Dreams of New York escrita por MissOllye


Capítulo 4
Capítulo IV - Yellow Flicker Beat


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei.
Demorei muito pra postar e blábláblá, mas cá estou eu.
Fiquem com esse capítulo que por acaso é o meu favorito.
Música tema - Yellow Flicker Beat da Lorde.
Boa leitura.



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Capítulo IV - Narrado por Thalia

Yellow Flicker Beat - Lorde

I'm a princess cut from marble

(Sou uma princesa feita do mármore)

Smoother than a storm

(Mais suave do que uma tempestade)

And the scars that mark my body

(E as cicatrizes que marcam meu corpo)

They're silver and gold

(São de prata e ouro)

Acordei cedo – contra minha vontade – naquela segunda-feira.

Minha madrasta, Hera, entrou no quarto e me cutucou. Fingi não ter acordada, torcendo para que ela desistisse e eu pudesse ficar em casa.

–Anda, Thalia. – me empurrou, fazendo-me virar. – Eu sei que já está acordada.

–Ah, Hera! – reclamei, colocando o travesseiro sobre a cabeça. – Me deixa dormir só por mais, sei lá, uns dois dias!

–Levanta logo, Thalia. Hoje tem aula. – Reclamou e saiu do quarto. – Meia hora para estar dentro do seu carro, indo para a escola.

Bufei e me levantei, tentando ao máximo não ter que pensar muito.

Eu geralmente não funciono muito bem pela manhã. Pelo menos não antes de um café.

–Jason já foi? – perguntei à Hera. Meu irmão era todo certinho e geralmente não se atrasava.

–Já. – respondeu simplesmente.

Andei (lê-se: Arrastei-me) até o banheiro do meu quarto e lutei contra a parte do meu cérebro que me mandava trancar a porta, deitar no tapete e dormir até que a fome fosse insuportável e eu tivesse que sair dali.

Depois dessa rápida discussão interna, fiz minha higiene matinal e coloquei a primeira roupa que achei.

Calcei os All Stars assim que acabei de por a calça jeans e a blusa de frio.

Estiquei-me sobre a cama na direção do criado mudo e peguei meu celular.

A tela do aparelho mostrava cinco chamadas perdidas, todas de Luke.

Ri, caindo de volta na cama.

Guardei o celular no bolso da calça e voltei ao banheiro.

Desfiz o coque que prendia meu cabelo e os soltei de qualquer jeito.

As mechas azuis, destacadas nos longos cabelos pretos, acendiam meus olhos.

Passei minha maquiagem diária e já conhecida. Lápis preto, delineador da mesma cor e, por fim, rímel. O batom vermelho sangue não podia faltar.

Encarei-me no espelho, vendo a garota que eu demorei tanto tempo para me tornar. Sorri, como Annabeth costuma dizer, convencidamente e voltei ao quarto.

Peguei a mochila e desci depressa, torcendo por meu pai já ter ido para o trabalho.

Peguei um copo na cozinha e tomei o café de Lucy, nossa empregada. Era o melhor café de todos.

Comi alguns biscoitos recheados e peguei a chave de meu carro sobre a mesinha da sala.

Abri a porta e quando ia sair, meu pai apareceu na sala.

Droga! – pensei

O senhor empresário Zeus, o todo-poderoso, apareceu usando seu terno. Provavelmente estava atrasado para o escritório.

Mas, mesmo atrasado, tirou um tempo para pegar no meu pé.

My blood is a flood

(Meu sangue é uma correnteza)

Of rubies, precious stones

(De rubis, pedras preciosas)

It keeps my veins hot, the fires find a home in me

(Mantém minhas veias quentes, o fogo acha um lar em mim)

–Bom dia, filha. Não fala mais com seu pai? – Falou e sorriu falsamente. Eu sabia que ele estava fazendo aquilo por costume e que não prestaria atenção no que eu responderia. – Quais os planos para hoje?

–Bom dia, paizinho querido. – ironizei. Seu celular emitiu um clic e ele logo começou a digitar algo. – Ah, sei lá. Acho que vou matar aula junto com Annabeth pra ficar vendendo drogas na esquina. Pra quê estudar, não é mesmo?

Ele murmurou um “uhum” e eu ri baixinho.

Saí pela porta antes que ele resolvesse continuar encenando o “sou um pai que se preocupa com sua filha” e entrei em meu carro.

Não é por nada não, mas meu carro é um Porsche Panamera Turbo, azul como meus olhos e com um “TG” gravado em prata na frente, acima da lanterna direita.

Presente de papai, que ganhei em meu aniversário do ano passado.

Se ele estava tentando me comprar, não conseguiu. Mas eu consegui um carro, e é isso o que importa.

I move through town, I'm quiet like a fire

(Eu ando pela cidade, silenciosa como uma fogueira)

And my necklace is a rope

(E meu colar é uma corda)

I tie it and untie

(Eu o amarro e desamarro)

And our people talk to me

(E nosso povo fala comigo)

But nothing ever hits, so

(Mas nada nunca é certo, então)

People talk to me

(As pessoas falam comigo)

And all the voices just burn low

(E todas as vozes simplesmente desaparecem)

Liguei o carro e ouvi o ronco do motor. Aquilo me tranquilizava. Era bom saber que eu estava no controle.

Não liguei o rádio pois não gosto de ouvir música em curtos trajetos, já que a melhor música sempre toca quando você já está chegando ao local desejado e não dá para ouvir tudo.

Parei no sinal vermelho junto a todas aquelas pessoas.

A maioria eram empresários como meu pai, que estavam atrasados para o trabalho.

Mães solteiras que arrastavam os filhos pequenos até a creche.

Eu estava em silêncio enquanto observava as pessoas e então fitei o retrovisor.

Meu colar favorito sempre ficava pendurado ali.

Era uma coroa prata, com várias pedrinhas que brilham.

O prendi em meu pescoço e depois desprendi, fazendo-o várias vezes, até o sinal abrir. Era uma mania.

I'm done with it, this is the start

(Estou cheia disso, este é o começo)

Of how it all ends

(De como tudo acaba)

They used to shout my name

(Eles costumavam gritar o meu nome)

Now they whisper it

(Agora, eles o sussurram)

I'm speeding up, and this is the

(Estou acelerando, e esta é)

Red, orange, yellow flicker beat

(A dançante luz vermelha, laranja e amarela)

Sparking up my heart

(Iluminando meu coração)

Arranquei com o carro, entrando tempo depois no estacionamento da escola.

Todos – isso mesmo, eu disse TODOS – que estavam do lado de fora do colégio se viraram.

Eu já estudava ali há muito tempo, porém era a primeira vez que eu chegava com meu carro.

Peguei a mochila, coloquei-a no ombro e abri a porta.

Sabe aquelas cenas de filme onde a personagem desce do carro e a imagem fica em câmera lenta, mostrando primeiro o sapato dela tocando o chão e ela saindo do veículo e depois ela sorrindo convencida?

Foi assim que eu me senti quando saí do carro e todos me olhavam.

–Que isso, hein, Thalia? – Annabeth brincou, chegando perto e me abraçando. – Sua chegada parecia até parte de um filme. A rainha não perde seu posto nunca!

–Eu sei, eu sei. – eu ri, encostando-me no carro. – Essa belezinha aqui merece essa fama toda.

We rip the start, the colors disappear

(Cortamos pela raíz, as cores desaparecem)

I never watch the stars

(Eu nunca observo as estrelas)

There's so much down here

(Há tanto acontecendo aqui embaixo)

So I just try to keep up with the

(Então eu tento acompanhar)

Red, orange. yellow flicker beat

(A dançante luz vermelha, laranja e amarela)

Sparking up my heart

(Iluminando meu coração)

I dream all year, but they're not the sweet kind

(Eu sonho o ano todo, mas não são sonhos bons)

And the shivers move down my shoulder blades

(E os arrepios descem pela minha armadura)

In double time

(No dobro do tempo)

Como se fosse uma piada cósmica, alguém chegou nesse exato momento e chamou ainda mais atenção que eu.

O ronco do motor era exatamente igual ao do meu carro, o que me dizia que eu não era mais a única a ter um Porsche Panamera Turbo naquela escola.

Virei o rosto para a entrada do local, onde um carro idêntico ao meu, porém preto, entrava.

Estacionou na vaga ao meu lado e um murmurinho surgiu.

Todos queriam saber quem era.

Primeiro, a porta do carona se abriu.

Hazel Levesque, uma de minhas melhores amigas, desceu do automóvel sorridente.

Abraçou-me e fez o mesmo com Annabeth.

–Hazel, seu carro é igual ao meu! – ri, fazendo pose com ela.

–Então, né, Thalia. – ela sorriu sem jeito. – Esse carro é do meu irmão.

–Não sabia que você tinha um irmão que morava com você. – comentei.

–Ele acabou de chegar. Acho que não contei à vocês. – disse e sorriu. – Ele era da ...

And my people talk to me

(E meu povo fala comigo)

I'm slipping out of reach now

(Estou perdendo o contato agora)

People talk to me

(As pessoas falam comigo)

And all their faces blur, but I've got

(E seus rostos começam a desfigurar, mas eu tenho)

My fingers laced together

(Meus dedos presos uns aos outros)

And I made a little prision

(E eu fiz uma pequena prisão)

And I'm locking up everyone

(Estou trancando todo mundo)

Who ever laid a finger on me

(Que algum dia colocou um dedo em mim )

A porta do motorista se abriu, mostrando exatamente quem eu não queria ver nem pintado de ouro.

O mesmo garoto que me salvara na praia na sexta-feira era o dono do carro e irmão de Hazel. Quase caí para trás. Eu disse quase.

Ele usava botas militares, jeans e uma blusa branca com uma jaqueta de couro preta por cima.

Os cabelos negros repicados até a altura da nuca caíam sobre os RayBan’s escuros e quadrados que usava.

Tinha o típico sorriso cafajeste nos lábios.

Encostou-se na traseira do carro e olhou o ambiente, parando com os olhos nos meus.

Tirou os óculos e fitou-me. Ele sabia que eu o reconhecera. Ergueu uma sobrancelha desafiadoramente e eu fiz o mesmo.

Ficamos nesse jogo do “eu sou o melhor” até ele ser interrompido por Percy.

Vi meu primo o cumprimentar e vir em nossa direção depois.

Abraçou-me e foi falar com Annabeth e Hazel que conversavam animadamente.

And this is the

(E esta é)

Red, orange. yellow flicker beat

(A dançante luz vermelha, laranja e amarela)

Sparking up my heart

(Iluminando meu coração)

Ergui a sobrancelha em sorri de lado, como se eu dissesse “ganhei”.

Logo após nossa leve discussão mental o sinal tocou, gerando aquela correria.

Hazel disse que depois apresentaria seu irmão para nós, mas quando Percy ameaçou contar de onde conhecia o garoto, recebeu uma cotovelada nada-discreta de Annabeth.

–Vamos. – a loira chamou e saiu arrastando seu namorado.

Os segui de perto, tentando não prestar atenção na voz rouca do garoto que falava com Hazel um pouco mais atrás.


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Notas finais do capítulo

Deu pra perceber a personalidade da Thalia? Que bom.
Quero reviews!!



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