Pov Gale Hawthorne

Pior do que conhecer os poderes da morte; era usufruir destes mesmos poderes.

E era exatamente isto que estávamos fazendo agora. Eu e minha amada e nunca exatamente minha; Katniss. Estávamos caçando ao sul, no Distrito 13; o que era algo horripilantemente covarde; e não era a primeira vez que tentávamos, porém nunca, nem em segundos, os animais sentiam medo de nós, nem sequer se afastavam. Só que comer pão já estava enjoando! Isto e o próprio padeiro.

Logo ela resolve desistir... De novo. Eu patircularmente acho, que essa era só uma desculpa dela, para passar mais tempo comigo.

Quebramos o silêncio:

—Ei. - diz Katniss; parecendo ter encontrado algo.

—O que foi? - eu me aproximo dela.

—Olhe. - a mesma aponta para mais adinte; um pouco além dos animais.

E então eu vi; ali, por entre as árvores úmidas, e pela grossa vegetação que as cercava. Um caminho. O qual não permanecia por ali segundos antes. Eu me surpreendo, e acho que Katniss mais ainda; pois pelo o que sua aparencia dizia, ela deve ter visto como o mesmo se abriu para nós.

Logo, ela me lança um olhar surpreso; e exclama:

—Viu aquilo? - estava quase sem acreditar. - Aquele caminho se abriu para nós. - sua voz tremia.

—Não pode... - eu duvidava da Capital; eles não poderiam ter controle por aqui. Poderiam?

—O que estamos esperando? - a mesma disse; e eu fiquei surpreso para com essa sua reação. Parece que a antiga Katniss retornara, talvez o padeiro a fizesse mesmo muito bem.

—Você quer entrar? Quer entrar lá? - consigo conter um sorriso.

—Com certeza existe algum motivo para este caminho ter se mostrado para nós. - voltou brevemente a seriedade.

—Tem razão... - acabo concordando; e depois a olho novamente, o sorriso voltara.

Então nós vamos; passamos rapidamente entre os veados que se alimentavam, famintos; e chegamos até depois do pasto; onde começava novamente a floresta, e também era o inicio do caminho. Nós ficamos de frente para ele, o encarando por um segundo; e então, entramos.

Se parecia muito com a floresta normal; sem nada de mágico ou estranho. A não ser pelo diferencial de nos estar levando, mais presisamente e mais repidamente, para algum lugar em especial.

E não foi preciso caminhar tanto para encontrarmos. Foi quando, Katniss falou pela primeira vez, desde que saímos da "trilha":

—Nossa. Você sabia disso? - ela apontava com a cabeça, para frente.

—Não tinha idéia. - disse verdadeiro.

Por um momento pensei que ela fosse desistir; dizer que poderia ser muito arriscado, e que era melhor se voltássemos; mas logo lembrei que a antiga Katniss havia retornado, a qual nunca dispensava uma aventura. E antes de me dar conta; nos já havíamos entrado. Na caverna.

Uma fúnebre e fria caverna. A qual possuia o eco de pingos que se esvaiam no silêncio que sobrara. Eu não me atrevi à dizer uma palavra; não por medo, mas assim era o melhor jeito que tínhamos para; se dermos sorte; encontrar algo. Se estávamos surpresos e encantados? Talvez; era dificil dizer, muito diferente, do meu ponto de vista agussado.

O chão sustentava várias possas d'água; o que dificultava a passagem. Não sei o que Katniss estava pensando à respeito agora, mas eu, não gostaria de permanecer ali por muito tempo.

É quando começam a aparecer pétalas; pétalas de rosas brancas. Como era Katniss quem estava na frente; ela notara primeiro; e pensando ser uma única pétala, ficou calada; porém quanto mais andávamos, mas destas apareciam; e eu não consigo ficar quieto:

—Eu sabia. Sabia! - tento não ficar nervoso; mas aquilo já era demais.

—Calma Gale. Não tire conclusões precipitadas. - ela fingia estar calma; mas eu sabia que não estava.

—Como não Katniss?! Isto é só um jogo! Como sempre. - acabo não aguentando segurar.

Foi quando nos demos conta; parecia não ser algo como a Capital. Mas algo muito além, e muito mais perigoso.

Pois enquanto continuavamos andando; percebemos, quase ao fundo da caverna. Um amontoado de rosas brancas. E no topo, uma rosa ensanguentada; com uma faca, também com sangue; ao seu lado.

Nós chegamos para mais perto. E eu podia notar o desespero que Katniss. Eu, conseguindo chegar perto o suficiente para analisar a faca; vejo que a mesma prendia alguma coisa; era um bilhete, que estava preso na ponta. Eu olho curioso; e me viro para Katniss dizendo:

—É um endereço. - percebo sua fisionomia mudar.

Foi uma coisa que eu também não entendi; estava surpreso e receoso; mas tinha certeza de que partiriamos para lá, assim que noticiarnmos à todos.

~*~

Pov Simon Lewis

Eu só tinha certeza de duas coisas. Estávamos todos correndo perigo. E a outra... Bem; nós sabiamos disso.

Andar pelos corredores daquele Instituto sozinho; e ouvir o som do silencio. Não conseguia me fazer pensar. Eu era o único que não estava pronto para o que poderia vir, eu sabia, sentia isso. Enquanto todos tentavam solucionar problemas; eu só pensava em como não conseguiria de forma alguma resolver alguns deles.

Conversar era o que eu menos queria agora. Porém eu vi, e rapidamente desviei o olhar; de Jace. Que vinha em minha direção. Bom, parece que eu não era o único a ficar peranbulando sem ideias nos corredores do Instituto. Desviar o olhar parecia bom para mim; mas acho que hoje ele não estava a fim de passar reto.

Quando Jace chega perto o suficiente; começamos a conversar:

—E como ela está? - pergunto.

—Melhorando. - ele dá com os ombros; uma atitude um tanto grosseira se tratando de que era Isabelle.

—Que ótimo não é... - foi a única coisa que consigo dizer; depois de ele ter achado essa situação sem importância.

—Mas, não é sobre isso que eu vim falar com você. - sua fisionomia era séria.

—Sobre o que então? - pergunto receoso.

—Os demônios. - seus olhos me fitavam aflitos. - Sumiram. - finalmente conseguiu dizer.

—Mas é... Mas... Mas como? - não estava entendendo. - Não tem como todos os demônios sumirem. É... Impossível, é impossível! Tivemos em um ataque ainda essa... - ele me corta; pois é, eu falava muito quando estava nervoso, ou confuso.

—É, tivemos em um ataque ainda esta semana, eu sei. - seu olhar muda de direção. - Mas parece que houve um tipo de... - ele se perde em suas próprias palavras; algo inédito. - Evacoação.

—Significa então que, não há mais perigo? - digo, sem prever sua reação.

—É claro que, não! - ele explode; e soca a parede. - Significa que alguma coisa está acontecendo. Alguma coisa muito errada.

—Algo com a Clave? - tento outra vez.

—Receio que algo bem pior do que a Clave. - ele se acalma novamente; e me olha tentando sempre obter respostas.

Algo bem pior. Até que fazia sentido. Ou alguma coisa bem perigosa havia espantado os demônios; ou eles apenas estariam se armando contra nós. E ambas as coisas não eram nada legais. Além disso, eu precisava ver Isabelle; agir feito um medroso não dava mais.

Foi quando eu segui para onde ela estava; já em seu quarto. Chegando lá, vejo que a porta estava entre aberta; percebo, antes de me encolher ao lado da porta; que Clary estava lá, e acabei ouvindo:

—E você não viu nada, algo simples; sobre o que está acontecendo agora? - perguntava Clary.

—Não... - Isabelle estava com uma voz fraca. - Espere! Minha calça... - receio que ela tentou se levantar.

—Não se atreva! - brincou Clary. - Deixa que eu pego para você.

—Está bem atrás da porta. - Isabelle a avisa.

Espera. Eu seria descoberto! Mas, só deixando claro; que eu não estava ouvindo atrás da porta; apenas esperando o momento em que poderia ficar sozinho com Isabelly. E antes que Clary pudesse me ver; eu saio de lá rapidamente num pulo:

—Er... Oi. - sorrio.

—Simon, eu não acredito. - Clary me lança um olhar de reprovação.

—Como se eu não soubesse que voce estava atrás da porta gênio! - disse Isabelly; e eu fingi que não sabia, dando os ombros. - Sua sombra. - ela disse erguendo a sobrancelha sutilmente.

—Não fazia nem tanto tempo... - receio que não possa me safar. - Espera; por isso pediu a ela para pegar a calça atrás da porta? - eu não podia acreditar.

—Sim. Falando nisso, ela está no armário, a mais próxima à gaveta, Clary. - continua a garota, me desafiando.

—Eu só queria te ver. - eu sorri; estava sendo verdadeiro, porém nervoso demais para demostrar tal reação.

—Claro. - ela voltou a encostar a cabeça no travesseiro.

Logo Clary aparece com as calças que Isabelly usara na noite em que a atacaram:

—Aqui está. - ela as entrega à garota, e se senta aos pés da cama.

—Bom... Tem uma coisa... - a mesma examinava os bolços de sua calça; e quando parece encontrar o que queria; diz. - Isto. - era um papel dobrado, um pouco queimado nas pontas; o qual ela entrega a amiga.

—Um bilhete. - Clary o abre com cuidado.

—O que diz? - será que elas se esqueceram de mim; se sim agora me notaram perfeitamente.

—Isto é um endereço. - ela diz confusa desviando o olhar que pendia à mim segundos antes.

—Deixa eu ver. - Isabelly apanha da mão dela. - Um endereço desconhecido; é este mesmo que me lembro de ter lido, assim que ele apareceu para mim, quando estava chão.

—Deixa... - eu tento; porém acho que não ia dar não.

Mas que aquilo me deixava curioso; deixava. Logo corremos para avisar Jace, o qual provavelmente iria querer que partíssemos para o tal lugar que mostrava o endereço. E escondidos, talvez.

~*~

Pov Renesmee Cullen

O barulho do relógio era estonteante. E não me ajudava a dormir; nem um pouco.

Já passavam das duas da manhã. Eu estava na casa dos meus avós; já faziam duas semanas. Eu sentia que todos estavam me escondendo alguma coisa, a qual tentei descobrir várias e várias vezes. Sem sucesso. Nem Jacob me contou! Afirmo que isso me deixava angustiada, e as vezes com um pouquinho de raiva.

Mas, tinha algo de diferente hoje. Algo estranho no ar. Eu podia sentir.

É quando começo a ouvir vozes; esqueço o sonar enlouquecedor das batidas do relógio; e me concentro nas vozes. A de Carlisle com certeza era uma delas, eu presumi. O estranho é que eles nunca conversavam (sobre o que parece, ser o tal assunto), quando previam que eu podia ouvir.

Resolvi descer da cama; não estava conseguindo dormir mesmo; me aproximo lentamente da porta; e coloco a cabeça perto dela. Podendo escutar o que diziam:

—Isso está me deixando, maluca. - falou mamãe.

—Não deve ser nada grave! Eles apenas devem ter resolvido mesmo acreditar em nós, sem pedir provas semestrais. - era a voz rouca, inconfundível de Jacob.

—Os Volturi? Não, não tão facil. - papai discoradava.

—Jacob pode ter razão. - começa vovô; o que faz papai reclamar. - Mas, presumo estar muito cedo para que isso aconteça.

—É; fazem apenas três anos. - vovó diz como se fossem horas. Porém, tempo suficiente para meu amadurecimento.

—Ainda não entendo como pode ser tão preocupante! - Jacob ainda retrucava.

—Sei disso Jacob, mas é algo novo que estamos enfrentando; devemos tomar precauções. - mamãe tentava explicar, com sua voz calma.

—O que houve? - parece que tia Rosalie apareceu. - O cachorro ainda acha que está tudo bem? - ela o estava provocando, como sempre.

—Não. Me. Provoca. - meu Jake disse preciso.

—Relaxa. - era com certeza, tio Emmet. - Alguma sugestão do que fazer? - ele pergunta, provavelmente para Carlisle.

—Continuaremos protegendo a... - ele faz uma pausa.

Eu acho um tanto estranho; e me aproximo mais da porta, tentando ouvir alguma coisa. Mas então, uma surpresa. A porta se abre, e eu quase caio no chão; se não fosse o tio Jasper a me segurar após tia Alice abrir porta.

Eu fico com uma cara de tacho; observando todos aqueles olhos sobre mim. Me envergonho; porém Alice diz, olhando para todos:

—Acho que alguém estava espionando atrás da porta. - sua voz era doce e delicada, com um leve toque de ânimo.

Eu não consigo dizer nada; nem sequer me movo.

—Quer dizer alguma coisa, filha? - pergunta papai.

—Er... - eu saio dos braços de tio Jasper. - Eu não... É... Me desculpem. - mantinha o olhar vagando sobre cada um deles.

—Tudo bem, filha; vem cá. - mamãe se levantou, e foi em minha direção com os braços abertos. - Acho que temos que contar para ela. - diz comigo em seus braços, me levando para a sala com todos.

—Não se preocupe. - disse Jacob se aproximando, e eu sorri. - Não é nada demais. - ele também sorriu; percebo que papai revira os olhos.

—Estamos preocupados, devido as ações suspeitas dos Volturi, nos últimos meses. - disse vovó, sabendo que talvez ninguém quisesse começar.

—Como assim? - eu estava verdadeiramente preocupada. E com medo, por se tratar dos Volturi; aqueles que já me quiseram morta uma vez.

—Eles não estam mandando mais as cartas. - começou papai. - Aquelas cartas que mandavam de meses em meses para terem certeza de que você não havia mudado, ou nada à mais tivesse acontecido.

—E isso é ruim? - perguntei; percebo que tiro risos de alguns deles.

—Não. - fala Jake desencanado, e sorrindo.

—Mas pode ser que seja. - retruca papai.

—Ah, Qualé! - meu Jacob continua.

—Por favor, parem os dois! - Esme tenta manter e serenidade.

—E o que acham que pode ter dado início à isso? - indago curiosa.

—Isso é o que queremos saber. - tio Jasper fala, aparecendo atrás de mim.

Eu sabia! Estava sim, alguma coisa estava acontecendo. Não achava isso tão preocupante, estava do lado de Jake até agora; pois isso é mais como um alívio para mim. Não ter mais contatos com aqueles cabelos de chapinha, iria me fazer muito bem. Mas percebi a tensão de papai, e ele, na maioria das vezes, tinha certeza sobre certas alternativas, as quais, quase sempre, estavam mesmo certas. Talvez essa distância repentina, estivesse nos colocando em perigo.

Mas, prefiro pensar que nada de mais esteja acontecendo; e mesmo assim, ficar preparada para qualquer coisa que puder acontecer.