Capítulo Vinte e dois – A reação deles...


Durante o resto daquele ano James, Alvo, Lilly e Hugo não conseguiam ser os mesmos com Rose. Aquela tinha sido uma descoberta e tanto. Eles pensavam em como tudo aquilo iria acabar. Os três Potters nem conseguiam se concentrar nos jogos contra a Sonserina e Hugo até esqueceu de se candidatar para o cargo de monitor.

O final do ano chegou e tudo estava muito estranho. Na volta para casa, os primos não se falaram muito no trem.

Alguns dias depois do começo daquelas férias, Rony e Hermione convidaram seus vizinhos para um jantar na casa deles. Após o jantar todos estavam sentados a mesa, e ninguém havia comentado nada sobre o assunto, até que Rony começou:

- Então quer dizer que os senhores quase se mataram lá na floresta proibida?! – Ele falou com Alvo e Hugo, dando risada.

Um silêncio assustador invadiu o lugar, todos ficaram sérios. Harry então respondeu olhando sério para o filho:

- É! Só que isso não acontecerá novamente!

- Ah, eu queria ter visto o Malfoy correndo com cara de medo! Deve ter sido tão engraçado, como a cara que o pai dele fazia! – Rony continuava tirando sarro.

- Rony já chega! – Hermione falou e colocou o prato de sobremesa bruscamente sobre a mesa.

- Por quê? Estamos falando do Malfoy! – Rony implicava.

- Se você o conhecesse não diria essas coisas! – Rose falou surpreendendo a todos.
Rony olhou para ela e disse:

- Não preciso conhecê-lo. Está no sangue dele ser ruim!

Aquilo irritou Rose que falou alto para o pai:

- Isso não é verdade! O próprio chapéu seletor disse que ele era muito diferente do pai, no primeiro ano.

- Aquilo é só um chapéu! – Rony zombou.

- Parem com isso, os dois! – Hermione não queria ver uma briga. Rose não se conteve e prosseguiu:

- Para que todos que estão aqui saibam, foi o Scorpius que ajudou a Líllyan quando ela caiu da vassoura durante aquele jogo de quadribol no segundo ano dela!

Todos se surpreenderam mais uma vez, ninguém sabia daquilo. Rony cruzou os braços e falou, indiferente:

- Pra mim isso não significa nada. Vai ver ele fez isso só pra se mostrar.

- Pai, ninguém soube disso, só eu vi!

Rony deu de ombros. Aquela atitude irritou Rose profundamente. Ela se levantou da cadeira e falou alto:

- Eu não admito que fale assim do Scorpius!

Rony serrou as sobrancelhas, levantou-se também e bateu as mãos sobre a mesa. Então falou:

- Que atitude rebelde é essa, mocinha? E porque está defendendo aquele garoto nojento?

Sem pensar Rose gritou alto:

- PORQUE EU O AMO! – Todos arregalaram os olhos. Rose tampou a boca com as mãos. Rony ficou muito nervoso e falou:

- O que foi que você disse?

- Rony acalme-se... – Hermione pôs a mão sobre o braço do marido.

- Ela falou da boca pra fora... – Harry tentou ajudar.

- Vamos esquecer tudo isso e mudar de assunto agora... – Gina também tentou.
Rony chegou perto da filha e disse:

- Se você pensa que eu vou deixar você namorar aquele... Eu não acredito nisso!

As lágrimas começaram a correr dos olhos de Rose. Rony muito nervoso continuava a falar:

- O pai dele quase nos matou! Ele xingava a sua mãe de sangue-ruim o tempo todo! O Avô dele foi um comensal da morte! E você diz que o ama?! Como pode?! Você não deve ser minha filha!

Aquilo foi a gota que faltava para Rose desabar no choro. Ela então subiu correndo as escadas em direção ao seu quarto. Os primos olhavam com pena dela. Hermione ficou muito nervosa com o marido, e ao mesmo tempo pedia desculpas aos convidados pelo horrível final daquele jantar.

***

Naquela mesa enorme onde cabiam várias pessoas, estavam apenas Draco, numa das pontas, Astoria na outra e Scorpius no meio. Os três jantavam naquela linda sala de jantar da mansão Malfoy. Nenhum dos três falava nada, apenas ouvia-se o barulho dos talheres batendo nos pratos. Astoria não gostava daquilo, então tentou começar uma conversa:

- O que vocês acharam do novo tempero que a Lisa usou?

- Meio apimentado... – Draco falou sem olhar para a esposa.

- Eu gostei... – Scorpius sussurrou.

O silêncio voltou a reinar. Astoria suspirou e perguntou:

- E como foi seu sexto ano em Hogwarts, filho?

- Normal, como sempre... – Ele respondeu sem ânimo.

- Nenhuma novidade? – A mãe insistia.

- Nada...

Draco riu alto, os dois olharam para ele, então começou a falar:

- Perder uma briguinha boba para o Potter é uma novidade, filho!

- Draco, não comece, por favor! – Astoria o repreendeu.

- Não querida, eu quero que nosso homenzinho nos conte o porquê perdeu aquela briguinha na floresta... – Draco falou cínico.

- Eu apenas me protegia, mas não atacava... – Scorpius respondeu sem olhar para o pai.

- Então você fugiu da briga? – Draco continuou a irritar o filho.

- Não... Potter apenas perdeu a razão... E eu não queria machucar ele...- Scorpius bufou e balançou a cabeça.

- Já chega desse assunto! – Astoria pediu.

- Eu não te criei para ser um perdedor! – Draco não respeitou o pedido da esposa.
Scorpius não agüentava mais ficar só ouvindo, então virou-se para o pai e falou com aquele vozeirão que só ele tinha:

- Eu não tenho nada contra eles! Se você odeia os Potters e os Weasley problema é seu! Eu não tenho nada a ver com isso!

- Não, eu não odeio os Potters, só não quero que meu filho fuja, quando pode vencer! E os Weasley? Ah! Aqueles porcos do mato! Ruivos pobretões! – Draco zombou. Scorpius não gostou daquela brincadeira, então cerrou as sobrancelhas e falou alto:

- Pelo menos eles são uma família feliz!

- Felizes... HAHA... Duvido muito! O pior de tudo é aquele ruivo ter se casado com aquela sangue-ruim metida! Fico imaginando como devem ser os filhos deles!

Scorpius não se conteve e falou enquanto se levantava da cadeira:

- Tenho uma notícia pra você, Malfoy! Eu namoro a filha deles, ROSE JANE GRANGER WEASLEY!!

Draco quase caiu da cadeira. Astoria tentou acalmá-lo. Scorpius saiu da sala de jantar e foi para seu quarto. Draco foi atrás dele, mas Scorpius trancou a porta. O pai batia para que ele abrisse e dizia que queria uma explicação sobre aquilo. Mas Scorpius não quis saber, pegou sua vassoura e saiu voando pela janela.

***

Rose ainda chorava abraçando seu travesseiro, quando ouviu um barulho na janela. Ela se levantou e foi ver o que era. Ao ver Scorpius do lado de fora, abriu o vidro rapidamente. Ele falou muito nervoso:

- Venha, vamos fugir!

- O que? Fugir? Você endoidou?! – Ela respondeu assustada.

- Eu contei para o meu pai, agora venha Rose, suba na vassoura!

- Não! Nós não podemos fugir de nossas famílias! Temos que encarar isso de frente, Scorpius! Entre aqui, vamos conversar... E você pirou se acha que eu vou voar nisso com você. – Ela se referia ao seu grande medo de voar.

Scorpius suspirou e entrou pela janela. Eles se sentaram na cama dela e contaram a reação de seus pais ao descobrirem.

***

Rony estava totalmente arrependido de tudo que havia dito a filha. Queria subir e pedir desculpas, mas o orgulho falava mais alto. Harry tentava convencê-lo a subir. Hermione olhava feio para ele enquanto arrumava a mesa com Gina. James, Alvo, Lilly e Hugo estavam muito mal por tudo aquilo.

Depois de um tempo, finalmente Rony resolveu subir para ver como a filha estava. Hermione e Hugo foram atrás. Ao abrir a porta do quarto, viu a filha conversando com aquele garoto, e não pode conter o nervosismo. Tirou a varinha do bolso e falou:

- O que ele faz aqui?!

Rose e Scorpius se levantaram rapidamente. Rony se aproximou e apontou a varinha para o garoto.

- Calma pai! – Hugo teve que segurá-lo.

- Rony, por favor, deixem eles se explicarem! – Hermione abaixou o braço do marido.

Ouvindo a gritaria lá em cima, Harry e toda sua família, subiram para ver o que estava acontecendo. E se surpreenderam ao verem Scorpius.

- Senhor Weasley, eu posso explicar. – Scorpius falou.

- Não quero ouvir nada de você! – Rony disse virando-se de costas para eles.

- Pare com essa imaturidade, Ronald! Deixe o garoto se explicar! – Hermione falou.

- Não é melhor descermos? – Gina propôs.

Rony foi o primeiro a sair do quarto, todo irritado. Os outros desceram também. Chegando na sala, Scorpius falou educadamente:

- Primeiramente, eu gostaria de me desculpar, pelo senhor ter descoberto o nosso namoro desse jeito...

- Devia se desculpar por ser um Malfoy! – Rony nem olhava para o garoto.
Hermione bateu no ombro dele. Scorpius continuou:

- Eu sei que é estranho, afinal a minha família parece que nunca se entendeu com a família Weasley... Mas eu estou disposto a mudar tudo isso!

Rony balançou a cabeça. Hermione se encantou com o garoto, por sua beleza e educação, ele era realmente diferente do pai.

***

Draco deu uma forte batida com o braço na porta, quebrando a trinco e abrindo-a. Ao ver que o filho não estava lá, ficou ainda mais nervoso, então pensou que sabia onde ele deveria estar. Correu e pegou seu carro. Astoria, sem pensar duas vezes, também entrou no carro com o marido.

***

Rony olhava feio para Scorpius que ainda falava. Hermione lhe fazia algumas perguntas. Até Harry havia começado a gostar do garoto. Alguém bateu na porta. Gina foi atender. Eram Draco e sua esposa. Todos se levantaram. Draco começou a falar:

- Parece que o clã todo está reunido aqui!

Ele pôs um pé dentro da casa. Rony correu e disse-lhe, apontado a varinha:

- Você não é bem vindo nesta casa, Malfoy!

- Não sei se você sabe, mas tem algo aqui que me pertence. – Draco respondeu e olhou para o filho. – Vamos embora daqui!

- Você não pode me obrigar! – Scorpius respondeu grosseiramente.

- Deixe disso! Vamos! – Draco não admitia rebeldia.

- Eu não quero! – Scorpius respondeu olhando sério para o pai.

- Prefere ficar aqui com eles? – Draco perguntou irritado.

Scorpius pegou na mão de Rose e disse:

- Melhor do que ficar com você!

Aquilo foi como uma facada no peito de Draco. Ele se virou muito sério e foi embora. Astoria olhou para o filho quase chorando e foi atrás do marido sem dizer nada. Scorpius ficou triste pela mãe. Depois colocou a mão na nuca e fitando o chão perguntou baixo:

- Eu posso ficar aqui?

- A casa já esta cheia, procure um hotel! – Rony falou.

- Pai! – Rose reprovou.

- É claro que pode ficar aqui, querido, até que tudo se resolva com sua família. Nós temos um quarto de hóspedes. Mas acho que as roupas do Hugo não vão te servir... – Hermione falava comparando o porte físico do filho com o de Scorpius. Hugo franziu as sobrancelhas, não gostando muito da comparação, mas realmente, ele parecia um palito perto de Scorpius.

- Posso emprestar algumas de James, se quiser... – Gina falou. Scorpius agradeceu a hospitalidade.

Harry e Gina avisaram que já estavam indo embora, e se despediram. James, Alvo e Lilly se aproximaram de Scorpius. James começou a falar:

- Foi mal aquele chute que eu te dei naquele jogo...

- Tudo bem. Éramos crianças. – Scorpius falou bem compreensivo. James sorriu. Lilly se aproximou, deu um beijo na bochecha de Scorpius e falou:

- Nem sei como agradecer por você ter me salvado aquela vez na floresta! Desculpa não ter lembrado que foi você...

Scorpius sorriu e balançou a cabeça positivamente.
Era a vez de Alvo falar. Ele estava muito sem graça:

- Eu sei, eu fui um idiota! Se puder me desculpar, se não... Tudo bem!

Scorpius pôs a mão no ombro dele e falou:

- Sem ressentimentos, cara.

Alvo sorriu. Os Potters foram embora. Scorpius disse que ajudaria Hermione a lavar a louça. Rony continuava com cara de bravo.

Quando já era tarde, todos subiram para dormir. Na porta de seu quarto, Rose falou para o namorado, com um sorriso no rosto:

- Boa noite!

- Tranque bem essa porta, senhorita! – Rony falou entrando no meio dos dois.
Hermione puxou o marido para dentro de seu quarto.

E Scorpius passou aquelas férias todas na casa dos Weasley. Astoria mandava cartas, mas ele nem ao menos as abria. Rose lhe dizia que não queria que ele agisse assim com os pais, mas não tinha jeito. Rony tentava se acostumar com o namorado da filha, mas ainda sentia ciúme da garota. Hermione e Hugo já o consideravam da família.