A terra divina estava com problemas. Não é como se as pessoas não notassem isso. É uma coisa um tanto comum.

Zeus, com toda sua grandiosidade e poder, não conseguia pensar numa maneira de impedir a guerra que começava a se formar. Havia um confronto entre os céus e os mares. Existiam faíscas de raiva entre os deuses, mas bem, o que poderíamos esperar? Irmãos possuem uma facilidade para se provocarem, e costumam sentir prazer em brigar.

Porém, desta vez era diferente. As implicâncias não eram somente entre os irmãos. Todo o povo estava envolvido. Chegou ao ponto de criaturas do mar e o povo do Olimpo não se suportarem mais. Já não estava mais entre deuses menores e náiades. Semideuses já corriam mais perigo que o normal. Além de brigas constantes no acampamento.

Zeus e Poseidon tentavam deixar as diferenças de lado, pelo bem de seu povo, mas a situação já estava fora de controle. Mesmo que parassem com as brigas e tentassem diminuir as diferenças, o que já estavam tentando fazer, o povo não se convencia.

Os problemas não se limitavam só aos céus e aos mares. O Mundo Inferior estava um caos. Hades já estava ficando louco com tanta desordem. Os deuses menores começaram uma revolta, e até os monstros ficaram fora de controle. Tudo por um mal entendido. Aquelas coisas que poderiam se resolver com uma simples conversa, mas que acabam tomando proporções muito maiores.

Alguns líderes da tal rebelião já começavam a pensar nas consequências de tudo aquilo, se preocupavam com o seu povo, e ainda mais que isso; com seus filhos. Porque eles podiam ser imortais, mas os semideuses não eram. Tantos monstros a solta somente comprometia a segurança de todos eles.

Precisavam de algo que conseguisse acalmar o povo. Todos precisavam. Pela segurança de seus filhos, porque poderiam esquecer de demonstrar, mas se importavam.

Atena tinha um plano para fazer o fogo baixar. E com a ajuda de Afrodite, conseguiu com que ele se tornasse infalível. Portanto as duas foram apresentá-lo aos deuses.

A ideia era fazer com que o povo tivesse uma distração para se preocupar. Algo simbólico o suficiente para que deixassem as diferenças de lado. Uma coisa forte o suficiente para admirarem. Afrodite e Atena concordaram que um casamento seria perfeito. Se conseguissem juntar os semideuses favoritos de todos, as pessoas voltariam a conviver em paz novamente.

Os antigos reis faziam isso, por que não poderiam tentar, então? Costumava funcionar. Uma união capaz de trazer a paz.

Atena decidiu procurar Afrodite porque sabia que, por mais que as intenções fossem as melhores, não seria nada além de uma grande crueldade se aqueles semideuses não pudessem se amar algum dia. Então Afrodite cuidou de tal parte.

Escolheram cuidadosamente os semideuses que conseguiriam acalmar a população e também que teriam a oportunidade de serem felizes algum dia. Afrodite falara que eles poderiam até chegar a se apaixonar num futuro distante, sem que houvesse qualquer interferência. Mas a situação não permitia que esperassem pela ação do tempo ou da sorte.

E, bem, hoje é o dia do meu casamento.