Sorry Kahl escrita por NanamiOppai


Capítulo 1
One-shot


Notas iniciais do capítulo

Oi, fiz essa fic só pra descontrair depois de um pesadelo que tive com o meu falecido primo. explico melhor isso lá embaixo... espero que gostem e perdoe se tiver erros.



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Eu simplesmente não queria acreditar.

Lembro-me de quando Stan me ligou, para dar a noticia.

Alo Cartman? — a voz dele era tremula.

Oi, que foi? — perguntei um tanto preocupado.

Cara, o Kyle... ele... — não conseguia terminar a frase.

Olha, não tenho tempo pra perder com as crises de viadagem sua e de Kyle, fala logo o que quer. — pedi já nervoso então o ouso falando a alguém que não conseguia falar e passa o telefone para Kenny.

Cartman. — a voz de Kenny também estava tremula. — O Kyle, esta com câncer. — eu paralisei naquele momento. Deixei o telefone cair no chão e sai correndo em direção da casa de Stan.

Chegando lá bato desesperadamente na porta e quando se abre, Kenny estava com os olhos vermelhos.

Explicaram-me que ele estava ultimamente estranho, com dores de cabeça e perda de memória e quando foi ao hospital, disseram que esse estava desenvolvendo um tumor no cérebro que não tinha cura.

Passou-se nove meses, Kyle todo dia fazia fisioterapia, até que seu cabelo começou a cair tendo ele que raspar, dava para ver em seus olhos em cada um dos dias a tristeza de saber que estava morrendo e que não podia fazer nada. Então tentei conversar com ele.

— Kahl. — demorei a encontrá-lo, esse tinha se escondido perto da floresta de South park. Ele se encontrava fumando maconha e com lagrimas nos olhos.

— Sabe por que eu tenho que fumar essa merda, bundão? Para não sentir dor. Sabe como isso é horrível? — falou em um tom morto.

Sentei-me ao lado dele, sua cabeça raspada era escondida pela ushanka verde, seus lábios estavam rachados, sua pele ligeiramente corada pelo frio e parecia fraco, desacreditado, suas orbes não tinham mais aquele brilho costumeiro. Doía vê-lo assim.

— Todo dia eu não consigo dormir direito com medo de não acordar mais. Vejo minha família se definhar aos poucos morrendo junto comigo. Minha mãe chora toda noite assim como eu. Meu pai e meu irmão tentam não falar mais tanto comigo e tudo isso por causa dessa maldita doença. — ele olha para mim vendo meu olhar serio fitando a neve que rodeava meu corpo. — Vamos Cartman, ria de mim, diga que mereço tudo isso, que finalmente se livrara de mim. Vamos. — Ele aumentava o tom de voz a cada palavra e eu via pelo canto dos olhos ele começar a lacrimejar. — Vamos porra, fale o quanto você pediu a Deus para que ele se livrasse de mim, diga como você esperou e zelou pelo dia que me veria na pior. — agora chorava verdadeiramente deixando as lagrimas rolarem pelo seu rosto. — Diga alguma coisa, seu bundão maldito. Vamos, FALE PORRA. FALE QUE ME ODEIA E QUE NÃO SE IMPORTA COM MEU SOFRIMENTO. — começou a me dar socos e a gritar entre as lagrimar, eu apenas ficava encarando a neve, não agüentaria encará-lo. — por que não diz nada? — perguntou cessando seus berros e socos.

— Você acha mesmo que eu não me importo. Judeuzinho de merda? — Não o deixo dar uma resposta, apenas me levanto e sigo o caminho para minha casa.

Passou-se um ano, Kyle continuava lutando contra a doença, e eu tentava me manter longe dele, pelo simples motivo de não saber como o encarar.

Eu estava em casa vendo TV e comendo frango frito do KFC quando a campainha toca.

— Mãeeee, a porta. — gritei e logo essa aparece e vai atender quem quer que seja e assim que ela abre o moreno de olhos azuis pula pra dentro.

— Cartman. — Stan foi até mim se apoiando nos joelhos e respirando fundo, dava para ver que sua respiração estava pesada, devia estar correndo. Ao olhar pra mim via que seus olhos estavam vermelhos de tanto chorar e assim que vê minha cara de surpresa se põem aos prantos novamente.

— Calma, Stan, o que aconteceu? — perguntei e ele me levanta do sofá.

— O Kyle... Ta morrendo... Ele teve uma recaída e esta no hospital em estado de observação. Fizeram exames e descobriram que ele esta no ultimo nível do câncer. Ele tem pouco tempo de vida. —ele parecia vomitar as palavras de tanto desgosto que senti a falar que o seu melhor amigo morreria.

Eu por outro lado entrei em estado de choque, não sabia o que fazer, mas com toda certeza não queria ver o judeu naquele estado.

— Stan, saia da minha casa. — eu falei friamente e o mesmo me olhos.

— O que? — perguntou fingindo não ter escudado.

— Foda-se o Kyle e todos vocês, apenas suma da minha vista. — ele parecia não acreditar no que eu dizia, ficou ali parado me olhando. — EU MANDEI SUMIR. — gritei e ele me olhou com ódio.

— Esta adorando isso, né? — fala isso e se vira saindo pela porta, minha mãe fecha e vai a mim.

— Não vai ir ver seu amigo no hospital, querido? — perguntou.

— Não me enche, mãe. — falei subindo as escadas e indo para meu quarto.

Tranquei-me ali e sentei-me ao pé da cama, abraçando meus joelhos e ficando daquela forma por um bom tempo. Não queria falar com ninguém, nem ver ninguém, só queria ficar sozinho.

Passou-se cinco dias, eu não falava mais com ninguém, estava com puro desgosto da vida, apenas ia pra escola e voltava pra casa me trancando no quarto. Eu não era mais como antes, será que era por Kyle? Ou melhor. Por que eu me importava? Todos estão certos, eu deveria estar amando saber que finalmente me livraria do judeu filho da puta. Mas por que pensar nisso me deprimia tanto?

Recebi um telefonema, eu não queria atender, mas o ser era tão persistente que acabei cedendo.

Alo? — minha voz era rouca e morta.

Quem fala? — era a voz de um homem.

— Me responde você, seu palhaço, foi você quem me ligou.

Bom, Não sei se sabe algo a respeito, mas quem fala é Andrew do Hospital Passo para o inferno. Só ligamos por que um dos pacientes, Kyle Broflovski tinha em mãos este telefone e...

Como ele esta? — perguntei interrompendo Andrew, meio curioso, a saber, o porquê de Kyle estar com meu telefone.

Bom, acho que ele não passara de hoje. — falou.

C-como assim. — gaguejo assustado.

Ele já esta muito fraco, os médicos até já o aplicaram a anestesia para esse morrer sem sentir dor. Acho que ele não suportara muito mais. — comecei a tremer.

— Vai se foder. O Kyle não pode morrer. — desliguei na cara do homem e me sentei ao lado do telefone.

Comecei a entrar em pânico, eu não iria mais ver o judeu. Não. Não posso aceitar isso.

Peguei meu casaco e sai pela porta de casa. Comecei a correr em caminho ao hospital, entrei e parei na recepção.

— Aonde esta Kyle Broflovski? — perguntei apresado respirando profundamente pelo cansaço de ter corrido.

— Acho que no segundo andar, quarto 13. — assim que ela falou sai correndo, subi as escadas e procurei pelo quarto e quando achei o “13” parei.

O que eu faria? Eu não sabia ao menos o que dizer a ele. Eu sabia o porquê de correr até ali. Queria vê-lo? Mas por quê?

Não vim visitá-lo por que não queria o ver assim, o Kyle que eu conheço iria me bater, me xingar, mandar eu me foder e me chamar de bundão, mas quando fui tentar falar com ele eu não vi o Kyle de sempre, vi apenas alguém tentando sobreviver. Por que é isso que humanos fazem, certo? Nós não vivemos, e sim, sobrevivemos.

Criei coragem e abri a porta do quarto vendo o ruivo agora careca, deitado na cama ligado a aparelhos que mediam seus batimentos cardíacos e o davam remédios pelas veias. Aproximei-me da cama vendo esse com pequenos tubos em suas narinas para poder respirar, seus olhos fechados e a pele pálida.

— Hey, judeu. Acabei vindo. — falei não sabendo se esse me ouvia.

Sentei em uma cadeira ao lado de sua cama e peguei em sua mão, estava gelada.

— Ei, Kahl, você ta me ouvindo? Responde. — pedia sentindo meus olhos encherem de lagrimas e tudo que esse fazia era ficar ali parado e eu o vendo respirar cautelosamente.

Acariciei seu rosto e deixei as lagrimas caírem, lagrimas honestas e de dor, algo que era raro em mim.

Só não sabia o porquê de mim esta chorando. Era por vê-lo daquela forma deplorável? Era realmente por ele? Eu sentiria sua falta?

— Kyle. Levanta daí, vem brigar comigo, me chamar de gordo e de bundão, assim eu respondo que você é um judeuzinho de merda. — sim eu chorava por ele, e chorava de verdade, eu sentia a dor de cada uma das gotas que caiam ao chão. — Kahl, você é forte, vamos, sei que consegue superar isso, como da vez que você quase morre quando o homem-urso-porco te pegou, lembra? Eu te salvei. — dei um sorriso me lembrando de o ver começar a respirar novamente e eu sentir o alivio a vê-lo vivo. Mas agora ele não queria acordar.

Inclinei-me um pouco e o levantei minimamente o dando um abraço que não foi contribuído. Deixei tudo que eu tinha segurado sair, cada uma das gotas de lagrima que segurei para parecer forte, tudo. O abraçava com força, queria senti-lo melhor.

— Kyle... EU TE AMO, CARA, TE AMO. — gritei tentando secar as lagrimas inutilmente.

Deito-o novamente e depósito um beijo de leve em seus lábios.

— Não me abandona. Eu não vivo sem você, tanto que quando foi pra San Francisco fui atrás de você, seguia você por todo lugar te irritando tentando ter sua atenção. Quer ouvir desculpas? Eu falo. Desculpa por tudo, desculpa por te chamar de judeu, ruivo de Jersey, monstro, vampiro diurno, tudo. Desculpa por te meter em coisas minhas e por te culpar pelo onze de setembro. Perdoa-me, Kahl, mas não me deixa. Sei que sou egoísta de querer que você fique, mas pense em Stan e Kenny, ele vão chorar. — eu falava em meio a desespero e balançando tentando fazer despertar.

Então as batidas cardíacas dele começaram a diminuir, olhei para a maquina que mostrava as linhas e via seu pulso diminuir.

— Não. — falei indignado com o que eu via. — Kahl. Reaja, vamos. — gritava e balançando mais ele não parecia se mover.

Continuava a diminuir, então me sentei novamente e peguei sua mão a segurando, ouvindo os pips irem cada vez demorando mais. Abaixei a cabeça chorando, o que eu faria?

— Bundão... então foi você que me salvou... Em San Francisto?! Valeu. —ouvi a voz rouca e senti minha mão ser levemente apertada, levanto o rosto rapidamente e me deparo com os verdes me encarando e ele com um sorriso mínimo no rosto.

—Kyle? — falei esperançoso.

—Hey, Eric... — sua voz fica ainda mais fraca e assim ele puxa com dificuldade minha mão até seus labios e a beija levemente. —também te amo... Idiota. — saiu uma única lagrima de seus olhos e logo sua cabeça cai para o lado e os pips da maquina viram só um. Hesitei por um momento vendo-o sem forças e com os olhos abertos mais sem vida.

— Não, não, não, não, não, NÃO,Kyle, KYLE. — berro soltando sua mão e ao me virar vejo Kenny e Stan na porta me olhando e chorando. Há quando tempo estavam ali?

Passo por ele e grito por alguém e logo um medico entra no quarto junto de enfermeiras, correm até Kyle tentando o reanimar inutilmente. Até que o dão como morto cobrindo seu rosto e desligando os aparelhos. Vai até mim e os menino e nos olha seriamente bem nos olhos e sai do quarto.

Cai de joelhos ao chão e me abaixo começando a socar o mesmo, gritava e berrava de dor de perder o judeu. E Stan e Kenny me olhavam a me deplorar sofrendo também. Abaixam-se segurando os meus braços vendo que meus dedos já sangravam de tanto bater no piso duro.

Eu gritava o nome de Kyle e eles me pediam para parar com isso e eu fingia não ouvi-los.

Eu não queria acreditar no que eu via.

Que tudo isso fosse um pesadelo. Um doce pesadelo para me mostrando que não vivo sem ele.

Deus... Não sei se esta a me ouvir, mas me leve no lugar dele. Ninguém se importaria comigo, eu sou escoria para todos, sou um lixo, um merda... Se levá-lo esta fazendo muitos chorarem. Leva-me e o deixe, por favor...

Hey Eric... Também te amo... Idiota.

Essas foram as ultimas palavras que eu ouvi dele.

Sorry Kahl...


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Notas finais do capítulo

Bem... eu tive um primo que morreu com câncer e eu nunca ia visita-lo no hospital pois eu não sabia almenos o que dize-lo. Ele me ligava e fala comigo pedindo pra mim ir visita-lo e eu inventava desculpas para não ir. Então quando ele morreu eu fui ao seu velório e vi minha tia gritar por ele. Enquanto todos ali mereciam sofrer por perde-lo eu não, pois nem forte o suficiente fui pra dizer adeus pra ele. Ai pensei se fosse o Cartman no meu lugar e acabou dando nessa fic. bom espero que tenham gostado. kissus nanami


Ps: estou fazendo uma continuação dessa One, o nome da fic é Insanyt. confiram