O alto som das sirenes despertou a curiosidade alheia. Tanto os outros alunos como de pessoas perto do local. As vozes de pavor e estranhamento enchiam-me ainda mais de medo.

A morena, mesmo com máscaras e fios a rodeado, era encantadora. Como uma princesa da Disney adormecida por uma maldição. Em que apenas seu amor verdadeiro poderia salvá-la. A única diferença é que a maldição veio da mais malvada e tenebrosa bruxa: a vida. E, o amor, infelizmente, não pode simplesmente curá-la de tudo.

O homem, que parecia ser o chefe da operação, com suas aparentemente costumeiras rugas de indecisão, me encarava sério. Eu não podia acompanha-la. Minha voz não tinha força para ser usada. Eu era uma dor que precisava gritar, mas nada veio.

As portas fecharam-se, as pessoas iam-se recolhendo, ela partiu, as pessoas desapareceram. Eram apenas, eu, um redemoinho de pensamentos, e um chão molhado de grossas demonstrações do meu interior inquieto.

...

As paredes beges desgastadas entravam em perfeita sintonia com a melancolia do Hospital Central. O tique-taque do relógio era como um zumbido de um inseto qualquer: irritante e apavorador. Os segundos eram minutos, minutos, horas. Horas, eternidades.

A solidão de ter uma dor passou-se a ser compartilhada. Os mais próximos vieram, mas não como imaginava as coisas não melhoraram. Tudo era igual. Apenas com lamentos a mais.

O jaleco branco surgiu como uma luz ao fim do túnel. Uma visita. Nada mais. Por mais que quisesse ser o primeiro, a prioridade não estava dada a mim. Novamente, o tempo estagnou. Precisava vê-la.

...

A porta foi aberta cuidadosamente, talvez por medo ou ansiedade de menos. Primeira opção, muito obrigado. Não muito diferente de antes, ela estava. Fios, máscara. Sentei ao seu lado pegando-lhe a mão levemente. Joias quebram facilmente, e essa, eu não poderia quebrar.

Admirar-lhe não era completo sem a aventura em rios de chocolate. Mas assim fiz. Cada detalhe, curva, pontos. Tudo. Era o que a mantinha viva. E o que me fazia querer viver.

“Por favor, diga alguma coisa”. Era meu desejo.

Cantar-lhe era o meu amor entregue.

[Say something, I'm giving up on you
I'll be the one, if you want me to
Anywhere, I would've followed you
Say something, I'm giving up on you

And I, am feeling so small
It was over my head
I know nothing at all

And I, will stumble and fall
I'm still learning to love
Just starting to crawl]

[Diga algo, estou desistindo de você
Eu serei o único, se você me quiser
Em qualquer lugar, eu teria te seguido
Diga algo, eu estou desistindo de você

E eu, estou me sentindo tão pequeno
Foi muito pra minha cabeça
Eu não sei absolutamente nada

E eu, vou tropeçar e cair
Eu ainda estou aprendendo a amar
Apenas começando a rastejar]

[Say something, I'm giving up on you
I'm sorry that I couldn't get to you
Anywhere, I would've followed you
Say something, I'm giving up on you

And I will swallow my pride
You're the one, that I love
And I'm saying goodbye

Say something, I'm giving up on you
And I'm sorry that I couldn't get to you
And anywhere, I would've followed you

Say something, I'm giving up on you
Say something]

Diga algo, estou desistindo de você
Me desculpe por não conseguir te ter
Em qualquer lugar, eu teria te seguido
Diga algo, eu estou desistindo de você

[E eu vou engolir meu orgulho
Você é a única, que eu amo
E eu estou dizendo adeus

Diga algo, eu estou desistindo de você
Me desculpe por não conseguir te ter
Em qualquer lugar, eu teria te seguido

Diga algo, eu estou desistindo de você
Diga alguma coisa]

Um apito alto soou, para em seguida diminuir cada vez mais, gradativamente... Até o fim.

Como tinha dito: o amor não é o suficiente para a praga chamada vida.