O Epílogo escrita por txagos


Capítulo 15
Thalia Cria Asas


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente, por que o capitulo é especial?
Simples.
THALIA ESTÁ NARRANDO EM 1ª PESSOA. ISSO MESMO, EM 1ª PESSOA.
Enfim, gostaria de saber se vocês preferem que a fic continue no modelo original(em 3ª pessoa), ou gostariam de que cada personagem narrasse o que acontece no capítulo na visão deles?
Estou me esforçando para que os capítulos agora comecem a ter no mínimo 1000 palavras, porém.... Preciso de comentários, êêêê!!!!
Sem mais delongas.... Até as notas finais!



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POV Thalia

Respirei fundo segurando as lágrimas que inundavam meus olhos, nunca acreditei que ser atingida por raios era tão doloroso, já que não tinha muitos problemas com eles.

Caí novamente, o suor escorrendo por minhas costas e o urror que saía de meus lábios em forma fina e desgastada a cada rajada proveniente dos céus, o cheiro queimado de meus cabelos faíscados, o sorriso maroto que surgia nos lábios de Michael cada vez que me levantava novamente.

— Admiro sua determinação. — ele disse apontando seu braço ao céus sem nuvens, os raios caíam do nada, fazendo que os ataques fossem mais rápidos.

— Apenas acabe logo com isso. — falei entre gemidos, a eletricidade percorria todo o meu corpo.

— Como quiser. — ao pronunciar essas palavras, o maior raio do dia foi em minha direção, percebi que aquele seria meu fim, apontei dois dedos aos céus e redirecionei o raio para o chão antes de ser atingida.

O estrondo fez o chão tremer e parte do solo ser consumido pelo fogo proveniente dele. Respirei fundo e caí novamente, já estava cansada disso, suspirei e me levantei com todas as forças que restavam em meu corpo, minha roupa estava em fiapos, quando me pus em pé fui derrubada pela falta de equilíbrio.

— Finalmente você entendeu a finalidade da aula. — Michael riu debochado, eu o encarei com cara feia, lembro de ter prometido a Percy que iria ensiná-lo esse olhar.

É, ele teria que esperar sentado.

— Você está dizendo, que todo esse tempo, eu deveria apenas ter DESVIADO UM RAIO? — gritei, cuspindo as palavras, o fogo me consumia, assim quando percebi que meu cabelo estava em chamas.

Michael levantou as sobrancelhas.

— Não sabia que fazíamos isso.

— Muito menos eu. — respondi, o fogo desaparecia com o decorrer dos segundos.

— Agora sei porque te chamam de cabeça quente. — ele gargalhou e depois levantou os braços em rendição.

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Michael não meu deixou descansar, água ou comida foram proibidos até o fim do dia, apenas troquei de roupa e segui para o riacho, onde teria minha próxima lição.

— Você fica bem sem maquiagem. — meu meio-irmão falou sem me olhar.

Eu realmente estava diferente, me sentia assim, tirei o rímel e o batom quando molhara o rosto depois do primeiro treino, meu cabelo, antes arrumado de uma forma bagunçada, agora pendia delicadamente cobrindo parte de meus ombros, a sensação era estranha, porém boa.

— Obrigada, o que faremos agora?

Ele apontou com a cabeça para a grande cachoeira, não respondi, mas sabia o que ele queria dizer.

— É verdade que tem medo de altura? — ele perguntou, acenei com a cabeça fazendo-o sorrir. — Vamos treinar isso agora.

Meu sangue gelou, um arrepio percorreu meu corpo, ele não estava me julgando, muito menos zombando de minha cara, parecia querer me ajudar a superar esse medo, me tornar mais forte e mais resistente, de qualquer jeito, não melhorava o fato de eu ter que enfrentar o medo que guardei por tanto tempo, que eu não quis enfrentar, mas era necessário.

Sabia que protestar não daria certo, mas deveria ter tentado, talvez ganhasse tempo, talvez conseguisse fugir, talvez o convencesse a ignorar isso, mas meu calar havia resultado em eu encima da cachoeira olhando para baixo com o maior horror.

— Você vai me segurar, se eu não conseguir? — gritei para Michael que me olhava sentado a beira do riacho.

— Não, por isso ao pular, irei simplesmente voltar para casa e deixar que os germes comam os seus restos mortais. — respondeu com um sorriso, ele estava tentando me insultar.

— Você não vai me deixar com raiva.

— Quem disse que estou tentando fazer isso? — Ele simplesmente se levantou e começou a se distanciar, percebi que era a deixa que esperava, dei meia volta e comecei a voltar por onde subira, por um caminho de terra que tinha na lateral da queda d'água.

Mas um sopro de vento veio contra mim e fez eu me desequilibrar, caí perto da beirada. Michael sabia que eu iria tentar fugir, a única saída dali era pelo pulo, respirei fundo e me segurei para não xingá-lo em voz alta.

Decidi então sentar e esperar, em algum momento ele voltaria, tinha que voltar, não podia me deixar aqui sozinha.

Não tenho certeza, talvez tenha sido a fome, o desgaste, o cansaço, a sede, ou até mesmo a raiva, mas assim que me sentei, senti meus olhos pesarem e deitei na grama, sentindo a correnteza do meu lado e o barulho de quando a queda terminava, acabei adormecendo contra a minha vontade.

Se é normal semideuses terem pesadelos? Não sei dizer. Só sei que eu tenho constantemente.

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— Filha. — Zeus me chamou na escuridão.

— Pai. — me curvei à sua sombra transparente, ele flutuava em minha frente, seus olhos cansados, sua aparência envelhecida, parecia gastar muita energia para manter o sonho ativo.

— Não temos tempo. — falou se aproximando com pressa. — Quero avisar que as portas do Olimpo estão sendo fechadas, Dioniso já voltou para cá e o Acampamento está nas mãos de Quíron, nenhum deus, semideus, mortal, ou qualquer criatura existente poderá sair ou entrar aqui, vim para pedir ajuda. Não ouse me subestimar, trouxe-me até você por confiança, as coisas por aqui estão se desentendendo, os deuses querem se matar.

Porém, Thalia Grace, minha benção estará com você por toda sua jornada, encontre as chaves elementares e destrua aquele deus idiota, soube de seus encontros com meu outro filho, faça o que ele diz e conseguirá força, velocidade, poderes de regeneração fortes o suficiente para combater uma tropa de monstros sozinha.

— Mas...

— Não, sem mas, apenas o faça. Volte ao acampamento, e siga a profecia, os filhos dos três grandes são a única salvação. — ao terminar, meu pai sorriu para mim e pronunciou palavras que nunca pensei em escutar. — Eu te amo, minha filha.

Fui puxada pela falta de luz até o vácuo eterno, nã consegui distinguir nada, muito menos meu próprio corpo.

— Desculpe minha intromissão nesse momento de pai e filha, mas não pude deixar a conversa se estender. — a voz que soou na escuridão era fria(o que é estranho, por que vozes não possuem temperatura), a brisa que se estendeu foi gélida e morta, soube quem era assim que a senti.

— Áiron.

— Soube que você está sofrendo alguns ataques de raiva... — a voz aparecia em todos os locais. — ... Mas acho que deveria parar de descansar e ver se o pobre do seu irmão está bem, sem sofrer nenhum ataque, ou talvez, quem sabe... Um sequestro.

— NÃO!

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Acordei em um sobressalto, o sol estava no topo do céu, pendendo alegre, o suor que escorria de meu corpo era intenso, sem pensar, me levantei e pulei pela beirada da cachoeira.

Acredito que tenha sido a bençã de meu pai que me fizera controlar o vento com tanta destreza, assim que pulei, senti o vento ao meu redor, como se criasse asas invisíveis e me elevasse pelos céus, não olhei para baixo, apenas em frente, mantendo meu coração disparado, mas ainda batendo.

Alcancei o casebre de Michael rapidamente, como não sabia pousar acabei caíndo no chão e sendo arrastada por alguns metros até finalmente parar, me levantei e corri porta adentro, não reparei onde pisava, mas procurei Michael por todos os lados, qualquer sinal de uma batalha ou resistência, qualquer coisa servia para acalmar meu desespero.

Nada.

Fui para o celeiro e percebi que o cavalo de Michael ainda estava ali, soquei o cercado que o protegia, quebrando-o, pulei em cima do cavalo, sem cela, sem rédeas, e sem consenso, o cavalo galopou para fora e ia para onde eu o ordenava, o desespero me tornava uma ótima adestradora.

Nada de Michael.

Nada de monstros.

Nada de sinais.

Nenhuma prova.

— Michael! — gritei. — Michael!

Nada.

— MICHAEL! — um raio caiu na frente do cavalo, ele se assustou e se levantou no susto, fazendo-me cair de suas costas, perdendo-o de vista enquanto fugia.

"Os céus e o mar,

Juntos do submundo encontrarão,

A chave dos elementos enfim possuirão."

POV Narrador

Thalia se levantou com dificuldade, invocou os ventos do norte, sendo elevada no ar, as lágrimas escorrendo de seus olhos, o suor caindo por sua testa, as mão tremendo e a raiva a consumindo, voou sem parar, voou o máximo que podia, deveria chegar ao Acampamento e convocar Jason, Percy e Nico. Em toda sua vida, era a primeira vez que se sentia pronta, preparada para enfrentar qualquer coisa, com as flechas de Ártemis, sua lança e seu escudo seria indestrutível, rápida como Hermes, voraz com Ares, forte como Hércules, inteligente como Atena e astuta como Nêmesis, estava na hora de sua jogada na partida da vida.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Lembrem-se dos reviews, e de dizerem se preferem os capítulo nesse modelo, ou no modelo original.
Até os comentários ;)



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