As Aventuras da Maga Alice escrita por Fada Dos Tomates


Capítulo 25
A Bonequinha do Mal


Notas iniciais do capítulo

Oi! Esse vai ter terror! Se bem que eu não sou muito boa nisso... T.T



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POV ALICE

Saímos da casa de Ao e ele disse que temos que ir àquela casa de janelas quebradas que eu tinha visto antes. Chegando lá percebi que havia um pouco de água pelo chão e perguntei:

–O que é essa água toda pelo chão?

–Dolly Yandere é uma grande inimiga de Navy Blue Water (Nabi Buru Weita) – respondeu Ao.

–Por quê? – indagou Diego.

–Cada um tem seus inimigos. – Ao olhou feio pra Diego.

Entramos na casa, estava cheia de brinquedos pelo chão, muitos rasgados, quebrados ou velhos. Haviam quadros rabiscados nas paredes, haviam sido feitos chifres, caretas e outros desenhos assustadores neles. Também haviam desenhos nas paredes e no teto. Uma escada meio quebrada estava na nossa frente. Ouvimos um som vindo lá de cima, uma canção de ninar “Twinkle Twinkle Little Star” (Brilha Brilha Estrelinha em inglês).

–Ela está lá em cima. – cochichou Ao.

Coloquei um pé na escada.

–NEE! DO YOU PLAY WITH ME? – alguém perguntou com sotaque japonês: Play = Purei.

Tirei o pé da escada, era muito sinistro o som que ecoou. Ela tinha dito: “Ei! Você brinca comigo?” me deu arrepios... Olhei para Ao, ele começou a subir a escada, Diego fez o mesmo e eu decidi subir também.

–PLAY WITH ME! – falava a voz – PLAY! PLAY! PLAY!

Chegamos ao final, lá em cima não era muito diferente da parte de baixo: haviam brinquedos no chão e quadros rabiscados, uma cama ajeitada (mas cheia de bichos de pelúcia e bonecas de porcelana assustadoras); tinha uma escrivaninha e uma cadeira de balanço, a garota estava lá. A cadeira estava virada, mas pude ver seus cabelos cinza compridos, balançava-se cantando a mesma música (dava um pouco de medo). Olhei para Ao, eu não sabia o que fazer.

–Dolly Yandere! – chamou ele.

–She... – disse ela parando a cadeira – I want she!

Ela se virou e me olhou com um sorriso doentio no rosto, pude ver que ela tinha cordas segurando seus braços, pernas e cabeça, como um fantoche. Segurava uma boneca de porcelana e também parecia uma, usava um vestido cheio de babados e era branca como uma boneca.

Diego pegou sua espada e Ao iria atirar, mas a garota tinha seus truques: seus brinquedos começaram a agarrá-los e arrastá-los pra longe. Peguei minha espada, mas ela a tirou de minha mão com uma das linhas.

–Be my Dolly! – pediu ela loucamente.

Tentei escapar, a garota me pegou com aquelas linhas e me prendeu. Ela gritava de felicidade como se tivesse ganhado o melhor presente de aniversário de toda a sua vida. Me jogou na cama e disse:

–KAWAII! Perfect Dolly kawaii! Love! Love! Love!

–Fique longe dela! – gritou Diego preso na parede por um monte de brinquedos (tentava pegar a espada, mas não conseguia).

–DAMARE*! She is my! My kawaii Dolly! – falou a garota doida.

As linhas começaram a penetrar em minhas mãos e eu gritei de dor. Não queria me tronar a boneca daquela garota, tentei me soltar.

–No, no... You don’t can release! – negou ela rindo.

Ao estava tentando se soltar de um panda gigante que o abraçava, ele conseguiu pegar sua arma e atirar no bicho. Depois disso atirou Dolly Yandere na parede. Ela só riu no chão.

–Bad Toy Soldier... – ela sorriu e pegou uma grande tesoura do chão.

Se levantou e tentou acertar Ao. Os dois começaram uma brincadeira de desviar os golpes que o outro tentava.

–Sua garota mimada! – xingava Ao – Alice não é sua boneca!

A garota discordava sempre. As linhas começaram a perfurar minhas pernas, uivei de dor e tentei desesperadamente me soltar.

–A-li-ce... –Diego tinha conseguido pegar sua espada, se libertou dos brinquedos e cortou as linhas que me prendiam – Você está bem?

Fiz que sim com a cabeça, embora minhas mãos sangrassem bastante. Ao tinha conseguido encurralar Dolly Yandere num canto, mas ela tentava perfurá-lo com a tesoura, por enquanto só tinha rasgado sua roupa. Resolvi pegar minha espada, os brinquedos puxaram Ao para trás e eu fui correndo até a garota e cortei as linhas que a prendiam. Ela caiu no chão e ficou imóvel.

–O que você fez?! – gritou Ao de olhos arregalados.

Dolly Yandere começou a gritar tão alto que a casa tremeu, asas negras cresceram em suas costas, chifres nasceram em sua cabeça, suas unhas ficaram maiores e seus dentes pontiagudos. Seus olhos estavam em um amarelo assustador.

–Mas o quê?! – fiquei apavorada.

A garota me deu um golpe com a mão e eu bati a cabeça em seu roupeiro, caí no chão zonza.

You is a bad doll! – falou a garota com uma voz monstruosa.

–E... você é uma BAD GIRL! – desafiei.

A garota me arranhou o rosto, Diego a machucou com sua espada, ela fez um sinal com o dedo indicador e suas linhas o enforcaram. Dolly Yandere pegou um machado. Olhei para Ao desesperada, ele não fez nada só olhou para o chão e deu de ombros. Eu não podia deixar Diego morrer ele é meu melhor amigo, é como um irmão pra mim.

Consegui pegar a espada e comecei a brilhar, impedi o ataque da garota (acabei acertando o rosto dela com a espada que brilhava em lilás). Dei um chute nela e cortei uma das pernas, ela caiu. Ergui a espada, ela começou a se arrastar para trás, parecia com medo mas ainda sorria.

–Stop! Please! I... – ela implorava.

–Você foi uma boneca muito, muito malvada! – falei antes de cortar a cabeça dela.

–LIE!!! – gritou a garota no fim.

Ao bateu palmas.

–Muito bem! – parabenizou – Mas você não deveria tê-la feito revelar sua verdadeira forma. Mesmo assim, foi ótimo.

–Por que você não ajudou o Diego?! – perguntei com raiva.

–Vamos pensar no lado bom: você descobriu que não é fraca. – disse ele sorrindo.

Fui até Diego e o ajudei a se levantar do chão.

–Mas ele podia ter morrido! – falei indignada.

–Mas não morreu... – parecia decepcionado.

–Para você é até bom que ele morra, não é? – acusei.

Ele se calou, pegou a cabeça de Dolly Yandere e arrancou um fio de cabelo.

–Pra que isso? – perguntou Diego.

–Não te interessa! Vão embora se quiserem... – Ao estava irritado.

Foi o que fizemos.Não pensei que Ao tivesse um lado tão ruim assim: possessivo, louco, descontrolado, capaz de fazer qualquer coisa quando está com raiva. Fiquei um pouco temerosa por Diego.

–Suas mãos estão sangrando... –reparou Diego.

–Ah, tudo bem, não é nada. – assegurei.

–Melhor colocar um curativo.

Na casa de Ao ele colocou um.

–Será que vamos ter que lutar assim mais vezes? – perguntei.

–Eu acho que sim, mas foi...horroroso!

–É. – concordei – Me pergunto quais serão as próximas almas.

–Tomara que não sejam garotas mimadas loucas por bonecas de novo. – comentou Diego.

Nós rimos, estar só com ele me faz sentir em casa. Só que isso acabou quando Ao chegou.

–Alice eu peguei umas roupas de Dolly Yandere pra você vestir. – anunciou quando entrou na sala.

–Ah, obrigada. – agradeci.

–Não são lindas? – perguntou – Tome um banho e coloque uma. Aposto que você fica muito fofa com elas.

–Tá bem... – fui ao banheiro com as roupas e a toalha que Ao me deu.

–Tome um banho na banheira. – pediu ele.

–Por quê? – indaguei.

–Porque princesas tomam banhos em banheiras.

Ache isso estranho, mas tomei banho na banheira. Alguns minutos depois de eu entrar na água Ao entrou no banheiro.

–AH! – tomei um susto – Ao o que você está fazendo aqui?!

–Ah, é que eu... queria saber como são as garotas. – respondeu ele – Quer dizer dá pra saber que seus peitos são maiores. Mas o que tem na parte de baixo?

–Não! – me escondi na água apavorada – Isso é coisa de pervertido!

–O que é “pervertido”?

–São garotos que tem a atitude de ver garotas nuas! – xinguei.

–Me desculpe é que eu...

–Sai! Sai daqui! – mandei e ele saiu.

Coloquei um dos vestidos que ele trouxe, era amarelo com cinza mas bonito. Quando saí do banheiro Ao estava a minha espera na cama.

–Onde está Diego? – indaguei.

–Já está dormindo.

No outro dia Diego me contou que Ao o pegou na retaguarda e lhe deu uma paulada na cabeça, tão forte que ele desmaiou.

–Deite aqui. – pediu Ao e eu obedeci – Me desculpe pelo banheiro. É que eu não sei o que pode e o que não pode. Você nunca deve ter visto um garoto sem roupa,não é?

–Ao... – eu não sabia o que dizer, porque eu já tinha visto sim.

Ele segurou minha mão e a beijou, começou a esfregar o rosto na minha palma.

–O que está fazendo? – perguntei envergonhada.

–É errado? – ele parou.

–Não é que...ás vezes você parece um gato. – ri.

Ele também riu. Será que ele poderia ser um garoto normal? Não sabia se ele era desequilibrado mental, mas foi o que pareceu. Talvez esse mundo o tivesse enlouquecido, de tanto que ele sofreu no passado ficou maluco.

–Como foi a sua vida Ao? – tentei.

Ele virou o rosto.

–Eu... – começou -...não quero falar disso.

–Por favor. – pedi – Assim saberei mais sobre você, quero ajudá-lo a carregar essa dor que você sente, quero carregar seu sofrimento e rancor...

–Mesmo tendo tanta dor em si mesma?

–Sim. – assenti. – Conte-me sua mágoa, deixe-me ajudá-lo.

E ele me contou sua história,eu entendi o porquê de ele ser tão louco,entendi a razão pela qual ele precisa de alguém. Queria muito ajudá-lo com seu sofrimento, mas não podia concordar em ficar ali.Deusa falou das conseqüências e disse que me mataria se eu aceitasse ficar com Ao. Assim ele só sofreria mais. “O que eu faço?” me perguntava” Não posso deixá-lo sozinho mas também não posso ficar. O que eu vou fazer?”


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Notas finais do capítulo

*Damare: Cala a boca!
Diego: Que pervertido!
Alice: Pois é, mas o coitado não sabe de nada mesmo. Temos de dar crédito.
Eu: Minha reação seria pior que a sua Alice.
"-Sai!S-sai!Sai daqui! - gritando feito louca"
Alice: Ele ia se traumatizar.
Eu: Odeio pervertidos!
Diego: Ai dele, que chegue perto da Alice de novo.
Alice: Aí ele vai te pegar na retaguarda e te dar uma paulada na cabeça de novo.
Diego:... ~envergonhado ~ Aquele imbecil, covarde...
Eu: rsrsrs... Agora se quiserem saber o que aconteceu com Ao mesmo, vão ter que ler mais! Já estou escrevendo até a segunda temporada, aguardem.



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