que aquilo tudo saísse da sua boca para os ouvidos alheios. Ele saberia que contar para os seus amigos iria fazer com que tirasse um enorme peso das costas. Mas, naquele momento, não era certo. Parecia ter que esperar e se segurar até que a hora certa chegasse.

Parecia nunca chegar.

Ele conseguiu pegar a garrafa de água da geladeira e pôs em um copo plástico laranja. Aquela não era a sua cor preferida.

– Bem, pensei que o aleijadinho precisasse de ajuda para tudo. Até mesmo para mijar! –Joshua o provocou da sala, logo no momento em que viu-o ali. Outros dois garotos chegaram logo após ele. – Quem te ajuda a mijar? –Ele ri.

Jonatas finge que não o escuta e leva a cadeira de rodas até a passagem da sala.

– Sabia que temos a mesma inicial? –Joshua senta no sofá. – Não gosto disso.

– O que quer que eu faça? –Jonatas afronta. – Quer que eu mude meu nome?

– Não seria ruim. Não quero o meu J em um moleque aleijado e feio. –Joshua se levanta e com a ajuda dos seus leais amigos cercam a saída de Jonatas.

Os meninos junto com ele riem enquanto ele dizia aquilo.

– Se eu me importasse com isso eu até mudaria. –Jonatas diz, voltando com a cadeira para trás. – Mas como não me importo... –Ele é interrompido por uma sombra que estava parada atrás dos três garotos.

Uma não. Duas.

Bruno e Vinicius.

– Se você não parar de infernizar o nosso amigo, juro que mato você. –Bruno ameaça.

– Nossa, como estou com medo de um moleque. –Joshua ri para Bruno. – Aliás, não pense que eu não continuarei atrás de você! –Ele diz enquanto rodeia Bruno.

– Jô, é melhor subirmos. –Um menino branco, não tão alto, com um braço com músculos visíveis e olhos castanhos, segura o braço de Joshua.

Joshua se debate até que o garoto o soltasse. E conseguiu.

– Jô. Esse é o seu apelido, machão? –Vinicius implica. – Não consigo lembrar de coisa mais ridícula. E ah, -Vinicius parecia lembrar de algo. – Ouça o seu amigo, saía.

– Justin, ta ficando maluco, cara? –O outro garoto da um tapa no braço do menino que tentou impedir Joshua.

Ele, Justin, abaixou a cabeça.

– Assim que eu gosto. –Joshua mexe nos cabelos castanhos dele. – Agora, -Ele vira para os meninos. – Vamos dar uma surra em cada um.

A inspetora Maylison aparece na frente deles.

– Não será aqui dentro que isso vai acontecer. –Ela diz seriamente.

#

O sol havia raiado cedo para os jovens da casa. O campus estava movimentado, como no dia anterior. E naquele momento as aulas haviam realmente começado.

Logo ao acordar os jovens foram encaminhados, guiados pela Sra. Maylizon, até o prédio aonde as aulas ocorreria durante toda o ano. O lugar era um prédio enorme. Com muitas janelas, e do lado, uma entrada subindo, como num morro, aonde ficava o ‘’Campus Alto’’, um campus enorme que tinha uma visão linda de toda a área do colégio.

Algumas hora depois, o sinal veio a tocar e os jovens foram liberados para voltar para as casas. Ou, até o toque de recolher da tarde, ficar perambulando pelo Campus.

Bruno estava sozinho, pelo motivo de pegar vários panfletos na entrada do prédio das aulas. Ele andava pelo campus de volta para a sua nova casa.

Ele ainda tinha muito do que se acostumar vivendo com mais pessoas. Era uma experiência nova e única na vida dele. Ele pensara que aquilo serviria como um treinamento para a futura vida sozinho em Nova York. Ser independente. Sem depender dos outros. Tudo o que ele queria.

Os seus pensamentos foram interrompido quando ele fora atropelado por um skate e o seu dono. Bruno caí no chão e deixa todos os panfletos e livros caírem. O dono desce do skate e ajoelha na frente de Bruno.

– Me desculpe... Não era a minha intenção. –Ele disse enquanto tentava levantar Bruno do chão.

– Não foi nada. –Bruno disse finalmente quando ficou em pé. –Ei, ei.

– Oi, o que foi!? –O menino olha para trás buscando algo que atraíra a atenção de Bruno. E depois olha para ele para checar alguma ferida. – Se machucou?

– Você é o Justin. –Bruno afirma.

– Sim. –Ele confirma.

– Você é amigo daquele Joshua. –Bruno abaixa e tenta pegar o máximo de folhetos possível.

– Era. –Justin surpreende Bruno.

– Como assim, ‘’era’’?

Justin abaixa para ajuda-lo a catar.

– Resolvi me mudar daquela casa. –Justin revela. – Faz meses que não aguento mais o Joshua. Ele é um merda.

– Acredita que eu consegui perceber isso? –Bruno ironiza.

– Ontem, depois de tentar ajudar você e seus amigos, ele me levou até os fundos e me espancou com mais 4 garotos do colégio. –Justin conta com uma certa angustia no rosto.

Justin levanta a sua blusa e mostra a Bruno as marcas roxas no seu abdômen.

– Meu deus. Que ridículo. –Bruno exclama. – Minha vontade de mata-lo é maior que qualquer coisa agora.

Justin se levanta e entrega todos os panfletos que faltavam a Bruno.

– Obrigado.

– Não foi nada. Agora tenho que ir, Joshua está vindo. Não quero encontrar com ele tão cedo. –Justin pega o skate.

– Para onde se mudou? –Bruno faz a última pergunta.

– Para um pequeno quarto na ala masculina do colégio. Sabe, aonde só tem quartos e não casas. –Justin fala.

Bruno sorri.

– Trocou aquela casa por um quarto? –Ao que parecia não era a última pergunta.

– E não sabe o pior, vou ter um companheiro de quarto. –Justin ri.

– Boa sorte. –Bruno deseja.

– Desejo a você o mesmo! –Diz Justin enquanto saía dali com seu skate vermelho como a sua blusa.

#

Todos os moradores se localizavam na casa. Mas todos espalhados.

– Por onde você andou hoje depois da aula? –Giovanna perguntou a Bruno.

– Eu não demorei nem 20 minutos. –Bruno riu.

– Mas demorou. –Giovanna ficou um tanto irritada com o deboche. – Você sabe que em tempos como os nossos estão, minutos podem significar muito.

– Estava conversando com um menino do colégio.

– Quem bom. Ele é suspeito? –Giovanna botou o rosto mais para a frente, querendo que os outros na sala não ouvissem eles.

Os dois estavam na cozinha.

– Não. Pelo o menos eu acho. –Bruno respondeu, pegando um copo de refrigerante.

Uma mão tirou o copo de Bruno.

– Não se bebe refrigerante em dias da semana nesta casa. –Maylizon apareceu.

Bruno concordou com a cabeça.

– O que foi isso no seu rosto? –Giovanna apontou para uma cicatriz na bochecha da inspetora.

Maylizon bateu no dedo da menina.

– Não lhe interessa a minha vida pessoal.

– O.k. –Ela respondeu estranhando aquela reação.

A inspetora se retirou da cozinha e sumiu nas escadas para o segundo andar.

– Estranha. –Bruno comentou.

– Agora, outra coisa. –Giovanna ligou a torneira para limpar as mãos. – Para onde você acha que o Gouveia foi?

– Não sei, ele disse que voltaria quando tudo estivesse ajeitado. –Bruno respondeu fechando a torneira para ela.

– Você acha que o Jonatas ainda me ama?

– Claro que sim. –Ele respondeu. – Por que não?

– Ele não quer me contar o que aconteceu no dia. –Ela falou, tristemente.

– Ele também não me disse. E eu não quero saber. –Bruno assumiu. – Ainda me sinto culpado de tudo o que houve. –Ele choramingou.

Giovanna tocou o ombro dele.

– A culpa é do destino. E daquele maldito caminhão. –Giovanna disse. – E tenho certeza que V tem um dedo nisso.

– Um dedo? –Bruno riu.

O telefone apitou. Uma mensagem chegou.

– Será? –Giovanna disse a Bruno e abriu a mensagem.

‘’Parece que as charadas estão começando a ser descobertas. O quão ridículos vocês se sentem sabendo que nunca vão descobrir a resposta? –V’’

Depois de tanto tempo, as mensagens estavam voltando as poucos. O telefone apitou.

‘’E ah, não pensem que nesse tempo que fiquei sem enviar mensagens eu estava fora. Estou mais dentro do que imaginam. –V’’

Bruno e Giovanna se entreolharam. V estava de volta.


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