Acordei uma manhã quente de verão. Uma brisa suave batia na janela, o silêncio é notável naquele quarto. Já me acostumei, e aprendi que não se deve confiar em qualquer um...

Me levantei da cama e me vesti com uma roupa confortável. Abri a porta e desci as escadas em direção à cozinha.

Diferente de outras crianças da minha idade eu não era tão normal assim. Eu era a unica do orfanato...talvez porque ele seja mal assombrando ou...porque, não esteja em boas condições.

Eu estava pensativa naquele momento, e quando chego a cozinha sinto o cheiro das lindas rosas vermelhas no vaso. Era maravilhoso seu cheiro, me sentia em paz ao sentir seu perfume. Logo me sento, esperando o café da manhã sair, Jane a cozinheira estava terminando de faze o achocolatado.

– Bom Dia senhorita Jane! - Digo

– Boa dia flor, dormiu bem? - Diz Jane com um sorriso no rosto.

– Um pouco, vem tendo pesadelos estranhos e um pouco desagradáveis...

– Bem tente esquecer isso no momento flor, você vai esquecer de tudo logo logo. - Disse Jane - Mas me conte, que tipo de pesadelos são esses?

– Bom é um garoto e onde ele passava trazia dor, tristeza e desespero.

No momento que eu termino de falar, Jane leva o copo com o achocolatado até a mesa, nesse momento seu sorriso se desfaz.

– O que foi? - Pergunto

– Nada...Não é nada, não se preocupe flor - Disse Jane

Jane sempre me chamava de flor, talvez porque eu amo flores ou porque ela me deu este apelido mesmo?

Depois que termino de tomar o café da manhã eu levo a louça até a pia. Depois disso subo as escada e vou até o meu quarto, pego um livro para me distrair afinal era sábado. Um dia desses é para dormir até tarde, mas eu sentia que acordar cedo me fortalece. Abro o livro e começo a ler a parte que eu parei ontem a noite. O livro era interessante falava sobre, aventura e, eu sempre me interessei sobre esses assuntos.

Sinceramente eu estava um pouco entediada, pois, não tinha nada pra fazer, eu não tinha nenhum amigo na escola, só me restava terminar de ler aquele livro. Neste mesmo instante uma luz um tanto...rosa refletia nas folhas do livro, percebi que era os meus olhos! Corro desesperadamente para o espelho. Meus olhos brilhavam e a luz era muito forte, muito forte mesmo! Podia até segar uma pessoa que olhasse para meu rosto. Minhas mão começaram a arder como se eu tivesse colocado-as no fogo.

O que estava acontecendo comigo?! Alguma paranormalidade ou coisa do tipo?

De repente tudo volta ao normal. Me senti aliviada. Mas com toda essa comemoração eu me senti como se eu estivesse flutuando...tipo, como se eu fosse apenas uma pena. Quando eu olho novamente para o espelho eu me deparo com uma cena que nem eu mesmo imaginaria! Eu estava levitando. Nesse momento dou um grito que fez o espelho rachar.

Ouço Jane subindo as escadas, e me chamando pelo meu nome:

– Astride o que aconteceu!? - Dise Jane batendo na porta.

– Nada eu só me assustei! - Digo tentando convence-la

– Mas porque esse grito?

– Não é nada! Eu gritei por gritar mesmo! - Digo tentando dar um geito de parar de levitar. Eu subia cada vez mais a cada minutos. Eu não sabia como controlar.

– Tem certeza? - Disse ela

– Absoluta! - Respondo

– Certo...se precisar de ajuda estarei no meu quarto - Depois não ouço mais sua voz. Acho que ela já tinha saido. Então tenho uma idéia. Penso em coisas pesadas, mesmo não sabendo que isso podia funcionar, não custa nada tentar!

E não é que deu certo! Consegui descer de uma maneira agradável. Mas eu queria saber o que aconteceu comigo. Isso vai continuar um mistério até que aconteça denovo.

Me sento novamente na cama e pego o livro jogado no chão. Retorno a ler como se nada tivesse acontecido. Depois de um tempo aquilo acontece denovo, mas eu mantive a calma. Joguei o livro na cama e retornei ao espelho que mantinha-se intacto mesmo com aquelas rachaduras. Minhas mãos brilhavam então, quando eu toquei na moldura do espelho e, uma raiz foi se formando do chão do meu quarto até a moldura. Então ela foi crescendo até envolve-la por inteiro. Flores e mais flores brotavam e o seu perfume se espalhava pelo quarto. As flores eram lindas, me encantei, mas eu ainda não sabia o que era esse...tipo de poder talvez.

Eu acho que seria idiota da minha parte contar isso para a Jane e as outras empregadas do orfanato, o que elas iam pensar da minha parte? Talvez...que eu estaria louca?

Finalmente me decidi que eu não iria contar a ninguém sobre esse assunto. Ficaria em segredo absoluto.

Logo pego uma das flores a coloco em meu cabelo como se foçe um arco ou algo do tipo, só pra infeitar mesmo.

O tempo se passa e logo chega a noite. Desço as escadas, vou até a cozinha me sento e espero o jantar sair. Olhei para Jane atentamente e dava para perceber em seu rosto que, ela parecia preocupada comigo.

O jantar foi servido. A comida mesmo sendo sem sal... pois era recomendada por uma nutricionista, até que estava bom.

– Flor quando terminar...você pode me acompanhar por favor? - Pergunta Jane

– Claro! - Respondo

Quando termino eu sigo Jane até seu quarto ela fecha a porta com cautela. Depois ela olha para mim expressando um olhar de preocupação.

– Essa flor! - Disse Jane apontando para a flor no meu cabelo - Ela é muito rara, só pode ser criada por uma Lyzie Kinax.

– O que isso significa? - Pergunto

– Significa que você adquiriu os poderes de seus país, de seus antepassados...

– Mas como sabe disso?

– É uma longa história. Eu era muito amiga de seus pais. Jurei a eles que eu iria protege-la de qualquer mal...qualquer sombra que tentasse te ferir!

– Sombra?! - Digo espantada.

– Sim, sombra - Disse Jane - Sabe os pesadelos que você anda tendo?

– Sim e o que que tem?

– Então. Essa história vai ser um pouco complicada de se contar - diz ela - Não sei se você irá compreende-la.

– Pode me contar eu vou prestar atenção - Digo

– Certo Mas isso vai ser espantoso para você, isso responderá muitas perguntas. Há muitos séculos atrás doi bebês nasceram, era um menino e uma menina. Os dois eram filhos de Joshwell Matsuda, o mestre das Sombras. Ele controlava o dia e a noite, a luz e a escuridão com apenas dois cristais de extremo poder. Os dois cresceram fortes e saudáveis, foi então que algo inesperado aconteceu. Chegou o dia da coroação o dia que um dos dois seriam escolhidos para ser rei ou rainha. Mesmo os dois sendo muito jovens, com certeza eles dariam conta de suas responsabilidades. Foi então que a menina foi declarada rainha. O garoto se revoltou e pegou os dois cristais trazendo dor dor, ódio, tristeza e desespero.

– Nossa! - Digo

– Eu ainda não terminei...- Diz Jane - É ai onde eu entro. Sombra me pediu para eu levá-la para a outra dimensão. Mas eu tive que fazer uma coisa que partiria meu coração. Tive que apagar todas as suas memórias, tudo o que ela viveu, colocando as artificiais no lugar. Joshwell lutou junto com sua esposa para tentar dete-lo. Mas era tarde de mais, seu filho tinha aprendido muito rápido, aprisionando-os nas catacumbas de Zoyti Valle. E agora...seja forte para superar isso...a garota que foi declarada rainha é você Astride....

Eu fiquei imóvel. Como assim? Esse Sombra é o meu pai? Eu tenho uma família? Isso respondeu algumas perguntas mas deixou mais dúvidas em mente.

– Este conto, é apenas uma parte de sua história Astride. - Disse Jane

– Mas se foi à séculos atrás...como eu ainda estou viva?- Pergunto.

– Espero que compreenda o que eu vou dizer - Diz Jane - O tempo de lá é diferente que o daqui. Lá se passa o passado! Guerras espadas e reinos! Já aqui é diferente, Cidades, policiais para nos proteger, tecnologia avançada...Amanhã eu te conto mais flor, Boa noite!

Logo Jane fecha a porta e eu me deito na cama abraçando o livro.

– Isso é incrível! Eu tenho uma família! Preciso saber mais! - Sussurro.

Logo me levanto e coloco o livro na estante. Depois visto o meu pijama e me deito na cama. Pego no sono instantaneamente.