Minha Vida Existe Para Viver com Você escrita por Anita


Capítulo 8
Proteção




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O fogo queimava contra seu rosto e tornava o ar difícil de respirar, mas Rei insistiu em suas preces para que pudesse ver mais. Ao menos, um pouco mais.

Em pensar que por anos mal passara pela sala não fosse para limpá-la. Agora, não saía de lá na esperança de que o fogo lhe revelasse o que faltava naquele quebra-cabeça desmontado de sua memória. Mesmo as peças que ela já possuía não se ajeitavam direito. Sabia que já as estava espremendo umas contra as outras; a imagem que formava nunca faria qualquer sentido porque aquele não era o encaixe perfeito.

Olhou insistente para dentro do fogo, ignorando a ardência de seus olhos ressecados. Lá estavam aqueles personagens de que ela própria fazia parte. Algumas vezes, via imagens que sequer pareciam haver acontecido naquele planeta e sim na Lua. Literalmente, na Lua. Mas, desta vez, como em outras, era-lhe mostrado o mais estranho: ela própria.

A Rei de dentro do fogo que não vivia fora da Terra, mas que usava o mesmo uniforme escolar que ela mesma já usara e brigava com seu avô, com Yuuichirou, quem ela não via desde que ele decidira deixar o templo anos atrás. Só que também brigava com Usagi Tsukino, uma pessoa que Rei nunca havia visto antes daquele dia na empresa a não ser por fotos de seu namorado. E estava cercada de pessoas que a faziam se sentir nostálgica ainda que nem as conhecesse de verdade: Ami Mizuno, Makoto Kino, Minako Aino. A menina da agência de matrimônios, a moça que trabalhava com Jadeite e a garçonete. Desconhecidas e, ao mesmo tempo, amigas queridas dentro de sua vida alternativa no fogo.

O que era aquilo? Por que lhe doía tanto? Por que era isso que o fogo sagrado lhe mostrava no lugar de lhe ensinar mais sobre os seres que as atacavam e sobre o papel de Jadeite naquilo?

Com as mãos trêmulas, Rei correu até seu quarto e abriu um baú com os objetos de seu passado. As coisas de sua mãe falecida, algumas anotações do colégio, fotos com amigas. Nada. Nenhum indício daquela visão. Nem mesmo o tal comunicador que aparecia no fogo estava ali. Ou a caneta mágica que a tornava igual à imagem passada no reino da Lua.

Pegou as fotos já espalhadas pelo chão e as pôs coladas contra seu nariz. Queria qualquer indício de que ela e aquelas meninas possuíram uma vida em comum... mas não achava nada.

Por que havia duas vidas? Por que a que vivia naquele instante parecia a mais irreal? Por que aqueles sonhos e visões vieram sacudir tudo?

Tudo havia começado com Jadeite, não era? Deixou-se sentar sobre as pernas no chão do quarto e ponderou sobre a hipótese. O sonho mais antigo de que se lembrava não havia sido o primeiro. Pensando melhor, ela já vinha tendo visões parecidas; apenas as esquecia assim que abria os olhos. Isso até a noite em que acordara nos braços de quem havia supostamente tentado matá-la um dia.

Mas Jadeite... Ela o amava e não havia duvidado que fosse retribuída até então.

E se estivesse vendo da forma errada? Todas as vezes que indagava ao fogo, não era o caos que via. Eram lembranças: umas tristes, outras felizes. Mas apenas lembranças. Nenhuma premonição, nenhum futuro sombrio. Seu mundo continuava o mesmo, seu namorado ainda lhe seguia qualquer pedido e até a deixava em paz, enquanto Rei seguia a busca louca por um sentido para seus sonhos. Podia não ser um presságio e sim um pedido de seu corpo que se lembrasse daqueles dias tão importantes.

A grande pergunta era: se as visões não fossem nada além de uma visão do passado, por que ela havia se esquecido de tudo? Por que todos também se esqueceram? Por que ela não reconhecia essas pessoas que lhe pareciam tão importantes?

– Rei?

Ergueu a cabeça de suas mãos tensas, apertando cada articulação uma da outra. Jadeite entrava timidamente em seu quarto.

– Nossa, você está toda suada. – Ele riu, oferecendo o braço como apoio.

– Aconteceu alguma coisa?

– É que é sábado... E a gente não tem passado muito tempo juntos. Eu tinha ligado antes e seu avô em disse que você estava ocupada com o fogo sagrado aí decidi vir pessoalmente, esperando que já tivesse acabado, ou que pudesse fazer uma pausa para o almoço. – E olhou ao redor do quarto, como se demonstrando que estava certo. – Dei sorte, né?

– Ah... Sim. – Rei ainda se mantinha sentada,e agora suas mãos seguravam o tecido do uniforme de sacerdotisa.

– Algum problema, Rei? – Ele se ajoelhou à sua frente e fez menção de lhe segurar os ombros, mas parou suas mãos a milímetros do quimono branco.

Ela observou o rosto ficar cada vez mais próximo. Era seu Jadeite. Aquele que a amava e se embolava um pouco com as palavras. Ele sequer conseguia pronunciar seu nome direito quando a conhecera e praticara seguidamente até ser a palavra que dizia mais claramente.

– Talvez – respondeu-lhe honestamente. Pois era como se ainda conseguisse ver os olhos congelados daquele homem de suas visões.

– Algo com o templo? Desde antes de te conhecer que você não liga muito para a parte espiritual daqui, né?

– Não, Jadeite. O problema tem mais a ver com você.

Como aquela surpresa em seus olhos – não congelados – poderia ser fingida? Rei inspirou fundo. Havia um limite para o que podia pedir aos deuses. Por isso, tinha que prosseguir. Ou não conseguiria nada.

– Preciso que seja sincero comigo – pediu a ele com firmeza. – Preciso que me diga o que sabe sobre o Milênio de Prata, sobre a Princesa Serenity e sobre o Dark Kingdom.

– Como? – Sentiu o corpo do outro se retesar um pouco, mas seu olhar lhe mostrou confusão.

– Jadeite, quero que me diga sobre os generais e o que você lembra sobre seu passado. Eu preciso saber.

– Meu p-passado? Não sei do que está falando, Rei. – Levando a mão à cabeça, passou a balançar esta lentamente.

– Por que tentou me matar? Por que nem eu, nem ninguém se lembra de nada? Você tem que saber de alguma coisa.

– E-eu...

Decepção. Ela o conhecia, sabia ler seu olhar e este lhe respondia que Jadeite sabia sim de algo. Por mais sinais que lhe enviasse que não fazia ideia do que lhe era pedido, de algo ele parecia saber.

– Jadeite!

– Eu não sei!

– É claro que sabe, não minta. – Rei continuou a impulsionar o corpo contra ele, não se importando de que o homem estivesse já deitado no chão como uma presa de morte iminente. – Diga tudo o que puder.

– Eu não sei – repetiu-lhe sem a encarar, contudo.

Aquela postura beirava à covardia. Contrariada com tal reação do namorado, em quem ela tanto queria voltar a confiar, Rei preparou-se para lhe dar um tapa e ultimou:

– Diga logo o que sabe sobre tudo!

Com o impacto, o rosto de Jadeite virou para um lado com a palma da mão e, quando retornou, o olhar que lhe era lançado parecia vir de outro. Daquele outro Jadeite.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Com uma espreguiçada, Usagi esticou os pés um por vez e olhou para o marido. Eles vinham andando fazia uma hora por toda Shinsaibashi. Havia sido legal quando tiraram as primeiras fotos e ele lhe comprara alguns mimos nas lojas que passaram por aquela rua comercial, mas agora ela só estava cansada.

– Vamos comer... – pediu, sabendo que fazia a voz de uma criança mimada.

Todavia, Mamoru não lhe respondeu.

– Qual é? Já cansei de andar aqui, vamos parar um pouco! – Usagi correu para alcançar o marido e agarrou seu braço com violência.

Como se ele não houvesse ouvido uma palavra antes, Mamoru voltou-se assustado para ela.

– Comer...

está com fome? – Ele levantou o braço livre e olhou para o relógio. – Ah, já é mais de uma. Nem percebi o tempo passar.

– Ai, fala sério. Vamos logo! – Usagi começou a puxá-lo até a saída da rua comercial.

– Você não devia estar de dieta?

– Eles já vão ajustar o vestido, não tem problema. E estamos viajando, não existe dieta no meio de uma viagem.

– Do jeito que vem me puxado pra lá e pra cá desde que pisamos na estação de Quioto, isto está mais para sua casa do que ponto turístico. E eles não podem prever quantas toneladas você pode engordar na hora de ajustar o vestido do casamento.

– Deixa de ser um chato.

– Afinal, para onde estamos indo?

Usagi pôde sentir a saliva chegar aos beiços.

– Um rodízio de carne! É ali perto da Loft.

– Carne? À vontade? Ai! – Mamoru reclamou quando ela parou bruscamente.

Toda a fome havia desaparecido com o tom usado pelo outro. Mamoru não estava sendo malvado como de costume...

– Ai, e se eu não couber naquele vestido lindo!? – O desespero fez sua boca secar enquanto ela o olhava esperando qualquer alívio.

– Eles podem dar um jeito se você não continuar engordando.

– Esse seu sorriso de príncipe encantado de vida cor de rosa que não sabe o que é andar com cuidado pra calça não rasgar me deixa irada!

– Como?

– Tá certo, vamos comer algo menos pesado... Conheço um lugar bem em frente ao prédio do outro restaurante. Mas você vai ter que compensar a economia que vai fazer, hein?

Em resposta, Mamoru apenas lhe sorriu afetuosamente e continuou a se deixar guiar, enquanto Usagi descansava um pouco a cabeça em seu braço. No estado de sonhos que o relacionamento dos dois se encontrava, aquela viagem tinha tudo para ser perfeita; um contraste completo com a última vez.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Era já meio da tarde quando o casal retornou a Quioto, descendo na última estação da linha de trem. Bastou subirem até a superfície para Usagi começar a saltitar pelo caminho. O coração de Mamoru se sentia dividido ao observar essa cena. Não sabia o que fazer desde a conversa que tivera com o casal de gatos, apenas que precisava proteger aquela felicidade a todo custo.

I’m so very sorry! – ouviu a esposa gritar afetada após esbarrar em uma pessoa que aparentava ser estrangeira. Em seguida, ela se voltou para Mamoru e deu um sorriso de satisfação.

– Por que toda a euforia? E como sabia que ele fala inglês?

– Ué, todo estrangeiro fala inglês! E não é lindo andar por Quioto e ver gente de todo o mundo?

Ele não conteve o riso:

– Nem parece que você mora em Tóquio. E sua faculdade também não tinha bastantes estrangeiros?

– É, mas aqui é diferente! É como se estivesse fora do Japão, num daqueles lugares turísticos tipo a Estátua da Liberdade.

– Você diz isso de uma cidade histórica? Você está quase literalmente cercada de templos japoneses.

– E por um montão de gringos.

E virou a cabeça rapidamente na direção de um casal passando. Um deles era um estrangeiro estereotipicamente alto que segurava um mapa e conversava em inglês com a mulher, esta aparentemente uma japonesa. Após uma risada pouco discreta, Usagi disse entre um suspiro:

– Adoro este ar de Quioto!

Entretanto, Mamoru não ouviu o restante das admirações da esposa. Aquele tópico fizera sua mente retornar aos gatos e a seu pedido a eles. Também àquele homem que encontrara no templo Hikawa. Ele era um estrangeiro, provavelmente. A forma como o havia olhado e a reverência com que o tratara, contudo, eram familiares, quase cotidianas. Não parecia haver o menor traço do sotaque que depois havia se revelado.

Era mais uma das sensações estranhas que vinham preenchendo seus dias. Como quando ouvira Usagi chamar por Endymion, ou quando conhecera o homem que dizia trabalhar para sua esposa. Ao menos, este ele já entendera por quê. Luna lhe revelara haver um general naquela empresa e que Mamoru já fora bem próximo dessas pessoas quando era Endymion.

Ainda assim, tudo parecia fantástico demais. Eles eram reencarnações de seres mágicos – quase mitológicos – e lutaram contra uma entidade maligna até a morte. Como em um milagre, porém, haviam sido trazidos de volta e passaram a ter uma vida normal tal qual a rainha do Milênio de Prata desejara desde o início.

Mas o que era normal naquele vazio? Naquele desespero por entender seus sonhos, o que se passava na cabeça de Usagi, o que era aquele estrangeiro? Ademais, por que os generais do tal Dark Kingdom também haviam sido trazidos de volta?

Mamoru havia implorado a Luna que nunca fizesse Usagi se recordar, que, em troca, devolvesse as memórias a ele próprio para que pudesse proteger sua amada. De nada adiantara; a gata não podia controlá-lo, um ser da Terra. Então, como cumpriria sua promessa sem saber? Fechou com força seus punhos e jurou mais uma vez que não importava o que não sabia, desde que Usagi não precisasse se lembrar.

E o vazio? Sentiria ela o mesmo? E se fosse o que ela realmente desejava, suas lembranças de volta? Mamoru sabia não ter o direito de privá-la disso, mas quem iria querer se lembrar da morte de tantos amigos, se tudo havia ocorrido como lhe fora narrado? As lágrimas que já a vira derramar mais de uma vez durante sonhos eram prova de o quanto a dor ainda persistia de tão profunda.

Sim, era o melhor. Usagi nunca deveria ter que passar por aquela dor. Ele precisava proteger aquela vida.

Mas precisamos do Cristal, Mamoru,” arguira-lhe o gato branco, Arthemis.

Era apenas para se defenderem dos tais generais caso decidissem atacar, certo? Bastava que não o decidissem. Ou que ele os impedisse caso fosse o que planejavam. E aquele estrangeiro sabia de algo. Luna o alertara a não procurar quem trabalhava com Usagi, mas nada havia comentado sobre o homem do templo.

– Mamo?

– Hm? – E mais uma vez, ele notou haver se desligado por completo de seu passeio com a esposa a ponto de nem ouvir o que ela lhe falava.

– Dá pra prestar atenção em mim ao menos? – Usagi pisou fundo na rua e parou por um momento. Suas bochechas pareciam pegar fogo assim como o olhar que lhe voltava.

– Err... Eu só me assustei com a forma como me chamou. Só isso, nada mais. – Não era de todo mentira.

– Quê?

– Você não costuma me chamar de Mamoru?

Com o rubor do rosto começando a enfraquecer, ela quedou-se pensativa.

– Costumo?

– Não que eu me importe. Digo, não me importo de jeito nenhum. – Sabia que agora era o rosto dele que ficava vermelho. Que espécie de assunto era aquele? – É só que eu me assustei.

Ela sorriu e voltou a andar apoiando-se em seu braço.

Mamoru suspirou discretamente. Realmente, aquela viagem era para ter sido sua melhor chance de provar como eles estavam bem, de fazer ótimas lembranças. Por isso, fizeram apenas uma visita breve a seu pai pela manhã e ficaram passeando pela parte jovem de Osaka. Estava óbvio que sua intenção ali não era de demonstrar amor filial e justamente o oposto: aproveitar a breve lua de mel e ir ver o pai. Mas sua cabeça não estava bem para qualquer que fosse o principal propósito.

Com o braço que estava enlaçado, puxou-a para um pouco mais perto do corpo. Precisava se vigiar agora que tinha uma noção melhor de quão frágil era aquela felicidade.

– Ah, o café é ali, né? – Ela apontou, soltando-o ao mesmo tempo para sua frustração. Então, passou a andar apressada até o lugar, não parecendo consciente de como ele sentia falta de seu peso e seu calor sobre o braço.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Em um momento, seu rosto estava sendo forçado para um lado pela mão pesada de Rei, no outro, Jadeite viu-se como se acordado à força de um longo sonho.

O turbilhão de lembranças e sentimentos que invadiu sua cabeça deixou-o imobilizado por um instante. Tão logo recuperou o controle de seu corpo, sentiu-se entrar em estado de emergência. Mesmo se arrependendo tão logo o fizera, afastou a namorada de si com urgência tal que o corpo dela bateu sonoramente contra a parede. Mas não havia tempo para desculpas, pois não havia desculpas que o perdoasse. Apressado, correu para fora do quarto e correu pelo templo e correu pelas escadas e correu pelas ruas. Precisava continuar correndo para o mais longe possível.

E agora? Procurava Kunzite? Por tanto tempo, nenhum dos dois entendia de onde vinha e formularam as mais absurdas teorias juntos. Agora estava tudo na cabeça de Jadeite, todo o passado, tudo o que haviam feito. Tudo. Em demasia.

Era tanto de que havia se lembrado que agora não se sentia mais na sua vizinhança, quando os arredores do templo de Rei sempre lhes foram mais familiares que seu próprio apartamento. Não mais. Aquele mundo todo não era mais o mesmo em que nascera e fora criado, quando ainda era um dos que serviam o príncipe Endymion.

Aquele homem... Era ele, certo? Era seu senhor; Jadeite tinha certeza disso agora. Mas ele não parecia se lembrar de nada, assim como todos os demais: Kunzite, Rei. Todos haviam perdido as lembranças por alguma razão. Para o próprio, era fácil imaginar qual: Beryl o havia matado. Após não ter mais uso para o general que vinha controlando, ela apenas o matara e passara para o próximo. Nephrite. E se o mesmo houvesse ocorrido a todos?

O que fosse que houvesse acontecido, era inegável que seu senhor parecia feliz com aquela moça, Usagi. Sim, a menina que trabalhava no departamento de Kunzite. Provavelmente, Sailor Moon, se bem se recordava. Seria ela também a reencarnação da princesa Serenity? Definitivamente, parecia sê-lo no físico. Sendo assim, era incontestável que seu senhor estivesse feliz naquela vida. Seria um crime procurar por sua ajuda. Não podia sequer vê-lo mais; bastara um contato com ele para Jadeite lembrar seu nome como reflexo, um contato prolongado poderia despertar as memórias perdidas de seu príncipe.

Cada vez mais submerso em todos aqueles pensamentos, Jadeite só percebeu haver-se chocado contra alguém quando se notou caído no chão. A mão de uma mulher se estendeu à sua frente e ele a aceitou até ver a quem pertencia, quando quase perdeu o equilíbrio mais uma vez.

– J-Jupiter? – Olhou mais uma vez para a moça e percebeu que a havia confundido. Aquela era apenas mais uma das que trabalhavam em sua empresa. Makoto Kino. – Ah, sinto muito – disse apressado até perceber que ela estava acompanhada e desta vez não havia qualquer engano. – Nephrite! – exclamou, não sentindo mais o chão sob seus pés.

– Jadeite, é você, né? O amigo do Shin. – Makoto havia se adiantado e entrado no caminho entre ele e o outro general que a acompanhava. – Você está bem? Parece um pouco pálido. – Ela pausou por um momento, fazendo uma careta discreta. – Sabe quem eu sou, certo? Makoto Kino? A gente se falou algumas vezes na empresa.

Antes que a jovem prosseguisse, no entanto, Nephrite se adiantou e entregou um cartão de apresentação, dizendo:

– Por que não vamos tomar um café? Makoto vem me dizendo muito bem de um restaurante perto de seu trabalho.

Desesperado por entender a pessoa chamada Masato Sanjouin, ao menos pelo que constava de seu cartão, Jadeite acabou por aceitar. Não havia por que seguir com cautela. Não quando ele podia sentir a energia que Masato emanava. A energia tão familiar que somente poderia vir de Nephrite.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Arthemis miou enquanto observava a porta do apartamento de Minako. Naquele dia, ela havia sido chamada para substituir alguém no trabalho, por isso, não estava. Agora que sempre podia vê-la, sempre se sentia nervoso quando sua antiga dona não estava ao alcance de seus ouvidos.

– Não deveríamos ter confiado nele – repetiu a Luna o que vinha dizendo desde a noite anterior.

– Eu também não gosto da ideia de forçar que o Cristal apareça, Arthemis. Seria muito improvável que Usagi não lembrasse assim que estivesse em contato com ele.

– E eu acho é irresponsável deixarmos os generais soltos por aí.

– Eles não costumavam ser maus, não é? Quem sabe não foi por isso que o Cristal os trouxe de volta?

– Nunca ficou muito claro o controle que Metallia ou Beryl possuíam sobre os quatro. Ademais, digamos que eles estejam mesmo sem qualquer memória como parece. Como garantir que não descobrirão seus poderes e os usarão para o mal?

– Isso vale para as meninas.

– Eu confio nelas, é bem diferente.

– E sua opinião mudou o mundo.

– E a sua é a mais imparcial já pronunciada.

– Não temos motivos para fazer Usagi passar por tudo aquilo de novo, Arthemis.

– Eu quero entender, mas acho que temos sim.

– Acreditemos no Mamoru. Ele sempre fez o melhor pela nossa Usagi.

Com novo miado, Arthemis acabou por aceder uma vez mais. Ele entendia o que era não querer sacrificar quem amava, ainda que significasse contrariar toda a precaução. Mas e se aquela omissão dos gatos causasse dor a quem amavam mesmo assim?

– Vou checar a Minako – disse, descendo do muro. Quando percebeu, Luna já o acompanhava. Ao menos, ela também entendia aquele perigo.

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– A questão é o quanto você lembra, meu caro Jadeite. – Masato Sanjouin mal havia se sentado à mesa do café restaurante próximo da empresa quando assim disse com um meio sorriso. Cruzando as longas pernas, examinou o cardápio à sua frente e não pareceu ansioso por uma resposta.

– Basta apertar o botão à mesa quando estiverem prontos para o pedido – disse a garçonete nitidamente nervosa com o comportamento de Masato.

– Por que não me traz um chá apenas? – pediu ele com uma piscada antes que ela pudesse escapar da mesa.

– Ah, sim, senhor. – E olhou para Jadeite e Makoto, enquanto rabiscava o bloco.

– Hã... – Makoto olhou incerta para o acompanhante. – Um café gelado, por favor.

Ao se sentir pressionado a também escolher algo, Jadeite apenas resmungou que gostaria do mesmo. Então, voltou a encarar Nephrite, quem seguia examinando os itens no cardápio em suas mãos.

– O que quer dizer com o quanto lembrou? – tentou perguntar, incapaz de evitar um rápido olhar para a moça à mesa.

– Sobre o Dark Kingdom, sobre Metallia, sobre o príncipe Endymion.

– Do que está falando, Masato? – perguntou Makoto timidamente.

– Ah, sim. Ainda não me apresentei adequadamente. Prefiro ser chamado de Nephrite, mas Jadeite aqui já deve saber disso.

Sentindo um frio lhe percorrer a espinha, Jadeite quis perguntar por que ele estava agindo dessa forma, mas sua garganta estava seca demais pela adrenalina. Contudo, havia sido tal qual se Nephrite o houvesse ouvido, pois assim falou:

– Não se preocupe com ela, Makoto está tão envolvida nisto quanto você e aquela menininha loira do outro lado. – E apontou discretamente para uma garçonete. – Claro que nenhuma delas parece se recordar de nada.

A sensação de estar em um sonho, em um mundo paralelo ou qualquer coisa assim somente parecia aumentar, enquanto Jadeite assistia Makoto olhar irritada para o outro.

– Por que você sabe disso tudo? – tentou perguntar.

– Tal como você, eu também acabei lembrando. Sempre acreditei fosse devido a meu contato prolongado com o príncipe Endymion.

– C-com o s-s-senhor Endymion?

– Foi bastante interessante como justo eu entre nós quatro fui parar perto dele, não acha? Mesmo sem recordar de nada, ele deve ter querido ficar de olho em mim. – E riu. – É uma vida alternativa interessante; mentiria se dissesse que não sou grato.

– E-espera, Masato. – Makoto enfim parecia haver recuperado a voz. – O que está falando, afinal? Jadeite? Por que é como se vocês se conhecessem?

Jadeite não achava que poderia ser mais surpreendido naquele dia até Nephrite irromper em uma gargalhada que fez todos os pelos de seus braços se arrepiarem.

– É só uma piada, Makoto. – De volta a falar como Masato Sanjouin, ele se ajeitou no assento e continuou: – Não se preocupe, não se preocupe.

– Piada? – Ela ainda parecia incerta, mas não tinha escolha. De fato, menos que a própria Rei, Makoto não parecia se lembrar de nada.

Ela era mesmo Jupiter? Antes de Beryl matar Jadeite, ele havia descoberto as identidades de Mercury, Moon e Mars. Ainda que não conseguisse se lembrar de seus nomes com exatidão havendo já se passado tanto tempo, tinha certeza de que Rei era Mars e de que a menina de sua empresa, Usagi, era Sailor Moon. Entretanto, ele sequer conhecera Sailor Jupiter naquela encarnação.

E por que Nephrite nunca pensara em contá-los? Sobre trabalhar com o príncipe, sobre suas lembranças perdidas, sobre já até saber quem eram as Sailors daquela época. Deveria mesmo confiar naquele sujeito? Não importava quanta história dividiam no passado, não sabia o que esperar dele.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Com as mãos suando, Usagi olhou da carta para Mamoru e então para a parede atrás da senhora Chiba. Não podia encará-la. Não depois de haver mandado aquilo. Aliás, onde ela enfiava a cara agora? Precisava sumir, fazer puf e aparecer de volta à sua vida pré-casamento.

Sim. A carta. Gente, quando ela a havia escrito mesmo? Sequer se lembrava de sua existência com tanta coisa que a havia sucedido naquela época. Mas era a mesma carta que enviara cheia de pesares ao casal Chiba, pedindo desculpas por não querer se casar com... com exatamente a pessoa que agora era seu marido.

Céus, ela estava com a carta. Estava indo tudo tão bem... A noite no hotel havia sido maravilhosa. O pai de Mamoru parecia quase novo quando o visitaram já em casa pela manhã. Ela também ganhara coisinhas lindas só experimentando a técnica que havia visto na televisão para namorados –apontar e dizer que quer, fazer beicinho ao mínimo sinal de hesitação. Agora, estavam naquele lugar, tomando um chá maravilhoso, típico de Quioto, quando a senhora Chiba lhe joga aquela bomba. Poxa, como a conversa havia ido de “por que vocês não ficam lá em casa?” para “olha o que sua esposinha andou aprontando”?

Era por isso! Era por isso que Mamoru vinha se comportando estranho desde a noite anterior! Como a senhora Chiba havia podido ir pelas suas costas e a entregar assim? As duas haviam se tornado tão amiguinhas...

– Uma carta? – foi o melhor que Usagi conseguiu dizer em resposta.

Sim, negaria até o final haver escrito aquilo. Devia ser de uma ex-namorada de Mamoru querendo terminar com o casamento perfeito que eles haviam construído. Por que mais uma carta enviada meses antes só apareceria agora? Não que ela pudesse dizer que sabia quando ela havia sido postada... Como argumentá-lo? Dava para ver o carimbo do Correio?

– Eu a encontrei noutro dia, procurando uns documentos do pai do Mamoru. Com a festa tão perto, achei que seria uma boa lembrança para os dois. – A senhora Chiba sorriu tão amigável como sempre, mas tudo o que Usagi podia ver era a dentição afiada que parecia estar no lugar da abertura do envelope.

Ela já a havia aberto. Bem, claro, uma carta da nora endereçada a ela e a seu marido, por que não? Mas não podia passá-la pelo triturador, ou algo assim? E pera, ela acabou mesmo de dizer que já estava com aquilo fazia tempo?

Mas não havia tempo para pensar, pois pelo canto dos olhos pôde ver a mão de Mamoru mirando o papel sobre a mesa. Rapidamente, Usagi puxou o envelope para si e o abraçou.

– Nossa! Mas o que é isso! – E riu nervosamente.

– Não se lembra, Usagi? – A senhora Chiba seguia a exalar a aura meiga de sempre que simplesmente a fazia querer pular e abraçá-la.

– Mas nem sei o que é... – Decidiu que se ela fosse uma boa mulher como demonstrava, iria seguir com seu teatro de que a carta não existia. Piscou para a mais velha para se assegurar de que ela entendia seu pedido.

E sua sogra apenas devolveu um sorriso. Não era de sorrisos que Usagi precisava! E a cumplicidade entre noras e sogras?

Foi quando percebeu que havia sons de gargalhada vindo de seu lado, onde Mamoru estava sentado. Quê? Ele estava rindo?

– Qual a graça? – perguntou, não achando que qualquer coisa ali poderia ser divertida. Não, sua vida estava perfeita demais para ser estragada por uma bobeirinha do passado.

– Eu já sei da carta.

– Quê?! – Então era verdade? Por isso ele vinha agindo distante? Usagi quedou-se com os lábios levemente abertos e trêmulos. Ao mesmo tempo, apertou o objeto com ainda mais força contra o peito.

– Digo, minha mãe me falou dela só na semana passada.

– Achei bem óbvio que você havia mudado de ideia antes mesmo de eu recebê-la – explicou a senhora Chiba para Usagi.

– E por isso você vem me tratando assim? – Usagi perguntou, enfim encarando o marido.

– Assim como?

– Você sabe – disse entre dentes. – Mas, pera... Semana passada?

Mamoru assentiu.

– E demorou isso tudo para ficar chateado comigo?

– Não estou chateado. – Ele ergueu as sobrancelhas.

– Está sim. Totalmente está! Você viu a cara que você veio fazendo o dia todo? E quando fomos no café depois do almoço? Você foi muito contra e ainda me chamou de gorda!

– Não, eu só disse que trocar um rodízio de carne por uma tigela de arroz e carne não ia te ajudar a caber no vestido. E repeti isso quando você pediu aquele frappé de morango e sei lá mais o quê, ainda pondo baunilha com chantilly por cima.

– Mas era a sobremesa!

– E os doces que comeu depois?

– Eu precisava experimentar o que tava levando de lembrança pra todo mundo.

– Uma caixa inteira?

– Você é um malvado!

A discussão foi interrompida quando os dois perceberam que a senhora Chiba havia se engasgado com o chá. E com o fato de não conseguir parar de rir.

– Às vezes, não reconheço meu Mamoru – explicou-se a senhora, limpado as lágrimas com um lenço de sua bolsa. – Nem parece aquele menininho tímido que não falava com ninguém.

– Evoluiu para criticar cada coisa que a esposa põe na boca. E não ouvir uma palavra minha o dia inteiro.

– Eu só estava pensando em tudo, só isso. Não tem a ver com a carta eu estar distraído. Aliás, minha mãe disse que você errou a forma como se escreve meu nome e meu sobrenome.

Irritada, Usagi virou o rosto para outro lado. Ele continuou mesmo assim:

– Mesmo havendo acertado o sobrenome dos meus pais.

– Vai mesmo continuar a me massacrar, é? E na frente da senhora Chiba? – Lágrimas desciam pelos olhos de Usagi. – Você já tava me chamando de balofa e agora fica falando que sou burra?

Após um suspiro resignado, Mamoru chamou uma das atendentes.

– Um daqueles parfaits com castela de houjicha para ela. – Já voltado para Usagi, disse: - Viu? Eu notei que estava de olho nele.

– E anmitsu! - ela acrescentou, mostrando a língua para o marido.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Um dia de briga não deveria preocupar Rei. Muito pelo contrário, era cedo demais para uma reconciliação. Mas aquela não fora uma briga normal...

Rei abriu o celular e novamente tentou ligar para Jadeite, mas ela continuava a ser direcionada para a caixa postal. Quando isso acontecera no dia anterior, ela havia tido a impressão de que ele a estava evitando de propósito, mas agora realmente acreditava que o celular estivesse desligado.

Com um olhar para o fogo sagrado, ela se levantou e decidiu ir até o apartamento de Jadeite. Eles precisavam conversar sobre aquilo. Sabia que havia feito tudo errado, tudo mesmo. Desde o início, não deveria tê-lo afastado. No momento, sentia como se o houvesse perdido enfim. Justo quando isso não era mais o que Rei desejava.

Quando deu por si, já estava tocando a campanhia daquele apartamento. Fazia quanto tempo que ela não ia até ali? Desde aquele sonho, vinha temendo Jadeite, não querendo que ficassem a sós, desejando que sequer houvessem se conhecido. Mas, a verdade era que Rei o amava. Ao mesmo tempo que temia aquelas visões, ela ainda o amava. Sim, não fosse por isso, já o teria dispensado. Já chutara homens de sua vida por motivos muito mais mesquinhos que um sonho ruim.

– Droga, abra logo... – disse ofegante. Viera correndo? Nem havia se dado conta, mas parada em frente àquela porta via que suas pernas estavam bambas pelo esforço repentino. – Vamos.

Talvez não houvesse levado nem um minuto, mas, após o que pareceu longo demais, Jadeite enfim abria a porta. Seu rosto surgiu de uma brecha; parecia o mesmo de sempre e, ao mesmo tempo, mais jovem e mais pálido.

– O que faz aqui? – Havia algo errado no tom com o que o namorado lhe dirigia. Um pouco ríspido, um pouco confuso, um pouco reticente, um tanto surpreso.

– Posso entrar?

– Sinto muito, estou ocupado agora.

Tão logo sentiu que a porta seria fechada, Rei esticou o pé para impedir.

– Preciso conversar. Sobre nós dois.

Com um suspiro, Jadeite abriu a porta rapidamente e saiu, fechando-a atrás de si com ainda mais velocidade.

– Diga, então – agora o tom usado era impaciente e, talvez, um pouco resignado.

– Sei que está bravo por ontem. Pelos últimos tempos.

– Sim, tem razão. Não temos dado certo.

– Peço desculpas. Foi minha culpa, Jadeite. Por favor, vamos para dentro e eu te contarei tudo.

Sim, tudo precisa ser como deveria ter sido desde o início. Aquele era seu companheiro, o homem que amava e que a amava mais ainda. Não um inimigo. Pensando assim, Rei estendeu a mão para puxar a porta e entrar. Foi menos de um segundo até Jadeite reagir e fechá-la novamente apenas com um jogar o corpo para trás, mas a paisagem da parte de dentro havia sido bem clara para ela.

– Já chega, Rei. Vamos terminar.

Apesar de ela haver dado um passo para trás, isto não passara de um ato reflexo. Ignorando o pedido do outro, ela apontou-lhe o dedo indicador.

– O que essas pessoas fazem ali dentro? E seu sotaque, por que dum dia pro outro você se tornou tão fluente?

– Vá embora, Rei. Você me ouviu.

– E você também, eu te fiz duas perguntas.

Jadeite estava pronto a dizer algo quando a porta se abriu novamente. De dentro, saiu um homem que Rei conhecia apenas de suas visões, mas vê-lo bem na sua frente não a assustava mais como antes.

– Quer que eu te explique tudo? – ofereceu Nephrite, com um sorriso galanteador.

– Tudo, é? – Rei disse sem tirar os olhos do namorado. – Dominar o mundo ou querer minhas amigas?

– Oh, então já sabe?

Voltando-se para o outro, Jadeite pediu:

– Não a assuste assim. – Então, tornou a olhar para Rei. – Ela não tem nada mais a ver comigo de qualquer forma, é só minha ex.

Antes que Nephrite dissesse qualquer coisa, Rei deu um novo tapa em Jadeite.

– Esse seu discurso... não vou engolir isso! – disse ela, voltando a impulsionar seu corpo até a porta.

No mesmo instante, o homem voltou a impedi-la enquanto Nephrite apenas os observava aparentando divertir-se. Engolindo em seco, Rei conteve a vontade de descontar mais de sua frustração batendo em ambos. Então, inspirou fundo para se acalmar e fixou o olhar no até então namorado.

– Não vai mesmo me dizer o que houve? Prefere confiar em alguém como Nephrite?

Em resposta, Jadeite escondeu mal a surpresa – provavelmente de que Rei soubesse o nome do outro general – e virou o rosto, quebrando o contato visual.

Sem esperar mais, Rei se retirou do prédio. Agora que tudo estava acabado, sentia como sua mão ficara dolorida do tapa. Muito mais que no dia anterior. Teria-o dado com força demais? Mas Jadeite nem pareceu haver recebido nada...

Acabado? Não! Não podia. Não deixaria. Mas o que ela poderia fazer agora? Perdera-o. Perdera-o para Nephrite e para todos os generais que havia visto dentro daquele apartamento. E o que pretendiam fazer? Realmente dominar o mundo? Massageou o canto da cabeça e tentou recuperar sua racionalidade.

Sim, era isso. Era o que devia fazer! E o começaria por chamar a menina da agência de casamentos, Ami Mizuno. Não podia mais perder tempo buscando respostas. Por algum motivo o tempo havia começado a andar novamente, elas também deveriam fazer algo. Lembrando ou não, algo forte o bastante as unia até mesmo além da morte. Nephrite e seus amigos nunca puderam vencer isso.

Continuará...


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Notas finais do capítulo

Essa cena da Rei com o Jadeite doeu em mim, mas a Rei é mais forte que eu pelo menos! E uma pergunta, quem ainda se lembrava da carta? rs. Confesso que não planejava nada mais que isso pra ela, só uma cena de bullying à Usagi, mas cheguei a cogitar fazer mais coisa, he he. Só espero que ninguém estivesse ansioso para saber no que ia dar, a ideia era vocês esquecerem a bendita, tal como a Usagi.

Falando em confessar, minha cena favorita de todo o capítulo deve ser a Usagi com falando em inglês. Até que ela sabe algo, né? Na minha concepção ela teve que aprender algumas frases pro trabalho, vai que um parceiro comercial liga pra lá e cai no departamento errado? Ela tem que ao menos saber se desculpar. Só que isso nunca acontece, aí ela nunca tem muita chance de usar. Ah, não lembro se eu já tinha dito, mas a Usagi estudou numa dessas faculdades especializadas em receber intercambistas. Teoricamente, era pra ela tá um pouco mais acostumada, mas ela devia fugir de todo não-japonês, né? *diverte-se sozinha imaginando*

Chega de blablabla, he he. E hora de agradecer a todos que têm acompanhado apesar de minha demora para postar a versão do site. Agradecimentos especiais à Tatazinha pelo comentário no último capítulo e aos que têm deixado reviews sempre lá no FFN! Um ótimo final de feriadão, gente!!!

E até o penúltimo capítulo!



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