A nova Geração Brasil escrita por Cíntia


Capítulo 21
Desafios e eliminações


Notas iniciais do capítulo

Meninas muito obrigada pelos comentários... E quem está acompanhando e ainda não comentou, pode comentar , viu? Quem comenta também continue, adoro os seus comentários. Eu demorei um pouco dessa vez, mas é que estava bem ocupada, cansada e fiquei um pouco desanimada. Mas por minhas leitoras postei esse, espero que gostem.



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Por Davi

Enquanto enchia o meu prato na mesa do café da manhã, escutei uma voz ao meu lado:

– Bom dia, Davi. – Danusa falou sorridente.

– Bom dia – sorri em resposta, ela sempre fora legal comigo, não havia motivos para não ser simpático, mas depois olhei em volta e vi que Matheus e Megan olhavam para gente, e de alguma maneira, ver aquela patricinha olhando me irritou– Seus amiguinhos te esperam – comentei num tom sarcástico.

– Davi, você é um cara legal e bem intencionado. Mas penso, que dessa vez, escolheu o lado errado. Está apoiando...

– O que você quer dizer com isso? –perguntei um pouco bruscamente.

– Megan é gente boa.

– Você diz isso porque ela é sua prima!

– Digo isso porque eu acho – ela falou firme- Não sou de defender alguém só por ser meu parente... Para te dar um exemplo, não diria o mesmo da minha avó... E eu conheço uma boa cota de gente ruim e picareta para te dizer isso. Megan pode parecer um furacão às vezes, age no impulso, discute muito. Guarda tantas coisas dentro de si. Mas é sim uma boa pessoa.

– Danusa, eu não escolhi lado nenhum. Aqui somos todos adversários – tentei me justificar.

– Já Melissa pode parecer alguém que se encaixa, legal. –ela continuou como se ignorasse a minha última frase - Mas é ela quem chega provocando, já fez isso com Megan diversas vezes, e parece até querer humilhá-la... Megan é que não deixa isso acontecer. E há algo mais... Não sei. Tem alguma coisa nela que me incomoda... Não acho que é uma boa pessoa. – essas últimas afirmações de Danusa iam de encontro com algumas impressões minhas sobre Mel, mas eu não admitiria algo assim.

– Obrigado, Danusa... Saiba que eu não tenha nada contra você! – estava encerrando a conversa.

– Eu também não, Davi. Por isso é que comentei essas coisas.

Por Megan

O desafio daquele dia foi um pouco mais técnico do que os anteriores. Não precisava programar nada, but foi necessário um pouco de Software engineering e análise, ao escutar um “cliente” e especificar, criar documentos sobre o que ele queria de modo que “um programador fictício” pudesse codificar depois.

Como teoricamente, eu era a única que “paguei” a minha entrada no concurso, e não “tinha” conhecimentos técnicos, mais uma vez, esperavam que eu rodasse ... Melissa jogou diversas indiretas e até diretas sobre isso, e apesar de eu respondê-las, preferi deixar apenas nas palavras. Outra brincadeira como a da calça, poderia atrair atenção demais para mim... Também não haveria resposta melhor do que continuar no “Geração Brasil”. Do outro lado, talvez esse fosse um dos motivos para eu agir com mais cautela, Davi não a defendeu naquele dia e parecia estar mais afastado, às vezes, ele me olhava, mas nós não trocamos nenhuma palavra.

Já durante a noite, a eliminação veio com um sabor agridoce, apesar de eu ter continuado, Matheus saiu naquele dia. Ele não devia ter saído... Não devia, era tão legal, já o considerava um amigo e sentiria falta dele. Enquanto pessoas falsas, perigosas e encrenqueiras como Melissa ou Zac ficavam, porque meu amigo tinha que partir?

–Vou sentir saudades – falou Danusa abraçando Matheus.

– I miss you – abracei os dois, me segurava para não chorar.

Surpreendentemente, Matheus parecia o mais tranquilo da gente, depois do abraço, ele falou até animado:

– Calma, gente, que eu não morri! Não sei se vocês sabem, mas há vida depois do “Geração Brasil”, e tenho a impressão que ainda verei muito as duas – ele fez uma pausa, e depois continuou - Eu torço por vocês. São as melhores daqui! A Diva Megan Lilly é uma caixinha de surpresas... Você ainda vai nos surpreender muito, eu sei. – ele riu para mim – E a nossa Velma, esperta, amiga, que saca as pessoas como ninguém! –ele se virou para Danusa- Eu aposto nas duas.

Por Verônica

– Ahhh... Isso era tudo o que eu precisava. Um filminho, uma pipoca, conversar! – falei aliviada enquanto eu e Edna saíamos do cinema.

– Nossa, Verônica! Do jeito que você fala, os outros vão achar que somos namoradas – ela brincou - Também considerando a quantidade de tempo que você não namora, pensei que ia preferir uma companhia masculina para ver um filme romântico, hein? E que precisava de outras coisas. Tá mudando de time, é? – ela riu.

– A sua conversa é mais interessante do que a da maioria dos homens ... – comentei.

– Isso é verdade.

– Mas não mudei de time, Edna. Talvez fosse mais fácil, mas fazer o que, se homem tem aquela coisa que não consigo me desapegar– pisquei rindo e ela riu alto– É que tô muito carente, e pouco exigente, aí a sua companhia serve.

– Quanto aquela coisa do homem até concordo – ela olhou sugestiva - Mas só por que tá carente? Não precisa me desprezar...

– Só foi uma brincadeira – ri e continuei – Adoro sua companhia... E se surgir outro programa assim, pode me chamar. Com Davi e Vicente no concurso, estou me sentindo muito sozinha. Meu apartamento parece uma casa fantasma. Ultimamente tenho conversado com as paredes, os móveis, até com as portas e as maçanetas.

– Você devia aproveitar, e levar alguém para te fazer companhia então, Verônica – ela disse insinuante – Sabe, né, amiga... Algum cara para te esquentar nas noites frias!

– Noites frias no Rio, Edna? – ela voltava para o assunto dos homens, e eu queria fugir desse tópico.

– Você entendeu... Leve um homem para conter o seu calor, então!

– Não quero levar nenhum homem para lá – falei com pouca firmeza e ela me lançou seu olhar desconfiado – Até porque o Rio de Janeiro está infestado de cafajestes, e seria perigoso.

– Cafajestes como Jonas Marra? – ela foi direto ao ponto.

– Ahh, Edna, o que eu faço para resistir a esse homem?- Já não sei mais...- coloquei as minhas mãos no rosto e admiti, não conseguia esconder mais aquilo.

Contei sobre Jonas, até mesmo sobre o nosso último encontro e seus vários momentos românticos. Edna escutou atenta, e me aconselhou. Na verdade, reforçou o que eu já sabia. Eu tinha que evitar Jonas Marra, mas isso era tão difícil.

Por Megan

Um funcionário da Marra nos mostrou um programa com bugs. Em seguida nos deram o código dele, que estava a mess (bem desformatado mesmo, o que dificultaria para gente). A tarefa era ajeitar aquele código e corrigir os erros do programa. Aquele que menos erros corrigisse seria eliminado.

Ninguém podia ajudar ao outro... Assim o ambiente ficou bastante silencioso durante o desafio. Mas antes que ele começasse, Melissa não perdeu a chance de me provocar, mais uma vez falou que eu não passaria. Eu já não aguentava aquela garota, ela não trocava o disco e tentei ignorar! Durante o programa, ela veria quem tinha razão.

In the night, meu Dad mostrou algumas imagens e falou o resultado do dia:

– Havia oito erros no programa: Zac, Davi e Megan – ele me olhou enigmático- acharam e corrigiram todos – a plateia e outros participantes pareciam surpresos, ouvi até algum barulho de assombro, e eu era o foco disso – Vicente e Danusa corrigiram sete, Ernesto seis e Melissa apenas quatro. Assim, Melissa é a eliminada do dia.

– Eu??? – Mel parecia surpresa – Mas co-mo? Megan não pode... Isso foi mani-pu-lação - ela mal conseguia falar, e eu queria rir.

– Right. Por que eu não posso? Você devia ter provas antes de acusar as pessoas! – rebati, achei melhor fazer isso a soltar uma risada, ela estava tão patética.

– Melissa, pode parecer estranho. Mas garanto que não houve manipulação – meu Dad falou firme - A firma de auditoria verificou tudo, ninguém estava com celular ou ponto eletrônico, não havia acesso a internet na sala em que ficaram, e tinha mais câmeras apontadas para Megan do que para os outros candidatos. Todas as imagens foram verificadas.

– Isso não quer dizer nada, quem me garante que alguém não foi comprado e passou as respostas para ela, ou melhor quem me garante que o código dela tinha algum erro?

– Sei que há dúvidas, e nos preparamos para isso ... – disse meu Dad e uma projeção começou.

Um vídeo meu passou no telão. Meu dad explicava a cada cena, o momento que eu descobri e corrigi cada erro, parecia tudo muito natural e coerente, pois realmente era verdadeiro. Aquilo aparentemente convenceu some people, mas com certeza não convenceria todos. Eu estava dando a mínima para isso. Eles podiam não acreditar, mas passei pelos meus méritos.

Apesar da desconfiança, eu estava muito feliz. Merdissa tinha saído do “Geração Brasil”, aquilo era uma grande vitória para mim. Essa era uma das coisas que havia prometido para mim. Eu não podia sair do concurso antes dela e de Davi. Pelo menos, já havia cumprido uma parte da meta.

Ao me lembrar dele, olhei em sua direção por um momento. Esperava vê-lo triste... Mas até que ele parecia feliz, e tive a impressão de que olhou em meus olhos e até sorriu. Era como se ele me aprovasse, me senti tão bem naquele instante, e nem sei porque. Só que later, percebi que as coisas não eram bem assim enquanto ele conversava com Ernesto e Vicente:

– Massa demais, Davi. Já nem sei mais o que esperar de Megan Lilly, a patricinha que sabe programar! – comentou o mais jovem.

– Ontem já foi impressionante com a análise, imagina hoje... Eu também não esperava isso, a garota entende de programação. – comentou Ernesto empolgado.

– Não sei, talvez vocês estejam sendo ingênuos demais. Quem sabe Melissa tenha razão, e houve alguma manipulação... Eu sei que há o vídeo, mas uma patricinha como ela não pode... – começou Davi, mas eu não o deixei terminar.

– Não pode o quê, programar? Como se fosse difícil, hein? – fiz pouco caso - Você se acha só porque é programador... Mas agora te mostrei, que programar é algo tão simples, tão trivial, que uma patrícia superficial também sabe e talvez você perdeu o seu chão. Escuta aqui seu nerdzinho, abaixe seu nariz. O que é preciso mostrar para você acreditar que uma pessoa é mais do que aparenta ser? Que eu sou mais... – eu estava so angry, mas me contive, não pretendia revelar tudo sobre mim para ele, já havia falado demais e saí deixando os rapazes boquiabertos.

Havia passado um tempo, eu tinha me acalmado, estava pronta para dormir e me sentia mais animada, já que agora, apenas fofa da minha prima compartilhava o quarto comigo:

– Megan, eu gostaria de saber o dia que você vai parar de nos surpreender! – Danusa comentou.

– Eu espero que nunca, priminha. Tenho que manter o meu mistério e o fator surpresa. – dei uma risada.

– Eu já espero qualquer coisa agora – ela riu – Mas me diz como aprendeu a programar? Eu não ...

Mas nesse momento, nós acabamos sendo interrompidas por um segurança do meu Dad que apareceu no quarto:

– Senhorita Megan, seu pai quer falar com você!

Por Jonas

– Pensei que não haveria privilégios, Dad. O que eu estou fazendo aqui? –Megan perguntou ao entrar na minha sala.

–Eu gostaria que você respondesse a pergunta que está na cabeça de todos. Como você vem conseguindo passar esses desafios? E principalmente, como conseguiu passar no último? – a cada dia, Megan parecia ganhar mais torcida, ela tinha carisma, eu admitia, mas por outro lado, o fato de continuar, ainda afetava a credibilidade do concurso, mantinha os comentários maldosos, trazia torcida contra e principalmente me deixava cheio de perguntas sem respostas.

– Passando, Dad. Você tem alguma prova que eu fiz algo errado?

– Não.

– Então não deveríamos estar tendo essa conversa. –ela estava se virando para sair;

– Megan Lilly. Isso não é brincadeira! Você não devia ter entrado e já devia ter saído do Geração Brasil -gritei e ela voltou a mim.

– Come on, Jonas Marra! Se eu não estivesse nesse concurso, ele não teria a mínima graça nem a mesma repercussão – por esse lado, ela tinha razão, o Geração Brasil estava sendo muito comentado e grande parte se referia a Megan- Você não se lembra que me ensinou a programar?

– Lembro. Mas não foi o suficiente para ... – fui interrompido.

– Talvez você seja mais incrível do que pensa e me ensinou tudo com poucas aulas. Ou aprendi por osmose. Whatever... Posso ir? – ela disse irônica.

– Pode – eu sabia que não conseguiria tirar mais nada de Megan, quando ela percebia que algo me irritava, ela fazia questão de continuar com aquilo para me provocar. De qualquer jeito, aquela conversa me deixara mais confuso ainda.

Após Megan sair, eu ainda estava muito nervoso, ela me tirava do sério. Mas preferi pensar no futuro, peguei o meu Marra Book e olhei os esquemas para o próximo desafio. Ele era bem diferente de todos os outros, até mesmo a sua realização não seria na Marra e além de tudo, no mínimo, dois candidatos seriam eliminados.

Os seis que ainda participavam do “Geração Brasil” foram acordados de madrugada, transportados, colocados em barcos e levados para uma ilha que já estava preparada para eles. No meio do caminho, ainda tiveram que assinar alguns documentos em relação ao desafio. Era mais uma reafirmação das regras do ”Geração Brasil” com algumas cláusulas mais detalhadas.

Por Verônica

Acordei com o meu celular tocando... Olhei no visor, era Débora, só que ainda eram 7:30 da manhã, como eu adorava dormir, sempre acordava mais tarde, a minha profissão até que permitia isso. E aquilo me deu um desânimo! Eu só estava deixando meu celular ligado e próximo da minha cama, pois como Davi e Vicente estavam no concurso, tinha medo que algo acontecesse com eles e... Mas não era para minha chefe me ligar tão cedo:

– Alô! –atendi com má vontade!

– Verônica...

– O que foi? – continuei com o meu tom impaciente!

– Me diz que história é essa do Jonas Marra levar os candidatos para uma ilha?

– Ilha? – foi como se jogassem um balde água fria em mim, me acordando, eu levantei de uma vez e acabei derrubando um monte de coisas a minha volta– Que história é essa?

– Então até você não sabe? – perguntou Débora.

– Não sei, mas vou saber logo! Quem Jonas Marra ...

– Por isso que você é a minha repórter preferida, Verônica – disse Débora rindo e desligando o telefone.

Eu não esperei nem um segundo, fiz mais uma chamada, e não dei tempo dele falar qualquer coisa do outro lado da linha:

– Jonas Marra, que loucura é essa de levar... Não falo nem do Davi que é adulto... Mas levar um menino de 14 anos para uma ilha sem autorização? – perguntei furiosa.

– Calma, Verônica. Está tudo bem. É o próximo desafio do “Geração Brasil”. Eu estou monitorando tudo do meu barco.

– Calma? Que merda é essa? Você não está na ilha? O meu filho pode ser picado por uma cobra, pode tropeçar e quebrar uma perna, há tanto perigo e você está num barco? Vai se .... – eu realmente estava possessa e ele me interrompeu.

– Verônica, eu não estou acostumado a receber ligações nesse tom, você está nervosa, entendo. E se vai te deixar mais tranquila, vem para cá, um helicóptero pode te trazer em 15 minutos. – Jonas parecia estar se divertindo com aquilo.

Eu respirei fundo, tinha que evitar Jonas Marra, já que não me reconhecia na presença dele, e passar algum tempo num barco com ele seria um tanto perigoso. Mas também teria que pensar em meu filho e até em meu irmão... Será que deveria aceitar aquela proposta?


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Eu dei uma adiantada no concurso com duas eliminação, queria chegar na Ilha,e bem, nos próximos vamos ter mais emoções. Esse foi mais de transição, mas mesmo assim espero que comentem muito para me animar. Estou precisando de ânimo para continuar a escrever, e vocês podem me ajudar. Até o próximo,