Newho:Escolhidos do Destino escrita por justnogs


Capítulo 3
The discovery of a new truth


Notas iniciais do capítulo

Geral vê, ninguém comenta. Comentem seus lindos



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A chuva começou a cair pesadamente quando os clones chegavam perto de mim. Ficamos de costas pra os outros, formando um triângulo.

–O que vamos fazer? -Bruce parecia apático. Ele nunca foi de demonstrar sentimentos mas cercado por clones imaginei que seria diferente.

–Não sei mas temos que pensar logo. -Rick parecia em pânico e tremendo.

–Eu não quero morrer. -Bruce parecia aterrorizado. Ele nunca havia ficado assim.

–Não vai ser tão ruim. Pelo menos estamos juntos. -Rick falou isso em meio a sorrisos e risadas.

–Por que você esta rindo? -Só quando falei que notei o quanto estava com raiva de Rick. Ele nos convenceu a ir pra casa dele e agora íamos morrer e ele rindo.

–Amo vocês. Se for pra morrer com vocês não tem problema. -Bruce nos abraçou e então notei algo. Os clones estavam paralisados.

–Eles pararam. O que houve? -Eu estava aterrorizado. Meu emocional estava mudando muito.

Os clones começaram a sumir um por um até sobrar apenas o original. Ele estava chorando e tremendo, como uma criança. Do telhado de um prédio saltou uma menina que caiu entre nós e ele. Mesmo só vendo as costas dela pude notar algumas coisas. Ela tinha o cabelo preto e repicado, no ombro. Ela era magra e devia ter dois ou três centímetros a menos que eu. Ela estava com um all star preto de cano médio, short jeans e uma camisa branca com listras em formato de "M". Carlos se recuperou e então notou a menina.

–Mandaram a princesinha para cuidar deles, né? Não adianta. Você também vai morrer.

Ele foi na direção dela, desferindo socos na direção de sua face. Ela desviou fácil e impressionantemente. Ela segurou as duas mãos dele e ele caiu ajoelhado e novamente chorando. Ela levantou a perna e, com um último golpe, acertou um chute na face dele, desmaiando-o.

Ela se virou e a imagem mental que eu havia feito estava errada. Ele tinha o rosto quadrado e os olhos grandes. Usava um cordão de pimenta. Ela veio caminhando até nós.

–Prestem atenção. -Um brilho surgiu as costas dela e pude notar que o corpo do homem havia sumido. -Não posso explicar agora mas vocês vão ter que vir comigo domingo. Suas mães sabem o porque. E, lembrem-se: ninguém pode saber disso. -Ela tocou num botão do relógio e uma luz forte emanou dela e de repente ela havia sumido.

Ficamos um minuto inteiro olhando para onde ela estava mas nada aconteceu. A chuva parou e fomos andando para a casa de Rick em total silêncio. Era uma casa pequena e apertada. Passamos pela cozinha e fomos para o quarto. Eu e Bruce caímos na cama e Rick sentou num banquinho que sempre ficava ali, eu nem sabia o porque.

–O que foi aquilo? -Rick quebrou o silêncio.

–O que ela quis dizer com ir com ela domigo? -Bruce falou, ainda tentando por as idéias no lugar assim como eu.

–Domingo vamos descobrir mas o que me preocupa é: Aquele cara tinha clones.

–Será que ele se clonou ou era tipo um super poder? -Rick falou. Horas antes eu acharia loucura ou brincadeira mas naquele momento eu realmente gostaria saber.

–Acho que era um poder porque se fossem clones eles não sumiriam. -Realmente o que Bruce disse fazia sentido se é que alguma coisa estava fazendo sentido.

–Sendo assim, qual era o poder dela?

–Vamos comer e voltar pra escola. -Rick levantou e foi pra cozinha fritar filé de frango e batata frita.

–Andrew...

–Fala Bruce.

–Será que nós temos poderes?

–Acho que não. Somos só pessoas normais.

Quando chegar em casa eu ia falar com minha mãe. A comida ficou logo pronta e fomos para a cozinha comer. Acabamos em vinte minutos, sem uma conversa se quer.

–Vamos logo pra escola. Ela dise para manter as aparências. -Bruce falou em tom sério.

Fomos por outro caminho, mais longo e mais demorado. Levamos o dobro do tempo para chegar a escola. Eu e Rick estavamos pingando de suor. Bruce estava normal como se estivesse no ar condicionado. A palestra de segurança no trabalho havia começado e Mandy nos esperava num banco perto do auditório.

–Vocês demoraram... A palestra já até começou. -Ela levantou quando nos aproximamos. -Que caras são essas?

–Nada, ta doida. -Eu falava forçando uma cara natural o que devia parecer bem estranho, Bruce e Rick não estavam melhor. -Estamos só cansados.

–Vamos logo lá pra dentro, bocós. -Mandy entrou no auditório.

–Finjam que nada aconteceu. Não podemos dar bandeira. -Falei e, com a mão, ascenei para entrarmos no auditório.

O canto que estávamos de manhã estava cheio então sentamos no outro, mais para o meio. Mandy e Rick dormiram, Bruce e eu ficamos calados, assistindo a palestra, mas eu tinha certeza que assim como eu a mente de Bruce não estava ali. "Vocês terão que vir comigo domingo". Quase todas as provas de fim de ano passaram e sei que mandei bem. Só faltava Matemática porque o professor resolveu viajar no meio do ano escolar mas eu estava com notas boas e era isso que importava. Semana que vem é a entrega dos resultados e pelo jeito não estarei aqui. Rick começou a se mexer durante o sono, de forma estranha. Chamei a atenção de Bruce para Rick. De repente ele respirou fundo pela boca e parou. Cheguei perto e ouvi seu coração. Ele estava bem, só um pesadelo. Estava muito calor daquele lado. Minha roupa molhada de chuva parecia estar secando.

Em poucos minutos comecei a suar e Bruce se abanava, reclamando do calor. Bruce nunca ficava com calor.

–Que calor. -Mandy acordou e se espreguiçava. -Vou la fora beber água.

–Enche minha garrafinha. -Bruce entregou a garrafa e foi em direção a porta do auditório. Olhei ao redor e notei muitas pessoas se abanando. O palestrante estava visivelmente pingando de suor.

–Tem alguma coisa errada. O ar está no máximo. -Bruce falou.

Olhei para Rick e nem uma gota de suor descia de sua testa. Me aproximei e antes de colocar a mão na cabeça dele pude sentir o calor emanar dele. Era como aquele ar quente de quando o forno esta ligado a muito tempo e você abre para ver se a comida está pronta. Me distanciei sem chamar a atenção de Bruce. Estava tudo escuro e ninguém havia notado ainda. Ao redor de Rick eu podia ver o calor emanar. Foi quando notei que estava escuro e eu não devia estar vendo aquilo. Olhei pra cima procurando um canhão de luz mal posicionado mas não havia nenhuma. Quando olhei pra Rick de novo pude ver que ele estava tendo um pesadelo. Seu rosto estava rígido e amedrontado. E a luz... Era Rick. A pele dele emanava a luz. Bruce agora havia notado. No momento em que ia me virar para falar com Bruce, Rick acordou num pulo e segurou meu antebraço.

–Eu vou entrar pegar fogo. Tirem todos daqui... JÁ! -Puxei o antebraço, sentindo a dor me consumir. A palma da mão de Rick estava marcada na minha pele.

–Bruce pega o extintor e eu toco o alarme. Não esquece das mochilas... Agora!-Sussurei para não alertar os demais.

Peguei a mochila e corri para o sinal mais perto que era ao lado da porta do auditório do lado externo. Quando puxei a alavanca e uma sirene começou, uma voz que parecia a do diretor num alto falante ficava repetindo que não era um treinamento e as portas de emergência que davam na rua abriram. Todos sairam correndo e pude ver Bruce voltando contra o fluxo de pessoas com o extintor em mãos. Faltavam menos de dez pessoas quando vencemos o fluxo e pudemos ter visão da situação. Rick estava em chamas assim como todas as cadeiras e a parede. Ele não sentia nada apenas olhava impressionado.

–Rick, vou apagar okay? -Bruce apontou o extintor para Rick.

–Isso é incrível. -Rick estendeu a mão para um canhão de luz e chamas foram lançadas no tal. -Também temos poderes... Bem, eu tenho. Vocês serão testados, amigos. -Tudo estava se consumindo em chamas. Pude ouvir sirenes a distância.

–Rick, temos que ir. Consegue controlar?

–Acho que sim. -A calça de Rick mais parecia uma bermuda e a camisa eram frangalhos. Ele saiu das chamas e seu corpo estava normal. Corremos pra porta de emergência com Rick usando o extintor para abrir caminho. Dei meu casaco para Rick para não mostrar o quanto ele sofreu com o fogo.

–Vamos logo. -Saímos e os bombeiros estavam chegando. Mandy e alguns colegas estavam chorando, mas, quando ela nos viu, abriu um sorriso e correu para nos abraçar.

–Seus idiotas! Nunca mais façam isso! -Enquanto estávamos dando um abraço em conjunto nela pude sentir que Rick ainda estava quente mas não de uma maneira anormal e sim como se estivesse febril.

–Alunos, estão liberados. Terceiro ano de psicanálise ainda terá aula externa amanhã mas as demais turmas não precisam comparecer. -O alto falante com a voz do diretor soava novamente. Dessa vez não era uma gravação pois a preocupação na voz dele quanto a escola era palpável.

–Nem assim ficamos sem essa merda de aula externa. -Bruce falou enquanto caminhavamos para o ponto de ônibus.

–Você está bem, Rick? -Mandy notou ele meio abalado ainda. Ele olhou para nós dois como quem perguntava se ela podia saber. Negamos com a cabeça. Mandy é nossa melhor amiga mas ela podia correr perigo e seria insuportável se acontecesse alguma coisa.

–To bem, "miga". -Rick e sua mania de abreviar as palavras. O ônibus que Mandy pegava chegou logo. Nos despedimos e ela subiu rapidamente para ir embora.

–Vamos para sua casa de novo, Rick. Precisamos entender o que aconteceu com você. -Bruce falou assim que o ônibus começou a andar.

–Não, "migo". Vamos parar ali no "Vira-lata" mesmo. -Vira-Lata é um bar que tem salgado bem barato na calçada contrária a da escola. Atravessamos a rua e sentamos nas cadeiras de plástico que rodeavam uma mesa.

–Fala, Rick.


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Notas finais do capítulo

Sem copiar mas homenagens podem c:



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